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A Proteste – Associação de Consumidores testou
as dez marcas de cachaça mais vendidas no Brasil e metade delas
foi reprovada por terem apresentado índices de carbamato de etila
acima do que seria razoável. O composto é classificado como
possível agente causador de câncer pela Organização Mundial da
Saúde.
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A marvada exige mais respeito |
As marcas que não passaram no teste foram Ypióca
Prata, Pitú, Salinas, Pedra 90 e 7 Campos de Piracicaba, que
apresentaram entre 165µg/l (microgramas por litro) e 755µg/l da
substância. O valor estipulado pelo Ministério da Agricultura e
Pecuária (Mapa) é de até 150µg/l, mas as empresas têm prazo até
2014 para se adequar a esse índice. De acordo com este
trabalho
aqui, “o carbamato de etila é um composto formando em
alimentos como pão, iogurte, vinho, cerveja e também em bebidas
destiladas como a cachaça. (...) São várias as vias para a
formação do carbamato de etila em bebidas destiladas. A principal
consiste na reação do etanol com compostos nitrogenados, tais como
uréia, fosfato de carbamila, cianeto e aminoácidos.”
As
explicações dos fabricantes foram variadas para justificar a
reprovação, como consta nesta
matéria. A Ypióca informou que o lote da amostra utilizada no
teste é de março, data anterior à adequação que teria sido feita
na ocasião em que a empresa foi adquirida pela Diageo. O Grupo
Salinas também diz que o teor de 165µg/l identificado no teste se
refere à safra anterior a 2011 e que, desde essa época, os produtos
já estão de acordo com a legislação.
A Pitú repeliu “a conclusão drasticamente
adotada pela Proteste” no teste com cachaças e disse que, “apesar
da inexistência no Brasil de uma obrigação normativa para
obediência ao nível máximo de carbamato de etila em bebidas
alcoólicas, a Pitú orgulha-se de ter alcançado
limites inferiores a 150µg/l em 97,3% de sua
produção que é submetida e aprovada em testes qualitativos pelos
diversos países para onde vem sendo exportada, principalmente no
Canadá, que legalmente estabeleceu o limite em 150µg/l”.
A Industrial Boituva de Bebidas, dona da marca 7
Campos de Piracicaba, diz que um laudo do Mapa, do fim de abril de
2012, atesta que o produto atende à legislação vigente. Por fim, a
empresa detentora da marca Pedra 90 “vem estudando esta questão
com bastante responsabilidade no Brasil, (…) e executa a coleta de
mais de 500 amostras de cachaça, que serão representativas de nossa
verdadeira posição quanto a este problema”.
No teste, a Sagatiba foi a que apresentou o menor
índice de carbonato de etila, menos de 50 µg/l. Também foram
aprovadas as marcas São Francisco, Seleta, Pirassununga 51 e Velho
Barreiro. Foram avaliados ainda pela Proteste o grau de arsênio,
cobre e chumbo, metais comuns a essas bebidas e, para sorte do
consumidor, as dez marcas foram bem avaliadas.