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segunda-feira, outubro 30, 2006

Meirelles enfraquecido ou margem pra dúvida?

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Antes mesmo da confirmação nas urnas da vitória de Lula nas eleições presidenciais, as especulações sobre os nomes do primeiro escalão do segundo mandato já tinham começado, assim como sobre os que vão deixar a Esplanada dos Ministérios para engrossar a fila do desemprego.

Com menos compromisso com a informação do que mesa redonda de futebol na pré-temporada e menos apuração do que coluna de celebridades (veneno), o jornalismo político mostra sua face mais mexeriquento. Vira até tema de mesa de boteco.

Ciro Gomes, a maior votação proporcional para deputado federal, deve voltar. Marta Suplicy também deve ganhar um emprego, depois de seu grupo político paulista sair fortalecido do primeiro turno e seu trabalho no segundo como coordenadora de campanha ter levado Lula a crescer no estado. Nelson Jobim, ex-FHC (como ministro, veja bem) e ex-STF, pode ganhar a Justiça no lugar de Marcio thomaz Bastos. O PMDB vai ganhar isso e aquilo, Delfim Netto vai para três ministérios diferentes. E por aí vai.

Mas um dos mais falados é a presidência do Banco Central. Afinal, Henrique Meirelles é o atual motivo de careta de 8 em cada 10 lulistas de carteirinha – cargo antes ocupado por Antonio Palocci, quando respondia pela Fazenda. Guido Mantega, atual homem na pasta, desconversa, mas morre de vontade de defenestrar o colega de Conselho Monetário Nacional (CMN). Palocci faz lobby pelo emprego do novo-amigo e futuro sócio de uma empresa de consultoria econômica (maldade). A atual ala gaúcha, Tarso Genro e Dilma Roussef, só não pedem o escalpo do o ex-diretor do Bank of Boston por impossibilidade técnica (bah! olha quem fala!).

O que Lula pensa nem a dona Marisa sabe. Diz-se que a ministra-chefe da Casa Civil está bem com o chefe, que também quer juros menores ainda e tudo mais. Mas meu palpite é que um Meirelles enfraquecido é melhor do que incógnitas à frente da instituição que tem autonomia prática mas não formal em relação ao Executivo federal. Pelo menos para o "companheiro Mercado".

Quando se trata de agradar a turma da XV de Novembro, onde se localiza o prédio da Bovespa no centro de São Paulo, mexer onde menos se nota é melhor. Trocar alguns dos outros oito diretores da instituição que votam no Comitê de Políticas Monetárias (Copom), que define a taxa Selic, pode ser mais eficaz. Mas não necessariamente mais fácil.

2 comentários:

Anônimo disse...

Dentre as várias cenas impagáveis do discurso de ontem do Lula, está o sorrisinho do Mantega quando o presidente reeleito disse que o país gastaria com responsabilidade.

O carequinha narigudo parecia criança com um pirulitão gigante, igual aqueles que a Dona Neves dava pra Chiquinha e que o Chaves lambia os beiços.

Anselmo disse...

Jesus Carlos! que analogia!