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terça-feira, junho 07, 2011

A cachaça como sinal de liberdade e segurança

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O ótimo documentário "Hércules 56", produzido em 2006 pelo diretor carioca Silvio Dá-Rin, narra a dramática libertação de 15 presos políticos no Brasil, em setembro de 1969, a partir do sequestro do embaixador estadunidense Charles Elbrick pela luta armada. A viagem dos presos até o México e depois à Cuba é narrada pelos nove sobreviventes do grupo na época de produção do trabalho: Agonalto Pacheco, Flávio Tavares, Ricardo Zarattini, José Ibrahim, Maria Augusta Carneiro, Ricardo Villas, Mário Zanconato, Vladimir Palmeira e José Dirceu (ficaram faltando os falecidos Gregório Bezerra, Luís Travassos, Onofre Pinto, Rolando Frati, João Leonardo Rocha e Ivens Marchetti). Agonalto morreria em 2007, em Aracaju, e Maria Augusta, em 2009, no Rio de Janeiro.

Quatro sobreviventes: Flávio Tavares, José Ibrahim, José Dirceu e Mário Zanconato

Outros entrevistados pelo documentário são participantes do sequestro, como Franklin Martins, Paulo de Tarso Venceslau, Claudio Torres e Daniel Aarão Reis (os comandantes da operação, Joaquim Câmara Ferreira, o "Toledo", e Virgílio Gomes da Silva, o "Jonas", morreram torturados pelos militares). "Hércules 56" mostra que o processo de libertação dos presos foi muito complicado. Quando 13 deles já estavam dentro do avião, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro (Bezerra seria resgatado em escala em Recife e Zanconato, em Belém), nada garantia que conseguiriam levantar vôo. Militares radicais pára-quedistas chegaram a tomar a torre de controle do aeroporto segundos após a decolagem da aeronave.

Ao chegar ao México, circulava o boato que seriam deportados de volta ao Brasil. Foi então que o secretário de Governo daquele país, Luis Echeverría, pediu para que tirassem as algemas dos presos e garantiu que estariam a salvo. No documentário, questionado sobre qual o momento em que havia se sentido realmente livre, o ex-metalúrgico José Ibrahim responde:

- Foi quando eu e o João Leonardo derrubamos uma garrafa de tequila. No dia que nós botamos o pé lá. Ele falava assim: 'Ibra' - ele me chamava de Ibra - 'Ibra, tá amarrado aquele negócio nosso, né?'. Eu digo: 'Claro que tá, Jota'. Só eu e ele que sabia (sic). A gente ia chegar, botar o pé no hotel, pedir uma garrafa de tequila e derrubar. Pô, nós estávamos a seco há meses na cadeia. Só de vez em quando vinha a 'laranjinha', né (risos). E aí nós derrubamos essa garrafa de tequila, os dois. E fomos dormir.

Confira, a partir de 3:40 -

sexta-feira, novembro 20, 2009

Em tempo

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Ontem, Dia da Bandeira no Brasil, foram completos 40 anos do milésimo gol do Rei Pelé, contra o Vasco da Gama, no Maracanã. Pelo caráter simbólico do que representam Edson Arantes do Nascimento e a hegemonia brasileira no futebol mundial, vale o registro deese momento histórico aqui no Futepoca.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Veludo, o goleiro manguaça

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Há 40 anos, em 26 de outubro de 1969, morria, na mais completa miséria, Caetano Silva, o popular goleiro Veludo (foto), reserva da seleção brasileira na Copa da Suiça. Com apenas 39 anos e parcos 48 quilos, aparentava o dobro da idade. Curtia as últimas cachaças, um vício que aniquilou sua carreira profissional. Depois da Copa de 1954, Veludo revezava como goleiro titular do Fluminense com Castilho (que seria campeão do mundo em 1958, como reserva de Gilmar). Porém, num fatídico clássico contra o Flamengo, em dezembro de 1956, o Fluminense levou uma sonora goleada de 6 a 1 e, segundo a maioria dos testemunhos, Veludo estava bêbado e poderia ter evitado facilmente quatro dos gols. Ele desceu chorando para o vestiário e foi banido das Laranjeiras. Despencou de timinho em timinho, no interior de Minas Gerais e São Paulo, até pendurar as chuteiras, vencido completamente pelo álcool. Bebia tudo o que ganhava. Mas dizia que não exagerava: "Gostava de tomar minhas cervejas, gostava demais. Fora dos treinos, fora do clube, eu aceitava qualquer convite para tomar um copinho. Minha fama se alastrou", comentou certa vez, em uma reportagem da revista Manchete Esportiva. Menos famoso que Garrincha, o mais célebre dos jogadores bebuns, ninguém soube quando Veludo morreu. Fica aqui, com quatro décadas de atraso, nossa homenagem.

segunda-feira, abril 27, 2009

Palmeiras virou porco há 40 anos

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No dia 28 de abril de 1969 ocorreu um fato lamentável que teria como efeito colateral o "batismo" da Sociedade Esportiva Palmeiras como "porco". Depois de empatar por 1 a 1 com o São Bento, no Estádio Humberto Reali, em Sorocaba (SP), o Corinthians retornou à capital paulista. Do Parque São Jorge, os dois maiores destaques do time naquela competição estadual, o lateral direito Lidú (22 anos) e o ponta esquerda Eduardo (25), resolveram comer uma pizza nos arredores do Canindé, o estádio da Portuguesa. Mas não chegariam ao restaurante: na Marginal Tietê, Lidú perdeu o controle de seu Fusca, que chocou-se violentamente contra uma das pilastras de sustentação da ponte da Vila Maria (foto acima). Os dois morreram na hora.

Corinthians, 1969. Em pé: Ditão, Luís Carlos, Dirceu Alves, Pedro Rodrigues, Lidú e Lula. Agachados: Paulo Borges, Tales, Benê, Rivellino e Eduardo

Daí, veio a confusão que acabou por acirrar definitivamente a rivalidade entre corintianos e palmeirenses. Como o Paulistão já estava no returno e o prazo de inscrições de atletas havia se encerrado, a diretoria do alvinegro tentou, na Federação, uma autorização especial para inscrever dois novos atletas. A FPF convocou todos os clubes para uma reunião extraordinária, colocando em votação a pretensão corintiana, com a condição de que essa aprovação teria que ser unânime. Não foi: somente o presidente do Palmeiras, Delfino Facchina (à esquerda), votou contra. O que motivou o presidente do Corinthians, Wadih Helu (acima, à direita), a chamar os palmeirenses de "porcos". Foi a senha para a torcida do Corinthians.

Na partida seguinte entre os dois times, os alvinegros soltaram um porco no gramado do Morumbi antes do início do jogo. Enquanto o suíno corria, assustado, os corintianos entoavam o coro de "Porco! Porco!". Isso virou uma provocação intolerável para os palmeirenses até as semifinais do Paulistão de 1986, quando o alviverde goleou o rival por 5 a 1 e sua torcida resolveu assumir positivamente o "porco". Durante o jogo, os palestrinos inventaram uma versão para o grito dos dinamarqueses na Copa do México: "Dá-lhe Porco/ Dá-lhe Porco/ Olê-olê-olê". Desde então, o Palmeiras assumiu oficialmente sua identificação suína, após 17 anos de azucrinação corintiana.

Cerveja e sinuca uma semana antes do acidente, no Sambarthur, ponto de encontro de boleiros da época na Vila Maria: a partir da esquerda, os corintianos Décio, Lidú, Arthur (dono do bar), Lula, Eduardo e João Carioca