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quarta-feira, janeiro 07, 2015

Glückliches Jahr Alt! (Feliz Ano Velho!)

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sexta-feira, dezembro 31, 2010

O Sobrenatural de Almeida é manguaça!

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Ontem eu já voltei pra casa dos meus pais "mal" intencionado, com uma dúzia de garrafas de cerveja à tiracolo e um gigante pedaço de queijo reino "dubão". O calor dessa região de Ribeirão Preto, no interiorzão de São Paulo, convidava ao ócio e à manguacice. Já encontrei meu pai, "Seo" Chico, com a mesma disposição. Enchemos os copos, cortamos o queijo, pusemos uma mesinha e cadeiras no quintal e botamos um CD do Altemar Dutra com marchinhas carnavalescas. Meu pais contou suas histórias de infância e adolescência, quando era crooner de orquestras, de seus tempos de Exército em Pirassununga, da boemia paulistana nos anos 1970, enfim, coisas que só eu, na família, tenho paciência e supremo prazer em ouvir.

Vai daí que ele se lembrou de um outro 31 de dezembro, há mais de duas décadas, quando ele, eu (então com uns 12 anos) e mais alguns primos e tios decidimos passar o Ano Novo isolados numa casinha no alto de uma serra, local sem energia elétrica, para observar os fogos em toda a cidade (buenas, tudo desculpa pra beber à vontade longe da mulherada, lógico!). Já havia dois carros cheios de cerveja Malt 90 quando alguém lembrou que precisávamos comprar gelo. Lembro que, por horas, vagamos por todos os mercados, postos de gasolina e casas de parentes atrás da preciosa mercadoria. Nada; o produto estava em falta por causa das festas de Ano Novo. Decidimos, então, subir a serra e beber cerveja quente, mais ou menos resfriada na água de um riachinho.

Quando já estávamos no meio do mato, lá pelas nove da noite, o carro do meu pai fez a última curva antes da subida principal, na beira de uma lagoa, quando se deparou com duas enormes e reluzentes pedras, tendo que frear bruscamente. Descemos para retirar os obstáculos e, para nosso espanto e felicidade geral da nação, tratava-se de dois blocos enormes de... GELO! Ainda hoje essa história rende conjecturas entre nós, os manguaças da família. Quem teria jogado aquele gelo ali, no meio do mato, longe da cidade, justo no nosso caminho? Para o gelo estar inteiro, tinha sido pouco antes de passarmos. Mistério total. Mas passamos o reveillón com cerveja gelada...

E depois de relembrarmos esse episódio sobrenatural ontem à noite, eis que hoje, lá pelas seis da manhã, minha mãe passa pelo quintal e, do nada, encontra um isopor em cima do muro, cheio de gelo e com três latinhas de cerveja dentro! Temendo mexer no que não é nosso, deixou a caixa lá, até umas dez da manhã. Nada. Sem alternativa, eu e meu pai nos servimos de mais esse "presente" de Ano Novo do Sobrenatural de Almeida. Que já deve estar de porre uma hora dessas... Brindando um Feliz 2011 e desejando muita cerveja para todos os futepoquenses, colaboradores e leitores! Saúde!

segunda-feira, janeiro 04, 2010

As pequenas tragédias da Ilha Grande

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Duas cenas: a chegada e os passeios numa Ilha Grande paradisíaca e o Morro da Carioca, em Angra, depois da tragédia.

Fotos: Simone Polli e Frédi Vasconcelos


















Das grandes tragédias nem é necessário falar. A TV, a todo momento, mostra imagens da pousada que caiu, das casas, dos velórios. Na falta de assunto, explora-se ao máximo a dor alheia em busca de audiência...

Mas eu e a companheira Simone estávamos num grupo que foi para a Ilha passar o Ano-novo, na casa dos amigos Helô e Gerardo, na Praia Grande de Araçatiba, bem perto do Bananal, onde despencou o morro.

A chegada no dia 27 e os dias 28 e 29, apesar de um pouco de chuva, foi dentro do previsto. Praia, caminhadas, passeios de barco, boas comidas, ótimas conversas com os amigos etc.

A mudança começou no dia 30. Desde as primeiras horas, chuva torrencial. Impedia de fazer qualquer coisa, mas nada indicava o que viria.

Manhã do dia 31, não havia boas notícias. A chuva continuava muito forte. O morro atrás da casas que estávamos começou a cuspir terra. A primeira operação, apesar do susto, foi até simples, tirar aquela pouca terra e fazer um caminho para a água descer.

Operação que teve de ser repetida durante algumas vezes, mas nada ainda que assustasse. À tarde a chuva diminui e traz alívio a todos. Engano, ledo engano. Volta com mais força ainda à noite, o que não impede a ceia e as comemorações da meia-noite. Com direito a ir pular as 7 ondas mesmo debaixo da chuva.

Na volta à casa, as notícias não são boas. Mais terra caíra. É necessário trocar de roupa de festa e fazer um novo caminho para que a água não invada os quartos. E lá vai o grupo para a tarefa nas primeiras horas de 2010.

Não adianta. Refeito o primeiro caminho, vem mais terra ainda, a situação começa a ficar crítica. Não é possível mais mexer atrás da casa porque fica perigoso, a toda hora acontece novo pequeno desmoronamento.

É necessário tirar as roupas, os colchões, tudo que puder ser salvo, porque a invasão de terra e água é iminente. Cada um faz uma pequena mochila para levar o que é essencial. Mais terra caindo e água vertendo do morro, formando novas cachoeiras.

Perto das 3h da manhã a decisão de abandonar a casa e ir para lugar mais seguro oferecido por amigos. A caminhada parece que nunca acaba, atravessando partes inundadas, pequena trilha que pode a qualquer momento desmoronar. No grupo, os bravos León e Thomás, de 9 e 14 anos, que enfrentam tudo sem reclamar.

A chegada à outra casa foi um alívio. Parte do grupo não cabe e ainda tem de caminhar mais para chegar a outro local. Ficamos nesse primeiro e tentamos dormir...

No outro dia, caímos da cama às 8h da manhã com medo do que poderia ter acontecido à casa de Helô e Gerardo. Chegamos e eles já estavam lá. Apesar de ter entrado água e terra nos quartos, que tivemos de limpar, a situação era melhor do que esperávamos. Não havia acontecido nada de mais grave. Embora um dos quartos estivesse com cerca de 1,5 metro de terra na parede externa. Além de pedras ameaçadoramente soltas. Limpamos tudo e almoçamos o resto da paella maravilhosa preparada por Gerardo para a noite anterior.

Daí fomos para outra pousada, numa área de menos risco.

Soubemos da tragédia no Bananal e em Angra, mas com informações cada vez mais confusas. Chegavam a falar em 100 mortes, inclusive de gente famosa...

O espírito das férias já tinha ido embora. Na nossa última noite na Ilha, algo simbólico. Um jantar feito com restos da ceia e mais o peixe e o camarão que sobraram fritos por Helô, com vinhos trazidos da Argentina por Daniel e Mónica, à luz de velas, na mesa de um bar fechado. A prova de que enquanto resta solidariedade e vida, tudo ainda pode ser feito.

Decidimos retornar no dia seguinte, mas boa parte do grupo ficou em locais mais seguros.

Agora, o verdadeiro problema é para a população local. Está sem água e luz até hoje, várias casas estão interditadas, os mantimentos que ficam nas geladeiras estão todos estragando, os turistas vão saindo em bandos, lotando os barcos que vão para a Angra.

A época em que todos que vivem lá do turismo ganham algo para passar o ano está irremediavelmente soterrada.

Nada se compara às vidas perdidas, mas as pequenas tragédias continuarão ainda por muito tempo.