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quarta-feira, julho 29, 2009

Decotes e roupas curtas: essa é a tática dos banqueiros para "conquistar clientes"

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A notícia foi publicada pelo Sindicato dos Bancários do Mato Grosso. Uma ex-funcionária do Unibanco ganhou na Justiça R$ 80 mil por danos morais. O motivo é de assustar: o banco obrigava a trabalhadora a se insinuar para os clientes para cumprir metas de vendas. Em algumas ocasiões a empregada era obrigada a participar de "happy hours" para se aproximar dos clientes, e era – sente o absurdo – obrigada a usar roupas decotadas e curtas.

A decisão foi do Tribunal Regional do Trabalho do estado e o processo teve como relator o desembargador Edson Bueno. O magistrado entendeu que a bancária teve "violada sua intimidade, sua vida privada e sua honra, ao ser obrigada a usar roupas curtas e a se insinuar para clientes masculinos, a fim de não perder o seu emprego".

Em entrevista ao jornal Diário de Cuiabá, o advogado da trabalhadora, Cássio Felipe Miatto, afirmou que "os atos giravam à beira da prostituição". Segundo o defensor, a orientação de se insinuarem aos clientes chegava via e-mail às funcionárias, sendo que elas eram incentivadas a chamar os clientes a boates e bares. O texto revela que uma testemunha chegou a dizer na Justiça que, numa festa em 2004, viu uma gerente garantindo a alguns clientes que poderiam "escolher qualquer empregada do banco, que tinha loira, morena e japonesa".

Percebam que o fato não aconteceu numa empresinha de fundo de quintal, mas em um dos cinco maiores bancos do país. Setor que se gaba de modernidade, excelência e, termo da moda entre os publicitários que atendem o setor, “responsabilidade social”.

Dado adicional: Uma pesquisa recente feita pela Confederação dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT, onde eu trabalho) e pelo Dieese com dados do Ministério do Trabalho revelou que o salário médio das mulheres contratadas pelos bancos no primeiro trimestre de 2009 foi de R$ 1.535,34, enquanto a remuneração média dos homens admitidos no mesmo período chegou a R$ 2.022,56 - uma diferença de 24,09% em prejuízo das bancárias. Além disso, houve uma redução de 11,2% no salário médio das mulheres contratadas este ano em relação ao primeiro trimestre de 2008, quando esse valor foi de R$ 1.729,37.

22 comentários:

AF Sturt Silva disse...

A JUSTIÇA FOI FEITA!!!

Marco Antonio disse...

Qual o nome do banco? Já que contou o milagre, conta o nome do santo!!!!

Maurício Ayer disse...

Opa, Marco, diz sim, no início do post, é o Unibanco.

Abraço

Anselmo disse...

já há um tempo ouvi histórias bizarras sobre o unibanco, mas que ficavam bem longe disso. a reclamação de algumas lideranças feministas dos bancários era de que o banco tinha critérios estéticos para escolher gerentes de atendimento. Não cheguei a apurar, à época, se a história procedia. A sentença que o Nicolau cita indica que é provável que seja (ou tenha sido) uma prática mesmo.

fredi disse...

Gerência de "atendimento"???? Sei....

Olavo Soares disse...

Essa mulher teve coragem de denunciar.. imaginem o montão que passa por isso e não escancara a questão? Embaçadíssimo.

Anônimo disse...

Já tive contato com a area de contas corporativas de um outro grande banco no Brasil, o Santander. Lá nada é diferente, a mesa de officers parece uma agencia de modelos...

Unknown disse...

Imagina o que acontece nas feiras agropecuarias onde as funcionarias são obrigadas a ficar vestidas tomando wisk com grandes fazendeiros
todas deveriam entrar com ações contra os bancos para se valorizarem um pouco.

IMPÉRIO disse...

Podia ter colocado a foto dessas gostosas trabalhando

Edmilson disse...

É assim q o brasil vai pra frente! já temos fama de povo quente no exterior e ainda mais essa! -.-"

Ah Danado disse...

Infelizmente as indenizações no Brasil são ridículas, o funcionário ficará marcado(vai tentar achar emprego agora)e esta prática ocorre no país inteiro e apenas 1 funcionário foi a justiça.

Capitu disse...

Vergonhoso. É óbvio que as empresas utilizam do poder feminino, como as recepcionistas e atendentes bonitinhas. Mas isso... :S

http://yellowcake2go.blogspot.com

Cesar Fernandes (LinkC) disse...

SÓ PODIA ser o Unibanco mesmo...

Tiago Simões disse...

Se tem uma instituição que eu odeio neste país, é a instituição bancária.
Além de serem privilegiados pelo governo, podendo praticar lucros absurdos, ainda tem os podres como esse.
Lamentável.

Anônimo disse...

Usa o corpo quem não sabe usar a cabeça.
Eu pergunto, alguém a obrigou a trabalhar lá? Aceitar isso? Duvido muito...
Sem contar q ela ia trabalhar com as PRÓPRIAS roupas. Se ela usa na rua, pq seria abuso pedir q ela use no trabalho?
Sem hipocrisia, um rosto bonito, simpático, sempre ajuda na venda.

balastraca disse...

80 paus foi pouco. Na primeira instância, uma juíza (mulher, do sexo feminino) condenou em 37 mil. A lógica primária esperaria o contrário. Só depois no TRT, o valor foi aumentado considerando também o porte do banco. Tremenda sacanagem a atitude dessa gerência.

Nicolau disse...

Anônimo, a mulher e o homem têm o direito de usar a roupa que quiserem, e essa é exatamente a questão. O Unibanco estava coagindo suas funcionárias a usar roupas decotadas. E a moça não topou trabalhar lá: se demitiu ou foi demitida e procurou a Justiça. Achei sua frase "usa o corpo quem não sabe usar a cabeça" é de um machismo e de uma falta de noção gigantescas, especialmente nesse contexto...

Maurício Ayer disse...

Anônimo, você considera que está usando o que quando faz um comentário desses? A cabeça?

Quando um cliente decide por uma compra seduzido por um rostinho bonito ou um par de peitos está usando o quê?

Daniel disse...

Anônimo, você está sendo incrivelmente reducionista no seu comentário, pois sabe muito bem que quem tem contas pra pagar não tem como sair escolhendo serenamente onde trabalha. A força que existe na reação entrre empregadores e trabalhadores é a força de coação dos empregadores, ao trabalhador resta esperar o melhor (não ser humilhado, ser tratado com o mínimo respeito que a lei ainda preza). Alem disso, as moças usarem roupas curtas fora da empresa é escolha delas, elas têm o direito de mostrrarem seus corpos o quanto quiserem, exercendo sua liberdade. O grotesco da situação é a imposição da exposição, a imposição do "rosto bonito, simpático", a venda dos corpos dessas moças (mesmo que só a imagem).

Anônimo disse...

Tenho conta no Unibanco,uma vez comprei 3 seguros, da casa do carro e de um apto. A gerente da minha conta foi tomar um cafezinho lá em casa... O resto vc já devem saber.

Anselmo disse...

Rapaz... como tem anônimo sem noção.

Anônimo disse...

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