Destaques

Mostrando postagens com marcador acidente. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador acidente. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, abril 07, 2010

Mais um acidente nas obras da Linha 4 do Metrô

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


Mais um acidente nas obras da bendita Linha 4 do metrô de São Paulo. Um guindaste de cerca de trinta metros de altura tombou na tarde de terça-feira, 6, e atingiu a calçada da Avenida Francisco Morato, na altura do nº 2.600, zona oeste da capital paulista. O acidente ocorreu no canteiro de obras da futura estação Morumbi do Metrô. Dessa vez, pelo menos, ninguém ficou ferido.

De acordo com matéria do Estadão, o guindaste, montado sobre um caminhão, içava materiais do fundo de um dos poços da estação quando adernou, segundo a assessoria do Metrô. “A força da queda foi suficiente para elevar o caminhão, que ficou perpendicular ao solo. A ponta do guindaste destruiu o muro da obra e avançou três metros sobre a calçada. O operador do guindaste quebrou o vidro traseiro da cabine e escapou sem nenhum ferimento.”

Esse é um dos vários acidentes ocorridos nas obras da Linha 4. O mais grave deles sem dúvida foi "o desabamento em um dos canteiros da futura Via Amarela do metrô, na Marginal Pinheiros, que matou sete pessoas e resultou na interdição de 55 imóveis nas imediações da cratera e na demolição de cinco deles", como relembrou este Futepoca aqui.

Antes dele, outras duas ocorrências vitimaram operários em obras da linha amarela, além de um vazamento de gás nas imediações da futura estação Pinheiros. E mais recentemente, em dezembro de 2009, outro trabalhador morreu em obras da estação Vila Prudente, na linha 2-Verde. Não é pouca coisa.

O caso atual é infinitamente menos grave que todos os outros. Mas produziu uma imagem interessante (crédito para Matheus de Oliveira Trigo/VC no G1). Não é todo dia que se vê um caminhão no ar. Curiosa também a pressa da matéria do Estadão em informar que “o acidente não atrasa o cronograma de obras da futura estação Morumbi, segundo o Metrô”. Bom, atrasado já está, apesar de o governador e candidato a presidente José Serra dizer que “meta não é promessa”. Aliás, alguém já ouviu o que o digníssimo mandatário tem a dizer sobre algum destes acidentes? Pois é, nem eu.

sábado, fevereiro 20, 2010

Serra contra a liberdade de imprensa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ué! Mas não era a Dilma a ameaça à liberdade de imprensa?

Então, de acordo com uma nota do Blue Bus (que provavelmente é o veículo mais distante de coloração política que eu poderia citar aqui), não. Uma nota publicada ontem informa que o Discovery Channel quer usar o desabamento nas obras da Linha 4 do Metrô - que matou 7 pessoas - em um documentário.
Só que o Metrô, leia-se Governo Estadual, impediu que os técnicos do IPT que trabalharam no laudo técnico da tragédia dessem entrevistas.
Abaixo, a nota completa:

O desabamento nas obras da estaçao do Metrô Pinheiros (zona oeste de Sao Paulo) em 2007 pode virar documentário no Discovery Channel. A ressurreiçao do assunto, no entanto, esbarrou na direçao do Metrô. No mês passado, produtores do canal tentaram entrevistar dois geólogos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), responsáveis pelos laudos do acidente. O instituto, que se pronunciou à imprensa na época da conclusao dos laudos, proibiu seus técnicos de falarem ao canal. Na ocasião, o Discovery argumentou ao IPT que queria enquadrar a tragédia da cratera do Metrô em um documentário sobre desastres naturais, mas, mesmo assim, nao obteve as entrevistas. O IPT, via assessoria de imprensa, diz que, para se pronunciar, depende da autorização do Metrô. Alega que há uma cláusula de sigilo em seu contrato sobre o trabalho executado no acidente da Linha 4.

terça-feira, novembro 24, 2009

Medida preventiva

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Hoje perguntei ao meu professor por que raio de motivo os banheiros aqui na Irlanda não têm tomada nem interruptor de luz (sempre ficam do lado de fora). Ele disse que os bêbados morriam eletrocutados aos montes, daí o governo baixou uma lei (!) proibindo tomadas e interruptores nesses recintos. Meu Deus! Fico imaginando, nesses séculos, quantos desastres os manguaças daqui já provocaram. Agora faz sentido a bandeira de Dublin ter 3 castelos pegando fogo...

sexta-feira, novembro 13, 2009

Cerveja torrada

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Você pagaria cerca de 14 mil reais (5 mil euros) por uma garrafa de cerveja que não poderia beber? Pois este será o lance mínimo, em leilão neste sábado, por uma long neck da cerveja alemã Lowenbrau de 72 anos (foto), recuperada quase intacta dos destroços do dirigível Hindenburg, que pegou fogo em Nova Jersey, Estados Unidos, em maio de 1937. "Ninguém vai querer beber isso. É bem provável que o gosto esteja bastante podre", alertou o auditor Andrew Aldridge - que subestima a sede e as ideias de bêbado de certos futepoquenses. Mas o mais legal é a saga da garrafa: ela foi encontrada por um dos bombeiros que ajudaram a apagar os restos do Hindenburg, que matou 38 pessoas e feriu outras 60 após uma explosão causada pelo hidrogênio que o fazia flutuar. O manguaça Leroy Smith achou seis garrafas no meio dos destroços e decidiu enterrá-las. Depois, presenteou cinco amigos e guardou uma consigo. Em 1966, passou o seu exemplar para uma sobrinha, esse mesmo que agora vai a leilão. Uma parte da cerveja evaporou e o rótulo está queimado, mas a marca ainda é visível. Outra garrafa, de um dos amigos de Smith, está hoje em exposição na fábrica da Lowenbrau, em Munique.

quarta-feira, setembro 16, 2009

Será que alguem bebeu além da conta?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Estava indo para a biblioteca pública aqui em Dublin, perto das 3 da tarde (11 da manhã no Brasil), quando aconteceu um acidente inacreditável. O Luas, espécie de metrô de superfície, bateu em cheio na lateral de um ônibus em um dos pontos mais centrais da cidade (veja abaixo). Passei um tempo observando os bombeiros cortando as ferragens para retirar as vítimas.


O local fica a uma quadra da escola onde estudo, na O'Connell Street, e a uns 50 metros do extinto cinema onde os Beatles se apresentaram há 45 anos, na Abbey Street (veja foto à direita, de um dia normal). Pelo menos 21 pessoas se feriram, três gravemente - o condutor do trem e duas mulheres que estavam no ônibus. O estranho é que o Luas (trem) passa por esse cruzamento "devagar quase parando", como dizemos no Brasil, e ainda toca um sino avisando sua aproximação. Os veículos e pedestres sempre atravessam por ali com o máximo de cuidado possivel. Para colidir dessa forma, o trem devia estar numa velocidade incomum. Sei lá. Será que algum dos motoristas bebeu além da conta? Ou foi excesso de sobriedade?

sábado, junho 13, 2009

Tragédia pode ter mudado o rumo da Copa de 58

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Estou lendo Manchester's Finest - How the Munich Air Disaster Broke the Heart of a Great City, de David Hall, sobre o acidente de avião – foto – que matou oito jogadores do time inglês Manchester United em 6 de fevereiro de 1958, na Alemanha. Era a famosa equipe batizada como "Busby Babes", uma geração de jovens craques capitaneados pelo mítico técnico escocês Matt Busby, que venceu o Campeonato Inglês das temporadas 1956-1957 e 1957-1958. Seria como se o time do Santos perdesse numa tragédia, logo após vencer o Brasileirão de 2002, Robinho, Diego, Renato, Elano, Leo, Alex e Alberto, por exemplo.


No dia anterior ao acidente aéreo, o Manchester United empatou por 3 a 3 com o Red Star, em Belgrado, na antiga Iuguslávia, e garantiu presença na semifinal da Liga dos Campeões da Europa, na qual enfrentaria o Real Madrid. Mas, na viagem de volta, o avião parou para reabastecer em Munique e, sob forte nevasca, tentou decolar duas vezes e não conseguiu. Na terceira, saiu da pista, bateu uma das asas em uma casa e pegou fogo, matando 22 das 43 pessoas a bordo. Veja imagens da epoca aqui.

Entre as vítimas fatais estavam os jogadores Geoff Bent, Roger Byrne, Eddie Colman, Duncan Edwards, Mark Jones, David Pegg, Tommy Taylor e Billy Whelan. Morreram ainda três funcionários do clube, oito jornalistas de Manchester, dois membros da tripulação e dois outros passageiros. Entre os jogadores que sobreviveram estava Bobby Charlton, futuro campeão mundial pela Inglaterra em 1966. Outros dois do time, Jackie Blanchflower e John Berry, nunca mais puderam jogar futebol. O técnico Matt Busby passou por diversas cirurgias e esteve entre a vida e a morte, mas sobreviveu para reassumir o time três meses depois.

Mas a perda mais sentida foi a de Duncan Edwards (foto), de 21 anos, uma espécie de Pelé inglês e grande promessa de destaque na Copa da Suécia, que seria disputada dali alguns meses. Como se sabe, a Inglaterra foi a única seleção a quem o Brasil não conseguiu derrotar naquele mundial – e seria uma das favoritas ao título se tivesse contado com os jogadores Edwards, Taylor, Byrne, Pegg e Bent, que morreram no acidente e tinham suas convocações praticamente certas.

Os "Busby Babes" em 1957: a partir da esquerda, Ray Woods, Duncan Edwards, Tommy Taylor, Billy Whelan, Geoff Bent, Bill Foulkes, Jackie Blanchflower, Colin Webster, Dennis Viollet, Eddie Colman e Johnny Berry

Ps.: O legendário técnico Matt Busby (foto à esquerda) foi citado por John Lennon na letra de Dig It, dos Beatles, em 1969, um ano depois de o Manchester City ter vencido o Benfica, de Portugal, na decisão da Liga dos Campeões da Europa. A letra diz: "Like a rolling stone/ Like the FBI and the CIA/ And the BBC...BB King/ And Doris Day/ Matt Busby/ Dig it, dig it, dig it...". A música está no disco Let It Be e pode ser conferida aqui. Busby morreu em 1994, aos 85 anos.

terça-feira, junho 02, 2009

Informação capota em acidente da Air France

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nada como uma tragédia para mostrar o quanto a imprensa brasileira está despreparada para ir em busca de informações.

Na cobertura do acidente da Air France, sem muitos fatos, são ouvidos pretensos especialistas que ficam o dia todo especulando os motivos do acidentes. Ou são repetidas mil vezes na TV, no rádio e na internet declarações de autoridades que nada dizem.

Na falta do que fazer, tentaram, inclusive, causar intriga, pelo fato de o presidente Lula estar fora do país e não voltar correndo para fazer parte da pantomima. Mas não colou.

Agora, quando parece que foram encontrados os destroços, mais uma vez, os jornalões mostram o quanto estão despreparados para pôr notícias no ar com rapidez.

Veja os incríveis erros na matéria publicada pelo UOL como principal destaque nesta terça-feira:

Nelson Jobim confirma que 5 km de destroços localizados são do Airbus que estava desaparecido
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Atualizada às 17h28


Em entrevista coletiva no Windsor, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, o ministro de Defesa, Nelson Jobim, confirmou que os destroços localizados pela Aeronáutica são do Air France, que desapareceu na noite do último domingo (31) com 229 pessoas a bordo. A própria companhia informou que são 216 passageiros e 12 tripulantes, o que numa simples conta de somar dá 228.

Jobim disse que o navio Hércules da Marinha encontrou por volta das 12h30 desta terça-feira (2) cerca de 5 km de destroços de uma aeronave. Como todo jornalista deve saber, os Hércules são aviões de transporte e reconhecimento, nunca navios. Até porque as notícias do próprio UOL dizem que as embarcações da Marinha só chegarão amanhã ao local.

Os destroços são de fios, objetos metálicos, entre outros elementos, de acordo com Jobim. A investigação das circunstâncias e das causas do acidente serão realizadas pelo governo francês, segundo o ministro Jobim. Caso cheguem navios franceses para auxiliar no recolhimento de destroços, eles integrarão a operação brasileira já em andamento.

Segundo Jobim, as buscas pela aeronave continuam. A área de busca é de mais de 9 milhões de km2. Estranha a informação, já que todo o planeta tem 510 milhões de quilômetros quadrados.

O que for localizado pela Aeronáutica e pela Marinha será transportado, via navios, a até um ponto que fica a 400 km de Fernando de Noronha. De lá, helicópteros transportarão o material até Fernando de Noronha, onde peritos da Polícia Federal e do Instituto Médico Legal (IML) realizarão uma perícia.

O ministro disse que amanhã, às 11h, o navio patrulha da Marinha chegará ao local onde os destroços foram encontrados. Ele justifica a demora alegando que os barcos se deslocam apenas a uma velocidade equivalente a 30 km/h. O navio estará equipado com botes salva-vidas para o caso de sobreviventes serem encontrados. Jobim, entretanto, não quis falar sobre a possibilidade de encontrar sobreviventes. Precisa comentar a redação do texto.

Dois navios mercantes chegaram na tarde de hoje, ao local dos destroços avistados. Um terceiro navio mercante também foi desviado para o local. As três embarcações são de bandeira estrangeira (duas da Holanda e uma da França), e o desvio foi possível devido a acordos internacionais. Os navios mercantes estão no local exclusivamente para encontrar possíveis vítimas. O manuseamento dos destroços será feito somente pelos navios da Marinha. O que é mesmo manuseamento de destroços?

Jobim estava Walvis Bay, na Namíbia, onde se encontraria com autoridades do país. O ministro participaria de uma cerimônia de comemoração do 19º aniversário da Força de Defesa da Namíbia e do comissionamento do Navio-Patrulha Brendan Simbwaye à Marinha da Namíbia.

Com a decisão de suspender sua agenda oficial e retornar ao Brasil, Jobim será representado nas comemorações pelo comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto. Informação realmente relevante e que tem tudo a ver com o caso. O texto, que estava na principal manchete do UOL às 17h30 foi corrigido por alguma alma caridosa às 17h42, mas serve para ilustrar o nível de nossos grandes meios de comunicação. Se alguém duvidar, tenho aqui o texto original copiado no meu computador.

sexta-feira, maio 01, 2009

F-Mais Umas - A homenagem que Senna não fez

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

CHICO SILVA*

Quem me conhece sabe que nunca fui admirador do corintiano Ayrton Senna (foto). Acho isso uma coisa curiosa. Pois quem me conhece sabe também que sou um renhido defensor das coisas e tipos da Zona Norte, região onde nasci e vivo até hoje. Dizem, aliás, que os moradores da ZN são os paulistanos que mais defendem seu pedaço. Não sei se isso é regra. Mas seguramente não sou a exceção. Todo esse prólogo é para falar que Senna, assim como eu, era um sujeito da ZN. Passou a infância na Vila Maria e parte da adolescência na Serra da Cantareira, onde seu pai comprou uma casa grande e confortável. Em algumas ocasiões o vi circulando por aqui a bordo de uma Audi Station Wagon azul.

Uma delas ficou na memória. Em uma tarde chuvosa de verão, ele parou seu carrão para que eu atravessasse a Alfredo Pujol, uma das avenidas mais conhecidas do bairro Santana. Mas a ironia, o deboche e o jeito escrachado, além do imenso talento, me aproximaram de Nelson Piquet. A cruzada da Globo e especialmente do Galvão Bueno para torná-lo um santo na Terra e o seu pouco caso com jornalistas que não fossem do plim-plim me desagradavam. Era novo para estar na ativa, mas ouvi várias histórias de colegas que foram tratados com descaso pelo piloto. E até hoje não engulo aquela conversa de que ele viu Deus na saída do túnel de Mônaco. Mas, fazer o quê?

Pois nesse momento em que se completam 15 anos de sua morte descubro uma história que me tocou. Não a conhecia. E imagino que muitos de vocês também não. Por isso acho legal contá-la. Não quero com isso limpar minha barra com ele. Pelo contrário, não mudo uma vírgula do que penso a seu respeito. Mas aí vai: como todos sabem, Senna morreu no GP de San Marino, disputado no 1º de maio de 1994. Na véspera, o piloto austríaco Roland Ratzenberger (acima, à direita) teve o mesmo destino. Foi a primeira morte em oito anos na categoria. O acidente mexeu com Senna, que foi para a corrida do dia seguinte claramente abalado. Contrariando seu instinto midiático, resolveu prestar uma emotiva e silenciosa homenagem ao colega morto.

Durante a autópsia do brasileiro no Instituto Médico Legal de Bolonha, uma jovem legista encontrou uma bandeira da Áustria dobrada no bolso de seu macacão. Senna desfraldaria a flâmula na volta da vitória. Seria a primeira vez que exibiria uma bandeira que não fosse à brasileira. A curva Tamburello não deixou. O episódio está no blog do Flávio Gomes. Na época do acidente, Flávio cobria o GP pela Folha de S.Paulo e assinou um sensacional texto sobre os acontecimentos daquele trágico final de semana. O título do post é "Ímola, 1994" e pode ser lido no mesmo endereço. Vale a visita.


*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

segunda-feira, abril 27, 2009

Palmeiras virou porco há 40 anos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No dia 28 de abril de 1969 ocorreu um fato lamentável que teria como efeito colateral o "batismo" da Sociedade Esportiva Palmeiras como "porco". Depois de empatar por 1 a 1 com o São Bento, no Estádio Humberto Reali, em Sorocaba (SP), o Corinthians retornou à capital paulista. Do Parque São Jorge, os dois maiores destaques do time naquela competição estadual, o lateral direito Lidú (22 anos) e o ponta esquerda Eduardo (25), resolveram comer uma pizza nos arredores do Canindé, o estádio da Portuguesa. Mas não chegariam ao restaurante: na Marginal Tietê, Lidú perdeu o controle de seu Fusca, que chocou-se violentamente contra uma das pilastras de sustentação da ponte da Vila Maria (foto acima). Os dois morreram na hora.

Corinthians, 1969. Em pé: Ditão, Luís Carlos, Dirceu Alves, Pedro Rodrigues, Lidú e Lula. Agachados: Paulo Borges, Tales, Benê, Rivellino e Eduardo

Daí, veio a confusão que acabou por acirrar definitivamente a rivalidade entre corintianos e palmeirenses. Como o Paulistão já estava no returno e o prazo de inscrições de atletas havia se encerrado, a diretoria do alvinegro tentou, na Federação, uma autorização especial para inscrever dois novos atletas. A FPF convocou todos os clubes para uma reunião extraordinária, colocando em votação a pretensão corintiana, com a condição de que essa aprovação teria que ser unânime. Não foi: somente o presidente do Palmeiras, Delfino Facchina (à esquerda), votou contra. O que motivou o presidente do Corinthians, Wadih Helu (acima, à direita), a chamar os palmeirenses de "porcos". Foi a senha para a torcida do Corinthians.

Na partida seguinte entre os dois times, os alvinegros soltaram um porco no gramado do Morumbi antes do início do jogo. Enquanto o suíno corria, assustado, os corintianos entoavam o coro de "Porco! Porco!". Isso virou uma provocação intolerável para os palmeirenses até as semifinais do Paulistão de 1986, quando o alviverde goleou o rival por 5 a 1 e sua torcida resolveu assumir positivamente o "porco". Durante o jogo, os palestrinos inventaram uma versão para o grito dos dinamarqueses na Copa do México: "Dá-lhe Porco/ Dá-lhe Porco/ Olê-olê-olê". Desde então, o Palmeiras assumiu oficialmente sua identificação suína, após 17 anos de azucrinação corintiana.

Cerveja e sinuca uma semana antes do acidente, no Sambarthur, ponto de encontro de boleiros da época na Vila Maria: a partir da esquerda, os corintianos Décio, Lidú, Arthur (dono do bar), Lula, Eduardo e João Carioca

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Acidente com Brasil de Pelotas: três mortos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Um acidente na noite passada com o ônibus que levava os jogadores do Brasil de Pelotas de volta para a cidade, depois de ter disputado amistoso contra o Santa Cruz, de Vale do Sol (RS), provocou pelo menos tês mortes.

Os corpos do centroavante Cláudio Milar (foto, à direita, junto com o goleiro Danrlei), do treinador de goleiros Giovani Guimarães e do zagueiro Régis Gouveia serão velados hoje no gramado do Estádio Bento Freitas, em Pelotas. 

Segundo informações do ClicRBS, Por volta das 23h30min, o ônibus que levava o time de volta a Pelotas tombou e caiu em um barranco de cerca de 40 metros a 50 metros, o equivalente a um prédio de 15 andares. O acidente ocorreu no anel de acesso à BR-392, quando ela se encontra com uma rodovia estadual, a RST 471. 

O conhecido goleiro Danrlei, ex-Grêmio e Atlético-MG, foi um dos outros 23 feridos, mas não sofreu nada grave.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Crônica de várias mortes anunciadas OU a insanidade de lotar estádios de futebol

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No final da tarde de domingo, no programa "Bola na Rede", da RedeTV!, o locutor Luiz Alfredo saudava o Bahia pelo retorno à série B e enaltecia o clube por ter a melhor média de público das três divisões do Brasileirão (40,4 mil por jogo). Naquele exato momento, o time baiano empatava com o Vila Nova (GO) por zero a zero, na Fonte Nova, e confirmava o acesso. Mais de 60 mil, o público. Pouco depois, no precário estádio, um pedaço da arquibancada superior cedeu e a cratera no cimento tragou vários torcedores para uma queda de 20 metros (foto acima, de Welton Araújo - Reprodução). Até o momento, sete morreram.

Voltemos a 4 de março de 1971. Texto do jornal A Tarde de hoje: "A Fonte Nova (inaugurada em 28 de janeiro de 1951) seria reinaugurada. Ganhou mais uma rodada de arquibancadas, a parte superior. Ninguém imaginava que tudo acabaria em tragédia. O presidente Emílio Garrastazu Médici estava presente. O Bahia jogaria a primeira partida contra o Flamengo e o Vitória faria a segunda contra o Grêmio de Porto Alegre".

Segundo o jornal, mais de 112 mil pessoas estavam lá. Mas o público pagante divulgado, pra variar, foi menor: 94.972 pessoas (a capacidade oficial era de 96.640). Segue o jornal A Tarde: "O jogo inicial foi tudo bem. O tricolor ganhou por 1 a 0, a torcida se agitou e as arquibancadas balançaram, mas ninguém ligou. Por volta das 19 horas, no meio do segundo tempo, o Vitória empatava com o Grêmio em zero a zero, quando tudo começou. Um boato de que o estádio estava desabando gerou pânico, as pessoas começaram a pular da parte superior para baixo 'como se fosse uma cachoeira humana', conforme registros da imprensa na época". Resultado: dois mortos e 2.086 feridos. Coincidentemente, registra ainda A Tarde, foi do mesmo lado do acidente de ontem.

Ou seja: o mesmo estádio, a mesma arquibancada, o mesmo evento, a mesma lotação insana e, infelizmente, o mesmo resultado. Lembrando do discurso eloqüente e floreado de Luiz Alfredo, de que "quanto mais pessoas num estádio, melhor", fico me perguntando: pra quê? Quando vejo imagens de estádios lotados, não vejo festa nem espetáculo. Vejo perigo, insegurança, desconforto, histeria coletiva, riscos de toda sorte. Tudo bem que a Fonte Nova está um lixo, é um estádio podre. Mas, ao contrário do acidente de ontem, o de 36 anos atrás ocorreu por pisoteamentos, e não desabamento. O que me faz concluir que, juntou muita gente, dá merda (com o perdão da palavra).

Gostaria que a mídia repensasse esse oba-oba de "time que leva mais torcida". Em 2006, achei ridícula a disputa entre São Paulo e Atlético-MG para ver quem lotava mais o Morumbi ou o Mineirão. Este ano foi o Flamengo no Maracanã e o Bahia na Fonte Nova. Uma hora tinha que acontecer uma tragédia. Inevitável. Melhor seria que, nesses grandes estádios, a lotação máxima fosse de 25 ou 30 mil pessoas. Para quê mais? 20 mil pessoas com conforto, segurança, transporte, alimentação e tranqüilidade é muito melhor que 60 mil se espremendo e correndo risco de morte. Lucro ou "espetáculo" de torcidas valem mais que vidas?

Só para completar, reproduzo a lista de acidentes em estádios brasileiros publicada por A Tarde:

MORUMBI – Em 2 de março de 1969, no meio de uma partida em que o Corinthians ganhava do São Paulo por 4 a 2 um raio caiu próximo ao estádio. No meio do empurra-empurra, um muro desabou. Um torcedor morreu e 40 ficaram feridos.

MARACANÃ – Em 19 de julho de 1992, decisão do Campeonato Brasileiro, entre Flamengo e Botafogo, estádio lotado; 20 minutos antes do jogo começar, o alambrado da arquibancada superior cedeu e mais de 40 torcedores do Flamengo caíram em queda livre de mais de quatro metros sobre os que estavam na parte baixa. Três morreram e 90 ficaram feridos.

TAUBATÉ – Em 21 de setembro de 1995, o lateral Vítor, do Corinthians, foi jogar a camisa para a torcida depois de uma partida contra o Vitória, em Tabauté. Cerca de 300 pessoas se aglomeraram no muro da arquibancada. A estrutura desabou e 20 torcedores caíram no fosso. Cinco saíram gravemente feridos.

ALBERTO SILVA - Num jogo entre Tiradentes e Fluminense do Rio, em 1973, em Teresina, capital do Piauí, o alambrado desabou. Quatro torcedores morreram.

SÃO JANUÁRIO – Em 30 de dezembro de 2001, num jogo entre Vasco e São Caetano, o alambrado do estádio (Rio de Janeiro), que pertence ao Vasco, desabou: 140 pessoas ficaram feridas. As investigações da polícia culparam “os torcedores brigões” pelo acidente.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Carros como armas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Reprodução
Não tenho nada a ver com a vida do ótimo ex-centroavante Casagrande (na foto, socorrido pelos bombeiros), mas a cobertura de seu acidente na chamada mídia televisiva é “blindada” por um corporativismo ridículo. Até a concorrência fez uma cobertura lamentavelmente acrítica: no programa Bate Bola de domingo, o estridente pretenso narrador Paulo Andrade, da ESPN Brasil, deu vivas às boas notícias da noite, segundo as quais o acidentado já estava bem melhor. Não que eu quisesse que o cara tivesse se dado mais mal ainda, mas não tem questionamento nenhum, não?

Quem conhece a região onde se deu o acidente de sábado à noite há de se perguntar: como ele pode ter capotado um Jeep Cherokee ali daquele jeito? A rua Tito – paralela à rua Coriolano, próximo às ruas Camilo, Aurélia e Catão –, é tranqüila, estreita e tem pouco movimento à noite. É difícil imaginar como alguém pode ter batido e arrastado quatro automóveis, sendo que dois ficaram “completamente destruídos”, e ainda ter capotado naquele local da Vila Romana, entre a Lapa e a Vila Pompéia, na zona Oeste da capital.

Já que ninguém pergunta, pergunto eu: como?

O próprio ex-atleta, segundo as reportagens que li, disse aos policiais que toma tranqüilizantes e havia ingerido pequena quantidade de vinho. Ah, tá.

A sorte é que, justamente por ser um local tranqüilo, o acidente não feriu nem matou ninguém. Sorte de quem, por fatalidade, não estava ali.

Se não tenho nada a ver com a vida do Casão, como cidadão acho terrível que celebridades usem seus carrões nas ruas como se usassem armas. E ninguém fala nada.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

'Maldição' tricolor: Richarlyson sofre acidente

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Quem joga pelo São Paulo realmente deve ter medo de andar de automóvel: na madrugada de hoje, o meia Richarlyson (foto), 24 anos, sofreu um acidente de caminhonete na rodovia Castello Branco, na região de Osasco, Grande São Paulo. O jogador quebrou o braço direito e teve escoriações nas pernas. Dois amigos o acompanhavam: um feriu o abdomen e o outro está em observação. A caminhonete bateu em uma proteção lateral e foi parar dentro de um posto de gasolina. Ainda não foi confirmado se era Richarlyson quem estava dirigindo. A "maldição" de acidentes de trânsito com atletas do São Paulo impressiona: em agosto desse ano, um desastre na rodovia Régis Bittencourt, perto de Juquitiba (SP), matou o goleiro Weverson, de 19 anos (a jogadora de vôlei Natália Lane, do Finasa/Osasco, também morreu na ocasião). O motorista era outro jogador do São Paulo, o goleiro Bruno, 20 anos, que ficou tetraplégico. Em julho de 1992, o goleiro Alexandre, também com 20 anos, reserva imediato de Zetti na Libertadores da América, faleceu em acidente de carro na capital paulista. Dois anos antes, em junho de 1990, o zagueiro Mazinho, jovem promessa de 18 anos que assinaria seu primeiro contrato profissional junto com Cafu dali a uma semana, ficou tetraplégico depois de uma batida de automóvel em São Carlos (SP). O motorista era o atacante Anílton, que ficou hospitalizado por meses mas sobreviveu sem seqüelas graves. O meia/ lateral-direito Belletti foi outro que escapou: em setembro de 1999, quando ainda pertencia ao São Paulo e estava emprestado ao Atlético-MG, bateu o carro que dirigia em Belo Horizonte. Sua noiva teve fratura exposta em uma das pernas. O jogador, então com 23 anos, não teve muitos ferimentos e recuperou-se a tempo de disputar a final do Brasileirão pelo Galo, em dezembro daquele ano. Mas alguns anos antes, em janeiro de 1993, outro ex-são-paulino e ex-atleticano morreu em acidente de automóvel em Boituva (SP): o ponta-esquerda Edivaldo, 30 anos.