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sábado, outubro 22, 2011

Virgens em casas suspeitas

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Não sei, não tenho nenhuma informação se o ministro dos Esportes é culpado ou não das contínuas denúncias que vem sofrendo.


Mas odeio linchamentos e a capacidade e o direito a que a imprensa nacional se deu de condenar qualquer um que seja a "bola da vez".

E faz isso de maneira concatenada.

Um veículo publica qualquer porcaria, todos reverberam. Em seguida outro acha mais uma bobagem e todos tratam como se fosse novo Watergate.

Sem prova, cheio de coisas misturadas.

Repito, não sei se o ministro e sua equipe são inocentes ou não, embora saiba que o que menos importa nessas situações é a inocência ou não.

Mas analisando algumas denúncias:

Ele recebeu grana numa caixa nas mãos do acusador, um cara que está sendo investigado por desviar grana de convênio do ministério. Nenhuma prova até agora e "não passou pela cabeça" de ninguém que uma pessoa acusada atira para todos os lados e pode estar querendo se vingar ou desviar o foco das acusações.

Nada demais para uma revista que já inventou dólares vindos de Cuba em caixas de uísque (pelo menos se fosse caixas de rum!!!!) e financiamento das Farcs para as eleições etc...

Pode até ser verdade, mas não é necessário investigar e achar provas para condenar?

A segunda "bomba". Comprou um terreno onde passam dutos da Petrobrás, pois teria informação "privilegiada. Opa, até onde sei, terrenos onde passam dutos são desvalorizados. Sobre a possibilidade de desapropriação que desse "lucro", a Petrobras já desmentiu. Mas isso não importa.

Agora a acusação é que a mulher do ministro prestou assessoria para o Ministério da Justiça e que a ONG que fez o serviço tinha filiados ao PCdoB. Opa, aí tem de ver se houve irregularidade na contratação, se o serviço não foi prestado etc. Ser filiado a algum partido, até onde sei, não é crime previsto no Código Penal.

Mas tudo isso para mim não é o mais importante.

O que me causa asco, repito, são esses linchamentos em praças públicas.

Com todo o mal personificado na "bola da vez.

Como se todos os outros fossem virgens de puteiro.

quarta-feira, junho 15, 2011

A mídia, seus atos, diferenças e consequências

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Leio agora sobre a demissão da servidora do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), por conta de vazamento de dados sigilosos de uma Agência do Fisco no município paulista de Mauá, em 2009. O caso virou um enorme escândalo - turbinado pela mídia - em plena campanha presidencial do ano passado, por envolver informações sobre Verônica Serra, filha do candidato José Serra, do PSDB, e sobre o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge. Sim, o vazamento de dados é ilegal e quem fez deve ser punido. Mas, se os dados mostram irregularidades de Verônica e Eduardo, por que também não há investigação ou punição?

Assim como nas eleições de 2006, quando a compra de um suposto dossiê contra Serra pelo PT ganhou mais destaque do que as informações de falcatruas contidas no próprio dossiê, a imprensa preferiu transformar lobos em cordeiros e criminalizar apenas o meio como as informações surgiram, desprezando completamente supostos crimes que os dados mostram. Em resumo, Verônica, Eduardo e Serra, além de nada sofrerem, ainda tiveram a imagem construída, pela mídia, de "mártires" da injustiça, da bisbilhotice, da invasão de privacidade e da "sanha petista".

Pois bem, comparemos agora com outro caso onde ocorreu o contrário, ou seja, as atenções concentraram-se nos dados vazados e quase nada se questiona sobre os meios como foram obtidos. Falo sobre o mais recente escândalo elevado à estratosfera pela mídia, as denúncias contra Antonio Palocci, do PT. A bancada do partido na Câmara de São Paulo denunciou que os dados da empresa dele vazaram ilegalmente da Secretaria de Finanças da Prefeitura, comandanda por Mauro Ricardo, ex-secretário estadual da Fazenda durante a gestão de... José Serra.

Mauro é considerado simplesmente o principal aliado de Serra no secretariado do prefeito Gilberto Kassab (DEM/PSD). A denúncia do PT paulistano gerou meia dúzia de notícias sem muito destaque, com o tom de que seria uma "estratégia" (leia aqui) para tentar abafar os "crimes" de Palocci. Duvido que algum dos 15 funcionários da Secretaria de Finanças apontados como responsáveis pelo vazamento de informações tenha o mesmo destino da servidora do Serpro. Ou, no mínimo, que a imprensa retome o assunto. E Palocci, como todos sabemos, perdeu seu cargo de ministro da Casa Civil - o mais importante depois da presidência da República.

Claro que Palocci deve ser investigado e punido, caso tenha cometido atos ilegais. Não há dúvida. Mas ninguém falou, dessa vez, em bisbilhotice, invasão de privacidade ou "sanha tucana" em relação a ele. Repito: por que não investigam e punem, se for o caso, Verônica Serra e Eduardo Jorge? Por que nem se discute essa hipótese na imprensa, ao contrário de Palocci, "julgado", "condenado" e apontado como "bandido" desde o início, na imprensa? Como se vê, o tratamento da mídia e as consequências para tucanos e petistas são MUITO diferentes.

É assim que se protegem candidatos de uns e se derrubam ministros de outros. E é assim, infelizmente, que se constroem "mocinhos" e "bandidos" na opinião pública.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Alguém me responde qual é o crime de Dilma?

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Maria Inês Nassif, no Valor, já comparou o caso com o escândalo das tapiocas, aquele em que um ministro foi acusado de cometer o crime de pagar a iguaria com um cartão corporativo.


Agora o enredo kafkiano é mais ou menos o seguinte. Uma ex-secretária da Receita Federal, assim que demitida, dá uma entrevista à Folha de S.Paulo dizendo que foi chamada ao Palácio do Planalto para um encontro secreto com a ministra Dilma Roussef no qual houve o pedido para agilizar um processo da Receita contra um dos filhos de Sarney. A ministra Dilma negou o encontro, daí armou-se o banzé.

Disseram que a ministra estava mentindo, com o agumento de que a funcionária não inventaria o encontro... O senador Simon saiu dizendo, logo depois do depoimento dela no Senado, que tinha certeza que ela não mentiria etc. Então, senador, pela lógica o senhor tem certeza que Dilma está mentindo? Fale claramente e prove...

Mas em tudo faltou responder a uma pergunta simples. Em que dia e hora ocorreu o encontro? Estranho que alguém chamado para uma conversa com a candidata a presidente da República não saiba responder a algo tão simples.

Mas vamos dar de barato que o encontro ocorreu e sei-lá-por-quê a ministra resolver negá-lo. A parte substancial do depoimento de Lina Vieira é que ela disse, literalmente, que o pedido foi para agilizar o processo e que em nenhum momento considerou o encontro como pressão para encerrar o assunto, o que os jornais insinuaram o tempo todo... Depois que ela falou isso com todas as letras, mudou o enfoque. E essa parte do depoimento sumiu.

Então, se não houve pressão para que fosse cometida qualquer irregularidade, qual o crime mesmo?

A resposta já está sendo buscada pelos grandes jornais com uma corrida desenfreada atrás do motorista que teria levado a funcionária da Receita lá ao Planalto para que ele confirme o crime de uma ministra ter encontrado uma funcionária do governo. Se isso ocorrer, a República cairá (por favor, entendam a ironia).