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Se sou candidato? Paga mais uma que eu te conto |
Tratemos hoje de tema recorrente na viciada cobertura política dos jornalões: eleição de 2014. Não passa um dia desde que a última urna se fechou na eleição do ano passado sem que alguém lance ou deslance um novo candidato, uma nova leitura, uma nova visão sobre a disputa. Sempre presente entre os citados está Eduardo Campos, bem avaliado governador pernambucano e presidenciável do PSB. O partido saiu fortalecido das eleições municipais e vislumbra fortalecer sua hoje pequena bancada no Congresso. Com isso, ensaia voo solo, deixando a barca de Dilma. Aspiração legítima tanto de Campos quanto de seu partido, que pode tanto ser fato quanto jogo de cena para valorizar o passe na coalizão a ser liderada pelo PT, disputando (como azarão) a vaga de vice hoje do PMDB.
O governador vive os últimos tempos de manter o suspense: ora insinua que é candidato, ora é Dilma desde criancinha. A última veio durante o seminário “Nordeste – Como Enfrentar as Dores do Crescimento”, promovido pela Carta Capital, em Recife. Campos disse, segundo a revista, que é preciso parar de falar em eleição e “discutir o Brasil da próxima década”, fala bem no estilo citado: não quer falar do assunto, mas quer mostrar que pensa num projeto para o país.
Outros dois movimentos mostram o estilo de Campos. Enquanto a maioria dos governadores e prefeitos esperneou contra a proposta defendida por Dilma, destinando 100% dos royalties do pré-sal para a educação, o pernambucano passou uma lei garantindo que, pelo menos em seu estado, é praí que vai esse dinheiro. Aproveitou a briga de Dilma e bota uma bandeira social em seu palanque. Por outro lado, levou seu PSB a se movimentar contra o PMDB nas eleições da Câmara e do Senado e, jogo jogado, contra a investigação sobre o procurador-geral da República, que segurou por dois anos uma denúncia contra Calheiros que vazou oportunamente uma semana antes das eleições do Senado, onde apoiava o senador e procurador Pedro Taques (PDT). Aqui, Campos puxa para si a bandeira da ética, único refúgio da oposição a um governo bem avaliado.
Sua provável candidatura teria, no mínimo, duas consequências. Aumentam as chances de segundo turno, imaginando cenário com Campos, Aécio e Marina, além de Dilma. Esta, porém, mantém o favoritismo desde que o emprego e a renda dos trabalhadores continuem bem – e a Copa não for um desastre completo em termos de organização. Outra: fica mais forte a possibilidade de um tucano não estar nesse segundo turno pela primeira vez desde 1994.
2 comentários:
E o bôca rota Ciro Gomes já tratou de dizer que Eduardo Campos "não tem proposta"...
http://g1.globo.com/ceara/noticia/2013/02/ciro-gomes-diz-que-eduardo-campos-nao-tem-proposta-para-pais.html
Isso que ia dizer, Marcão, o Eduardo Campos vai ter que combinar com os irmãos Cid e Ciro Gomes, que parecem bem satisfeitos com a aliança governista.
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