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terça-feira, agosto 18, 2015

'Nossa vida no teu seio mais AMORES...'

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"A lhaneza no trato, a hospitalidade, e generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro." - Sérgio Buarque de Holanda


segunda-feira, abril 13, 2015

Vamos conversar? (mas não conta pra ninguém!)

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segunda-feira, março 16, 2015

Tomaram conta

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Bolinha voa sobre Serra: ódio
O triste "espetáculo" que tomou as ruas ontem, em todo o país, confirma que, ao contrário do que comemorava a campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores, a esperança NÃO venceu o ódio quando a presidente Dilma Rousseff foi reeleita. Muito pelo contrário. "Nunca antes", desde que Lula tomou posse, em 2003, este sentimento de ódio irracional e violento esteve tão forte, palpável e amedrontador. Em post escrito em novembro de 2010, comentei: "A campanha de esgoto que o tucano José Serra fez (...) nas eleições presidenciais conseguiu trazer para os holofotes os setores mais atrasados, conservadores e extremistas da sociedade brasileira e acentuou à tensão máxima o ódio, o preconceito e a divisão raivosa entre nós". Me enganei. Não havíamos, na época, chegado à tensão máxima. Aquele clima de "vamos fazer justiça com as próprias mãos, vamos matar e esquartejar esses petistas desgraçados" detonado por Serra - e a "grande" imprensa - com a lamentável e constrangedora farsa da bolinha de papel era apenas o início da escalada do ódio. E, depois de ontem, tenho medo só de imaginar quando a tensão máxima de fato for atingida...

"Deus" e "militares": como em 1964
Esse ódio, que sempre foi insuflado pela elite e a mídia golpistas contra o citado Partido dos Trabalhadores, seus integrantes e militantes, agora passou a um outro nível. Ao receber todos os palanques, holofotes e espaços possíveis, estes "setores mais atrasados, conservadores e extremistas da sociedade brasileira" ultrapassaram a fase de negação (dos "petistas", dos "sem-terra", dos "comunistas", "cubanos", "bolivarianos", "chaviztas" etc etc etc etc) e partiram para a afirmação pública, explícita e orgulhosa de todas as suas bandeiras (as piores possíveis). Depois de ontem, o impeachment ao governo Dilma Rousseff, o ódio ao PT, a Petrobras, a "corrupção generalizada", a "crise" econômica e outros quetais passaram a ser apenas o granulado do bolo. A verdadeira massa deste quitute é o fim da democracia partidária e das eleições diretas, a defesa do retorno à ditadura militar, a criminalização dos trabalhadores organizados, o combate a todo e qualquer movimento dos excluídos, dos negros, dos nordestinos, das mulheres, dos homossexuais.

Janine: ataque aos direitos humanos
Mesmo em minoria (pois perderam as últimas quatro eleições presidenciais), os conservadores e extremistas tomaram conta não apenas das ruas, mas do cenário político e midiático, da internet e de todos os locais onde alguém se atreve a falar sobre algo que eles odeiam. Dá discussão. Dá briga. A sem-cerimônia com que os "líderes" do tal movimento "Revoltados Online" faz propaganda do execrável Jair Bolsonaro (PP) como seu preferido na disputa presidencial de 2018 dá ideia de onde o ódio disseminado pela oposição e pela imprensa irresponsável nos levou. Como bem observou o filósofo Renato Janine Ribeiro, professor da cadeira de Ética e Filosofia Política da USP, em palestra recente, "A extrema-direita está se distinguindo do restante por um ódio cabal aos direitos humanos. (...) Atacam o homossexual, a igualdade de gênero, os direitos das mulheres. (...) O perigoso no Brasil, de certa forma, é a extrema-direita ir se aproximando da direita e contaminando, a ponto de seu apoio se tornar essencial. (...) Estamos tendo no Brasil uma tolerância, que é grande, com condutas antidemocráticas que deveriam ser tipificadas como criminosas… Pregar a volta dos militares deveria ser crime, deveria levar a pessoa para a cadeia". EXATAMENTE.

Cômico, se não fosse trágico: brincadeira na Internet reflete bem do que se trata o post



quinta-feira, março 12, 2015

'Tô me guardando pra quando o domingão passar...'

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quarta-feira, janeiro 29, 2014

E se a novidade da campanha eleitoral 2014 for o uso de hologramas?

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O ano é de amplas movimentações político-eleitorais, com pleito nacional e estaduais no calendário. Em tempos de mídias sociais, há quem espere um acirramento da tensão virtual assistida em 2010. Ainda mais no contexto pós-protestos de junho de 2013, de #nãovaitercopa e, porque não, de rolezinhos organizados por celebridades locais que não precisaram das mídias de massa convencionais para alcançar milhões em audiência. Mas e se a novidade do ano não for bem essa?

No reino da palpitologia, uma iniciativa do primeiro ministro da Turquia traz uma estratégia, no mínimo, divertida.Por não poder participar de convenção partidária, armou uma alternativa digna de ficção científica.Políticos têm,  comumente, egos de proporções avantajadas. Não por acaso, o ilustre Recep Tayyip Erdogan foi substituído por um holograma gigante em seu lugar.

Antes dele, consta que o indiano Narendra Modi usou artimanha correlata no país do subcontinente asiático para ganhar atenção. Trocadilho fácil é dizer que essa visibilidade pode ser meio ilusória.

A presença holográfica seria novidade no Brasil no âmbito da política. E representaria uma tentativa de superar o trauma da manobra que levou Renato Russo a tocar em Brasília post mortem -- quebrando uma promessa feita em vida pelo músico, de não voltar a desempenhar em público na capital federal. Quebra de promessa e campanha eleitoral é outra piada fácil que fica no ar. O making of está no Youtube. Para quem quiser praticar turco, é uma oportunidade. Para os demais, só dá pra entender algo perto de "hologram".




Política virtual


Holografia pode ser um recurso novo, antes compartilhado apenas por jedis e outros personagens estranhos de Guerra nas Estrelas. Mas não seria a primeira investida em realidade virtual para partidos políticos brasileiros. Nos idos de 2007, após o primeiro de muitos reveses eleitorais, o então recém convertido de PFL a Democratas lançou uma sede no Second Life.

O serviço, pré-mídias sociais e anterior à febre de games atual, permitia a criação de personagens e e espaços virtuais para atividades cotidianas.

A simulação, pelo jeito, era muito sem graça, porque a história naufragou e hoje é uma zumbilândia virtual. Houve quem tivesse faturado bons trocados.

E quem só tivesse pagado mico.

Que venham os hologramas.

sexta-feira, janeiro 10, 2014

Proteste contra a sociedade de consumo... consumindo!

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Pra quem criticou alguns dos protestos de 2013 como sendo coisas de "coxinhas" ou de "playboyzinhos", o resgate de uma propaganda que incentivava um inusitado tipo de "manifestação". E o barbudo mal encarado caprichou na "contestação", comprando logo a linha completa de produtos...


quarta-feira, julho 17, 2013

Cachorradas nos batalhões

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Pichação 'Dilma sapata' em estrutura metálica da Praça do Patriarca, em São Paulo: feita no mesmo protesto em que gritavam contra Marco Feliciano e o projeto da 'cura gay'

"Há, em qualquer brasileiro, uma alma de cachorro de batalhão. Passa o batalhão e o cachorro vai atrás. Do mesmo modo, o brasileiro adere a qualquer passeata. Aí está um traço do caráter nacional." - Nelson Rodrigues
Sim, as manifestações de rua são livres e justas. Estamos num regime democrático. Mas é claro que, se o Stanislaw Ponte Preta (pseudônimo do finado escritor Sérgio Porto) ainda existisse, teria reunido farto material para mais duas ou três edições do "Febeapá - Festival de Besteiras que Assola o País". Abaixo, relato cinco fatos presenciados por mim que justificam a "alma de cachorro de batalhão" descrita por Nelson Rodrigues - ou que simplesmente ilustram a expressão "vergonha alheia":

1 - Em manifestação tipicamente "contra tudo e contra todos", no dia 1º de julho, um grupo de mais ou menos 100 jovens e adolescentes marchou do Largo da Batata até a Assembleia Legislativa de São Paulo. E exibiu orgulhosamente, para os deputados ESTADUAIS, uma faixa de uns 10 metros de comprimento com os seguintes dizeres: "FORA RENAN";

Faixa protestando contra Renan Calheiros: é possível até que os deputados estaduais se sensibilizem com a causa, mas talvez fosse mais produtivo se eles atuassem no Congresso Nacional...


2 - No mesmo protesto, lideranças de dois grupos formados em redes sociais - um era "Basta não-sei-o-quê" e outro, "Corrupção não-sei-das-quantas" - brigavam no megafone pelo comando dos manifestantes. Uns queriam que o grupo marchasse até a Avenida Paulista, outros, para a 23 de maio. Nisso, os que seguravam a faixa "Fora Renan" começaram a gritar: "23 NÃO VOU! 23 NÃO TEM METRÔ!";

3 - Passeata dos médicos, dia 16 de julho, reuniu diversos profissionais brandindo no ar, como se fossem cartazes, CAPAS DO JORNAL O ESTADO DE S.PAULO...

4 - Um amigo me conta que, no Rio de Janeiro, um grupo queria marcar uma manifestação na orla de Copacabana. E a principal discussão, entre os "organizadores", era sobre o ponto de encontro: qual posto seria melhor para, após o protesto, PEGAR UMA PRAIA.

5 - Numa postagem em rede social, alguém comenta orgulhosamente que estas são "as maiores manifestações de rua do Brasil em todos os tempos". Outra pessoa discorda e observa que talvez não tenham sido maiores que o comício das Diretas na Praça da Sé, em 1984, ou a Passeata dos 100 mil, no Rio, em 1968. O que deu margem para réplicas acaloradas e raivosas, dizendo, por exemplo, que o movimento Diretas Já não existiu (!) - "Foi invenção da mídia!" - ou que, melhor ainda, "MANIFESTAÇÕES IGUAIS A ESTAS SÓ EXISTIRAM NA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL". Este comentário teve dezenas de pessoas curtindo/apoiando...


Propaganda de um filme pega carona nos 'Anonymous' que proliferaram pelos protestos Brasil afora - e o slogan 'o gigante acordou' remetia a uma campanha publicitária de uísque


segunda-feira, junho 24, 2013

Romário responde a Ronaldo e cobra ingressos para pessoas com deficiência

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(Alexandra Martins / Câmara dos Deputados)

Em carta aberta ao ex-companheiro de seleção, deputado afirma cumprir seu papel de fiscalizador e diz não se aproveitar de "situação de indignação popular"

Há pouco tempo, eles chegaram a formar a dupla de ataque dos sonhos de muitos brasileiros. Pela seleção, Romário e Ronaldo foram vice-campeões do Torneio da França, em 1997, e campeões da Copa América e da Copa das Confederações, no mesmo ano. Mas, atualmente, o clima entre os dois não é dos melhores. No sábado (22), questionado sobre as críticas que o deputado federal tem feito em relação à Copa do Mundo, o ex-jogador e membro do Comitê Organizador Local da Copa (COL), disse não ter nada para falar do Romário. Mas falou. "Vivemos um momento de reflexão. Precisamos de soluções para melhorar o Brasil e não só ficar apontando o dedo para fulano e ciclano, sendo que o Brasil precisa de mudanças. Gostaria de mudar, mas não tenho cargo público e político, ele [Romário] tem."

Romário não deixou barato e, neste domingo (23), divulgou uma carta aberta ao ex-parceiro de seleção brasileira. No texto, Romário disse não se aproveitar da "situação de indignação popular" e destacou que tem acompanhado, desde que assumiu seu mandato, tudo o que acontece no Brasil na área esportiva. Segundo ele, a primeira impressão negativa que teve sobre o Mundial foi a Lei Geral da Copa, por conta dos poderes excessivos concedidos à Fifa. “Trabalhei junto com outros deputados para tornar aquele texto mais favorável ao Brasil. Em um dos artigos, por exemplo, sugeri que a Fifa deixasse no Brasil 10% do seu lucro, de R$ 4 bilhões, para investimento no futebol de base e outros esportes praticados por pessoas com deficiência”, disse.

O parlamentar também afirmou acompanhar de perto o que vem sendo feito na preparação do Mundial. “Uma coisa que você [Ronaldo] não deve saber, é que uma das funções de deputado é fiscalizar, além da CBF, entidades como a que você faz parte, o Comitê Organizador Local (COL). E ninguém pode dizer que não tenho feito isso. São incontáveis os relatórios divulgados por mim sobre o excesso de gastos.”

Romário aproveitou também para cobrar 32 mil ingressos que seriam destinados para pessoas com deficiência e de baixa renda e que teriam sido prometidos por Ronaldo. Leia abaixo a carta aberta na íntegra:


Carta aberta ao Ronaldo:

Ronaldo, meu camarada

Se tem alguém se aproveitando dessa situação de indignação popular, certamente, não sou eu. Desde 2011, quando assumi meu mandato, tenho me informado sobre tudo que acontece no Brasil na área de esporte para contribuir com minha experiência. O primeiro impacto negativo que tive foi a Lei Geral da Copa, que dava poderes excessivos à FIFA. Trabalhei junto com outros deputados para tornar aquele texto mais favorável ao Brasil. Em um dos artigos, por exemplo, sugeri que a FIFA deixasse no Brasil 10% do seu lucro, de R$ 4 bilhões, para investimento no futebol de base e outros esportes praticados por pessoas com deficiência. Entre outros projetos que você, certamente, pode conferir posteriormente.

Como você também deve saber, estou tentando instalar um CPI da CBF na Câmara, para que possamos por fim aos desmandos daquela instituição e resgatar a verdadeira função do futebol, que é fortalecer este esporte tão amado por mim, por você e por milhões de brasileiros.

Uma coisa que você não deve saber, é que uma das funções de deputado é fiscalizar, além da CBF, entidades como a que você faz parte, o Comitê Organizador Local (COL). E ninguém pode dizer que não tenho feito isso. São incontáveis os relatórios divulgados por mim sobre o excesso de gastos. Visitei TODAS as cidades-sedes para fiscalizar obras de mobilidade, aeroportos, estádios e acessibilidade. Minha função não permite ações mais efetivas, fica a cargo do Executivo dar a canetada final.

Para finalizar, parceiro, não é só governo que contribui com o bem da população de seu país, empresários e cidadãos bem intencionados também compartilham desta inestimável generosidade.

Aliás, nós da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência ainda esperamos os 32 mil ingressos para a Copa do Mundo prometidos publicamente por você, em nome do COL, para as pessoas com deficiência e de baixa renda.

Com apreço,

Romário


Para a cobertura da Copa das Confederações, o Futepoca está realizando uma parceria com a Rede Brasil Atual com a edição do blogue Copa na Rede. Acompanhe por lá nossos posts sobre o evento.

terça-feira, junho 18, 2013

Boleiros apoiam manifestações no Brasil

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Há momentos em que boas explicações sobre o mundo surgem de onde menos se espera. Em meio à onda de protestos de segunda-feira (17), diversos jogadores de futebol manifestaram-se em seus perfis no Twitter apoiando as manifestações. Atletas de outras modalidades também participaram.

Uma delas é especialmente curiosa, a do corintiano Paulo André, que sugeriu: "Esse é o legado da Copa? Gostei!"

Se é ou não o legado, fica para o leitor responder – ou para o arqueólogo do futuro, para homenagear uma série que deixou saudades.

Ainda mais entusiasmado foi Juninho Pernambucano, o meia (ou seria terceiro volante) que era o 12º jogador da seleção de Carlos Alberto Parreira, em 2006, foi além. Dos Estados Unidos, onde defende o Nova York Red Bulls, ele deu a linha: "Uma sugestão seria neste jogo contra o México todos cantarem o hino de costas para a bandeira e assim mostrariam que eles entendem que o futebol não é mais importante que o povo brasileiro", afirmou o jogador.

Segundo a agência EFE, o protesto "seria um gesto de solidariedade em um momento de esperança numa real mudança" e "não tiraria de nenhuma maneira o foco da partida, nem influenciaria a atuação da equipe".

Na seleção extraída pelo Blog da Redação do UOL Esportes, outros boleiros palpitaram. Confira outros comentários menos ou mais perspicazes.

Robinho - @oficialrobinho

Todo mundo na luta por um Brasil melhor !!!!!!!

Daniel Alves - @DaniAlvesD2

"Ordem e Progresso" sem violência por um brasil melhor por um brasil em paz por um brasil educado por…

Ebert Amancio - @Betao03

Queria saber o q as pessoas que estão no "comando" do Brasil, estão achando de tudo isso. Se estão temerosos ou nem ligando! #forçabrasil.

William Machado - @WilliamCapita

Vamos todos para as ruas, sem violência, mas demonstrar nossa insatisfação com essa política e esse políticos q ñ representam nossos anseios.

Edmilson de Moraes - @Edmil5onOficial

Manifestações sim. Mais sem violência.

Dante Bonfim Costa - @dante_bonfim

Vamos juntos Brasil , amo meu povo e sempre apoiarei vcs.

Para a cobertura da Copa das Confederações, o Futepoca está realizando uma parceria com a Rede Brasil Atual com a edição do blogue Copa na Rede. Acompanhe por lá nossos posts sobre o evento.

O povo pede passagem

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Por volta das 16h30 a concentração em torno do Largo da Batata, na zona Oeste de São Paulo, já era grande. Mas uma hora mais tarde a quantidade de pessoas já era muito maior, lotando vias de acesso próximas pouco antes de finalmente a marcha se pôr em movimento.

Cartazes, faixas e bandeiras de partidos apareciam em meio à multidão, mas enfrentavam a reação de boa parte dos presentes. “Sem partido! Sem partido!” e “Aqui não é comício”, gritavam, buscando reforçar o caráter apartidário da marcha. Um rapaz, mesmo com evidente desvantagem física, arrancou duas bandeiras de um militante do Partido Pátria Livre, quase criando uma animosidade.

Início do protesto, no Largo da Batata (Mídia Ninja)

A imagem da mídia tradicional também não era das melhores. Com palavras de ordem pouco elogiosas à Rede Globo e a Arnaldo Jabor, manifestantes conseguiram impedir a gravação de uma repórter da emissora que tentava fazer uma entrevista com uma drag queen que protestava contra a PEC 37. “Depois passa a entrevista sem editar”, teve que ouvir a jornalista.

Entre os presentes no protesto, muitos vieram motivados pela reação violenta da polícia nos últimos dias. O ator Gero Camilo contava que era a primeira das manifestações contra o o aumento da passagem a que ele comparecia. “O que me fez de fato vir para a rua, além de ser contra o aumento, foi a forma agressiva e violenta com que a polícia reagiu aos manifestantes. E mais que isso, essa manifestação é uma gota d’água de uma paciência esgotada do povo brasileiro, não são só 20 centavos”, contou.

Questionado sobre a crise de representatividade dos partidos, Camilo disse acreditar na “mobilização das pessoas”. “É evidente que um aparato policial repressivo se joga brutalmente contra a população quando o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara é o Marco Feliciano. Que possibilidade há para o povo, nesse momento, a não ser se manifestar, independentemente de seu partido ou organização?”, ponderou. “Não temos um referencial de projeto político consequente, não é à toa que esse projeto está sendo discutido na ágora, na volta às ruas. Nunca vi um Facebook tão inteligente como nesses dois dias. Nunca li tantos comentários e posts inteligentes numa tentativa de construção política, nenhum jornal me deu isso, nem Folha de S. Paulo, nem Estado de S. Paulo, nem o Jornal Nacional.”

“A polícia tá na rua agora, mas cadê a polícia nas ruas, na hora de proteger nossos filhos?”, dizia uma das Mães na Manifestação. Já outra delas, Maeve Vida, falava sobre quanto o movimento havia a animado. “Sou mãe de três filhos e estava muito preocupada com a letargia dos jovens de hoje, alienados em um mundo consumista, achando que o bacana era ter um celular novo, que ser rebelde era ter um jeans rasgado, consumir um filme de arte rebelde. Pra mim, é uma grande alegria ver os jovens saindo dessa rebeldia enlatada e se manifestaram. Isso pra mim é vida.”

Sobre oportunistas

A marcha acabou se dividindo em três direções. Uma parte muito grande seguiu adiante na Avenida Faria Lima, um dos pontos financeiros mais importantes de São Paulo. Mesmo tendo alguns prédios e estabelecimentos luxuosos, que poderiam ser alvo de manifestantes anticapitalistas em qualquer lugar do mundo, nenhum deles correu riscos. E isso mesmo sem policiamento na maior parte do trajeto, o que leva à reflexão sobre o papel do aparato policial na produção da violência dos últimos atos.

Um shopping dos mais elitistas de São Paulo, o Iguatemi, está fechado. Do lado de dentro, algumas pessoas olham a marcha atrás de vidros e grades, quando uma manifestante chega perto para tirar uma foto com seu celular. Logo, um segurança surge:

– Não pode tirar foto.

– Estou na calçada, a calçada é pública – responde.

– Aqui só tem gente trabalhadora, pra tirar foto de vândalo é do outro lado.

Mas a moça continuou tirando as fotos.

Em meio à Faria Lima, dois engravatados destoam da multidão e correm em meio a ela com um enorme cartaz enrolado. Chegando à frente da marcha, abrem o material contra o ex-presidente Lula, o adjetivando como “câncer”. São dois ativistas de um grupo de direita que dificilmente consegue reunir cinquenta pessoas em suas manifestações, mas que buscava ali o melhor posicionamento para fotos e vídeos que devem circular o mundo, tentando dar um caráter que o movimento como um todo definitivamente não tem. Quinze minutos depois, são convidados a se retirar e a guardarem sua faixa. Saem recebendo alguns gritos de “fascistas”.

Não são os únicos oportunistas do movimento. Um dos presentes vê duas garotas e se sai com essa: “É a primeira vez de vocês no movimento?”. As garotas ensaiam uma resposta, mas param percebendo as segundas intenções do militante. “Depois a gente pode dar uma volta”, ainda ouviram, sem dar resposta.

Eram 19h30 e os manifestantes seguiam. Sem polícia, sem violência e ganhando ainda mais o respeito de quem viu, sem filtros midiáticos, aquilo que se passava. Filtros, aliás, que uma parte da sociedade, e a maioria dos manifestantes,  já não aceita mais.

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