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domingo, abril 25, 2010

Larica Total, a cozinha do manguaça, a culinária de guerrilha

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Há tempos estou para escrever sobre o Larica Total, programa do Canal Brasil que é um colírio para nós, manguaças e invariavelmente lariquentos das horas bizarras e desgustadores de alimentos de origem duvidosa.

O programa é mesmo a cara do companheiro Marcão, que aqui escreve assiduamente, passa pela coluna “pé redondo na cozinha”, do chef Marco Xinef e é o retrato da minha e de muitas outras cozinhas brasileiras, as cozinhas de guerrilha!

Larica Total vem arrebatando corações nos últimos meses, isso porque Paulo de Oliveira, o chef solteirão que cozinha com o que tiver na geladeira e o que o fígado aceitar, fala a nossa lingua, retrata a cozinha do manguaça, a culinária de guerrilha, o cotidiano de nós, que somos trabalhadores deste país.

Justamente por isso o Futepoca deveria propor um episódio para participarmos. E para nossa inspiração, abaixo o ótimo episódio onde Paulo de Oliveira recebe o chef Claude Troisgros. Atenção para a receita de crepe flambado com cachaça e a degustação de vinhos abaixo de 10 reais!

Para os interessados, Larica Total dá seu recado, via Twitter, para o final deste domingo: @laricatotal Hj vou curtir o Santos, tá com um futebol moleque, meu estilo. Depois tem larica total, 20h30m no canal brasil! Cesar Salad!

1 comentários:

Marcão disse...

Eu já assisti alguns programas desses, há um bom tempo. Seria ainda mais interessante se o apresentador gravasse totalmente bêbado, para frisar que nossa limitação não está apenas na incompetência para cozinhar ou na falta de ingredientes, mas, muitas vezes, na completa ausência de coordenação motora.

Que pode ser bem perigosa: quando fui prestar vestibular em Santos, eu e o comparsa Taroba encontramos um pão pulmann com mofo verde e resolvemos recheá-lo com ovo frito e hamburguer. Bebaço, eu usei uma espátula de plástico pra fritar os bagulhos. De repente, percebi que o Taroba olhava atônito para minhas mãos. A espátula havia derretido e fios de plástico se esticavam de todos os meus dedos.


Outra vez, o amigo Lobão tomou todas na república de umas vizinhas, em Campinas, e inventou de fritar não-sei-o-que. A coisa escapou do garfo e caiu com tudo na frigideira, espirrando olho fervente em seu braço, que passou meses ferido. Mas a "gronha" de manguaça que mais me lembro, dos tempos de república, era uma sopa de fubá temperada com restos de folha de repolho que o camarada Pedro Cunha catava na rua, nos caixotes que uma quitanda abandonava na calçada. De volta do bar, o Pedro pegava as folhas murchas, dobrava cuidadosamente e guardava na carteira, no meio do dinheiro...