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sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Cinco marcas de cachaça são reprovadas pela Proteste

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A Proteste – Associação de Consumidores testou as dez marcas de cachaça mais vendidas no Brasil e metade delas foi reprovada por terem apresentado índices de carbamato de etila acima do que seria razoável. O composto é classificado como possível agente causador de câncer pela Organização Mundial da Saúde.

A marvada exige mais respeito
As marcas que não passaram no teste foram Ypióca Prata, Pitú, Salinas, Pedra 90 e 7 Campos de Piracicaba, que apresentaram entre 165µg/l (microgramas por litro) e 755µg/l da substância. O valor estipulado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é de até 150µg/l, mas as empresas têm prazo até 2014 para se adequar a esse índice. De acordo com este trabalho aqui, “o carbamato de etila é um composto formando em alimentos como pão, iogurte, vinho, cerveja e também em bebidas destiladas como a cachaça. (...) São várias as vias para a formação do carbamato de etila em bebidas destiladas. A principal consiste na reação do etanol com compostos nitrogenados, tais como uréia, fosfato de carbamila, cianeto e aminoácidos.”

As explicações dos fabricantes foram variadas para justificar a reprovação, como consta nesta matéria. A Ypióca informou que o lote da amostra utilizada no teste é de março, data anterior à adequação que teria sido feita na ocasião em que a empresa foi adquirida pela Diageo. O Grupo Salinas também diz que o teor de 165µg/l identificado no teste se refere à safra anterior a 2011 e que, desde essa época, os produtos já estão de acordo com a legislação.

A Pitú repeliu “a conclusão drasticamente adotada pela Proteste” no teste com cachaças e disse que, “apesar da inexistência no Brasil de uma obrigação normativa para obediência ao nível máximo de carbamato de etila em bebidas alcoólicas, a Pitú orgulha-se de ter alcançado limites inferiores a 150µg/l em 97,3% de sua produção que é submetida e aprovada em testes qualitativos pelos diversos países para onde vem sendo exportada, principalmente no Canadá, que legalmente estabeleceu o limite em 150µg/l”.

A Industrial Boituva de Bebidas, dona da marca 7 Campos de Piracicaba, diz que um laudo do Mapa, do fim de abril de 2012, atesta que o produto atende à legislação vigente. Por fim, a empresa detentora da marca Pedra 90 “vem estudando esta questão com bastante responsabilidade no Brasil, (…) e executa a coleta de mais de 500 amostras de cachaça, que serão representativas de nossa verdadeira posição quanto a este problema”.

No teste, a Sagatiba foi a que apresentou o menor índice de carbonato de etila, menos de 50 µg/l. Também foram aprovadas as marcas São Francisco, Seleta, Pirassununga 51 e Velho Barreiro. Foram avaliados ainda pela Proteste o grau de arsênio, cobre e chumbo, metais comuns a essas bebidas e, para sorte do consumidor, as dez marcas foram bem avaliadas.

sexta-feira, junho 10, 2011

Anísio Santiago ganha briga e volta a ser Havana

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Tô atrasado para a comemoração. Mas isso não é motivo para celebrar.

Os herdeiros do que talvez seja o maior patrimônio cachaceiro do Brasil venceram uma disputa jurídica que se arrastava havia mais de uma década. A Fazenda Anísio Santiago conquistou o direito de voltar a engarrafar sua preciosa marvada de cana java, constituída em Salinas, norte de Minas Gerais, com o nome de Havana.

A marca de rum Havana Club havia interposto impedimentos por considerar que tinha registro de aguardentes de cana no país. Só que a regra é clara: cachaça não é rum, nem vice-versa. E o mito da Havana pode reviver em paz.

Deu certo. Mas não a tempo de evitar que seu Anísio assistisse e evitasse o desgosto de morrer sem poder engarrafar uma última Havana. Ele passou desta para a melhor (provavelmente em um lugar onde há cachaça sem precisar plantar... ou o contrário, pode-se produzir sem precisar vender) em 2002.


Um ano antes, a empresa passou a usar o próprio nome do fundador, mestre-cachaceiro e administrador da fazenda, para o rótulo. Uma liminar de 2005 já permitia a adoção do nome Havana. Mas sem uma definição e passados quatro anos martelando junto aos consumidores que o nome havia mudado, a opção foi esperar.

Tudo resolveu-se em uma decisão de 2 de junho do juiz Renato Martins Prates, da 8ª Vara Federal de Belo Horizonte. Ele considerou inválida a decisão do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) que, em janeiro de 2001, recusou-se a conceder o registro do nome Havana para a-que-matou-o-guarda do norte de Minas.

O Inpi tem 30 dias para proceder o registro. A Havana Club Holding S/A pode recorrer ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Note-se que o órgão de patentes no país é ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), cujo titular é o mineiro Fernando Pimentel.

Em uma semana em que ganhou fôlego a proposta de fazer da caipirinha a bebida oficial da Copa do Mundo de 2014, sobram motivos para brindar. Ainda mais porque os hotéis das 12 cidades-sede receberão, do Senac, sugestões de cartas de cachaça e de caipirinha.

E a festa pode ser com uma Anísio Santiago, com uma Havana ou até com uma caipirinha (de qualquer outra pinga, menos das citadas anteriormente). Mas uma de cada vez, por favor.

segunda-feira, junho 30, 2008

Cachaça, em Salinas, é cultura, mas igrejas pegam no pé

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Por Brunna Rosa

A vereadora Edna Sarmento Barros (PDT), de Salinas, Minas Gerais, concedeu esta entrevista durante o Seminário do Plano Nacional de Cultura, em Belo Horizonte. Falou sobre o primeiro vestibular no mundo para fabricação de cachaça, o impacto da alta produtividade do líquido etílico na vida da cidade, além do selo de reconhecimento de Indicação de Origem Geográfica.

Futepoca – O município de Salinas é muito conhecido por sua cachaça. Qual o seu diferencial de outros municípios produtores?
Edna Sarmento Barros –
Um dos principais pólos produtores de cachaça do Brasil é Salinas. Atualmente, a produção anual atinge 5 milhões de litros, sendo comercializada por cerca de 50 marcas, algumas de renome nacional e internacional. Como exemplo, cito a Havana-Anísio Santiago, reconhecida patrimônio cultural imaterial de Salinas por meio do Decreto Municipal nº. 3.728/2006, Erva Doce, a Asa Branca, a Indaiazinha, Peladinha, Canarinha, Fabulosa, Monte Alto, Lua Cheia, Salineira, Seleta, Boazinha, Cubana, Boazinha, Sabor de Minas, Salinas, Terra de Ouro e outras.
Temos também a Escola Agrotécnica Federal de Salinas, o primeiro lugar do mundo a ter vestibular para Curso Superior de Tecnologia em Produção de Cachaça. Neste ano, a primeira turma já vai se formar e é uma honra para nós sabermos que vão continuar a tradição e a cultura de nossa cidade. Por aqui, a cachaça é tão importante que é nosso vinagre: temperamos as carnes com a cachaça. Recomendo que experimentem, é outro sabor!
O diferencial mesmo de Salinas é o solo onde a cana é produzida, segundo pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), não só como é armazenada a cachaça. E isso é tão importante para nós que já temos até selo, "Cachaça é Cultura".

Futepoca – O selo que a senhora se refere é ao de produção local?
Barros –
A Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Salinas (Apacs) conquistou recentemente o selo que indica o reconhecimento de Indicação de Origem Geográfica pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O certificado comprova a procedência geográfica, agregando reputação e inibe falsificação. Tem muitas pessoas que produzem a cachaça em outras cidades e vem engarrafar em Salinas. Agora, com o selo, garante-se a origem exclusiva dos produtores locais, beneficiando e protegendo as marcas do município.
No Brasil, no setor de cachaça, somente a cidade de Paraty (RJ) possui o certificado outorgado pelo órgão federal. O município é um dos mais antigos pólos produtores de cachaça.
Outro fato interessante é que Salinas também terá um museu da cachaça. A prefeitura de Salinas e a Secretaria de Estado da Cultura firmaram Termo de Cooperação Cultural para a criação do museu no município com R$ 4 milhões. Serão feitas pesquisas históricas e antropológicas, catalogação de acervos, inventários de bens culturais relacionados ao mundo da cachaça. Em 2007, os produtores de Salinas recolheram R$ 1,042 milhão de ICMS, imposto de competência estadual, ao erário mineiro.
Assim, ter a indicação geográfica na produção de cachaça ao município de Salinas é reconhecer os produtores que há muito tempo produzem uma cachaça de ótima qualidade. Mas, também tem problemas a exploração da produção de cachaça.

Futepoca – Quais problemas a senhora apontaria?
Barros –
As crianças estão bebendo cada vez mais cedo. A igreja, principalmente a presbiteriana, está pegando no pé. A vantagem mesmo é a economia, mas agora as instituições públicas precisam cuidar da saúde.

Cartaz do II Festival Mundial da Cachaça 2008, em Salinas (MG)
Cartaz do II Festival Mundial da Cachaça 2008, em Salinas (MG)


Futepoca – Como estão os preparativos em Salinas para sediar o Festival Mundial de Cachaça?
Barros –
Entre os dias 11 a 13 de julho, Salinas será sede do VII Festival Mundial de Cachaça e fará justiça ao apelido de "Capital Mundial da Cachaça". O nosso diferencial é o processo de fabricação dos produtores da região é exclusivamente artesanal, o fermento utilizado é biológico. Será um grande evento, com mais de 78 expositores, para o qual tenho o prazer de convidar todos os apreciadores de cachaça!