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sábado, outubro 04, 2014

Mão na bola ou bola na mão? O que dizem os presidenciáveis

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Alijada do grande painel das discussões e dos debates entre presidenciáveis, a questão da mão na bola/bola na mão não foi tema de nenhuma pergunta de jornalista durante toda a eleição presidencial. Por conta disso, fazemos um esforço para tentar adivinhar o que cada candidato diria sobre o assunto. Qualquer semelhança com a vida real é coincidência de acordo com sua crença.


Dilma Rousseff
Olha aqui, meu filho, a bola na mão... É preciso entender que, no nosso governo, a bola na mão foi tratada como questão de Estado, não como piloto. Já a mão na bola é malfeito, que nunca foi tolerado no nosso governo. Nunca, em nenhum governo, se fez tanto para conter a mão na bola como no nosso. Porque a bola na mão... Mas a mão na bola no sentido de quando a bola bate na mão sem a intenção não é a bola no sentido de propina na mão, porque isso não tem no nosso governo.

Aécio Neves
Bola na mão e mão na bola é uma confusão criada nesse governo do PT. Antes, não havia nada disso, a regra era clara. Você, pai de família, você, mãe de família, não punha a mão na bola porque não se deve colocar a mão na bola. Mas nas altas esferas do governo do PT, isso é diferente. Aí, agem como se tudo pudesse e se nada fosse punido. Precisamos de um governo que saiba como fazer, que faça bem feito. Nem mão na bola nem bola na mão: o que vamos fazer é jogar com os pés. Não apenas com a bola no chão, mas com ela no alto, nos cantos e no meio.

 

Marina Silva
Fizemos estudos de impacto futebolístico e, por isso, podemos propor. Caso eu seja eleita, vamos criar o 12º jogador em campo, que também poderá pôr a mão na bola. Percebemos essa necessidade estudando a fundo os problemas do país e do futebol. Não adianta só querer enfrentar a situação com essa falsa dicotomia entre a mão e a bola. Sei disso desde quando vivia entre seringueiros, cuja produção de látex era vertida nas câmaras das antigas bolas de capotão. E as mãos que desenham sonhos, que constroem utopias, tem que ser usadas também não só pelos goleiros.


Luciana Genro
Essa é uma questão que só pode ser entendida do ponto de vista da exploração capitalista e das falhas existentes na nossa democracia. Dar ao juiz a prerrogativa de dizer quem teve ou não intenção de colocar a mão na bola nada mais é que facilitar o favorecimento aos grandes e o assalto aos pequenos. Vamos taxar os grandes clubes, as grandes fortunas, os grandes cartolas e os grandes empresários do futebol, revertendo esse dinheiro em um fundo que possa ajudar os clubes menores e equilibrar as chances de cada um, dentro de uma lógica socialista.

Eduardo Jorge
Isso é mais uma prova de desrespeito ao uso que queremos e podemos dar ao nosso próprio corpo. Quem é o juiz para dizer se posso ou não colocar a mão na bola? Essa arbitrariedade vai contra nossos princípios, é antidemocrática e contradiz nosso próprio instinto humano, que é de colocar a mão em tudo aquilo que desejamos. Defendo a legalização da bola na mão para acabar com a fúria punitiva de árbitros e de tribunais que só atendem a esse esforço desumano na penalização dos jogadores.

quarta-feira, setembro 19, 2012

Dirceu não sai da cabeça dos tucanos desde 2006

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A nova peça de propaganda do candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, tenta fazer uma relação direta entre Fernando Haddad e réus do Mensalão, como Delúbio Soares e José Dirceu. O candidato petista aparece ao lado das fotos dos acusados e vem a voz, tétrica, vaticinando: “Sabe o que acontece quando você vota no PT? Você vota, ele volta”.



Tudo bem que o marqueteiro-mór da campanha de Serra, Luiz Gonzales, é o mesmo que fez sua campanha em 2010 e a de Kassab em 2008. Mas falta de criatividade tem (deveria ter) limite. De verdade, o que essa peça tem de diferente de uma das que foram usadas (aparentemente apócrifa) contra Dilma, em 2010? Naquela propaganda, uma foto da atual presidenta ia aos poucos sendo transformada em... José Dirceu! E a narração dizia: “Ela [Dilma] vai trazer de volta todos os petistas cassados ou que renunciaram. Dilma vai trazer de volta inclusive aquele que o procurador-geral da República chamou de chefe da quadrilha [José Dirceu]”.



Bom, não se sabe se Dilma nomeou de ontem pra hoje algum daqueles ao que o vídeo acima faz referência, mas até agora nenhum deles tinha sido nomeado para qualquer cargo. A propaganda de rádio também fazia referência à associação com Zé Dirceu. “Toc toc toc, bate na madeira. Dilma e Zé Dirceu, nem de brincadeira”, dizia a música abaixo. Aliás, além da temática repetida (em 2006 um jingle ditava “Não pro mensalão/pra dólar na cueca e mentiroso eu digo não”), a música também era readaptada de outra, usada na campanha de Kassab em 2008 (aqui).



Parece que anda faltando assunto na campanha tucana. E criatividade para os marqueteiros...

quarta-feira, novembro 03, 2010

O círculo vicioso das eleições

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por Djalma Oliveira

Com a vitória de Dilma Roussef para a presidência da república do Brasil, encerra-se mais uma espetaculosa campanha política, a qual, desde 1989, não era tão disputada e rasteira. Após breves conjecturas, seria a hora de reflexões, esperanças e merecido descanso do cidadão, extenuado pelo massacrante noticiário eleitoral. Primeira mulher a presidir o país; segunda política brasileira a ganhar a presidência do Brasil sem nunca ter disputado uma eleição anteriormente; fenomenal transferência de votos do presidente Lula a uma tecnocrata competente, mas desconhecida; receio inevitável ao imaginar o astuto e insípido Michel Temer vice-presidente e a avidez de seu partido (PMDB) por cargos e poder etc.

Nada diferente do que seria se o outro candidato tivesse ganhado a disputa (com o agravante de que seu partido posa de "vestais do cenário político", inclusive com a obsoleta cafajestagem de utilizar religião em assuntos laicos). Porém, preocupa a impossibilidade da reflexão tão necessária e fundamental para a evolução dos principais interessados nesse acontecimento democrático: nós, o povo. Ocorre algo parecido com a diferença entre o cinema e a televisão. Ao terminar um bom filme no cinema o próprio "apagar das luzes" nos remete a reflexão, remoem-se as mensagens num saudável exercício evolutivo. Em contrapartida, mesmo assistindo a algo profundo na televisão, com o seu término, o processo de ponderação é interrompido abruptamente por uma nova atração.

Partindo do disposto no parágrafo único do primeiro artigo da Constituição Federal, o qual diz que: "todo o poder emana do povo...", abordemos os direitos sociais previstos e tutelados por aquela carta - direito à educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e infância, e a assistência aos desamparados), e vamos ao debate, às proposições, às cobranças, e brademos: estamos aqui! Por que assumirmos a posição de meros coadjuvantes nos processos eleitorais, meros espectadores do show de marketing político? Ao contrário disso, somos bombardeados imediatamente ao pleito por uma nova campanha.

Toda a imprensa dedicou quase que exclusivamente seu espaço à biografia da futura presidente e as manobras que já se iniciaram visando as próximas eleições. E o objetivo principal disso tudo, que seria nossa evolução social? A campanha para as prefeituras em 2012 já está à todo vapor: Netinho de Paula se lança candidato e força Luiza Erundina a lançar-se também. José Aníbal antecipa-se ao "cadáver insepulto" José Serra e diz que disputará a convenção do PSDB. E, para 2014 Aécio Neves (com sua raquítica biografia nem de longe comparável a de seu avô Tancredo Neves) sai fortalecido como candidato; Beto Richa assanha-se; Alckmin não convence nem o mais incauto dos cidadãos com o aceno positivo às costas de Serra, ao ouvi-lo dizer que a briga está apenas no começo.

E estamos envolvidos novamente em disputas eleitorais, relegando o sentido disso tudo à segundo plano. Basta, quero sinceramente sentir a política no meu cotidiano e não apenas o subproduto que ela infelizmente produz. Um abraço!

Djalma Oliveira se define como "brasileiro nato, contestador visceral, otimista incorrigível. Optante pelo caminho árduo, movimentado; o do homem inteiro, não o do homem mutilado. Remando contra a maré, lutando contra o 'Leviatã'. Lançando palavras ao vento, seguindo Clarice Lispector: 'Porque há o direito ao grito, então eu grito; grito puro e sem pedir esmola'. (djalmaoliveir@gmail.com)"

domingo, outubro 10, 2010

Olhando o Brasil de fora

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Dois dias atrás em Madrid, agora aqui em Bordeaux, França: a admiração pelo momento que vive o Brasil é enorme. Em 2001, quando vim à Europa pela primeira vez, só me perguntavam do Ronaldo. Agora todos querem saber como fizemos para dar o chapéu na crise e emplacar o melhor desempenho no mundo em relação aos seus efeitos.

Ontem, eu e Cristina Ortiz, a pianista brasileira com quem estou aqui trabalhando, fomos jantar na casa de um casal de americanos, com um casal de franceses (estes, já viveram no Rio como adidos culturais, conhecem muito bem nossa terra). Todos me perguntaram animados, sedentos por notícias da grande sensação mundial. Chegam a pensar que o Brasil erradicou todos os seus problemas, que vivemos no paraíso. Tive que explicar que, apesar de estarmos muito melhores, ainda temos problemas e contradições históricas para solucionar.

Comentaram como enxergam o Brasil como o país mais apto a negociar internacionalmente, não apenas pelo seu sucesso econômico, mas também pela sua tradição pacifista e postura independente, em episódios como os do Irã e de Honduras. Em Madrid, um amigo espanhol chegou a brincar que invertemos os papéis: são eles que têm crise econômica, desemprego de 20% e ganharam a Copa do Mundo.

Ou seja, nada como sair desse mar de boatos que tomou conta do Brasil para recuperar um pouco de clareza: até muito pouco tempo atrás, o orgulho de ser brasileiro se apoiava quase que só no futebol (e um pouquinho no samba e na cachaça). Agora, já podemos começar a ter orgulho da política.

Mudamos. Estamos mudando.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Bolão dos deputados - resultado corrigido!

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Os apostadores Moacyr Lopes e Guilherme Cunha são os ganhadores do bolão do Futepoca sobre os 10 candidatos a deputado federal mais votados em São Paulo.

Ambos somaram 10 pontos. Moacyr cravou a posição de Tiririca (PR) e Paulinho da Força (PDT), respectivamente primeiro e quinto colocados; e acertou também ao mencionar Paulo Maluf (PP), Gabriel Chalita (PSB), Emanuel Fernandes (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM).

Já Guilherme chegou aos 10 pontos da seguinte forma: seis pelos acertos precisos de Tiririca e Emanuel e mais quatro pela inclusão de Paulinho da Força, Paulo Maluf, Chalita e Bruna Furlan (PSDB).

O vice-campeão "isolado" foi Luis Augusto Símon, com apenas um ponto a menos que os vencedores. Simon acertou a posição de Tiririca e João Paulo Cunha (PT) e pontuou também com a citação de Maluf, Emanuel e Gabriel Chalita.

Em tempo: o Futepoca adotou como critério, para o bolão, a lista "crua" dos votos, independentemente do candidato ter pendências judiciais ou não. Ou seja: na votação pura e simples, Paulo Maluf pega o terceiro lugar e exclui Luiza Erundina do "top 10".

Segue a lista, para conferência:

1- Tiririca (PR), 1.353.820 votos
2- Gabriel Chalita (PSB), 560.022
3- Maluf (PP), 497.203
4- Bruna Furlan (PSDB), 270.661
5- Paulinho da Força (PDT), 267.208
6- João Paulo Cunha (PT), 267.208
7- Jilmar Tatto (PT), 250.467
8- Rodrigo Garcia (DEM), 226.073
9- Emanuel Fernandes (PSDB), 218.789
10- Zarattini (PT), 216.403

Post atualizado às 17h17 do dia 05/10; por lambança deste que vos escreve, as apostas de Moacyr não haviam sido contabilizadas. Pedimos desculpas pelo erro.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Falta pouco!

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As eleições estão chegando! E, mais que elas, a definição dos dez candidatos a deputado federal mais votados em São Paulo, que fará de um(a) felizardo(a) o ganhador (a) do Bolão do Futepoca!

Participe: é só mandar sua lista dos dez candidatos que você achará que serão os mais votados para o email futepoca@futepoca.com.br.

Importante: a lista deve estar em ordem! Afinal, é assim que se distribuirá a pontuação. Um ponto para cada parlamentar acertado, três se ele estiver na posição correta.

Importante 2: a aposta está valendo apenas para indicações nominais, ok? Votos na legenda, nulos e brancos não entram na brincadeira.

Boa sorte a todos!

quinta-feira, setembro 16, 2010

Boa notícia para o presidente manguaça

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Se o presidente vier a São Paulo nas eleições, pelo menos uma boa notícia está assegurada. No Estado, não haverá "lei seca", que impede a venda de bebidas alcoólicas do dia da votação.

Como tudo que é muito bom, vamos tomar cuidado (ops, só cuidado), porque a notícia saiu no caderno Poder da Falha de S.Paulo. De lá, desconfio até da data impressa.

Segundo o jornal, a decisão foi tomada em acordo feito com a Secretaria de Segurança Pública do Estado e o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo. A venda de bebidas alcoólicas já havia sido liberada nas eleições de 2008 em São Paulo. A liberação aconteceu por uma decisão liminar feita a pedido da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

Se for verdade, vamos esperar por uma segunda boa notícia. Que os ébrios deste Estado levem Mercadante ao segundo turno. Para daí comemorar (quer dizer, beber) moderadamente (rs).


sexta-feira, agosto 13, 2010

Datafalha acerta pela primeira vez

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Não é que até o Frias assumiu.... A liderança da Dilma nas eleições presidenciais, claro.

Assumiu envergonhadamente, dando como novidade algo que até os manguaças do Futepoca já sabiam: Dilma 41%, Serra 33%.

Mas vale um capítulo à parte a manchete do UOL.

Com 41%, Dilma passa Serra pela primeira vez no Datafolha.

O correto não seria, pela primeira vez Datafolha acerta na pesquisa?




(Mais) Criatividade no marketing político

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Eu entendo. Para um candidato a deputado chamar a atenção durante a campanha eleitoral, o cabra tem que ser muito bom. Ou já é político renomado, ou é subcelebridade (e essa reforma ortográfica, fez o que com essa palavra?) ou faz uma palhaçada na frente da câmera. Mas até esse expediente está gasto. A verdade é que ninguém presta atenção nessas campanhas.

Provavelmente sabendo disso tudo, o candidato a deputado federal aqui por São Paulo Jeferson Camillo esticou o limite do absurdo em campanha para um pouco mais longe. Os vídeos falam por si. Divirta-se.








ps: não aguentei e coloquei mais um. No canal do Youtube do candidato tem muito mais.

terça-feira, abril 20, 2010

Parágrafo a parágrafo, a matéria de capa de Veja

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A matéria de capa de Veja traz José Serra com a mão no queixo, exibindo um sorriso de dentes clareados e prontos para a corrida eleitoral. Segundo alguns, uma cópia da Times com Barack Obama. Mas há diferenças sérias na chamada de capa. Um aponta quem vai ganhar, outro sugere quem deve ganhar – ambos os casos na opinião do respectivo veículo, frise-se.

Mas melhor criticar lendo do que sem ler. Então, bora ler e comentar, parágrafo-a-parágrafo, a matéria de capa da semanal da editora Abril. Eu até queria ler o artigo de Dilma Rousseff anunciado sobre o cabeçalho, mas é restrito a assinantes.


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sexta-feira, abril 16, 2010

Em termos de emprego, Lula e FHC é Santos e Guarani

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O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta quinta-feira, 15. Foi outro recorde de emprego gerado em março. Para abril, Carlos Lupi, titular da pasta, promete novo recorde.

Homem placa no centro de São Paulo anuncia vagas

O detalhe é que a partir da busca do jornalista Vitor Nuzzi pelos arquivos do acumulado de geração de empregos, temos os seguintes dados, a título de comparação entre governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Henrique Cardoso.

Recuperação econômica à parte, é bem verdade que Lula enfrentou apenas um ano – no máximo dois – de crescimento próximo de zero. Mas também é verdade que parte do cenário para que isso ocorresse tem méritos de políticas adotadas pela gestão – a maioria, políticas não macroeconômicas, registre-se.

Aos dados:

Período Saldo
de empregos
Média
anual
1995-2002 796.967 99.621
2003-2009 8.716.082 1.245.154

Sendo maldoso de um lado, arredonda-se para 8 milhões o resultado de 2003-2009. E, generosamente, facilita-se para o outro lado, inflando para 1 milhão as vagas do período 1995-2002. O resultado é: 8 para 1.

Opa! Oito a um é Santos e Guarani pela Copa do Brasil.

Com o acúmulo de 2010 de 700 mil empregos gerados, a diferença aumenta, porque somam-se 9,4 milhões de empregos. Em abril, a expectativa é de 340 mil contratações a mais do que demissões, de modo que o Brasil ultrapassaria em quatro meses todas as vagas criadas em 2009, o ano em que o país decresceu 0,2%.

E vejam que, nessa toada, mais um ou dois meses e o jogo vai ficar 10 a 1, quase a maior goleada dos Meninos da Vila até o momento, aplicada sobre o Naviraiense, também pela Copa do Brasil. Os santistas ganharam de 10 a 0, o que torna a comparação meio capenga, mas enfim.

Diferentemente de outros períodos, houve algum crescimento do salário médio de admissão. Quando há muita rotatividade, a tendência do ordenado médio é ser rebaixado, já que a pessoa sai de um lugar para ganhar menos em outro. No trimestre, aumentou 4,37% em relação a 2009. Talvez a crise tenha atrapalhado o parâmetro do ano passado.

Mas o ministro Lupi foi indiscreto na coletiva para dar seu parecer de torcedor pleno: "O maior segredo da aprovação do governo Lula é a valorização salarial. Quando a oposição descobrir isso, já terá perdido a eleição".

quinta-feira, abril 08, 2010

Por candidatura, Ciro Gomes apela ao futebol e às metáforas

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Preocupado com a movimentação de lideranças do PSB para por freio sua pré-candidatura à Presidência da República, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) lançou mão do futebol para convencer seus pares. Em artigo publicado em seu site, na quarta-feira, 7, ele defende seu plano de concorrer ao Planalto, contrariando as intenções do PT e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Lula, aliás, Ciro é só elogios. Tanto que aderiu às metáforas com a vida e com o ludopédio. "É o grande momento também para o PSB pensar grande e disputar um lugar entre os quatro principais partidos do país", avisa.

Ciro Gomes/Flickr
 Ciro nos bastidores do programa "Falando Francamente", produzido
pela representação do governador do Paraná em Brasília

Às comparações.

Com as fases da vida:
Como um adolescente que está se tornando adulto, é a hora de decidir se quer ser gente grande ou continuar pequeno, dependente de outros partidos, que, por mais aliados que sejam, não são o PSB.

É a hora em que se separam os homens dos meninos, as mocinhas das moças feitas. E o melhor é essa percepção de que o diferente não é igual.

Com uma multidão:
[É hora de] decidir se nos mostramos ao Brasil como uma força nova, coesa, com discurso afinado e gente decente disposta a melhorar o Brasil, ou se seremos apenas mais um dos partidos que se acotovelam em alianças pautadas pela mera distribuição de cargos e favores.

A afirmação vai ao encontro das críticas à aliança com "frouxidão moral" entre PT e PMDB e a estratégia de dois candidatos da base governista. Nada de novo no conteúdo, só na forma.

Com futebol:
A tese que defendo é que time que não joga não forma torcida. Mesmo que tome de goleada. Está aí o exemplo no futebol. Equipes hoje grandes tiveram inícios medonhos. Times hoje consagrados tiveram fases terríveis, como Corinthians e Botafogo, que levaram 21 anos sem títulos, mas vendo a torcida crescer apaixonadamente. Já pensaram se o Corinthians em vez de insistir tivesse resolvido virar o time B do Palmeiras?
Já pensou? Nem pensar. Em tempo: o jejum de títulos do Corinthians durou de 1954 a 1977, 23 anos, portanto. O do Botafogo foi de 1968 a 1989, de Zagallo a Zagallo. E o Palmeiras B só foi criado em 2000. Sobre os inícios medonhos de times hoje grandes, é curioso que não haja exemplo. Ciro correria sérios riscos de danos eleitorais se apontasse os casos. O país assistiria ao surgimento de uma corrente de torcedores contra Ciro.

Com o PSDB:
Para quem acha isso [o crescimento do PSB] impossível, basta comparar o que era o PSDB quando elegeu Fernando Henrique Cardoso, em 1994, o que era o PT quando elegeu Lula em 2002 e o que é o PSB hoje. Vocês podem não acreditar, mas a experiência administrativa do PSB hoje é maior ou equivalente do que era a do PSDB em 1994 e do que a do PT em 2002. Hoje, o PSB tem quatro governadores de estado, 333 prefeitos - sendo dois de capitais importantes como Belo Horizonte e Curitiba, e dois ministros de Estado. O PT, em 2002, tinha quatro governadores, 187 prefeitos e nenhum ministro. O PSDB em 1994 tinha apenas um governador de estado, que por coincidência era eu, e 998 prefeitos.

Detalhe: Ciro Gomes renunciou ao cargo de governador em 1994 para substituir Rubes Ricupero, depois do episódio do "que é bom a gente mostra". Então, nem isso os tucanos tinham.

Com Lula:
Não acho que seja correto com o povo brasileiro reduzir o debate eleitoral a uma disputa entre a turma do Lula - na qual me incluo - e a turma do FHC. Os problemas do Brasil são muito maiores e mais profundos do que um simples duelo entre PT e PSDB. Se eles não quiserem debater o Brasil, o PSB o fará, apresentando um projeto de desenvolvimento para o pais. Acredito nos que insistem e isso me aproxima muito do Presidente Lula, um exemplo vivo e atual de que a persistência no final vence.

Ah, os exemplos vivos.

Com o Lula de novo:
Na minha opinião, mesmo que o Presidente Lula apoie abertamente essa grande brasileira que é a Dilma Rousseff, ninguém, nem mesmo ele do alto de sua justa popularidade, pode substituir o poder de escolha, que pertence ao povo brasileiro. E para que nosso povo possa escolher bem, é preciso que haja opções. Até porque, assim, o eleitor poderá até descobrir que existe alguém mais parecido com o próprio Lula do que a candidata que o Lula diz que é.

A referência é, modestamente, estendida também a Marina Silva (PV-AC), além do próprio Ciro. No caso da neoverde, é com a história de vida. Na do socialista, à persistência e a felicidade trazida "a meus conterrâneos" quando foi prefeito de Fortaleza e governador do Ceará.

sexta-feira, março 12, 2010

O humor vai resistir

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"Glauco foi um grande cronista da sociedade brasileira, entendia os usos e costumes da nossa gente e expressava isso com inteligência e humor". A frase, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, resume o choque de milhões de brasileiros que conheciam a arte e a criatividade do desenhista e cartunista Glauco (foto), criador dos personagens Geraldão, Dona Marta e tantos outros, que foi assassinado na madrugada de hoje, com o filho Raoni, em sua residência em Osasco (SP). Parece que o criminoso era frequentador da igreja que a vítima fundou, Céu de Maria. Nesse ano de eleição, o Futepoca empresta uma das artes de Glauco para homenageá-lo (abaixo). Porque imaginamos que, de alguma forma, o humor, sua paixão, vai resistir. Ou melhor: tem que resistir. E que o crime nos faça refletir, mais uma vez, que ninguém está seguro.

quinta-feira, março 04, 2010

É de matar...

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O mais perigoso de ler jornais é acreditar neles. Até bem pouco tempo, a imprensona brasileira fazia ilações estapafúrdias entre Lula e o venezuelano Chávez para garantir aos incautos, com todas as letras, que nosso presidente também daria o golpe do terceiro mandato. Sim, nosso presidente já ultrapassou os 80% de popularidade, mas essa ideia nunca o atraiu, como ele fez questão de declarar. Aliás, muito antes de se falar em terceiro mandato, quem deu o golpe da reeleição foi outro presidente, aquele que fala francês (e diz muita besteira em português, mesmo). Bom, pra encurtar, creio que houve alguém que leu sobre o terceiro mandato de Lula, acreditou e imaginou uma ficção sobre o assunto, para ser lançada, convenientemente, no ano das eleições - e que fica agora meio patética, com a confirmação da candidatura da ministra Dilma Rousseff. Não bastasse o furo n'água, pois Lula não é candidato a nada, o livro, que será lançado dia 17, em Florianópolis, não prima pelo bom gosto do título nem pela pérfida sugestão do enredo:

"Quem Matou Lula da Silva?", de Ubaldo C. Balthazar (Cia dos Livros). Sinopse: Mistério. Suspense. Intrigas. Um candidato à Presidente da República é assassinado às vésperas das eleições. Mesmo assim, ele ganha as eleições... Ou não será ele? Ubaldo César Balthazar envolve o leitor a cada página desse romance policial moderno e brasileiríssimo, tecido com inteligência e refinado humor! "Até hoje, muita gente (de esquerda, principalmente) não perdoa o atual Presidente brasileiro pela transformação sofrida. Daí que uma explicação possível tenha sido uma troca por um sósia fisicamente perfeito, mas de ideologia nem tão igual. Por isso, meus agradecimentos ao Presidente Lula, pela ideia..." (o autor)

"Quem matou Lula?". Como diria DeMassad, "não dá ideia, não dá ideia..."

Ps.: E difamam a manguaça, na capa, sugerindo que Lula seria morto no bar.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Silvia Santos vem aí

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Não, não precisa consertar o título, não é erro de digitação: Silvia Santos - com A, mesmo - é como o autor estadunidense Richard Bourne grafou o nome do dono do SBT no livro "Lula of Brazil - The Story So Far" (University of California Press, 2008). O colega Emerson Lopes Silva observa, ainda, que Ricardo Kotscho virou Kotsch. Vamos a um trecho da página 72:

"...Sarney, who was promoting a successor, Silvia Santos, whose candidacy was disqualified only late in the year on the ground that his party was, in reality, moribund."

Tradução aproximada: "...Sarney, que estava promovendo um sucessor, Silvia Santos, cuja candidatura foi desqualificada apenas no fim do ano baseado que seu partido era, na realidade, moribundo."


Ps. E a tal Silvia Santos existe, de fato: de seu primeiro casamento com Cidinha, que morreu de câncer na década de 1970, Silvio teve duas filhas, Cíntia e Silvia. Depois, com Íris, teve mais quatro mulheres: Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata. Rá-ráeee! É com você, Lombardi!

sexta-feira, abril 24, 2009

Geladeira escondia casa de jogos em buteco

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Essa aconteceu na simpática cidade catarinense de Itajaí, onde pude conhecer a tradicional festa portuguesa Marejada, há 18 anos: durante revista em um buteco, em março, os policiais resolveram abrir a geladeira - não sei com quais intenções... - e descobriram uma passagem secreta para uma casa de jogos clandestina (foto). Com fundo falso e embutido na parede nos fundos do bar, o eletrodoméstico ocultava um pequeno recinto com duas máquinas caça níqueis, cujo uso é proibido. Isso me lembrou de um episódio de mais de dez anos, na cidade em que nasci, no interior de São Paulo. Era dia de eleições e imperava a lei seca. Sem nada pra fazer e doidos pra molhar o bico, eu e outros dois colegas fomos a um bar obscuro para tentar beber qualquer negócio, pois um dos comparsas jurava que o dono do estabelecimento conhecia seu pai e iria se apiedar de nossa abstinência forçada.

Chegando no local, o camarada revelou nosso problema e o proprietário da birosca, solícito, pediu pra gente segui-lo por um corredor escuro. Na cozinha, arrastou um freezer vertical imenso, que escondia uma porta. Ele pegou uma chave, destrancou a passagem, nos deu uma garrafa de "uísque" Drurys e advertiu: "Daqui duas horas vocês saem". Lá dentro, em meia dúzia de mesas, umas 15 pessoas, homens e mulheres, bebiam, fumavam, conversavam, riam, cantavam e jogavam baralho. Acho que estavam ali desde o dia anterior. Puxamos copos e cadeiras e aderimos à saudável celebração da desobediência civil, sendo resgatados pontualmente duas horas depois. Mas o flagrante de Itajaí me fez recordar, também, de um certo buteco de esquina da rua Butantã, em São Paulo, que "mocozou" (ou "moscozou") duas máquinas caça níqueis semelhantes num espaço em frente aos sanitários, ao lado dos butijões de gás. Alguém aí também conhece?

quarta-feira, novembro 05, 2008

Obama

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Obama ganhou. Podem os idiotas da objetividade, que não estão restritos ao futebol, dizerem que ele não tratou de temas raciais na campanha ou, indo mais longe, que sua eleição significa um momento “pós-racial”. Pode ser também que faça muito pouca diferença para os latino-americanos, para os asiáticos, para o resto do mundo enfim. Mas a vida é feita de simbologias. E um negro chegar à presidência dos EUA é uma daquelas muito fortes.
Percebe-se isso quando se lê o sempre excelente texto do Idelber Avelar. Seu encontro com uma senhora negra na noite da eleição do democrata, “aquela mulher, que quando menstruou pela primeira vez não podia sequer usar os mesmos bebedouros, banheiros públicos e piscinas dos brancos”, é emocionante. Foi talvez pensando nisso que Jesse Jackson chorou.

É impossível não lembrar do discurso do operário que chegou à presidência da República e na avenida Paulista dizia que a sua vitória era para que “ninguém duvidasse da capacidade da classe trabalhadora do país”. E é inevitável recordar a batalha diária do tal presidente contra o preconceito, travada de forma doída, mas que traz um gosto de vitória partilhado por muitos.

Que Obama atenda seu colega brasileiro e acabe com o bloqueio a Cuba e que se empenhe na busca pela paz com o Oriente Médio. Duvido que chegue a tanto, mas o momento é de sonhar. E não é sempre que a política nos permite isso.
PS: a fotomontagem acima já foi publicada em um Separados no Nascimento e é uma homenagem a dois legítimos campeões.

quinta-feira, outubro 02, 2008

Lição filosófica do horário político

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Inadvertidamente assistindo ao último dia dos candidatos à prefeitura no horário eleitoral, vejo a propaganda do alcaide Gilberto Kassab (DEM). Entre os depoimentos de "eleitores" justificando porque apoiavam o democrata, um cidadão remodela um dito popular para defender a reeleição do prefeito:

"Em time que está ganhando, ninguém se mexe"

Até admito a hipótese de ter escutado mal, mas tive a nítida impressão que o cidadão disse isso. De fato, dá o que pensar. Ou não.

sexta-feira, setembro 19, 2008

Baú de campanha: as eleições paulistanas de 1985

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Em 1985, São Paulo vivia sua primeira eleição municipal após 20 anos sem a população paulistana ter direito a eleger seu prefeito. O alcaide à época era Mário Covas, nomeado pelo então governador Franco Montoro, ambos do PMDB. E era desse partido que surgia o favorito ao pleito daquele ano, o senador Fernando Henrique Cardoso.

Disputando com ele, estava Jânio Quadros, do PTB. Candidato derrotado ao governo paulista em 1982, o ex-presidente era tido como um político ultrapassado, que teria seu quinhão de votos mas não conseguiria superar o sociólogo e professor da USP. O outro postulante era o deputado federal Eduardo Suplicy, do PT, que encarava sua primeira disputa no Executivo. Também estavam lá figuras como Francisco Rossi (PCN) e José Maria Eymael (PDC).

O PMDB surfava na onda da redemocratização e, com a prefeitura e o governo do estado nas mãos, tudo levava a crer que o partido venceria. Chico Buarque chegou a gravar no horário eleitoral uma versão da música símbolo desse período, “Vai Passar”, cujo refrão era trocado por “É Fernando Henrique olerê/É Fernando Henrique olará”. Em entrevista a Fernando Barros e Silva, o compositor justificou. “Em 1985, na eleição à prefeitura de São Paulo, eu achava que o Fernando Henrique era o único candidato da esquerda capaz de derrotar o Jânio Quadros. O PT lançou o [atual senador Eduardo] Suplicy. O que eu briguei com gente do PT - e por causa do Fernando Henrique Cardoso (risos). A candidatura do Suplicy no fim ajudou a eleger o Jânio Quadros.”

De fato, a expressiva votação do petista (20,7% dos votos válidos) mostrou que ele fez a diferença. Não à toa vários emissários de FHC, principalmente na reta final, tentaram fazer com que o PT abrisse mão da candidatura. Mas não é lógico na política que alguém que tenha esse montante de votos renuncie, ainda mais em uma eleição de turno único. A criativa campanha do partido utilizou um expediente que seria repetido em outras ocasiões, como 1989. Mostrava apoio de artistas e personalidades como se pode ver no vídeo abaixo. Nele aparecem globais como Antônio Fagundes, José Wilker e Marcos Frota; militantes históricos como Lélia Abramo e Carlito Maia, além de familiares de Suplicy, como sua então esposa Marta e a mãe Filomena .


Tudo indicava que Fernando Henrique venceria. Chegou a posar para fotos na cadeira de prefeito. Mas em um debate, Boris Casoy perguntou a ele se acreditava em Deus e o peemedebista titubeou, dizendo ter combinado com o jornalista que esse tipo de pergunta não seria feita. Não se pode atribuir apenas a isso a derrota de FHC, mas certamente o fato, que repercutiu, serviu para mobilizar os conservadores a favor de Jânio.

No vídeo a seguir, FHC passa a maior parte do seu último programa negando ser ateu, além de dizer que não fumava maconha. E não é que Regina Duarte já estava lá? Curiosamente, com o mesmo discurso do medo que apareceria na eleição de Lula contra Serra. Para pregar o voto útil, dizia que “votar no Suplicy é ajudar o Jânio”, fazendo a comparação esdrúxula com a eleição que levou Hitler ao poder, atribuindo-a à divisão dos democratas. Comparar Jânio aos nazistas é levar o “medo” às últimas e inacreditáveis conseqüências...


No dia da eleição, a boca de urna do Datafolha dava a vitória ao PMDB. Luiz Carlos Azenha, então repórter da extinta TV Manchete, conta a angústia de alguém que cobria uma eleição com apuração manual e informações desencontradas. “Uma pesquisa não-científica da Rádio Jovem Pan, baseada em entrevistas nas ruas, dava vitória de Jânio. Porém, as primeiras pesquisas de boca-de-urna do Datafolha davam vitória de FHC. E eu enrolava o público, ao vivo, diante de resultados que não batiam com os da pesquisa Datafolha.
A certa altura, os números trombavam tanto que um diretor da TV Manchete me instruiu, por telefone: 'Entrevista o diretor do Datafolha, peça para ele explicar.' Foi o que fiz. E ele: 'É que a apuração começou primeiro em bairros onde Jânio é popular. À medida em que os votos forem chegando ao TRE, de outras regiões da cidade, nosso resultado vai se confirmar.'"

Mas a realidade parecia não bater com o que previa o instituto de pesquisa. “O tempo passou. E nada da pesquisa do Datafolha bater com o resultado da contagem dos votos. Até que o diretor da TV Manchete, Pedro Jack Kapeller, ligou de novo: 'Esquece o Datafolha. Dá o resultado da apuração que o Jânio vai ganhar.' Foi o que passei a fazer. Batata. Deu Jânio Quadros e ele reservou para a TV Manchete a primeira entrevista ao vivo, no estúdio da própria emissora, na rua Bruxelas, em São Paulo”. Eleito com 39,3% dos votos válidos contra 35,3% de FHC, Jânio tomou posse, não sem antes “desinfetar a cadeira”, dizendo que “nádegas indevidas” haviam sentado naquele lugar.

Jânio venceu com uma campanha modesta, sem grandes artistas e com uma propaganda eleitoral na televisão cujos caracteres lembravam os filmes de terror B dos anos 60. A mensagem era simples: contra a corrupção, em favor da segurança, o discurso de direita populista que sempre agradou muitos segmentos da cidade de São Paulo. De fato, conseguiu vencer em bairros da zona norte, leste e parte do centro, cativando principalmente a classe média baixa, aquela que não se identifica com os pobres por conta da sua condição econômica, mas também está distante dos bairros mais nobres da cidade, como mostra análise de Antônio Flávio Pierucci aqui. Foram vitórias com mais de 40% em bairros como Vila Maria - seu tradicional reduto -, Tatuapé, Móoca, Tucuruvi, Brás e outros.


Lances inusitados

Como em toda eleição, lances curiosos aconteceram naquele pleito. Um deles foi protagonizado por Eduardo Suplicy em um debate, quando levou um coelho e uma tartaruga de pelúcia para passar o recado a Fernando Henrique Cardoso que "devagar se vai ao longe" e que acabaria superando seu adversário. Foi muito devagar.

Entre os nanicos, um se destacou. Rivailde Ovidio, do PSC, costumava utilizar seu espaço no horário eleitoral para cobrar o governo do estado. Atacava sua suposta inação e perguntava sempre no final: “Ooooonde está você, Franco Montoro?”.

terça-feira, maio 20, 2008

Vêm aí, nas próximas eleições...

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(Arte: Luciano Tasso)