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segunda-feira, abril 14, 2014

'És o maioral!' *

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*Título do post é um trecho do Hino do Ituano, campeão paulista de 2014: "Ituano, Ituano, Ituano…/ Que coisa linda, és o maioral!/ Dentro de campo, um só pensamento/ Outra vitória, seu lema é ganhar" (veja - e ouça - a íntegra aqui).

quinta-feira, março 27, 2014

'É que Narciso acha feio o que não é espelho...'

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Narciso ontem, no Morumbi: histórico
O sentido dos versos de Caetano Veloso que dão título ao post não tem nada a ver com o que vou relatar, mas é irônico que eles estejam numa canção chamada "Sampa", porque citam o nome do grande carrasco do time homônimo na partida disputada ontem à noite no Morumbi. Sim, o ex-jogador Narciso fez história como treinador ao impor um vexame incontestável ao São Paulo, em pleno Morumbi, e sacramentar a maior façanha do Penapolense em toda a sua existência, a classificação para a semifinal do Campeonato Paulista. Mais do que isso: foi uma (justa) vingança.

No dia 25 de janeiro de 2010, no Pacaembu, Santos e São Paulo decidiram a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Narciso era o técnico do Peixe. No fim do primeiro tempo, os santistas já venciam por 1 x 0 quando partiram num contra-ataque fulminante, para sacramentar o título. Mas o goleiro Richard, do São Paulo, parou o atacante adversário com uma falta feia. Para perplexidade geral, e principalmente de Narciso, o juiz marcou a falta mas só deu cartão amarelo para o goleiro, que deveria ter sido expulso. O lance foi capital, pois, se ficasse com um a menos, dificilmente o Tricolor reverteria a derrota.

Em 2010, Narciso reclamou e foi expulso na decisão da Copinha
Por isso, depois que os sãopaulinos igualaram o placar no segundo tempo e o juiz apitou o fim do jogo, provocando a disputa de pênaltis, Narciso partiu pra cima da arbitragem, completamente fora de si. Tanto gritou e reclamou sobre a não expulsão de Richard no primeiro tempo que o técnico santista acabou expulso, deixando os garotos sob seu comando visivelmente nervosos. Prova disso é que erraram os três pênaltis que bateram. E o goleiro Richard, o mesmo que foi poupado do cartão vermelho, defendeu as cobranças e foi o herói do título do São Paulo na Copinha.

Richard deveria ter sido expulso
Narciso engoliu aquilo quieto. Ontem, exatamente 50 meses depois daquela injustiça, o técnico estava no comando do Penapolense, como "azarão" ou franco-atirador no confronto das quartas-de-final do Paulistão, em jogo único. De forma brilhante, armou um esquema de marcação que anulou todos os meias e atacantes do São Paulo - e deixou o tempo passar. Depois de "cozinhar" o time de Muricy Ramalho no primeiro tempo, em "banho-maria", Narciso soltou a equipe de Penápolis no contra-ataque na etapa final e por pouco não liquidou a fatura no tempo normal.

Mas a vingança tem requinte de detalhes: a decisão seria, como na decisão da Copinha de 2010, por pênaltis. Dessa vez, mesmo tendo assistido um jogador seu ser supostamente derrubado na área do adversário durante o segundo tempo, num lance em que a arbitragem não marcou pênalti, Narciso, mais maduro e experiente, manteve-se calmo e não reclamou. Provavelmente, deve ter dito ao seu time: "A pressão está em cima deles. A obrigação de se classificar é deles. Vão lá e acertem as cobranças, sem medo. Eles vão se complicar sozinhos". Não sei se foi assim. Mas foi o exatamente o que ocorreu, para glória máxima do treinador.

Narciso consola o derrotado Rogério Ceni: vingança, 4 anos depois
Por fim, outras duas curiosidades. Como técnico, Narciso vai enfrentar, na partida única da semifinal, o Santos, time que o projetou como jogador de futebol, que o amparou completamente quando ele enfrentou um tipo raro de leucemia e que permitiu que ele iniciasse a carreira de treinador em suas categorias de base. E o Penapolense foi o único time que conseguiu golear os santistas neste campeonato (4 a 1) - justo eles, que estão impondo aos adversários seguidas goleadas, como a de ontem (4 x 0), na Ponte Preta. Seja como for, estar na semifinal já é um título para Narciso.

Não, Rodrigo Caio não é o culpado
Sobre o São Paulo, o curioso é que caiu na mesma situação do Corinthians. Não adianta culpar Rodrigo Caio, que desperdiçou sua cobrança de pênalti, pois a eliminação é responsabilidade única e exclusiva do time inteiro, que não jogou absolutamente nada ontem. Assim como os corintianos não podem culpar ninguém, pois a não classificação para a reta final foi resultado daquilo que não jogaram no início da competição. Mas não custa lembrar que, ao sugerir que o São Paulo tinha "entregado o jogo" para o Ituano, para desclassificar o Corinthians, o técnico alvinegro Mano Menezes disse que os deuses do futebol puniriam tal atitude. Que língua! Deus me livre de praga de corintiano! (rsrs) E meu consolo, no momento, é que, jogando mal desse jeito, o São Paulo foi poupado de passar vexame maior ao sofrer uma sonora goleada na Vila Belmiro, como a que o Corinthians sofreu na primeira fase.

sexta-feira, março 07, 2014

Arouca, sobre as ofensas racistas: "Não quero que minha filha passe por isso no futuro"

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quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Muricy completa 400 jogos como técnico do São Paulo

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Cria das categorias de base do São Paulo, nos tempos de jogador de futebol, o técnico Muricy Ramalho completará hoje, diante do XV de Piracicaba, 400 jogos no comando do time. Ele é o quarto no ranking dos que mais treinaram o Tricolor, atrás apenas de Vicente Feola (532 partidas), José Poy (422) e de seu "mestre" Telê Santana (411). Por enquanto, nos 399 jogos em que comandou o São Paulo, Muricy obteve 213 vitórias, 109 empates e 77 derrotas. E conquistou quatro títulos: três Campeonatos Brasileiros, entre 2006 e 2008, e uma Copa Conmebol, em 1994. Abaixo, cinco de suas maiores vitórias e cinco derrotas marcantes à frente do Tricolor:


Corinthians 3 x 4 São Paulo (02/12/1994) - Pode-se dizer que Muricy virou "gente grande", como treinador, nesta partida. O chamado "Expressinho" do São Paulo era o "time B" do clube, formado por jogadores das categorias de base e atletas do elenco profissional que não estavam sendo aproveitados. Era usado quando o time não conseguia dar conta de disputar muitas competições ao mesmo tempo, como em 1993, quando o "Expressinho" o representou na Copa do Brasil. Geralmente, esse "time B", mais fraco, não chegava muito longe nos torneios. Mas na Conmebol de 1994, sob o comando de Muricy, eliminou Grêmio e Sporting Cristal e chegou à semifinal contra o time titular do Corinthians. Para surpresa geral, venceu o primeiro jogo por 4 x 3, com três gols de Juninho Paulista e um do falecido Catê. No segundo jogo, derrota por 3 x 2 e vitória por 5 x 4 nos pênaltis - com duas cobranças defendidas por Rogério Ceni. Na decisão, o "Expressinho" atropelou o Peñarol por 6 x 1, no jogo de ida, e garantiu o título ao perder em Montevidéu por 3 x 0. Porém, golear o Corinthians em pleno Pacaembu, jogando com garotos contra um time profissional completo, e eliminar o rival da competição, foi a primeira façanha de Muricy.


São Paulo 2 x 0 Internacional (17/09/2006) - Depois de perder a decisão da Libertadores para o Internacional de Porto Alegre, em agosto, Muricy ficou no fio da navalha para ser demitido logo na primeira temporada de seu retorno ao São Paulo, após nove anos longe do Morumbi. O curioso é que foi no mesmo Internacional que Muricy havia se projetado definitivamente para o futebol, ao vencer o Campeonato Gaúcho em 2003 e 2005 e só perder o Brasileirão, neste último ano, por conta da vergonhosa remarcação de jogos que beneficiou o Corinthians (sem contar que, no confronto direto com o alvinegro paulista, houve um pênalti - escandaloso - não marcado no colorado Tinga, que ainda acabou expulso). Por capricho do destino, seria ainda mais uma vez o Inter o adversário no jogo que marcaria a redenção de Muricy no São Paulo, rumo à conquista do Campeonato Brasileiro de 2006. Logo após a conquista da Libertadores sobre o próprio Tricolor do Morumbi, o forte Colorado treinado por Abel Braga (que seria campeão mundial naquele ano contra o Barcelona) era um dos favoritos a abocanhar também o nacional. Porém, a vitória do São Paulo contra os gaúchos no Morumbi pavimentou o caminho até o título. O Inter foi o vice.


São Paulo 6 x 0 Paraná (01/07/2007) - A campanha de 2007 foi a mais tranquila do São Paulo entre os três títulos nacionais seguidos levantados sob o comando de Muricy Ramalho até o ano seguinte. Com a jovem revelação Breno na zaga, acompanhado por Miranda e Alex Silva, ambos em grande fase, o Tricolor montou um sólido esquema defensivo, que chegou a ficar seis partidas sem tomar gol. A superioridade sobre os adversários foi tão flagrante que, ao final do campeonato, o Tricolor levantou a taça com três rodadas de antecedência, ao vencer o América-RN em casa, e terminou 15 pontos à frente do Santos, o segundo colocado. Numa campanha tão "sem graça", pela disparada do São Paulo na tabela, um jogo chamou a atenção. Descontando a fragilidade do adversário, o Paraná, que seria um dos quatro rebaixados à Série B ao final da competição (ao lado de Corinthians, Juventude e América-RN), o São Paulo adentrou o gramado do Morumbi em estado de graça, naquele 1º de setembro. Eu estava no estádio e deixei o queixo cair com a sequência de golaços de placa marcados por Aloísio, Dagoberto e Souza, logo no primeiro tempo. O time "jogou por música", como se diz no jargão. Palmas para Muricy.


Portuguesa 2 x 3 São Paulo (08/11/2008) - Se o Brasileirão de 2007 foi o mais sossegado para o São Paulo, o do ano seguinte marcou o título mais sofrido e improvável do tricampeonato conquistado por Muricy. O time já não impunha tanto respeito como nas três temporadas anteriores e contou com o mau momento dos principais adversários para arrancar "a forcéps" um título que, no início do segundo turno, parecia praticamente impossível - ao perder por 1 x 0 para o Grêmio e ficar a nada menos que 11 pontos da liderança da competição. A partir dali, porém, na base da raça e do desespero, o time engataria uma inacreditável sequência de 18 jogos sem derrota (12 vitórias e 6 empates) que consagrariam o inédito tri nacional em sequência. Esta arrancada "milagrosa" está no currículo de Muricy no mesmo patamar da classificação não menos "milagrosa" que conquistou com o Santos, na primeira fase da Libertadores de 2011, quando o alvinegro praiano esteve a um fio de ser eliminado do torneio continental - e arrancou dali para o título. Em 2008, um jogo quase arrancou o coração dos sãopaulinos pela boca: a vitória contra a Portuguesa, aos 42 do segundo tempo. Se perdesse dois pontos ali, dificilmente seria campeão.


São Paulo 1 x 0 Ponte Preta (12/09/2013) - A temporada de 2013 foi uma das mais desastrosas do São Paulo em toda a sua história, e poderia ter sido ainda mais catastrófica com a queda para a Série B do Campeonato Brasileiro, que passou muito perto de acontecer. Com uma crise sem precedentes iniciada em junho, ainda com Ney Franco como técnico, o time chegou a completar 14 jogos sem vitória, levou piaba do Corinthians na Recopa Sulamericana, passou vexame contra Bayern de Munique e Milan na Europa e contra o Kashima Antlers, no Japão, e despencou na tabela do Brasileirão. Depois de substituir Ney Franco e passar apenas 17 jogos no comando do São Paulo, o técnico Paulo Autuori foi demitido e as perspectivas para o Tricolor eram as piores possíveis no início do mês de setembro. Foi então que Muricy Ramalho foi trazido de volta às pressas, numa das muitas decisões intempestivas de Juvenal Juvêncio. Deu certo: logo na chegada, uma vitória suada, apertada e sofrida, no Morumbi, contra a Ponte Preta. Foi o suficiente para Muricy ganhar a torcida, o elenco e a moral necessária para iniciar a fantástica campanha de 35 pontos somados no segundo turno, que afastaram o rebaixamento definitivamente. Inesquecível.


Corinthians 5 x 0 São Paulo (10/03/1996) - Logo no início da temporada de 1996, o São Paulo ficou órfão do técnico que mais ganhou títulos em sua história, Telê Santana. Uma isquemia cerebral o tirou para sempre do futebol, abrindo caminho para o então auxiliar técnico e treinador-tampão Muricy Ramalho assumir pela primeira vez o posto oficial de comandante de um grande clube brasileiro. Mas não foi fácil. Depois de conquistar pelo menos oito títulos significativos sob a batuta de Telê, entre 1991 e 1993 (dois Mundiais, duas Libertadores, uma Supercopa, um Brasileirão e dois Paulistas), o time começou a decair após a derrota na decisão da Libertadores de 1994, em pleno Morumbi, para o Vélez Sarsfield. Em 1994, só conquistou a Conmebol, título menor, com o "Expressinho" comandado exatamente por Muricy. No ano seguinte, passou em branco. E 1996 começava com a perda de Telê. Mesmo assim, nem nos piores pesadelos os sãopaulinos poderiam prever o que aconteceria no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, onde o Tricolor exerceu seu mando de campo naquele Majestoso pelo Paulistão, no início de março. A goleada inclemente sinalizou que Muricy não duraria muito no cargo. O que, de fato, ocorreu.


São Paulo 1 x 2 Internacional (09/08/2006) - Quando Telê iniciou a disputa da Libertadores de 1992, desprezava tanto a competição que botou um time repleto de reservas para enfrentar o Criciúma. Levou um sonoro 3 x 0 dos catarinenses e um puxão de orelhas da diretoria do São Paulo, que há muitos anos buscava levar adiante o "Projeto Tóquio": conquistar a competição continental para disputar o Mundial de Clubes. Obediente, Telê centrou forças no torneio e chegou ao inédito título sulamericano, contra o Newell's Old Boys, selando definitivamente a identificação da torcida sãopaulina com a Libertadores - que seria reforçada ainda mais no ano seguinte, com o bicampeonato. Ao levantar essa taça pela terceira vez, em 2005, o São Paulo levava uma média de 70 mil torcedores ao Morumbi. Por isso, a pressão para engatar mais um bicampeonato consecutivo, em 2006, era insana (ainda mais porque o time tinha acabado de conquistar o terceiro Mundial). Foi essa "bucha" que Muricy pegou ao retornar ao clube. Para felicidade da torcida, levou o time a mais uma decisão. Mas, para sua infelicidade, perdeu o título em casa, no jogo de ida, ao ser derrotado pelo Internacional, que empataria no Sul e ficaria com o troféu.


Grêmio 2 x 0 São Paulo (09/05/2007) - A conquista do Brasileirão de 2006 amenizou a perda da Libertadores para o Inter e manteve Muricy Ramalho como técnico do São Paulo, mas a competição sulamericana continuava sendo prioridade para a torcida. Porém, depois de disputar duas decisões seguidas, a campanha de 2007 seria uma verdadeira ducha de água fria no time de Muricy, que começaria a sedimentar ali a má fama de sempre tropeçar contra times brasileiros na fase mata-mata do torneio. Logo na primeira fase, uma decepção: classificou-se apenas como segundo colocado em seu grupo, atrás do Necaxa, do México. Nas oitavas-de-final, o adversário seria o Grêmio, comandado por Mano Menezes, revelação do futebol gaúcho que havia conquistado para o clube o retorno à Série A do Brasileirão, ao vencer a Segundona em 2005 (na célebre "Batalha dos Aflitos"), mais o estadual de 2006. A desconfiança da torcida sãopaulina ficou clara logo no jogo de ida, quando apenas 33 mil foram ao Morumbi testemunhar a magra vitória por 1 x 0, gol do zagueiro Miranda. No jogo de volta, o Grêmio não tomou conhecimento da vantagem paulista e enfiou 2 x 0. Muricy balançou de novo, mas não caiu.


Fluminense 3 x 1 São Paulo (21/05/2008) - Derrotas inesperadas nos últimos minutos de jogo sempre deixam traumas para qualquer torcida do planeta. O São Paulo coleciona algumas bem doídas, como a virada que tomou do Cruzeiro, aos 46 do segundo tempo, na decisão da Copa do Brasil de 2000 (o empate garantia o título), ou a eliminação para o Once Caldas na semifinal da Libertadores de 2004, com gol tomado também aos 46 da etapa final. Mas, por ter acontecido em 2008, há menos tempo, a partida das quartas-de-final da competição sulamericana contra o Fluminense, no Maracanã, é uma ferida ainda mais aberta. A superioridade do São Paulo na conquista do Brasileirão de 2007, o segundo de Muricy pelo clube, levou a torcida a acreditar no tetracampeonato da Libertadores em 2008. A expectativa aumentou quando o Tricolor encerrou a primeira fase como primeiro colocado em seu grupo, com Adriano "Imperador" no time, e, nas oitavas, eliminou o uruguaio Nacional. Aí veio o Fluminense... Como no ano anterior, o São Paulo só conseguiu vencer por um raquítico 1 x 0 no Morumbi. No jogo de volta, levou 3 a 1, com o gol decisivo para o Flu, mais uma vez, nos fatídicos 46 do segundo tempo. Pesadelo.


São Paulo 0 x 2 Cruzeiro (18/06/2009) - O sacrifício que o São Paulo fez para vencer o Brasileirão de 2008, salvando mais uma vez o pescoço do técnico Muricy Ramalho, prenunciava dificuldades na temporada seguinte, quando disputaria a sexta Libertadores em sequência. Desde 2006, quando o treinador chegou, o clube vivia a sina de sucumbir em todas as competições disputadas em "mata-mata", como o estadual e o torneio sulamericano. E logo de cara, em 2009, foi eliminado pelo rival Corinthians na semifinal do Paulistão, com duas derrotas incontestáveis. O técnico poderia ter sido demitido ali, mas, como seguia vivo na Libertadores, ganhou uma (curta) sobrevida. Na primeira fase, terminou em primeiro no seu grupo mas, nas quartas-de-final, classificou-se sem precisar jogar contra o Guadalajara, numa decisão polêmica da Conmebol a partir da "gripe suína" que grassava no México. Pior para o Tricolor, que se acomodou, enquanto o forte Cruzeiro, do promissor técnico Adilson Batista, eliminava com duas vitórias a forte Universidad Católica, do Chile. Não deu outra: nas oitavas, os mineiros venceram no Mineirão e no Morumbi. E Muricy foi demitido, ficando quatro longos anos afastado do São Paulo.

Mas voltou. E hoje, ao completar 400 jogos no comando do time, segue fazendo história. Tomara que comece a acertar esse "catado", pois a coisa não está muito diferente do horror de 2013. Vai, São Paulo! Vai, Muricy!

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Descobriu a pólvora

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"A gente vem jogando mal, cara."

Muricy Ramalho, após o clássico sem gols contra o Santos, no Morumbi, ao justificar a decisão de colocar Paulo Henrique Ganso no banco de reservas (com toda razão, aliás).

E assim o São Paulo completou 12 clássicos - contra Corinthians, Palmeiras e Santos - sem vitória, desde o longínquo dezembro de 2012 (desde lá, foram sete derrotas e cinco empates).

Pois é, Muricy, que bom que você 'descobriu a pólvora' e, enfim, percebeu que o time (time?) vem jogando mal, muito, muito mal. Desde 2009 - eu acrescentaria...

quinta-feira, janeiro 30, 2014

5 X 1: Arouca comanda os meninos, e Santos humilha Corinthians na Vila

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Era 15 de maio de 2011, segunda final do Paulista de 2011, quando Arouca fez seu primeiro gol pelo Santos. O adversário era o Corinthians de Tite, e o Peixe, na Vila Belmiro, se sagraria bicampeão estadual vencendo por 2 a 1. O volante ainda acertaria a trave na peleja.

O camisa 5 (5) do Alvinegro, demoraria a marcar outra vez. Antes, fez uma grande partida no segundo jogo da final da Libertadores, contra o Peñarol, em 2011. Foi dele que veio a assistência para Neymar fazer o primeiro da partida. Marcou seu segundo contra o Guarani, na primeira fase do estadual de 2011. E o terceiro na noite de ontem, (29), na goleada contra o Corinthians, aos 12 minutos da primeira etapa.

Foi o tento que abriu a vitória peixeira. Mas Arouca não fez só o gol. Deu assistência, após um belo lance, para o segundo, de Gabriel, aos 22. E, aos 2 do segundo tempo, desarmou uma bola na lateral esquerda, conduziu a redonda para o campo rival e articulou o ataque que resultou no gol de Thiago Ribeiro, “veterano” aos 27 anos em meio aos meninos da Vila. Moleques como Gustavo Henrique, Alan Santos, Geuvânio e Gabriel. Na etapa final, ainda entraram Leandrinho e o estreante, Stephano Yuri, artilheiro da Copa São Paulo de Juniores.

A sensação térmica de 35 graus não abalou o Santos, que começou a toda nos dois tempos. Mas foi o terceiro gol, feito logo após o intervalo, que acabou com o Corinthians. Os donos da casa, mais condicionados fisicamente e, principalmente, mais tranquilos, botaram os rivais na roda em diversos momentos, enervando-os ainda mais e levando perigo ao gol corintiano ao realizar a transição rápida para o campo de ataque.

Professor bate palmas, e aluno aplicado vibra (Ivan Storti/SantosFC)
Oswaldo de Oliveira, que falou a respeito da partida dizendo que este seria o verdadeiro teste do estadual até então, já que ambos estariam no mesmo grau de preparação física – enquanto alguns times do interior estariam acima – não deu banana pra torcedor e nem fez gestos obscenos. Conseguiu sua terceira vitória em quatro jogos e segue invicto à frente do Santos. Um terço dos triunfos conquistados em sua primeira passagem pelo Alvinegro, em 2005, quando obteve nove vitórias, quatro empates e três derrotas em 16 jogos.

O Santos adotou quase na maior parte do tempo um 4-2-3-1 da moda, mas diferente, já que os jogadores se alternavam nas posições e confundiam a marcação corintiana. Gabriel, 17 anos, mostrou personalidade, assim como Geuvânio, que deu um drible da vaca desagradável para Ralf no quarto gol, de Bruno Peres, que acertou de primeira, e de esquerda... Thiago Ribeiro fez dois gols, e foi crucial. Mas o dono do jogo foi Arouca, que pode não ter a regularidade que o torcedor gostaria, até por conta de contusões, mas que não foge do embate e sempre aparece nas partidas importantes, diferentemente de medalhões incensados pela mídia.

Quanto ao Corinthians, quase equilibrou o jogo na segunda metade do primeiro tempo, mas não mostrou o padrão técnico-tático preciso para igualar o ímpeto santista. Em suma, foi bipolar: quando quis ser aguerrido, foi nervoso; quando buscou ser calmo, foi apático. E Mano tinha mesmo que tirar Guerrero, que seria expulso, mas colocar Pato com 4 a 1 contra cheirou a provocação contra o moço.


Agora, faltam quatro gols para o maior time profissional artilheiro do planeta chegar aos 12 mil. E o Santos bateu o Corinthians pela segunda vez em cinco (5) dias, contando a final da Copinha. Quando as coisas ensaiam ficar difíceis, os moleques costumam salvar.

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Corinthians de Mano começa 2014 com mais ataque

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Se alguém gostou do técnico novo, foi o Romarinho
O Corinthians faz hoje a noite, contra o Paulista, seu segundo jogo na novíssima era Mano Menezes – sendo ou um tremendo exagero ou um arroubo de otimismo falar em “era” com a tradição de demitir técnicos que grassa pelo país. O primeiro, contra a Lusa, no domingo, que assisti com meio e ressaqueado olho, trouxe novidades interessantes em termos de estilo de jogo e alguma esperança de um futebol um pouco mais vistoso para os corações alvinegros.

Em lugar da estrutura tática rígida implantada por Tite, que conquistou a América e o mundo em 2012 – sem contar o Paulistão de 2013, que todo corintiano adora exaltar mas que, na hora H, não salvou o ano de ser considerado perdido, vá entender –, Mano mostrou mobilidade no ataque, chegada dos laterais e volantes e outras cositas que resultaram em maior criação de jogadas de perigo e no primeiro jogo com dois marcados em um tempinho considerável. Por outro lado, a defesa levou uma boa meia dúzia de sustos do fraco time da Portuguesa, remontado às pressas depois d rebaixamento-que-não-se-sabe-bem-se-rolou-mesmo no Brasileirão e sem o tempo a mais de treino que costuma igualar condições entre grandes e pequenos no início do Paulistão – o São Paulo que o diga.

Mano não vem exatamente de uma tradição super-ofensiva. Sua primeira passagem no Parque São Jorge, de 2008 a 2010, foi também marcada por xingamentos contra o defensivismo excessivo, por recuar cedo demais e dar chance a empates, por não ousar. Mas mostra características diferentes de Tite. Enquanto este segurava os dois laterais e mantinha os três meias do 4-2-3-1 presos em suas faixas do campo para garantir a organização das linhas de marcação, aquele sempre liberou pelo menos um dos defensores (André Santos, no caso) e dava mais liberdade para um dos atacantes (Dentinho) e para o meia centralizado (Douglas). O torcedor de boa memória lembrar-se-á de mais tabelas e bolas enfiadas na Copa do Brasil de 2009 do que na Libertadores de 2012 – outros vão recordar mesmo é da eliminação para o Flamengo em 2010, mas aí são outros quinhentos.

No jogo contra a Lusa, Romarinho entrou pela direita na linha de meias, ou pelo menos foi o que todo mundo pensou. Na prática, via-se o garoto aparecendo em todos os cantos do ataque, ora com Rodriguinho caindo na ponta direita, ora com este e Danilo mais recuados como meias das antigas. Nessa posição, foi muito bem e pareceu mais à vontade do que na função de “Jorge Henrique 2 – A Ressurreição” que Tite lhe confiava.

Outro que rendeu muito foi Guilherme, pra mim o melhor do jogo. Chegou na frente o tempo todo, criou boas jogadas e deve ter sido quem mais chutou a gol.

A primeira questão que surge vem com o terceiro destaque claro da partida: o goleiro Walter, que trabalhou muito e muito bem. Uma sequência de duas defesas à queima-roupa contra o ataque da Lusa já no segundo tempo merecia mais destaque do que recebeu nos comentários. Isso indica que a melhoria ofensiva causou queda da produção defensiva – o que até é esperado, mas sempre um pouco preocupante. Claro que zagueiro leva mais tempo pra pegar ritmo de jogo e que entrosamento pega mais nas ações defensivas. Além do mais, se perdermos alguns lugares na lista de defesas menos vazadas e subirmos uns degraus na eficiência do ataque, temos muito a ganhar. Mas cabe acompanhar.

Santos empata com Audax e Oswaldo tem cartão de visitas da "turma do amendoim"

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Quem se arriscou a ir ao Pacaembu na noite de terça-feira, em um jogo com o ingrato horário de 19h30, mal divulgado pela Federação e tomando chuva, merecia um prêmio da diretoria do Santos. O mando de jogo era do Audax, que pensou faturar com os torcedores rivais cobrando R$ 60 o preço da arquibancada para uma partida da segunda rodada do Paulista, mas deu com os burros n'água. Não só pelo mau tempo, mas também pela inteligência (só que não) da Federação Paulista de Futebol, organizadora do campeonato estadual e da Copa São Paulo de Juniores, que marcou praticamente para o mesmo horário dois jogos do Peixe, o outro, válido pelas semifinais do torneio da base. Resultado: Arena Barueri com ótimo público para ver os meninos da Vila despacharem o Atlético-MG, e o Pacaembu com pouco mais de 2 mil testemunhas. Parabéns aos envolvidos.

Sim, sim, foi um jogo medonho. Boa parte dos jogadores alvinegros mostrou uma evidente falta de condição física, com alguns tendo atuações pavorosas. Era difícil escolher o pior em uma equipe remendada, com desfalques em todos os setores e o meio de campo totalmente reserva. Oswaldo de Oliveira tentou colocar Cicinho na meia, com Bruno Peres, persona non grata da torcida, na lateral direita. Não deu certo. No decorrer da partida inverteu as posições, mas o ex-pontepretano teve um dos seus piores desempenhos com a camisa peixeira.

Trabalhador tira soneca no intervalo do jogo. Acordou aos 7 do segundo tempo, mas deveria ter dormido mais...

Não só ele, ou eles, ficaram abaixo do esperado. Além das atuações individuais, saltou aos olhos a falta de um reserva para Montillo, algo mais do que necessário tendo em vista sua iminente ida para o chinês Shandong Luneng. Sem criatividade e articulação, viam-se os atacantes isolados, pedindo uma bola que nunca chegava.

Garoto com camisa do Barcelona.. Sinal dos tempos
O Audax fez seu gol no tempo inicial, boa jogada de Rafinha na direita da intermediária santista e passe preciso para Caion fazer de cabeça. Aliás, em nenhum momento a equipe de Fernando Diniz se intimidou com a marcação-pressão alvinegra, tocando sempre a bola para sair jogando de trás, com um bom entrosamento e saídas rápidas. Conseguiu assim diversos contra-ataques durante toda a partida e, se tivesse mais capricho, poderia ter assegurado a vitória já no primeiro tempo.

O castigo para o Audax e o alívio para o torcedor do Santos veio com uma cobrança de falta na cabeça do zagueiro Jubal, que marcou aos 42 do segundo tempo. Empate mais que imerecido do time de Oswaldo, que deu uma banana para parte da turma do amendoim que o azucrinava atrás do banco de reservas. Aliás, xingar o técnico de "burro" sendo que ele não pode contar com mais de meio time, além de não ter nenhuma contratação em campo e nem atletas da base que disputam a Copa São Paulo mostra quem deve ser o burro de verdade...

segunda-feira, janeiro 20, 2014

Sete jogos sem vitória (e contando) OU mais do mesmo

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Jogando um futebol tão ruim e improdutivo quanto o apresentado em 2013 e sem reforços que realmente reforcem alguma coisa (ou pior: reforçam o que há de ruim!), o São Paulo foi derrotado pelo Bragantino logo na estreia do Paulistão, por 2 x 0. A última vitória do Tricolor aconteceu no dia 13 de novembro, há quase 70 dias, contra o Flamengo, também por 2 x 0. De lá para cá, derrotas para Fluminense, Ponte Preta, Criciúma, Coritiba e, agora, Bragantino, e empates contra Botafogo-RJ e Ponte Preta. Esta sequência já representa metade dos 14 jogos sem vitória do time do São Paulo no ano passado, entre junho e agosto. Infelizmente, o torcedor não pode dizer com toda convicção que o clube tenha uma defesa que possa ser chamada de "titular", nem laterais com esse status, nem dupla de volantes, nem meias, nem linha de ataque. Se fosse para trazer jogadores, TODOS esse setores precisariam de reposições (urgentes!). Como isso não vai acontecer, a previsão é de um 2014 ainda mais complicado. Muricy Ramalho que tenha muita paciência para utilizar novamente Antônio Carlos, Rafael Tolói, Reinaldo, Denílson, Wellington, Douglas, Maicon, Osvaldo, Luís Fabiano, Ademilson - e jogo de cintura para lidar com as derrotas, vexames e eliminações que, com certeza, virão. Só rezo para que, mais uma vez, Deus tenha piedade de nós... Vamo, São Paulo! Escapar do rebaixamento mais uma vez!

domingo, janeiro 19, 2014

Paulistão 2014: Santos e Oswaldo estreiam com vitória magra

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Não foi uma estreia com pompa e circunstância. Aliás, os primeiros jogos dos grandes em início de temporada não costumam ser assim, que o digam Fluminense, Vasco e Botafogo. Sem ritmo e às vezes com atletas sem condições físicas, costumam enfrentar equipes que passaram por longas pré-temporadas, o que equilibra as forças entre adversários com poder de fogo desigual.

O adversário do Santos ontem era um desses times que se preparava há algum tempo. Desde novembro, o XV de Piracicaba (freguês premium) treinava para o Paulista, e mostrou bom preparo físico e um entrosamento interessante na partida de ontem. Na Vila Belmiro, a equipe do interior não deixou os donos da casa chegarem com facilidade à frente, congestionando o meio de campo e matando a criatividade peixeira. Criatividade, aliás, mais prejudicada após o intervalo, quando Montillo saiu lesionado para a entrada de Léo Cittadini. Mesmo assim, o XV era só defesa, e Oswaldo de Oliveira não teve seu esquema com três atacantes posto à prova na parte defensiva, graças à fragilidade do ataque piracicabano.

Se não contou com Leandro Damião, cuja situação ainda não foi regularizada; com Cícero, ainda sem uma definição sobre seu futuro, Alison e Edu Dracena (que só vai voltar no segundo semestre), o treinador alvinegro colocou seis garotos da base em campo, que se tornaram sete com a entrada de Cittadini. O desempenho, obviamente, foi desigual.

Gabriel Barbosa e Geuvânio se movimentaram bastante, embora tenham pecado na troca de passes, especialmente naquele último ou penúltimo lance antes de se chegar à meta. Leandrinho e Emerson Palmieri foram regulares, em especial na marcação, enquanto a dupla de zaga Gustavo Henrique e Jubal, que atuou junta durante muito tempo no time de baixo, mostrou entrosamento, inclusive na elaboração das famosas linhas burras que por vezes fazem o torcedor sofrer.

Comanda, professor... (Ricardo Saibun/Santos FC)
 A vitória veio com um belo passe de Geuvânio, que não ficou restrito a um lado só do campo como nos tempos de Claudinei, para Gabriel não hesitar. Ele hesitou no segundo tempo, quando teve oportunidade de ouro na qual poderia tentar driblar o goleiro, passar para Thiago Ribeiro, melhor colocado, ou finalizar com força. Mas preferiu dar uma cavadinha com o goleiro em pé... Perdoa-se pelos 17 anos, mas que deu raiva, deu. Foi seu quarto gol como profissional, em 16 pelejas nas quais participou (a maioria, entrando no decorrer do jogo).

Além da estreia com vitória, um gol a menos para a marca de 12 mil da equipe profissional que mais balançou as redes no mundo. Agora, faltam onze. E um pouco mais de rodagem para meninos promissores. 


E, na esdrúxula fórmula do campeonato paulista – vinte times divididos em quatro grupos, sendo que na primeira fase eles não enfrentam seus concorrentes diretos – São Paulo e Corinthians foram beneficiados mesmo sem jogar no sábado, já que nenhum clube de seus grupos venceu. Das seis partidas disputadas ontem (18), nenhum visitante ganhou, só o Audax conseguiu um empate em 0 a 0 com o Paulista, em Jundiaí.