Destaques

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Eleições 2014: o suspense de Eduardo Campos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Se sou candidato? Paga mais uma que eu te conto

Tratemos hoje de tema recorrente na viciada cobertura política dos jornalões: eleição de 2014. Não passa um dia desde que a última urna se fechou na eleição do ano passado sem que alguém lance ou deslance um novo candidato, uma nova leitura, uma nova visão sobre a disputa. Sempre presente entre os citados está Eduardo Campos, bem avaliado governador pernambucano e presidenciável do PSB. O partido saiu fortalecido das eleições municipais e vislumbra fortalecer sua hoje pequena bancada no Congresso. Com isso, ensaia voo solo, deixando a barca de Dilma. Aspiração legítima tanto de Campos quanto de seu partido, que pode tanto ser fato quanto jogo de cena para valorizar o passe na coalizão a ser liderada pelo PT, disputando (como azarão) a vaga de vice hoje do PMDB.

O governador vive os últimos tempos de manter o suspense: ora insinua que é candidato, ora é Dilma desde criancinha. A última veio durante o seminário “Nordeste – Como Enfrentar as Dores do Crescimento”, promovido pela Carta Capital, em Recife. Campos disse, segundo a revista, que é preciso parar de falar em eleição e “discutir o Brasil da próxima década”, fala bem no estilo citado: não quer falar do assunto, mas quer mostrar que pensa num projeto para o país.

Outros dois movimentos mostram o estilo de Campos. Enquanto a maioria dos governadores e prefeitos esperneou contra a proposta defendida por Dilma, destinando 100% dos royalties do pré-sal para a educação, o pernambucano passou uma lei garantindo que, pelo menos em seu estado, é praí que vai esse dinheiro. Aproveitou a briga de Dilma e bota uma bandeira social em seu palanque. Por outro lado, levou seu PSB a se movimentar contra o PMDB nas eleições da Câmara e do Senado e, jogo jogado, contra a investigação sobre o procurador-geral da República, que segurou por dois anos uma denúncia contra Calheiros que vazou oportunamente uma semana antes das eleições do Senado, onde apoiava o senador e procurador Pedro Taques (PDT). Aqui, Campos puxa para si a bandeira da ética, único refúgio da oposição a um governo bem avaliado.

Sua provável candidatura teria, no mínimo, duas consequências. Aumentam as chances de segundo turno, imaginando cenário com Campos, Aécio e Marina, além de Dilma. Esta, porém, mantém o favoritismo desde que o emprego e a renda dos trabalhadores continuem bem – e a Copa não for um desastre completo em termos de organização. Outra: fica mais forte a possibilidade de um tucano não estar nesse segundo turno pela primeira vez desde 1994.

2 comentários:

Unknown disse...

E o bôca rota Ciro Gomes já tratou de dizer que Eduardo Campos "não tem proposta"...

http://g1.globo.com/ceara/noticia/2013/02/ciro-gomes-diz-que-eduardo-campos-nao-tem-proposta-para-pais.html

Glauco disse...

Isso que ia dizer, Marcão, o Eduardo Campos vai ter que combinar com os irmãos Cid e Ciro Gomes, que parecem bem satisfeitos com a aliança governista.