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... mas é bom torcer pra um time que não entrega pra prejudicar rival. Acreditem, é sim!
... mas é bom torcer pra um time que não entrega pra prejudicar rival. Acreditem, é sim!
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Professor bate palmas, e aluno aplicado vibra (Ivan Storti/SantosFC) |
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Thiago Ribeiro garantiu os três pontos (Ivan Storti/Santos FC) |
Citando o Conselheiro Acácio, toda partida tem momentos que podem ser
cruciais, mudando seu rumo e fazendo o torcedor pensar “se não fosse
aquele lance”... No clássico entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro,
depois do tento marcado por Edu Dracena* na primeira etapa aos 22,
Alison foi expulso aos 42. Até então, o Peixe finalizava mais que o
rival e chegava a exercer um relativo domínio, mas os visitantes se
animaram e foram atrás do empate na etapa inicial. Em chute de Rodrigo
Caio, Aranha rebateu e Douglas quase marcou o que seria o empate aos 47,
mas perdeu.
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Willian José, efetivo quando finaliza (Foto Santos FC) |
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Thiago Ribeiro comemora com Alison (Reprodução) |
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Gabriel, de novo, o nome do jogo (Foto Santosfc) |
Para o santista, a expectativa em relação à partida contra o forte Cruzeiro, há nove partidas sem derrota, era muito grande. Era a hora de mostrar se a equipe ia desperdiçar o resto do ano e entrar em uma crise ou se daria sinais de que todo o clima ruim que imperou na Vila Belmiro nas últimas duas semanas ia acabar.
O Santos veio para a partida modificado em relação ao esquema tático que vinha sendo utilizado e também aos titulares da primeira partida do interino Marcelo Martelotte no comando do time. O Peixe voltou a utilizar três atacantes, com Zé Eduardo pela esquerda, Marcel centralizado e Neymar atuando mais pela direita. Danilo passou a jogar na sua função original, lateral direito, enquanto Roberto Brum voltou à cabeça de área, revezando com Arouca na função.
Tomando mais a iniciativa, como era de se esperar, o Alvinegro pressionou o Cruzeiro até metade do primeiro tempo, quando o clube mineiro equilibrou as ações e passou a levar perigo para o gol de Rafael. Com Marquinhos apagado na armação e Neymar bem marcado ora por Caçapa, ora por Fabinho, o destaque peixeiro foi Roberto Brum. O volante, que chegava bem ao ataque e quase sempre sem marcação, deu três assistências na primeira etapa: uma desperdiçada por Marcel, que bateu em cima de Fábio; outra por Neymar e uma que Zé Eduardo finalizou sem força. O volante também conseguiu, na maior parte do tempo, anular o ótimo meia argentino Montillo, destaque azul no Brasileirão.
O mais efetivo cruzeirense era o inteligente Thiago Ribeiro. Jogando nas costas de Léo, ele quase repetiu o gol feito contra o Avaí, quando chutou uma bola na trave, que depois bateu nas costas do goleiro Renan e foi para o gol. Mas desta vez Rafael conseguiu tirar com o cotovelo e evitou o tento. O atacante Farias ainda mandou a bola para as redes depois de um lance que já estava paralisado por conta de um impedimento. Erroneamente marcado, diga-se, mas mais difícil de marcar do que, por exemplo, o gol corintiano contra o Santos no meio de semana.
Na segunda etapa, tudo indicava que o zero a zero não iria continuar. Com mais volume de jogo, aos 9 o Peixe abriu o placar. A jogada novamente se iniciou com Roberto Brum, Neymar acionou Zé Eduardo que finalizou para a defesa de Fábio. No rebote, Marcel marcou e fez seu sétimo gol na competição.
Aos 14, o Santos chegou com muito perigo de novo. Zé Eduardo fez bom lance na direita do ataque e Danilo chutou para nova defesa de Fábio. Cuca mudou o Cruzeiro, colocando o meia Roger e tirando Fabrício. Minutos depois, sacou Fabinho para colocar Elicarlos.
O Santos encaixava o jogo e ia bem, até Zé Eduardo, que vinha melhor no segundo tempo do que no primeiro, deu um tapa em seu marcador e tomou o segundo amarelo. Com um a menos, Martelotti colocou Alex Sandro no lugar de Marcel, reforçando a marcação no meio. Já o Cuca promoveu a entrada do atacante Robert no lugar do lateral esquerdo Diego Renan.
O que se configurava a partir dali era um Cruzeiro em cima do Santos, que iria se proteger como pudesse. Mas não foi o que aconteceu. Aos 24, Marquinhos cobrou muito bem uma falta do lado esquerdo, sofrida por Neymar, na cabeça de Edu Dracena. Saía ali o segundo do Peixe.
Mesmo pouco fazendo para evidenciar sua superioridade numérica e sem conseguir acuar o Alvinegro, o Cruzeiro diminuiu. Aos 35, Thiago Ribeiro aproveitou o rebote de uma excepcional defesa de Rafael e marcou o gol mineiro. Aos 40, o volante Adriano entrou no lugar de Marquinhos e o Peixe, que havia iniciado o jogo com três atacantes, por força das circunstâncias terminava com três volantes e Neymar solitário à frente.
E foi o polêmico menino que deu um passe de letra para Alex Sandro na intermediária. O outro jovem avançou, deu um drible da vaca em Elicarlos, e marcou por cobertura seu primeiro gol no Brasileirão. Um gol de placa, daqueles que valem o ingresso.
Mas faltava o de Neymar. O prodígio pegou a bola na direita, passou por dois e finalizou por baixo das pernas de Caçapa. Outro belo tento que consagrou a vitória peixeira e a bela atuação do garoto nos 45 minutos finais.
*****
No geral, a equipe mostrou a mesma vontade que vinha apresentando nas últimas pelejas. Falta de garra nunca foi o problema da equipe, aliás. Mas a entrada de Roberto Brum deu mais consistência e criatividade ao meio de campo, carente desde a saída de Wesley. Além disso, ter um especialista na lateral direita, Danilo, também reforçou a marcação no setor. E vencer, jogando quase 30 minutos com um a menos, uma equipe como o Cruzeiro, dá moral pra qualquer time.
Contudo, o mais importante foi ver que os jogadores deixaram de ter o semblante sombrio depois de fazer gols, como foi no clássico do meio da semana. Os atletas se abraçaram após cada tento e teve até coreografia no quarto gol de Neymar. O beijo de Dracena em Marquinhos e Neymar depois do segundo gol deixam para o torcedor a impressão de que não existe racha no elenco e que, passada a tempestade, a bonança pode finalmente voltar.