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Da Revistaforum.com.br: O ativista francês José Bové se lançou à presidência da França neste ano. O líder do movimento campesino é personalidade de destaque do Fórum Social Mundial, e chamou atenção internacional em 1999, quando saqueou o canteiro de obras de um restaurante da rede de fast-food McDonald's, na cidade de Millau.
No lançamento da candidatura, prometeu combater o liberalismo econômico e defender os eleitores desiludidos pelos partidos tradicionais. "É para todas essas pessoas, a França invisível, que eu anuncio nesta manhã que sou candidato", disse ele ao jornal Le Parisien, numa entrevista publicada na edição de quinta-feira da publicação.
Em declaração na cidade de Saint-Denis, chamou de "autista" o projeto do Partido Socialista, por não romper com o neoliberalismo. Prometeu combater o desemprego em massa, e promover um novo modelo de desenvolvimento.
Por não ter apoio formal de partidos e pelo fato de a esquerda francesa ser bastante fragmentada -- um dos motivos apontados para a derrota do socialista Lionel Jospin para o ultra-conservador Jean Marie Le Pen, em 2002 -- tem poucas chances. A esperança de Bové é se tornar um azarão aproveitando a desilusão dos eleitores.
No entanto, o principal objetivo é chamar a atenção para as causas
ligadas ao Fórum Social Mundial. "As pessoas têm de estar no coração das
decisões", disse ele. "A ecologia e a luta contra a globalização são as minhas
duas outras prioridades."
Problemas
O obstáculo é a obtenção de 500 assinaturas de prefeitos em abril, necessárias para o registro de uma candidatura. Outro problema é a decisão da Corte Suprema, no dia 7 de fevereiro, que julga Bové pelo ataque a um campo de milho transgênico em 2004.
Mesmo com o risco de ser preso, as pesquisas apontam 3% de intenção de votos. A rejeição do candidato bate em 71%.