Destaques

Mostrando postagens com marcador 51. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 51. Mostrar todas as postagens

terça-feira, março 05, 2013

Tubo e cartão de crédito pode, pinga não

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Misturando os princípios fundamentais defendidos por nosso blog, a diretoria do Santos adotou política contra a cachaça na publicidade aplicada ao futebol. Procurada pela fabricante da popular cachaça Pirassununga 51, que queria patrocinar o meia Pinga, o clube negou. A ação de marketing - muito apropriada, aliás - fixaria o número 51 como o da camisa do jogador. Iniciativas semelhantes, porém mais "sóbrias", já foram aceitas pelo clube: no clássico do último domingo contra o Corinthians, Edu Dracena jogou com o número 21, por causa dos 21 anos da Corr Plastik, marca de tubos e conexões. E Neymar usou a 360, em uma ação para divulgar a nova plataforma da CSU, empresa de máquinas de cartão de crédito. Mas não julguemos a diretoria do Santos com olhares inquisidores neste caso Pinga/ 51: de acordo com Camila Mattoso, do site Lance!, "a Lei Brasileira não permite que os clubes façam propaganda de destilados em uniformes e estádios".

sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Cinco marcas de cachaça são reprovadas pela Proteste

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A Proteste – Associação de Consumidores testou as dez marcas de cachaça mais vendidas no Brasil e metade delas foi reprovada por terem apresentado índices de carbamato de etila acima do que seria razoável. O composto é classificado como possível agente causador de câncer pela Organização Mundial da Saúde.

A marvada exige mais respeito
As marcas que não passaram no teste foram Ypióca Prata, Pitú, Salinas, Pedra 90 e 7 Campos de Piracicaba, que apresentaram entre 165µg/l (microgramas por litro) e 755µg/l da substância. O valor estipulado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é de até 150µg/l, mas as empresas têm prazo até 2014 para se adequar a esse índice. De acordo com este trabalho aqui, “o carbamato de etila é um composto formando em alimentos como pão, iogurte, vinho, cerveja e também em bebidas destiladas como a cachaça. (...) São várias as vias para a formação do carbamato de etila em bebidas destiladas. A principal consiste na reação do etanol com compostos nitrogenados, tais como uréia, fosfato de carbamila, cianeto e aminoácidos.”

As explicações dos fabricantes foram variadas para justificar a reprovação, como consta nesta matéria. A Ypióca informou que o lote da amostra utilizada no teste é de março, data anterior à adequação que teria sido feita na ocasião em que a empresa foi adquirida pela Diageo. O Grupo Salinas também diz que o teor de 165µg/l identificado no teste se refere à safra anterior a 2011 e que, desde essa época, os produtos já estão de acordo com a legislação.

A Pitú repeliu “a conclusão drasticamente adotada pela Proteste” no teste com cachaças e disse que, “apesar da inexistência no Brasil de uma obrigação normativa para obediência ao nível máximo de carbamato de etila em bebidas alcoólicas, a Pitú orgulha-se de ter alcançado limites inferiores a 150µg/l em 97,3% de sua produção que é submetida e aprovada em testes qualitativos pelos diversos países para onde vem sendo exportada, principalmente no Canadá, que legalmente estabeleceu o limite em 150µg/l”.

A Industrial Boituva de Bebidas, dona da marca 7 Campos de Piracicaba, diz que um laudo do Mapa, do fim de abril de 2012, atesta que o produto atende à legislação vigente. Por fim, a empresa detentora da marca Pedra 90 “vem estudando esta questão com bastante responsabilidade no Brasil, (…) e executa a coleta de mais de 500 amostras de cachaça, que serão representativas de nossa verdadeira posição quanto a este problema”.

No teste, a Sagatiba foi a que apresentou o menor índice de carbonato de etila, menos de 50 µg/l. Também foram aprovadas as marcas São Francisco, Seleta, Pirassununga 51 e Velho Barreiro. Foram avaliados ainda pela Proteste o grau de arsênio, cobre e chumbo, metais comuns a essas bebidas e, para sorte do consumidor, as dez marcas foram bem avaliadas.

sexta-feira, maio 15, 2009

Necessidade justificada - e atendida

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Outro dia, entre uma cerveja e outra, eu questionava meu pai sobre o ato de dar esmolas ser um bem ou, involuntariamente, um mal. Explico: para mim, quem concede não prioriza a atuação política para fazer com que mais ninguém precise pedir. E, por outro lado, quem recebe pode se acostumar com isso - ou pode se tratar apenas de um espertalhão, que não precisa, mas pede. Reflexivo, meu pai lembrou que pedir sempre é uma coisa muito difícil, um ato desesperado. Por isso, na maioria das vezes, ele atende.

E me contou uma passagem de seus tempos de exército. Nascido em uma vila pequena onde não havia serviço militar, meu pai foi trabalhar em Araraquara (SP), aos 19 anos, crente que havia sido dispensado de forma automática. Mas, um ano depois, um colega o alertou que seu nome estava escrito a giz, em uma lousa, na lista de insubmissos (os que deveriam ter se alistado nos anos anteriores e não o fizeram) lá na Junta Militar daquela cidade. Meu pai foi até o local e constatou que, infelizmente, era verdade.

E pior: não havia mais a possibilidade de fazer o chamado Tiro de Guerra, serviço mais ameno e de meio período mantido nas cidades menores. Ele teria que morar e servir em tempo integral na cavalaria, em Pirassununga (SP), terra da cachaça 51 e de outras marcas populares. Passou um ano e meio lá, período em que disputou o Campeonato Amador do Estado pelo time do exército, como lateral esquerdo, e também a tradicional Corrida de São Silvestre, na capital, na entrada do ano em que se comemorava o quarto centenário da cidade (além de muitas outras aventuras...).

Mas ele conta que, quando era dispensado para passar o final de semana com a família, geralmente não tinha dinheiro para viajar. Por isso, os soldados iam pedindo carona e se aboletando em carros, carroças e caminhões, numa jornada que poderia durar oito horas ou mesmo um dia inteiro, dependendo das oportunidades. Numa dessas, o motorista parou num posto de beira de estrada, para comer, e meu pai foi à caça de algo para o estômago. Havia um rapaz de roupa verde, no balcão, e meu pai, fardado, foi direto ao assunto:

- Companheiro, eu estou com fome, mas não vou te pedir comida. Se você puder me pagar uma pinga, já resolve minha situação.

- Ah, rapaz, deixa disso! Fulano, vê aí uma pinga reforçada pra ele!

O balconista veio com um copão americano quase transbordando e, antes que meu pai pudesse agradecer, o "anjo da guarda" atalhou:

- Eu também fiz o 17° RC (Regimento de Cavalaria) lá em Pirassununga, sei muito bem o que é aquela porcaria. Pode beber tranquilo!

"Abastecido", meu pai conseguiu enganar o estômago e dormir até o destino final. E, até hoje, nunca nega um copo de pinga a quem vier pedir.