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terça-feira, março 11, 2014

O programa 'social' que nossa elite escravocrata apoia:

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terça-feira, junho 21, 2011

Patrões continuam escravocratas - e a mídia apoia

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Relacionando o post que a Thalita fez sobre o tratamento humilhante dado às trabalhadoras domésticas no Brasil e outro post em que questionei os interesses mal dissimulados de nossa imprensa, recupero aqui uma inacreditável materinha da Folha de S.Paulo (aaarrgghhh...), publicada na última sexta-feira: "Empregadas domésticas já têm direitos demais, dizem patrões". Pois é. Parece que ainda vivemos nos tempos em que empregados eram tratados como animais (foto ao lado). Não sei o que é mais absurdo e agressivo: se a coragem da classe patronal de assumir essa postura escravocrata publicamente, em pleno século XXI, ou do jornal, ao abrir espaço, dar voz e amplificar a "reclamação". Mais um exemplo de quem são os "senhores" da subserviente "grande" imprensa.

"As empregadas têm mais direitos que as outras categorias: já comem, bebem e dormem nas casas dos patrões", disse à Folha Margareth Galvão Carbinato, presidente do Sindicato dos Empregadores Domésticos do Estado de São Paulo (Sedesp). Além do fato de que receber alimentação é um direito do trabalhador, faltou observar que, na imensa maioria das vezes, as empregadas que aceitam residir ou dormir na residência dos patrões fazem isso A PEDIDO DELES, para que tenham sempre alguém em casa, à disposição, e não precisem gastar com transporte delas. E é mais prático, pois eliminam a hipótese de a trabalhadora faltar ao serviço. Geralmente, por morarem ali, as empregadas acabam trabalhando muito mais, pois estão à mão todo momento. E não ganham NADA a mais por isso. Fora que, comendo a mesma comida preparada para a família, os patrões se isentam de dar vale alimentação, para ela escolher como, onde e quando comer, nem cesta básica. Ou seja: não é direito, É ABUSO!

E a tal "senhora de engenho" Margareth Cabinato ainda reclama que a aprovação na Organização Internacional do Trabalho (OIT) da convenção que amplia os direitos dos empregados domésticos vai causar desemprego porque tende a aumentar os salários! Para ela, também há problema em conceder horas extras para a categoria: "Você nunca sabe se a doméstica está trabalhando. Não existe controle do trabalho delas porque o patrão não fica fiscalizando. Não há como comprovar que elas trabalharam por um determinado período de tempo". Sim, há como comprovar: é só ver o tanto de serviço feito. Qualquer pessoa que não tem empregada doméstica sabe o quanto esse trabalho é volumoso e desgastante. Não por outro motivo, os patrões recorrem a elas, ora bolas! Quando morei na Irlanda, NINGUÉM tinha empregados em casa. Porque lá existem direitos trabalhistas e, se você quiser empregado, paga MUITO caro. Aqui, os patrões ainda pensam que podem resolver na base do chicote. Que são "superiores" e que têm o direito de se servir dos "inferiores". Basta!

sexta-feira, junho 17, 2011

Tragédia da empregada

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Uma das coisas mais deprimentes que li na internet nos últimos tempos foi o tumblr Tragédia da Empregada. É uma lista de mensagens postadas no Twitter com o assunto empregada, faxineira, serviçais e afins. O site parou de ser atualizado há cerca de dois meses, mas a coletânea está lá, para ninguém duvidar de que ainda tem muita gente que acha que existem escravos no país. Gente para quem a entidade 'empregada' não tem nome, não tem família, não tem história, não tem privacidade, não tem nada dessas coisas que eles, as famílias brancas heterossexuais de classe média, têm como direitos básicos.


(Antes que me acusem de generalização, faço parte de uma família branca heterossexual de classe média, mas fui ensinada a tratar empregados com respeito. Só que, se não são todas as famílias que tratam mal seus empregados, com certeza a maioria dos que os tratam mal se encaixam nessa descrição)

Todo o preâmbulo é para contar o que aconteceu comigo. Depois de muito relutar, decidi contratar uma faxineira para trabalhar na minha casa uma vez por semana. Veio a Fátima. Ela mora longe, demora mais de duas horas para chegar na minha casa, tem uma filha de dois meses, que deixa com uma prima para poder trabalhar. História típica, infelizmente, contada sem nenhum drama, como se não houvesse qualquer alternativa para ela. No primeiro dia, ela trabalhou muito, comeu pouco, nem quis dividir a mesa comigo no almoço (claro, afinal ela deve ter aprendido que empregada 'tem seu lugar').

Ao final do dia, na hora de ir embora, ela chega para mim e faz uma pergunta que me desconcertou. Ela perguntou se eu queria revistar a bolsa dela. Demorei alguns instantes para entender o que ela queria dizer. E foi aí que eu aprendi que, além das violações de direitos trabalhistas de praxe, algumas empregadas também são submetidas a constrangimentos ilegais dentro das casas onde trabalham. Essas mulheres não têm direito à privacidade! O que quer que carreguem será desnudado aos olhos de quem lhe contrata. Mais uma vez, a revelação foi feita como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Fiquei tão besta com o acontecido que nem me lembrei de dizer a ela que é ilegal a patroa revistar a sua bolsa. Sei que não vai mudar nada, já que ela deve pensar que quem não deve não teme. Deve ter sido esse o argumento que ela ouviu. Mas ela merece saber. Assim como nós merecemos escutar, todos os dias, o quão atrasados são alguns membros da dita elite. Para ter vergonha daquilo que ainda permitimos acontecer debaixo dos nossos narizes.