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terça-feira, junho 21, 2011

Patrões continuam escravocratas - e a mídia apoia

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Relacionando o post que a Thalita fez sobre o tratamento humilhante dado às trabalhadoras domésticas no Brasil e outro post em que questionei os interesses mal dissimulados de nossa imprensa, recupero aqui uma inacreditável materinha da Folha de S.Paulo (aaarrgghhh...), publicada na última sexta-feira: "Empregadas domésticas já têm direitos demais, dizem patrões". Pois é. Parece que ainda vivemos nos tempos em que empregados eram tratados como animais (foto ao lado). Não sei o que é mais absurdo e agressivo: se a coragem da classe patronal de assumir essa postura escravocrata publicamente, em pleno século XXI, ou do jornal, ao abrir espaço, dar voz e amplificar a "reclamação". Mais um exemplo de quem são os "senhores" da subserviente "grande" imprensa.

"As empregadas têm mais direitos que as outras categorias: já comem, bebem e dormem nas casas dos patrões", disse à Folha Margareth Galvão Carbinato, presidente do Sindicato dos Empregadores Domésticos do Estado de São Paulo (Sedesp). Além do fato de que receber alimentação é um direito do trabalhador, faltou observar que, na imensa maioria das vezes, as empregadas que aceitam residir ou dormir na residência dos patrões fazem isso A PEDIDO DELES, para que tenham sempre alguém em casa, à disposição, e não precisem gastar com transporte delas. E é mais prático, pois eliminam a hipótese de a trabalhadora faltar ao serviço. Geralmente, por morarem ali, as empregadas acabam trabalhando muito mais, pois estão à mão todo momento. E não ganham NADA a mais por isso. Fora que, comendo a mesma comida preparada para a família, os patrões se isentam de dar vale alimentação, para ela escolher como, onde e quando comer, nem cesta básica. Ou seja: não é direito, É ABUSO!

E a tal "senhora de engenho" Margareth Cabinato ainda reclama que a aprovação na Organização Internacional do Trabalho (OIT) da convenção que amplia os direitos dos empregados domésticos vai causar desemprego porque tende a aumentar os salários! Para ela, também há problema em conceder horas extras para a categoria: "Você nunca sabe se a doméstica está trabalhando. Não existe controle do trabalho delas porque o patrão não fica fiscalizando. Não há como comprovar que elas trabalharam por um determinado período de tempo". Sim, há como comprovar: é só ver o tanto de serviço feito. Qualquer pessoa que não tem empregada doméstica sabe o quanto esse trabalho é volumoso e desgastante. Não por outro motivo, os patrões recorrem a elas, ora bolas! Quando morei na Irlanda, NINGUÉM tinha empregados em casa. Porque lá existem direitos trabalhistas e, se você quiser empregado, paga MUITO caro. Aqui, os patrões ainda pensam que podem resolver na base do chicote. Que são "superiores" e que têm o direito de se servir dos "inferiores". Basta!

terça-feira, março 16, 2010

Olha aí, é o Suplicy, olha aí...

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Ele já cantou música do Cat Stevens, do Bob Dylan e até rap no Senado. Já se empolgou no meio de torcida de futebol e tentou pegar pênalti cobrado por Zidane. Brincou com sósia do próprio filho. E melhor: deu cartão vermelho e vestiu cueca da mesma cor. Não contente, o senador Eduardo Suplicy (PT) aceitou agora fazer novo papel de palhaço no (dispensável) programa CQC - Custe o Que Custar, da TV Bandeirantes, capitaneado pelo (insuportável e desengraçadinho) Marcelo Tas.

Num quadro que pretende insinuar que políticos não trabalham e que por isso devem pegar no pesado de verdade (como se o Tas e sua equipe tivessem carpido roça a vida toda), levaram o senador a um barzinho chiquezinho da aristocrática Vila Madalena para ele bancar o garçom - e ser maltratado como os garçons geralmente costumam ser nesse dispendioso reduto.

Mas, no saldo geral do constrangimento, alguns momentos "futepoquenses", como a loira manguaçada elogiando Suplicy (6:50), que leva bronca em seguida por ficar assistindo um jogo do Santos. Buenas, vejam o "conjunto da obra" com seus próprios olhos:



Ps.: Boçalidade suprema à parte, o nefasto Paulo Francis não deixava de ter alguma razão quando chamava Eduardo Suplicy de "mogadon" - medicamento contra a insônia que deixa a pessoa meio abobalhada.

segunda-feira, março 08, 2010

Eu não gostaria de um Dia Internacional do Homem

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Corro o risco, aqui, de ser linchado virtualmente (ou quiçá até fisicamente) por discordar em público do Dia Internacional da Mulher. Exatamente por valorizar, respeitar e admirar as mulheres como alicerce fundamental e força motriz da humanidade, considero a data ofensiva. Tá, eu sei que tem um enorme valor simbólico, que serve para pontuar a luta feminina, chamar a atenção para o machismo, a violência contra as mulheres, o preconceito, bla, bla, bla. Eu sei. Mas sou contra por um ponto de vista particular e não arredo o pé: como resumiu muito bem um colega meu há 15 anos, Eli Fernandes, num artigo intitulado "A mulher vai acabar virando Papai Noel", essa efeméride, por mais justa e bem intencionada que tenha sido sua criação, virou puro comércio, banalidade e marco explícito de que os outros 364 dias são, de fato, dos homens. Banaliza a luta feminina no que tem de mais sério e funciona como uma espécie de "concessão cordial". E elas ainda tem que sorrir e agradecer as rosas e lembrancinhas que, burocraticamente, os homens compram e distribuem nessa data, como no Natal ou no Dia dos Namorados. No dia seguinte, os machos voltam normalmente a excluí-las e menosprezá-las. Mentira? Algum "sensível" aí gostaria de se ver obrigado a distribuir sorrisos e obrigados num Dia Internacional do Homem, criado em um mundo hipoteticamente dominado pelas mulheres? De ser desprezado e ter de agradecer pela migalha do "seu dia"? É fácil analisar do lado opressor.

Bom, se a maioria pensa o contrário e está muito feliz e satisfeita hoje, com um sorriso nos lábios, como diria o finado Gonzaguinha, também sei que muitas partilham no todo ou em parte com minha visão e que sabem, para além disso, que a valorização da mulher é no dia a dia, e não em um só dia. Que a mudança de atitude é mais importante que meia dúzia de rosas e discursos demagógicos. Por que tantos beijos e parabéns se, no Brasil, as mulheres tem mais escolaridade mas ganham 72,3% a menos que os homens? Se as que tem nível superior ganham ainda menos? Se são excluídas de profissões ditas "masculinas"? Ou bem pior que isso: se no Brasil a violência contra a mulher aumentou quase 50%, entre 2008 e 2009? Tem rosas e parabéns que amenizem essa situação? Sei lá, tudo me parece ainda mais hipócrita e agressivo do que nas datas manjadas (e impostas) do calendário comercial - Dia das Mães, dos Pais, das Bruxas etc. Às mulheres, meu modo pessoal de expressar toda a gratidão e reconhecimento é justamente dizer que vocês são trilhões de vezes maiores e mais importantes do que essa data burocrática e banalizada. Todos os dias são seus. Enquanto, como disse Gilberto Gil, os homens seguem vivendo a ilusão de que ser homem basta e que o mundo masculino tudo lhes dá. Reverências sinceras a todas vocês.

segunda-feira, abril 27, 2009

Fé em Deus e pé na bola!

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quarta-feira, dezembro 12, 2007

Presidente do Ipea defende jornada de trabalho de 12h por semana

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O economista e presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcio Pochmann, se tornou meu mais novo ídolo. Ele defendeu a adoção de uma jornada semanal de trabalho de três dias com expediente de quatro horas.

Pochmann argumenta que o acumulo de capital pelo sistema financeiro, que ele define como “produtividade imaterial”, é a “razão pela qual não há, do ponto de vista técnico, [motivo para] alguém trabalhar mais do que quatro horas por dia durante três dias por semana.", segundo publicou a Folha Online. “Pode ser estranho ouvir isso neste momento, ou talvez devessem ter sido mal compreendidos aqueles que, em 1850, justificavam o trabalho de oito horas por dia, começando a partir dos 15 anos, embora [naquela época] a indústria no mundo todo empregasse crianças de cinco, seis anos fazendo jornada de 16 horas diárias."

Pochmann disse ainda que o Brasil deveria começar a preparar seus cidadãos para começar a trabalhar depois dos 25 anos de idade. Ele justifica a tese com o aumento da expectativa de vida no Brasil. "Não há razão técnica para alguém começar a trabalhar no país antes dos 25 anos de idade. Especialmente porque estamos para entrar na fase em que a expectativa de vida ultrapassará os cem anos.", declarou o economista. Ele sugeriu ainda a criação de um fundo "que permita aos pobres optar entre o trabalho e a escola", o que colocaria o país em posição de vanguarda na preparação de pessoas capazes de pensar um projeto de desenvolvimento de longo prazo.