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Eu ia comentar o post do Glauco, mas ficou muito grande, então vai como novo post.
Para começar, está provado que os bicho-papões São Paulo e Santos estão muito longe de ser duas equipes tão fortes quanto se dizia. Os resultados contra Bragantino e São Caetano (e do São Paulo contra o Audax Italiano) estão aí para mostrar, embora, ressalve-se, não se possa esquecer que a final paulista ainda não acabou, apesar de alguns acharem que sim. O Azulão, sendo ou não campeão, merece todos os aplausos. Jogou com eficiência, marcou implacavelmente, e sem violência, e aproveitou as chances que teve.
Quanto ao jogo em si, começando pelo lance mais falado pela imprensa: o erro do Fábio Costa. Incontestável, diga-se. Mas o erro me parece muito relativizável, visto que:
- a bola sobrou livre, de presente, depois de uma pane generalizada (a segunda fatal) da defesa. Algo imperdoável numa final. No lance, Kléber bateu cabeça com Adailton no meio da área, onde deveriam estar dois zagueiros, e não o lateral. O goleiro saiu para cobrir um buraco aberto na esquerda, onde deveria estar o Kléber. Depois do rebote que o Kléber deu de bandeja, ele e Adailton ficaram assistindo à jogada, sequer esboçaram correr. Má vontade? O Fábio errou, mas errou porque estava lá, onde deveria estar pelo menos um zagueiro cobrindo, e não ele. Fábio tem saído de maneira precisa (três só contra o Bragantino). Desta vez, saiu e errou. Antes do pênalti, tinha feito uma grande defesa, salvando o segundo gol.
- Um time que tem o melhor ataque do campeonato, é o grande contra o pequeno, é propalado favorito e não fazer nenhum gol em 270 minutos é algo, isto sim, tosco. Mais do que nunca, ficou provado que a falta de atacante pode ser fatal ao Santos este ano. Não tem ninguém na área, a bola passa de cá, passa de lá, e nada. Se eu fosse o Vanderlei, poria Jonas e Moraes no segundo jogo. Mas acho que ele vai continuar insistindo com o anão Marcos Aurélio, outra figura inoperante, que só funcionaria se tivesse a companhia de um matador nato.
- Zé Roberto não vem jogando nada desde o primeiro jogo da semifinal. Cléber Santana não joga nada há tempos. Tabata, contra o São Caetano, voltou a ter o desempenho medíocre de sempre. Parece que a titularidade lhe faz mal. Adailton mostra que não deveria ser titular, já que o elenco tem dois zagueiros (Leonardo e Marcelo) tecnicamente superiores. O lateral direito do Santos, Dênis, mostra sempre que entra que é um jogador para jogar por outro time do litoral, a Santista. Se não der certo lá, quem sabe no Jabaquara. Se o Pedro é meia-boca, o Dênis é desastroso. Ontem, só antes do primeiro gol do Azulão, deu três contra-ataques de presente.
Em vista disso tudo, acho que não se pode atribuir a derrota de um time inteiro, cheio de problemas, a uma jogada. Até porque, quando saiu o pênalti, o Santos já tinha arrefecido o ímpeto inicial e estava aparentemente cansado da pressão infrutífera, o que foi prontamente observado pelo narrador Milton Leite, da Sportv.