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Lá está ele, Durval, o craque da camisa 4. Só que não.
Pouca gente deve ter dado bola, mas o Brasil foi campeão na noite desta quarta-feira, em
cima da Argentina, e en La Bonbonera. Trata-se, claro, do glorioso Superclássico das
Américas. O tradicional caneco ficou com a seleção canarinho pela segunda vez
em duas disputadas, esta nos pênaltis, após o 2 a 1 para a Argentina no tempo
regulamentar, resultado igual ao conquistado em terras tupiniquins.
O resultado, na
verdade, pouco importa. Se esse jogo vale de alguma coisa, é para
observar alguns jogadores novatos com a amarelinha. Começando pelo
óbvio: Durval não dá. O zagueiro deve ser o cara que mais
comemorou o único título que jamais imaginou que ganharia. O mesmo
vale para Fábio Santos e o tal Lucas Marques, lateral-direito do
Botafogo, o que demonstra a escassez de nomes para a posição. Réver
também é mais fraco do que eu imaginava e Ralph é aquele
cão-de-guarda conhecido, com boa marcação e passes de lado. Isto
posto, vamos ao jogo.
Mano entrou com uma
formação estranha com três volantes: Ralph, Paulinho e Arouca,
sendo que os dois últimos deveriam armar o jogo. Começaram muito
mal, com os dois “armadores” batendo cabeça no lado direito do
campo. Pouco depois Arouca caiu pela esquerda e se adiantou um pouco,
distribuindo melhor o time. Foi dele o passe para a melhor chance
brasileira, desperdiçada por Neymar, que parecia se questionar o
tempo todo “o que diabo eu to fazendo aqui?” - dúvida semelhante à manifestada por Durval quando soube de sua convocação.
Primeira observação:
Arouca tem passe melhor que Ramires. Merece ser testado na dupla de
volantes-que-marcam-e-jogam de Mano, ao lado de Paulinho, que fez
outra boa partida - como volante, não como armador.
Ainda no meio-campo,
chamou minha atenção a atuação ruim de Thiago Neves. Errou quase
tudo que tentou, não achou posição e pouco acrescentou. Foi
prejudicado pelo vazio na armação dos dois volantes, é
verdade, mas, com seu desempenho igualmente fraco no jogo anterior, teria gasto suas chances com este professor aqui.
Fred e Neymar foram
prejudicados pelas dificuldades da armação. Mesmo assim, o camisa
11 teve as melhores chances, como a já citada no passe de Arouca, e
deu uma arrancada maravilhosa que merecia terminar em gol. O 9, bem, fez o gol de empate numa das
poucas chances que teve. Mas é fato que Fred não se entendeu tão
bem com Neymar e seu entrosamento com Thiago Neves não ajudou muito.
No segundo tempo,
entraram Carlinhos na lateral-esquerda, criando uma opção ofensiva
pelo setor, e Jean no lugar de Arouca. O volante (são tantos...)
não ficou muito tempo no meio-campo e teve de cobrir a
lateral-direita com a lesão de Lucas. Entrou Bernard, que bem que
podia ter começado o jogo para ser melhor avaliado.
Foi Jean quem cometeu a
falta fora da área que o juizão decidiu transformar em pênalti. E
também foi ele que cobriu como o volante que é o contra-ataque
bizarro cedido pelos zagueiros, deixando o setor direito da defesa
aberto para a finalização de Scocco, que entrou no lugar do pirata
Barcos.
Nos pênaltis, Diego
Cavalieri deu passos para garantir uma vaga com uma bela defesa na
cobrança do corintiano Martinez (nota mental: avisar Tite para não
deixar o argentino cobrar pênaltis no Japão). Montillo chutou na
lua e, como Neymar não perdeu dessa vez, levamos.
Bom, foi o que se pode
arranjar sobre essa partida de validade duvidosa. Mas sem dúvida
Durval lembrará para sempre do dia em que foi campeão pela mais
vitoriosa seleção do mundo. Mais um bonito momento proporcionado
pela CBF.