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Estou numa fase de provar cervejas latinas e, nessa pesquisa, trombei com uma tal de Antillanca, cerveja chilena dita "artesanal". Me pareceu atrativa, visto que a lata, vermelha, é parecida com a da boliviana Paceña - que pretendo comentar em breve, aqui no Futepoca, como a melhor Pilsen que já provei em toda a minha vida. Mas continuei fuçando mais um pouco sobre a Antillanca e encontrei posts em dois blogues chilenos que me fizeram rir muito. E depois, consequentemente, abandonar de vez a ideia de provar essa cerveja.
No blogue "Sin destino no hay futuro", Augusto Astudillo conta que sua desventura começou ao escolher a cerveja "mais barata" (sempre indício de mau negócio...). "(Era) uma chamada Antillanca e dizia em sua introdução: cerveja artesanal elaborada pelos grãos mais finos, blá-blá-blá. (...) Comprei com gosto e me perguntava por que tão barata - 850 pesos chilenos (hoje, pouco mais de R$ 3,00) o vasilhame de 1,5 litro...", relatou Astudillo.
"Enfim, abri sua tampa rosca, peguei um copão e o enchi. Me preparei para sentir esse manjar. E...diabos e raios!!! Muito vagabunda! O primeiro gole que bebi tive que tragar a duras penas. Foi uma brincadeira? Como é possível que exista uma cervejinha tão asquerosamente ruim?", reclamou o desafortunado degustador. Porém, resignou-se a acabar com a garrafa e, no dia seguinte, segundo ele, acordou com "uma dor de cabeça insuportável...de mil e um duendes fornicando meu cerébro".
Mas o chileno não desistiu tão fácil. Pensando que o problema fosse o invólucro de plástico, decidiu provar uma lata. Ele diz que, quando pediu novamente a marca, o dono da bodega pensou que ele tinha gostado e tentou empurrar uma caixa. "Eu lhe disse que não, que era um experimento etílico", safou-se. Daí, comprou a solitária latinha e bebeu: "As papilas gustativas me disseram: '-Puta imbecil, outra vez provando essa m., quando aprenderá alguma coisa esse inadaptado f.d.p?!??'. E tinham razão, o sabor era o mesmo!", lamentou Astudillo.
Eu já olhava com medo para a tal Antillanca, mas, como o chileno também esculhambava a Brahma, resolvi tirar a prova dos nove. E, dessa vez, com um blogue gabaritado no assunto, o Buena Cerveza, escrito por um tal "Catador". "Cerveja indecifrável, sobretudo porque se diz artesanal", começa, desanimadora, a avaliação do blogue. Mas o melhor estava por vir: "Tem um aroma estranho, como de verduras estragadas, rançosas. (...) É muito leve, pouco encorpada e quase não tem amargor. Muito doce, mas duvido que venha de malte, pois quase não se sente, e termina finalmente nesse sabor de verduras estragadas".
Sabor e aroma de "verduras estragadas"? Ana Maria Braga nos defenda! E "Catador" prossegue: "O único que poderia salvar desta cerveja é a espuma, que engana muito no princípio. De bom tamanho, mas um pouco aquosa. O problema é que o gás se vai muito rápido e é preciso ter cuidado, porque, se já é de baixa qualidade, vai baixar muito mais - como tive a pouca sorte de comprovar. (...) Antillanca: pouco recomendável. (...) Ácida, intomável". É preciso dizer mais alguma coisa? Vou ficar com a minha Paceña...
11 comentários:
Marcão muito bom!
Agora que já recuperi as fotos das cervejas cubanas e venezuelas, posso contribuir nos relatos sobre cervejas latinas.
Também acho a Paceña a melhor Pilsen que já tomei, mas isso foi há uns 15 anos, na faculdade. Vocês podiam sortear entre os leitores :-)
Boa idéia Tales. Só precisamos de alguém que doe alguns exemplares... hehe
Agora, "Ácida, intomável" é uma definição avassaladora.
"As papilas gustativas me disseram: '-Puta imbecil, outra vez provando essa m., quando aprenderá alguma coisa esse inadaptado f.d.p?!??'". Muito bom!
Cerveja com cara de refrigerante? Não poderia dar certo! jejeje
Saludos!
http://gambetas.blogspot.com
Jesus, essa me fez rir demais. Aí, Marcão: ainda acha a Kaiser o fim do mundo?
Moro em Porto Velho, ou seja, perto da Bolívia. Volta e meia peço para o povo que vai compara muamba lá trazer para mim uma caixinha de Paceña....Realmente muito boa...
Pois é, Olavo, a Kaiser continua sendo o fim do mundo, mas dá pra notar que tem coisa muito pior que o apocalipse (rsrsrs). Aqui no Brasil, mesmo, tem a Belco de garrafa plástica (bleargh!), a Lokal, a Crystal, Nova Schin e várias outras porcarias que a indústria e a propaganda têm a cara de pau de chamar de "cerveja". Mas isso não perdoa a ruindade da Kaiser, que deixa um gosto muito ruim na boca. A Kaiser Gold, no entanto, é boa.
Em tempo: ontem, 3/02, houve degustação de meia-duzia de latas da deliciosa Paceña, que foi devidamente aprovada e elogiada pelo Glauco e pela eminência Carminha, que não a conheciam, e também pelo De Marcelo, que já tinha provado há muitos anos. A ampôla de cachaça Resgatinho, de Bananal (SP), também foi consumida gelada, provando ser, de fato, muito boa.
"Inadaptado" é um xingamento que vou guardar comigo para situações especiais, hehe!
Hehe.. só vejo uma chance da Ana Maria Braga falar em cerveja: quando temperar o frango com quiabo no programa da diaba. E certamente não será com uma Bavaria, muito menos uma Antillanca.
bardodipla.wordpress.com
Está lista la invitación a la Ronda nº 13
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