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sábado, junho 15, 2013

Seleção à la Felipão e Parreira estreia com 3 a 0

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Para a cobertura da Copa das Confederações, o Futepoca está realizando uma parceria com a Rede Brasil Atual com a edição do blogue Copa na Rede. Acompanhe por lá nossos posts sobre o evento.

Neymar fez um baita golaço (Jefferson Bernardes/Vipcomm)

Gol de Neymar logo aos 3 minutos do primeiro tempo e boa marcação do Brasil tornaram fácil a vitória. Paulinho e Jô completaram o placar

Por Frédi Vasconcelos

Jogos de Brasil e Japão costumam ter muita marcação, uma correria danada e contra-ataques perigosos por conta dos nipônicos. Mas o gol de Neymar logo aos 3 minutos do primeiro tempo desmontou esse enredo. Toque de peito de Fred e um chute de fora da área que entrou perto do ângulo, sem chance para o goleiro Kawashima, que passou o resto do primeiro tempo praticamente sem pegar na bola.

Porque o Brasil voltou a lembrar a seleção de 1994, de Parreira, muito toque de lado e posse de bola, que chegou a 70% no primeiro tempo. Causado em parte pela marcação do time japonês, que concentrava a maioria dos jogadores no meio de campo. Mas as chances foram poucas dos dois lados, porque o Brasil também defendia com oito jogadores, só deixando Fred e Neymar mais adiantados. Oscar, às vezes, virava um terceiro volante. Ou segundo, porque muitas vezes Luiz Gustavo recuava e fazia o terceiro zagueiro, esquema usado por Felipão em 2002. O primeiro tempo acabou sem muita emoção, mas quase sem risco para o Brasil, com boa defesa e atuação segura de Júlio César nas poucas bolas chutadas pelos japoneses.

No início da etapa complementar novo gol. Bola vem da direita, zaga do Japão não corta e sobra para Paulinho, sozinho na área, finalizar. Acalmado, a partir daí o Brasil domina a partida totalmente e as jogadas começam a aparecer pelas pontas, principalmente com Neymar e Oscar, que passa a ajudar pela esquerda.

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domingo, junho 02, 2013

Brasil 2 x 2 Inglaterra: Felipão dá a batuta a Neymar

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Neymar teve liberdade no primeiro tempo e foi bem (Foto: Bruno de Lima/Lancepress)
O Brasil fez um primeiro tempo surpreendentemente bom contra a Inglaterra para um time com pouco tempo de trabalho. Especialmente no primeiro tempo, quando criou uma penca de chances e consagrou o goleiro Hart, melhor do britsh team. O time teve 27 finalizações, sete delas de Neymar, o que mostra força ofensiva. Mas faltou botar pra dentro, claro.

Felipão armou um esquema todo voltado para Neymar, com a 10 às costas. Botou Hulk pela esquerda, Oscar pela direita e Fred na centroavância para deixar um espaço enorme para a flutuação do ex-santista. Nesse sentido, deu certo: Neymar jogou bem e criou as principais chances da seleção.

Não deixa de ter suas idiossincrasias, porém. Hulk ganhou fama jogando pela direita, onde corta pro meio e usa a potente canhota. Foi para a esquerda, não sei bem por que. Do outro lado, Oscar demorou um pouco a se adaptar à função de ponta, que criou uma dinâmica curiosa e pouco proveitosa com Daniel Alves, em que o rapaz do Chelsea, armador por natureza, ia para a linha de fundo e o lateral do Barça fechava como armador. Estranho.

A armação foi também um pepino da coisa. Paulinho não se achou, talvez pela insistência de Felipão na importância da marcação para os volantes, e pouco contribuiu para a criação de jogadas. Luiz Gustavo até foi melhor no quesito, mas não parece ser a sua. Com Oscar aberto na direita, o sacrifício mais doloroso do esquema feliponesco, a transição ofensiva enroscou um pouco, bastante atrapalhada também pela forte marcação dos ingleses.

Na segunda etapa, Felipão colocou Hernanes ao lado de Paulinho, naquela que seria minha dupla de volantes. A qualidade dos dois apareceu nos gols brasileiros, um de Fred em sobra de chute de Hernanes e outro em belo voleio do corintiano. Marcelo também entrou e deu muito mais qualidade na ala esquerda, mostrando que também é titular.

Depois do primeiro gol, no entanto, a Inglaterra lembrou que podia atacar e começou a criar chances. Apareceu aí certa fragilidade do setor defensivo e dois gols ingleses, um de Chamberlein e outro de Rooney, que podia vir jogar no Corinthians. Duas jogadas que mostram certa frouxidão na marcação dos jogadores de meio.

O time de Felipão mostrou coisas boas, especialmente quando deixou Neymar jogar. Faltam uns ajustes, definir os titulares e deixar o povo se entender dentro de campo. Não será um time genial, mas dá pra ganhar uns joguinhos.

domingo, maio 12, 2013

Corinthians 2 x 1 Santos: primeiro round é do Timão

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Paulinho jogou bola pra caramba e trouxe o time com ele (Foto: Rodrigo Coca/AE)

A vitória do Corinthians sobre o Santos foi boa por vários motivos, e complicada por pelo menos um. Primeiro, ganhar do Santos é sempre bom. Segundo, o Timão jogou bem, o que não fazia há muito tempo. Contou com uma bela atuação de Paulinho, principal esteio dos melhores momentos do time no ano passado – dois pontos que trazem bons augúrios para o jogo de quarta contra o Boca. O problema, não pequeno, é que a grande superioridade do time no primeiro tempo não se traduziu em uma vantagem maior, sendo os 2 a 1 totalmente reversíveis para o Santos em seus domínios.

Com a mesma formação que passou jogando mal contra o São Paulo, o Timão resgatou a organização coletiva e impôs ao Santos uma marcação pesada na saída de bola. Danilo, Romarinho, Guerrero e Sheik fechavam todas as saídas e criavam chances, em ordem decrescente de boas participações. O domínio foi amplo, até criou chances de gol e levou a um número no mínimo impactante de nove escanteios a favor e nenhum contra em vinte minutos, segundo o Juca Kfouri. Mas bola na rede mesmo só aos 41 minutos, com Paulinho, após passe de Danilo. Na boa, se tivesse virado 3 a 0 não seria nenhum exagero, ainda mais se levarmos em conta um pênalti (que entendo quem questionar) de Dracena em Romarinho.

Diga-se que a vantagem paulistana teve ajuda de Muricy Ramalho, que errou ao escalar um time com quatro volantes e nenhum meia. Apostou em Marcos Assunção na armação e não deu certo. Na segunda etapa, voltou com Felipe Anderson, que foi armar pela esquerda e dividir as atenções de Ralph. Assim, Neymar ficou no mano a mano contra Alessandro, que sem a cobertura rápida de Gil não teria aguentado o tranco.
Tite mexeu duas vezes: colocou Edenilson no lugar de Romarinho para ajudar na marcação do 11 santista e trocou Guerrero por Pato. Na minha opinião, pelo menos um equívoco aí, já que Romarinho fazia partida muito boa e Sheik nem tanto, e leva minha raiva por perder pelo menos um gol na cara de Rafael que Pato fatalmente teria guardado. Além disso, quem já leu alguma de minhas mal-digitadas nos últimos tempos sabe que Pato e Guerrero, os dois artilheiros do time, devem jogar juntos e o treinador que se vire para fazer funcionar.

Com tudo isso, o jogo se equilibrou e deve ter ficado muito bom para o observador neutro, com chances de gol para os dois lados. De minha parte, a coisa ficou mais interessante lá pelos 30 minutos, quando uma bola rebatida na área sobrou para Paulo André, que encheu o pé e abriu 2 a 0. E voltou a ficar meio chatão aos 38 minutos, quando Durval subiu no meio da zaga e marcou de cabeça. Não foi o primeiro gol de cabeça levado por essa defesa esse ano. No meio disso teve um outro pênalti discutível em Alessandro, esse feito por Leo, que bateu mais do que jogou. E foi isso.

Assim foi e o Corinthians leva a vantagem do empate para o jogo da Vila Belmiro. O que é bacana, mas longe de garantir alguma coisa. Leva também um impulso anímico importante para o jogo contra o Boca, pela moral, pelo resgate de Paulinho e da marcação adiantada, e por Romarinho fazer sua primeira partida mais convincente como meia. É bom sinal por agora, mas é preciso manter uma curva ascendente e melhorar a cada jogo se quisermos manter chances de ganhar alguma coisa esse ano.

sábado, abril 06, 2013

Brasil sacola a frágil Bolívia com dois de Neymar

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Neymar botou dois na conta e uma bola na trave (Foto: Aizar Raldes/AFP)

Com um primeiro tempo divertido e um segundo tempo de muitas experiências, o amistoso entre Brasil e Bolívia, em Santa Cruz de La Sierra, foi excelente programa para deixar passar a ressaca na tarde deste sábado. Acabou num 4 a 0, primeira vitória de Felipão na nova fase, fruto em grande parte da extrema fragilidade dos bolivianos, oitavos colocados nas eliminatórias para a Copa 2014 e praticamente sem carimbo para visitar o Brasil ano que vem.

Com dois gols marcados, dribles e boas tabelas, Neymar foi o destaque da partida. Outro foi Ronaldinho Gaúcho, que jogou muito bem, protegeu a bola, limpou as jogadas e deu belos passes. Foi o grande organizador do time em sua primeira atuação convincente com a camisa amarela em um bom tempo. De uma tabela entre os dois saiu o tento mais bonito da peleja, o terceiro. Damião fez um gol – e como centroavante, é isso que dele se espera. Os dois últimos ganharam pontos na disputa por vaga no grupo da Copa das Confederações.

Os defensores Rever e Dedé foram muito pouco exigidos, mas corresponderam. André Santos até participou de algumas boas jogadas no ataque, mas deixou espaços na zaga e forçou lances de habilidade em momentos equivocados. Outro que sai valorizado é Jean, que teve atuação correta na lateral-direita. Como joga também de volante e até arrisca de meia, a polivalência é seu trunfo para estar no grupo.

Na meia cancha, Paulinho também se destacou, marcando, armando e chegando ao ataque com competência. Impressiona a enorme faixa de campo em que atua. Seu vizinho Ralph errou alguns passes no início, mas se acalmou e melhorou. Faltou Jadson, que foi bem, deu assistência par ao primeiro de Neymar e participou do lance do primeiro tento. Mas sumiu em certos momentos e não conseguiu armar nada na segunda etapa, quando o fardo foi lançado sobre seus ombros com a saída de Gaúcho.

Sobre a segunda etapa, pouco haveria a dizer, não fossem tantas as substituições. Com a vantagem estabelecida, os brasileiros desaceleraram de forma preguiçosa, permitindo ao ataque boliviano demonstrar toda a sua fraqueza. Felipão trocou de monte: Neymar por Osvaldo, que se mexeu bastante e levou perigo; Damião por Pato, que pouco fez, mas pode alegar que a leseira coletiva não deixou a bola chegar até ele; Gaúcho por Leandro, que jogou pouco mas deixou o dele na única jogada bem tramada dos 45 minutos finais; e Dedé por Dória, que mal vi em campo.

Felipão parece estar começando a se entender melhor no novo cargo. Resta saber se Gaúcho consegue jogar no mesmo nível contra marcações mais fortes. Se sim, deve ganhar com méritos a vaga na armação central e resolver o maior pepino do time desde os tempos de Mano.

Malandragem, dá um tempo – o jogo foi marcado pelas federações brasileira e boliviana com o nobre pretexto de destinar sua renda para a família do menino Kevin Espada, morto na partida entre San José e Corinthians. No entanto, o pessoal do país de Evo Morales deu uma de esperto e inclui outros dois destinos para a arrecadação: os jogadores da seleção boliviana campeã da Copa América em 1963 e, surpresa, ela mesma, a confederação. Os pais lamentaram o uso do nome do menino para promover a partida. Feio.

terça-feira, dezembro 25, 2012

Nós estávamos todos lá

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Não podia haver melhor oportunidade para a inauguração do novo estádio do Corinthians, ao extremo leste de São Paulo. Parece que foi ontem... ou foi ontem? Foi ontem mesmo, eu estava lá, junto com mais de 30 milhões de gaviões, na maior lotação de um estádio da história da humanidade. Antes, já tinham lotado o terminal, com samba, suor e cerveja, para ir ao jogo. Depois, a vitória magra sobre o Al Ahly foi uma dose de má cachaça na fuça dos jogadores – ou mesmo a derrota pros reservas do São Paulo. A final seria em casa, mas contra o perigosíssimo São Caetano. 

Corinthians e São Caetano jogam parecido, diz-se, mas se o primeiro é tido como uma equipe sem estrelas, o segundo tem craques de várias seleções, como a inglesa ou a brasileira. O Azulão chegou ao mundial armando uma retranca furiosa contra o invencível Barcelona. O Corinthians venceu o tradicional papão Boca Juniors com um gol urdido por seu maior símbolo, o imortal Sócrates. 

Pouca gente conhece essa história. Quando o Corinthians foi fundado, em 1910, um palmeirense muito poderoso leu o futuro nas tripas de um porco morto na segunda lua minguante do ano (uma segunda-feira), e proferiu a seguinte maldição: “Só um grande líder grego levará os Corintos a dominarem o continente. Ele terá a sua chance, se falhar, legará as trevas aos seus descendentes”. Quando Sócrates chegou ao clube, os conhecedores da profecia sabiam que ele era o ungido. Sócrates lançou sua luz muito além dos gramados, falou a todos de seu tempo e ganhou o Brasil com uma mensagem de igualdade e democracia. Conquistou um lugar único na história do país, mas não um título nacional. 

Os anciãos corintianos não tinham dúvida: o tempo passara. Não podiam dizer isso aos mais novos, mas o Corinthians jamais seria campeão da América. A morte de Sócrates antes mesmo da partida final do Brasileiro de 2011 veio como um luto profundo para toda a nação.

Naquela noite sonhei com um dos profetas corintianos mais poderosos que conheci: o velho Diógenes Budney me apareceu com o seu sorriso calmo, fumava um cigarro feito a mão, ergueu a sobrancelha e apontou com o nariz para um lugar atrás de mim, voltei-me, e vi o Magrão aquecendo, cabeceando a bola que um companheiro lhe lançava. Um sentimento de paz onírica me tomou. Corta para o profeta Diógenes, que pronuncia “um simples estrogonofe não atingiria o Doutor”. Acordei angustiado. 

O Timão levou o título nacional e qualificou-se para a Libertadores 2012. Os jogos foram se sucedendo sem que o time perdesse. Era questão de tempo. O time esteve a ponto de cair diante do Vasco e do Santos, mas ultrapassou todos os adversários e enfrentaria o grande carrasco dos times brasileiros, o terrível Boca. Na Bombonera, o menino Romarinho marcou em jogada que passou pelos pés de Paulinho e Emerson, o Sheik, e o resultado foi um empate. No Pacaembu, bastava tomar um gol para o sonho acabar, e ele fatalmente viria. 

Até que surgiu uma falta próxima da lateral direita no ataque corintiano. Parecia ser uma jogada ensaiada: Alex bateu na cabeça de Jorge Henrique, que pelo jeito deveria cabecear pra trás, jogando a bola no centro da área. Foi quando aconteceu o milagre. JH até que cabeceou direitinho, mas a bola estranhamente subiu demais, saiu da tela, atraída por flagrante antigravidade. Dá pra ver no vídeo que um facho de luz desceu junto com a pelota, desviando a parábola, ela foi parar fora da pequena área. Danilo se viu obrigado a buscar a bola de costas para a meta boquense, mas naquele momento ele já era apenas um veículo, um cavalo para que o gênio de Sócrates se manifestasse uma última vez, deu o calcanhar perfeito que colocou na cara do gol o Emerson (até esse momento eu não tinha reparado como ele é a cara do Casagrande), que pôs pra dentro. 

Ele estava lá, e se manifestou para nós. 

Um arrepio correu meu corpo, revi o sorriso do velho Budney, tudo ficou claro: Sócrates precisou morrer para poder jogar a final da Libertadores. A maldição está quebrada, o Corinthians é campeão da América. 

Os profetas corintianos que consultei não souberam ou não quiseram ou não podiam me dizer nada sobre a final do Mundial contra o São Caetano. A opção estratégica de Tite foi clara: remontar o time da final da Libertadores. Um time guerreiro, coeso, que dificilmente toma gols e que é capaz de atropelar qualquer adversário. Mais que isso, um time iluminado, que teria ao seu lado 86.767 mães e pais de santo, além de padres, pastores, pajés, sacerdotes de todos os credos. Em campo, o Timão faria uma parte, mas de nada valeria sem a adequada configuração astral, sem o alinhamento dos planetas, o mesmo que segundo profetas de outros setores reconhecidamente levaria ao propalado fim do mundo. A maneira de evocar essas forças seria recolocar as peças em consonância com as estrelas: sim, Jorge Henrique tinha que entrar. 

Apesar de disputar em igualdade o território, o São Caetano criava chances muito mais perigosas que o Corinthians. Cássio foi o salvador, muito por suas qualidades de goleiro, mas muito também por sorte, pois alguns tiros, se desferidos sem nervosismo, fatalmente entrariam. 

Foi o calcanhar de Paulinho que evocou o Doutor dessa vez, novamente a cabeça de Jorge Henrique toca a bola, Paulinho cruz a área, Danilo toma a bola e chuta mascado, ela sobra para a cabeça de Paolo Guerrero. Um gol do Peru, um gol de Natal, um gol presente, gol de renovação.  

Em noite de São Jorge, gol do Guerrero. 

Gol de São Jorge.  

O Corinthians é bicampeão do mundo. Desta vez, foi campeão passando pela Libertadores. 

Um mundo acabou ali. O próximo mundo, que começou agora, é corintiano.  

quinta-feira, novembro 22, 2012

Durval é Campeão! Brasil é bi do Superclássico das Américas

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Lá está ele, Durval, o craque da camisa 4. Só que não.

Pouca gente deve ter dado bola, mas o Brasil foi campeão na noite desta quarta-feira, em cima da Argentina, e en La Bonbonera. Trata-se, claro, do glorioso Superclássico das Américas. O tradicional caneco ficou com a seleção canarinho pela segunda vez em duas disputadas, esta nos pênaltis, após o 2 a 1 para a Argentina no tempo regulamentar, resultado igual ao conquistado em terras tupiniquins.

O resultado, na verdade, pouco importa. Se esse jogo vale de alguma coisa, é para observar alguns jogadores novatos com a amarelinha. Começando pelo óbvio: Durval não dá. O zagueiro deve ser o cara que mais comemorou o único título que jamais imaginou que ganharia. O mesmo vale para Fábio Santos e o tal Lucas Marques, lateral-direito do Botafogo, o que demonstra a escassez de nomes para a posição. Réver também é mais fraco do que eu imaginava e Ralph é aquele cão-de-guarda conhecido, com boa marcação e passes de lado. Isto posto, vamos ao jogo.

Mano entrou com uma formação estranha com três volantes: Ralph, Paulinho e Arouca, sendo que os dois últimos deveriam armar o jogo. Começaram muito mal, com os dois “armadores” batendo cabeça no lado direito do campo. Pouco depois Arouca caiu pela esquerda e se adiantou um pouco, distribuindo melhor o time. Foi dele o passe para a melhor chance brasileira, desperdiçada por Neymar, que parecia se questionar o tempo todo “o que diabo eu to fazendo aqui?” - dúvida semelhante à manifestada por Durval quando soube de sua convocação.

Primeira observação: Arouca tem passe melhor que Ramires. Merece ser testado na dupla de volantes-que-marcam-e-jogam de Mano, ao lado de Paulinho, que fez outra boa partida - como volante, não como armador.

Ainda no meio-campo, chamou minha atenção a atuação ruim de Thiago Neves. Errou quase tudo que tentou, não achou posição e pouco acrescentou. Foi prejudicado pelo vazio na armação dos dois volantes, é verdade, mas, com seu desempenho igualmente fraco no jogo anterior, teria gasto suas chances com este professor aqui.

Fred e Neymar foram prejudicados pelas dificuldades da armação. Mesmo assim, o camisa 11 teve as melhores chances, como a já citada no passe de Arouca, e deu uma arrancada maravilhosa que merecia terminar em gol. O 9, bem, fez o gol de empate numa das poucas chances que teve. Mas é fato que Fred não se entendeu tão bem com Neymar e seu entrosamento com Thiago Neves não ajudou muito.

No segundo tempo, entraram Carlinhos na lateral-esquerda, criando uma opção ofensiva pelo setor, e Jean no lugar de Arouca. O volante (são tantos...) não ficou muito tempo no meio-campo e teve de cobrir a lateral-direita com a lesão de Lucas. Entrou Bernard, que bem que podia ter começado o jogo para ser melhor avaliado.

Foi Jean quem cometeu a falta fora da área que o juizão decidiu transformar em pênalti. E também foi ele que cobriu como o volante que é o contra-ataque bizarro cedido pelos zagueiros, deixando o setor direito da defesa aberto para a finalização de Scocco, que entrou no lugar do pirata Barcos.

Nos pênaltis, Diego Cavalieri deu passos para garantir uma vaga com uma bela defesa na cobrança do corintiano Martinez (nota mental: avisar Tite para não deixar o argentino cobrar pênaltis no Japão). Montillo chutou na lua e, como Neymar não perdeu dessa vez, levamos.

Bom, foi o que se pode arranjar sobre essa partida de validade duvidosa. Mas sem dúvida Durval lembrará para sempre do dia em que foi campeão pela mais vitoriosa seleção do mundo. Mais um bonito momento proporcionado pela CBF.

quinta-feira, julho 26, 2012

Corinthians 2 x 0 Cruzeiro: O que vamos fazer nesse campeonato?

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Chicão fez o primeiro e Paulinho completou o placar (Leonardo Soares/Uol)


O Corinthians venceu o Cruzeiro por 2 a 0 na noite desta quarta-feira, no Pacaembu, e manteve boa sequencia, algo interrompida com o empate frente à Lusa no sábado. Os gols foram de Chicão, cobrando pênalti sofrido por meu desafeto Jorge Henrique, que jogou bem, e Paulinho, num pertardo de fora da área que entrou no ângulo de Fábio, já nos acréscimos.

Eu perdi o primeiro tempo, que segundo a crônica, foi marcado por domínio corintiano e grandes defesas de Fábio. No segundo, O Timão começou bem, o Cruzeiro equilibrou e os donos da casa recuaram para tentar os contra-ataques. Os alvinegros criaram algumas chances e não sofreram tanto com Montillo e cia.

A situação do Corinthians segue indefinida no campeonato. Dois interesses restam: não cair e levantar a taça. O primeiro será facilmente alcançado. Já o segundo depende de muitos fatores, como tropeços de um monte de gente hoje no pelotão da frente. Na real, acho muito difícil.

Não é uma situação nova – nem exclusividade do Timão nesse ano. Santos e Palmeiras também amargam as ressacas dos torneios do primeiro semestre, cujas fases finais se sobrepõem ao início do campeonato nacional. E tem sido cada vez mais comum os vencedores da primeira metade do ano serem coadjuvantes na segunda, e vice-versa.

O problema, penso eu, é de calendário. Funcionaria melhor se os campeonatos fossem disputados de forma mais espaçada, se espalhando pelo ano, e terminando todos mais ou menos na mesma época. Os clubes poderiam passar a fazer planejamentos (assumindo que eles façam algum, claro) de fato para o ano, e não para seis meses.

Além disso, diminui a vontade de sair de jogadores como Leandro Castán, que esperou acabar a Libertadores. Se ela durasse o ano todo, o clube teria mais argumentos para o jogador e seus empresários. Faz sentido?

quinta-feira, junho 28, 2012

Tranquila, só Yaya

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Esposa do amigo e grande músico Peter Pas, a harpista Soledad Yaya é a única campeã antecipada da América: torce pro Boca e pro Corinthians. Só ela tem paz em casa.

quinta-feira, maio 24, 2012

Quando alguns segundos valem mais que o jogo inteiro

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A expressão “jogo de xadrez” costuma ser muita usada para definir uma partida disputada, pegada, na qual fica difícil fazer algum prognóstico com a bola rolando. Mas poucas partidas de xadrez de alto nível são decididas em um lapso, em um lance impetuoso ou com voluntarismo e pitadas de sorte. Ontem, nas duas partidas da Libertadores, com cenários totalmente distintos, foram necessários poucos segundos para que fossem definidos os dois primeiros semifinalistas do torneio.



Na que abriu a noite, entre Fluminense e Boca Juniors, os argentinos foram subjugados na maior parte dos 90 minutos da peleja. A marcação do Fluminense, em especial de Edinho, sobre Riquelme, fez com que o craque portenho sumisse durante quase todo o jogo. Quase. Uma folguinha dada ao craque adversário, daquelas que acontecem no fim do jogo, como a que permitiu que Maradona fizesse seu único lance contra a seleção brasileira, na Copa de 1990, foi suficiente. Riquelme respirou e pôde tocar para Rivero, que finalizou, resultando no gol de Santiago Silva, o grosso artilheiro que faz as vezes que Palermo já fez um dia.

O Boca precisou jogar um pouco mais que o Fluminense por alguns minutos, na parte derradeira da partida, para eliminar os cariocas. Se jogando mal eles ganham, imagine jogando bem?, refletem os argentinos. E os brasileiros deitam no divã.

Na peleja seguinte, Diego Souza, que leva consigo a fama de desaparecer em decisões, apareceu. Sozinho como nunca havia acontecido com o Corinthians de Tite, do meio de campo até a área. Mas tremeu diante de Cássio, arqueiro que parecia pedir pra tomar gol, performance coroada com o passeio para a caça de borboletas no último lance vascaíno da partida. Goleiro tem que ter sorte também, diria o filósofo. E não se perdoa quem perde um gol desses. A bola pune, como diria outro pensador.



Puniu justamente naquele tipo de lance de fim de jogo, quando os marcadores já não aguentam mais marcar. Porque foram quase 180 minutos em que a marcação foi a tônica, de lado a lado. O cerco vacilou, Paulinho fez. Diego Souza, não. E essa foi quase toda a diferença.