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segunda-feira, novembro 23, 2015

Mais simbólico, impossível

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O Corinthians levantar o troféu de seu 6º título brasileiro no dia em que aplica 6 gols no São Paulo já é "conta de mentiroso", de tão perfeito, mas penso que o dia de ontem representará - "eternamente, dentro dos nossos corações" - um marco ainda mais indelével. No futuro, se alguém se arriscar a escrever um livro sobre a "revolução corintiana" ocorrida a partir de 2008, como bem definiu Ronaldo "Cada-Vez-Mais" Gordo, em contraposição à (surpreendente) derrocada sãopaulina com início naquele mesmo ano, poderá terminar esse "estudo de casos", como epílogo (ou epitáfio...), narrando a acachapante, histórica e inapelável goleada/surra/sova/massacre/humilhação de 22 de novembro de 2015 no Itaquerão, vulgo Arena Corinthians, para deleite do "bando de loucos".

Mais simbólico, impossível: o time que alcançava em 2008 o mesmo posto de hexacampeão brasileiro, logo depois de sagrar-se tricampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, com elenco invejável, administração elogiada, melhor estádio particular dos três grandes clubes da capital naquela época, e com perspectivas das mais otimistas dentro e fora de campo, é o mesmo que agora, apenas sete anos depois, é feito em pedaços pelo rival - e exatamente o mesmo que, naquele 2008, disputava a Série B do Brasileiro, depois de dois anos sofríveis na Série A, que culminaram no rebaixamento em 2007. Ali, naquele momento, nem o mais arguto ou profeta dos especialistas em futebol arriscaria prever a fantástica e fulminante inversão de papéis entre os dois clubes.

Para se ter uma ideia, entre 2003 e 2007, o São Paulo passou 14 "Majestosos" sem perder para o Corinthians, com 9 vitórias (incluindo uma partida anulada e uma goleada de 5 a 1 em 2005) e cinco empates. Daí, a partir de 2009, tudo mudou. E como! Enquanto Juvenal Juvêncio, na presidência sãopaulina, começava a destruir tudo, absolutamente tudo, o que havia sido conquistado e consolidado entre 2005 e 2008, com uma profusão inesgotável de insanidades absurdas, condenando o clube ao jejum de títulos, à insolvência financeira e aos vexames sequenciais dentro de campo, Andrés Sanchez, o presidente alvinegro de então, botava em prática uma gestão que faria o Corinthians não só renascer das cinzas como ser alçado a outro nível no futebol mundial.

Foi simbólica, como primeiro capítulo dessa (inacreditável e imprevisível) troca de posições, a disputa das semifinais do Campeonato Paulista de 2009, quando os corintianos calaram o - até então "soberano" - adversário com duas vitórias maiúsculas, fixadas para sempre na memória futebolística pelo gol de virada na primeira partida e gesto de "f*-se" para a torcida sãopaulina feito por Cristian (o mesmo que fez o 6º gol ontem, repetindo o gesto) e pelo golaço de Ronaldo Gordo em pleno Morumbi, após arrancada sobre o zagueiro Rodrigo, no segundo jogo. Pouco depois, o tricampeão brasileiro Muricy Ramalho seria demitido do comando do São Paulo, que não mais ganharia um só título "de respeito", apenas a Sul-Americana de 2012, na qual enfrentou uma série de adversários sofríveis.

E o Corinthians, pelo contrário, iria enfileirar troféus importantes: dois Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e um Mundial de Clubes. Entre 2007 e 2011, passou 11 jogos sem perder para o São Paulo, com 7 vitórias e 4 empates. Após o fim desse tabu, prosseguiria aplicando vitórias seguras e decisivas no rival, como na decisão da Recopa em 2013 ou na fase eliminatória do Paulistão do ano seguinte, com direito a um 5 a 0 em 2011 e ao 6 x 1 de ontem. No período, o São Paulo perdeu jogo de Copa no Morumbi, perdeu patrocínio master, perdeu o equilíbrio financeiro e, mais do que tudo, perdeu o respeito em campo. Antes, até 2009, quando era derrotado pelos rivais, provocava reações vingativas e furiosas. Hoje, provoca risos. E dó.

Senão, vejamos: neste ano de 2015, em 14 clássicos disputados contra os três arquirrivais paulistas, perdeu 9, empatou 3 e venceu apenas 2. Sofreu 31 gols (mais de dois por clássico), sendo 13 marcados pelo Santos, 10 pelo Corinthians e 8 pelo Palmeiras. Os rivais gargalharam com mais duas eliminações sofridas para os santistas, na semifinal do Paulista (pela quarta vez em cinco anos) e da Copa do Brasil (com duas derrotas por 3 x 1 que impressionaram pela facilidade encontrada pelo adversário), mais um 3 x 0 tranquilo no Brasileirão; duas goleadas vexaminosas para os palmeirenses (3 x 0 no Paulista e 4 x 0 no nacional); e três derrotas para os corintianos (incluindo um 2 a 0 categórico na Libertadores e a sacolada histórica de seis gols). Hoje, ninguém teme o São Paulo.

O Timão, na contramão, é mais "todo-poderoso" do que nunca. Construiu uma moderna arena e tirou a Copa (e os mandos de seus jogos, sempre lucrativos) do Morumbi, multiplicou suas fontes de renda e sua imensa torcida, saneou as finanças, acertou nas contratações e, acima de tudo, na aposta em Tite, o melhor técnico do Brasil, sem dúvida - e que foi bancado, corajosamente, por Andrés Sanchez na crise gerada pela eliminação por um time fraco na pré-Libertadores de 2011, que adiantou, inclusive, a aposentadoria do já citado Ronaldo Gordo, outra aposta certeira de Sanchez e personagem central e decisivo da tal revolução posta em movimento de 2008 pra cá. Por outro lado, o São Paulo expõe-se, mais do que nunca, fraco, abatido, perdido e inofensivo. E sem horizontes.

A partir de 2009 ou 2010, quando passou a fazer a alegria dos arquirrivais nos clássicos disputados, principalmente os decisivos ou eliminatórios, o time sãopaulino, fosse qual fosse sua escalação ou o técnico no banco (e foram dez, sem contar o cada vez mais requisitado auxiliar Milton Cruz), o São Paulo já entra em campo nessas ocasiões com semblante e espírito de derrotado. Até consegue um triunfo aqui ou acolá, em jogos que não valem nada. Mas o time treme quando tem que enfrentar Corinthians, Palmeiras ou Santos, é visível. Ontem, contra oito reservas do alvinegro paulistano, os titulares do Tricolor aparentavam nervosismo, confusão, pânico e descontrole. Se o segundo tempo tivesse acréscimos (o que seria justo, com dois pênaltis marcados e três substituições pra cada lado), poderiam ter levado 7 ou 8 gols. Mas o juiz apitou o fim 5 segundos antes dos 45. Será que ficou com dó?

Hoje, corintianos e santistas dominam o futebol paulista e nacional e palmeirenses caminham para uma recuperação consistente. Não por acaso, o primeiro é campeão do Brasileiro dando show e os outros dois disputam a decisão da Copa do Brasil (e, se a vitória for alviverde, o ano fechará com um título para cada um dos três, enquanto o São Paulo - mais uma vez - só observa, chupando o dedo). Se Corinthians e Palmeiras têm estádios modernos e lucrativos e sedimentam caminhos estáveis para suas equipes, e o Santos revela dezenas de jovens talentos e prossegue na conquista regular de títulos, o São Paulo desce cada vez mais o nível e é gerido como time pequeno. O resultado: vexames e mais vexames. Pra quê disputar a Libertadores? Pra passar (mais) vergonha(s) em nível continental?

Pra fechar o post, voltando ao seu mote (o estudo de caso sobre a revolução corintiana versus destruição sãopaulina entre 2008 e 2015), registro dois comentários muito precisos: um, do Mauro Beting, que há dois anos já observava que um dos maiores erros do Tricolor nesse período foi se autointitular "soberano" (mais uma "obra" obrada por Juvenal Juvêncio); e outro do ex-zagueiro William, hoje trabalhando na SporTV, que reforçou o time vitorioso do Corinthians na Série B e lembrou na quinta-feira, quando o alvinegro confirmou o título deste ano após empatar com o Vasco, que Andrés Sanchez remontou o elenco em 2008 brigando por reforços com os times da Série A (ele, por exemplo, foi tirado do Grêmio). Isso explica muita coisa sobre a bifurcação de destinos dos dois clubes há sete anos e sobre a discrepância de hoje. Ao querido São Paulo, minhas (sentidas) condolências.




quarta-feira, setembro 02, 2015

Vasco toma meia dúzia do Inter. Campanha aponta para recordes mais que negativos

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O Vasco perdeu, na noite desta quarta-feira, para o Internacional, no Beira-Rio, por 6 a 0. Uma partida que teve todas as características de um time mais à deriva que determinadas embarcações de navegadores portugueses no século 16.

Quase tudo que podia dar errado para os cariocas, deu. O Inter acertou belas finalizações, o árbitro não viu um gol irregular dos colorados e os cariocas, nas parcas oportunidades que tiveram, desperdiçaram. A confiança que jogadores de um lado apresentavam, inexistia do outro. Foram dez finalizações gaúchas, 60% de aproveitamento.

Os números da equipe de Jorginho são terríveis. Com apenas oito gols no primeiro turno, o time já tinha igualado os piores desempenhos ofensivos de um clube na era dos pontos corridos, "título" que pertencia ao América-RN de 2007 e ao Corinthians de 2013, que foram às redes oito vezes, como os cruzmaltinos, mas no segundo turno. Já no primeiro turno ninguém teve o desempenho vascaíno. O Criciúma, em 2014, fez nove tentos.

Mas o Vasco ainda não marcou nas três primeiras pelejas do turno final. Ou seja, continuam com oito gols, mas em 22 rodadas, o pior ataque da história até essa altura. tem também a atual pior defesa das quatro divisões do Brasileiro. No total, são 41 gols sofridos, quase dois por partida, e um saldo negativo de 33 tentos.

Confira abaixo os gols do Inter. E pense se o time vai escapar do seu terceiro rebaixamento em oito anos.

segunda-feira, agosto 17, 2015

Manifestação justificada

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Depois de o São Paulo passar - mais um - vexame no sábado, sendo goleado por 3 a 0 pelo provisoriamente rebaixado Goiás em pleno Morumbi, nas fuças de 25 mil torcedores (e nem é a primeira vez que isso acontece, leia esse post aqui), vejam a cena que percebi num comercial de cerveja que está sendo exibido atualmente na TV:



segunda-feira, junho 29, 2015

Um gol para cada mês de atraso de grana. Coincidência?

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Leandro Pereira chuta; Souza, Dória e Rogério Ceni 'assistem'; 1 x 0
Opinião de um torcedor do São Paulo: se o time do Palmeiras fosse pouca coisa melhor e não tivesse jogado apenas no contra-ataque, esperando as (quatro) falhas do oponente, o clássico de ontem teria sido um atropelo da magnitude dos 7 a 1 que a Alemanha enfiou no Brasil ano passado. O fraco, inoperante e inofensivo time (time?!?) de Juan Carlos Osorio foi à casa do adversário sem sistema - ou qualquer tipo de planejamento - defensivo. E sem zagueiros, se considerarmos que nem Dória nem Rafael Tolói merecem a alcunha. Pior: o São Paulo jogou - mais uma vez - com um a menos, pois Paulo Henrique Ganso, como diria o Padre Quevedo, "non ecziste" (ou dois a menos, se considerarmos a participação "efetiva" de Luís Fabiano). Repito: se o time do Palmeiras tivesse se empolgado e "partido pra cima", com sua torcida empurrando, teria feito 7 ou 8 gols, fácil fácil.

Victor Ramos sobe sozinho e comemora após testar para a rede: 2 x 0
Mas os sonoros 4 a 0 - que se estendem para 7 a 0 se considerado o Choque-Rei anterior - já servem para a torcida alviverde gargalhar por um bom tempo, e para os ingênuos que ainda bravateiam o tal "forte elenco do São Paulo, um dos melhores do Brasil" pararem de acreditar em Papai Noel, digo, na mídia esportiva (ah, a mídia esportiva!). Nem vou fazer comentários sobre o técnico colombiano, suas (polêmicas) anotações em caderninhos, escalações, substituições ou expulsão no clássico de ontem, pois considero que nem José Mourinho, nem Pepe Guardiola e nem Jesus Cristo conseguiriam transformar esse catado do São Paulo em uma equipe realmente competitiva. Enquanto a diretoria forçar as escalações de Ganso, Luís Fabiano e Pato, sonhando com futuras (e improváveis) transações, a torcida tricolor terá que se conformar com derrotas e vexames.

Rafael Marques faz 3º - no jogo e dele sobre Rogério Ceni neste ano
E não só esses três: quando vi a dupla de zaga ontem, Dória e Tolói, já previ uma tarde de pesadelo. Aliás, eu sempre considerei o (mediano e esforçado) Paulo Miranda melhor do que o (abaixo de mediano e entregador de rapadura) Tolói. Isso se confirmou com a venda do primeiro (que, bem ou mal, tinha alguém interessado nele), enquanto ninguém quer o segundo. Dória é uma enganação, e é melhor que vá embora. O superestimado Souza, idem. Os laterais Bruno e Carlinhos, "reforços" deste ano (ha!ha!ha!, riem os adversários), são ótimos para o banco de reservas - onde já "residem" outros três recém-contratados,Thiago Mendes, Centurión e Johnatan Cafu. E quem sobra? Michel Bastos. Que não é nenhuma Brastemp. E Rogério Ceni, em - triste e constrangedor - fim de carreira. Osorio já deve estar se dando conta da roubada em que se meteu...

Cristaldo cabeceia livre e completa o 'chocolate' do Palmeiras: 4 x 0
E se o time (time?!?!??) do São Paulo oferece "tantas" "opções" e "tantos" "talentos" para o técnico, ou qualquer técnico, seja ele quem for, quem é responsável? A diretoria, lógico. A mesma que, em certos nichos da mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...), é elogiada como "moderna", "eficiente". A mesma que alardeou a venda de Rodrigo Caio para o Valencia... SÓ QUE NÃO! (clique aqui para ler sobre o fiasco) A mesma que, nesta segunda-feira de gozação palmeirense e cabeça inchada sãopaulina, nos proporciona mais uma prova de sua "eficiência" e "modernidade": a notícia de que o "São Paulo não vai pagar elenco no dia 10; serão quatro meses de atraso". Não é curioso? QUATRO meses: o mesmo número de gols sofridos ontem no estádio do Palmeiras. Imagine o que teria acontecido no jogo se a diretoria estivesse devendo nove ou dez meses de grana!

PS.: E o técnico do Palmeiras nos 4 x 0 era Marcelo Oliveira. AQUELE MESMO.


quarta-feira, janeiro 07, 2015

Glückliches Jahr Alt! (Feliz Ano Velho!)

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domingo, julho 13, 2014

7 x 1 é conta de mentiroso? 7 motivos para crer que não

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Pronto, a Copa acabou. Mas, se los hermanos também perderam pra Alemanha, pelo menos não perderam de sete. Ou 7 x 1, que, se colocarmos como "1 jogo de 7 a 1", teremos o numeral 171 - que no Brasil configura estelionato, pelo Código Civil, e virou gíria para qualquer tipo de enganação, tapeação. Ou mentira. Afinal, 7 x 1 parece conta de mentiroso. Mas veremos, abaixo, sete motivos para mostrar que, no Brasil, muitos torcedores tiveram sensação de dejà vu no desagradável (para dizer o mínimo) "Mineiraço":

1) São Paulo 7 x 1 União São João (26/10/1997) -  Quem lê o placar e desdenha o time de Araras, que hoje disputa a 2ª Divisão paulista, deve lembrar que naquela época ele disputou a Série A do Brasileiro quatro anos seguidos, entre 1994 e 1997. Foi também o clube tri-superlativo (ão-ão-ão) que revelou o lateral pentacampeão Roberto Carlos. Naquele jogo do Brasileirão, no Morumbi, o União, treinado por Geninho, deu o azar de ter dois jogadores expulsos (Toninho e Ricardo Lima), de o juiz Dalmo Bozano marcar um pênalti duvidoso e de pegar o atacante sãopaulino Dodô "na ponta dos cascos": fez cinco gols. Marcelinho Paraíba fez os outros dois. Em 97, Dodô fazia uma dupla infernal com Aristizábal e chegaria a 55 gols em 69 jogos pelo São Paulo (média de 0,79) - até hoje, o maior artilheiro do clube em uma temporada. Naquele campeonato, o atacante já havia feito todos os gols dos 5 x 0 contra o Cruzeiro, no hoje fatídico Mineirão.



2) Vasco 7 x 1 Guarani (05/08/2001) - Campeão da infame Copa João Havelange, que substituiu o Brasileirão em 2000, o Vasco "atropelou" muita gente no ano seguinte. Comandados em campo por um Romário mais artilheiro que nunca (marcou nada menos que 73 gols em 2000), os vascaínos aplicaram 7 x 0 no Botafogo pelo Carioca, no Maracanã, e repetiriam o placar de 7 x 1 por duas vezes no Brasileirão, ambas em São Januário e contra times paulistas. A primeira vítima foi o Guarani, do técnico Hélio dos Anjos e de Edu Dracena (hoje no Santos), Jadílson (futuro Goiás e São Paulo) e Fumagalli (que iria para o Corinthians). Jogando com dez, depois da expulsão de Sangaletti, o time campineiro sofreu gols de Botti, Jorginho, Juninho Paulista e quatro de Romário, autor de outros dois contra o Botafogo e de mais três contra o São Paulo. Ou seja, dos 21 marcados pelo Vasco naquelas três goleadas de sete em 2001, mais de um terço, nove gols, foram do Baixinho.



3) Vasco 7 x 1 São Paulo (25/11/2001) - Em mais uma partida válida pelo Brasileirão, no estádio dos vascaínos, cinco personagens foram decisivos para que os sãopaulinos sofressem um "Januariaço": o goleiro Rogério Ceni, que pegou a bola com as mãos fora da área logo aos 6 minutos, num lance de bola cabeceada que ia em direção ao gol, e foi corretamente expulso pelo árbitro Carlos Eugênio Simon; o goleiro reserva Alencar, que entrou cometendo falhas grotescas e já foi tomando um peruzaço quando o Vasco abriu o placar; o atacante Romário, em mais uma tarde inspirada, que marcou três vezes; o lateral Gustavo Nery, que também foi expulso e fez o Tricolor terminar com nove em campo; e, mais do que todos, o técnico Nelsinho Baptista, que já havia feito o São Paulo sofrer um 7 x 2 da Portuguesa, no Brasileirão de 1998 - e que voltaria a tomar 7 x 1 quatro anos depois pelo Santos, como veremos mais abaixo. Perto de Nelsinho, Felipão é juvenil.



4) Fluminense 7 x 1 Juventude (27/10/2004)  - Novamente pelo Brasileirão, cariocas e gaúchos se enfrentaram em Volta Redonda, na mesma noite em que, no Morumbi, o zagueiro Serginho, do São Caetano, sofreu um ataque cardíaco e morreu, durante confronto com o São Paulo. No Rio, os destaque da goleada foram o hoje comentarista Roger Flores, com dois gols (um deles uma pintura), Alessandro, que também marcou duas vezes, e Rodrigo Tiuí, o artilheiro da noite, com três anotados. Assim, o Fluminense vingou a derrota de 6 x 0 sofrida em 1999. Mais uma vez, expulsões favoreceram o placar: o Juventude perdeu Lauro e Vanderson (Odvan, do Flu, também levou vermelho). Daquele time gaúcho, treinado por Ivo Wortmann, talvez o único jogador um pouco mais conhecido seja o lateral Jancarlos, que depois jogaria por Goiás e Atlético-PR, antes de sagrar-se campeão brasileiro pelo São Paulo, em 2008 - e falecer num acidente de carro, em 2013.



5) Corinthians 7 x 1 Santos (06/11/2005) -A tragédia santista no Pacaembu começou antes do primeiro minuto de jogo, quando o jovem Halysson fez besteira perto da área e Rosinei abriu o placar. O massacre ainda teria mais três gols do argentino Tévez, dois de Nilmar e um de Marcelo Mattos. A expulsão do santista Rogério favoreceu o "vareio", mas a escalação de Hallyson, que falhou por duas vezes e foi substituído tardiamente, fez com que os torcedores creditassem ao técnico Nelsinho Baptista a culpa pelo desastre. Sim, aquele mesmo treinador que já havia levado sete por duas vezes, com o São Paulo. Num campeonato em que os corintianos seriam campeões após uma polêmica anulação de partidas, a reincidência de Nelsinho leva a crer que a história se repete mesmo como farsa. E a cruel ironia: Baptista seria o técnico no rebaixamento do Corinthians, em 2007.



6) Grêmio 7 x 1 Figueirense (24/07/2008) - Se tivemos Dodô, Romário, Rodrigo Tiuí e Tévez como protagonistas das goleadas anteriores, as estrelas desse atropelo gremista pra cima dos catarinenses, no Brasileirão, foram o colombiano Perea e Reinaldo (aquele que era "melhor que o Tierry Henry" e hoje está no Oeste de Itápolis), com três gols cada um. Marcel fechou o placar. O Grêmio do técnico Celso Roth contava ainda com Victor no gol, que esquentou o banco da malfadada seleção canarinho nesta Copa de 2014, e o hoje aposentado meia Tcheco. Do outro lado, apenas o meia Cleiton Xavier, que teria brilho efêmero no Palmeiras, é digno de nota. Foi ele quem anotou o "gol de honra" da partida. Uma curiosidade: ao contrário dos jogos descritos acima e assim como o Brasil contra a Alemanha, o Figueirense não teve jogador expulso nestes 7 x 1. E, não por acaso, o time de Florianópolis foi um dos rebaixados no Campeonato Brasileiro de 2008.



7) Bahia 7 x 1 Itabuna (25/03/2012) -Em que pese a diferença algo significativa entre a Copa do Mundo e o Campeonato Baiano, nada melhor do que um jogo em que o Bahia, time do coração de Daniel Alves e Dante, encontrou o mesmo nível de dificuldade que a Alemanha teve diante do Brasil de Felipão - e que me perdoe o Itabuna e seu técnico na ocasião, Gélson Fogazzi, pela pouco lisonjeira comparação! O artilheiro daquele dia, com quatro gols (quatro vezes mais do que o Fred em toda a Copa), foi o velho conhecido Souza, ex-artilheiro do Brasileirão pelo Goiás e com passagens por Flamengo e Corinthians. Magno, Junior e Lenine "fecharam o caixão". No jogo, outros dois ex-corintianos marcaram presença: Lulinha, pelo Bahia, e  Fernando Baiano, de tempos (muito) idos, pelo Itabuna. Detalhe: a equipe de Salvador era treinada por ninguém menos que Paulo Roberto Falcão, que treinou a seleção brasileira mas não chegou a uma Copa. Nem levou 7 x 1 da Alemanha...

quarta-feira, julho 09, 2014

Fui à cozinha e tava 2 x 0. Voltei, tava 5!

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Sim, sou um cara esquisito. Desde aquela fatídica cobrança de pênaltis contra a França, em 1986, nunca mais consegui torcer pela seleção brasileira. Não torço contra, mas o selecionado não me diz absolutamente nada. Porque nunca concordo com a escolha dos técnicos nem com as convocações e muito menos com a escalação dos titulares. Também só assisto futebol pela TV com o som desligado. Não suporto o tanto de besteiras, lugares-comuns, obviedades e gracinhas sem graça de locutores, comentaristas e afins. Enfim, sou esquisito, não nego e pago quando puder!

Dito isto, fica mais fácil descrever a cena da tarde paulistana (nublada) de terça-feira, quando me postei sozinho em frente à TV (sem som) para assitir Brasil x Alemanha. Por ter aproveitado a dispensa do trabalho para me levantar o mais tarde possível, ainda não havia almoçado às 17 horas. Assim, depois de testemunhar (sem qualquer comoção) o primeiro e o segundo gols dos alemães, e já prevendo que dificilmente os brasileiros reverteriam tal placar, me levantei para ir à cozinha preparar o almoço.


Lembrem-se: a TV estava sem som. Peguei a comida na geladeira, botei num prato, levei ao microondas e teclei 3 minutos. Enquanto aguardava o alimento esquentar, espremi umas laranjas pra fazer um suco e temperei um pouco de salada. Silêncio absoluto na vizinhança. Transportei o almoço para a sala, me posicionei novamente em frente à TV e, por um segundo, tive um lapso de confusão mental. Porque o placar da partida, no canto superior esquerdo da telinha, não era mais 2 x 0. Era 5 x 0!

Mas, como assim?!!?? Somando a ida e a volta e o tempo do microondas, não gastei mais do que 5 minutos na cozinha! O que aconteceu?!? Apalermado, apanhei o controle remoto e acionei o som da TV. Na Bandeirantes, parecia que o locutor falava comigo: "Pra você que está ligando agora, é isso aí mesmo, está 5 x 0 pra Alemanha, com meia hora de jogo". Desliguei o som. Na vizinhança continuava o mais completo e absoluto silêncio. E permaneceu o silêncio mais ensurdecedor que jamais ouvi.

Depois da goleada mais bizarra, inacreditável, impensável, inapelável e acachapante que jamais imaginaria presenciar em toda a minha existência. E a Alemanha visivelmente "tirou o pé" e poupou o Brasil no segundo tempo (!). E foi "só" 7 x 1...

domingo, agosto 11, 2013

Não é privilégio do Barcelona

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quinta-feira, maio 09, 2013

Com direito à cosquinha na cabeça do Wellington

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Ronaldinho Gaúcho tripudia e faz cosquinha em Wellington, que cai e simula falta
Que show de bola! Que baile! Considerando que os espetáculos anteriores do Atlético-MG pela Libertadores no estádio Independência, pela fase de grupos, tenham sido contra The Strongest (2 x 1) e Arsenal de Sarandí (5 x 2), times medianos sem conquistas internacionais, a goleada de ontem por 4 a 1 sobre o São Paulo, tricampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, foi a confirmação incontestável de que o time do técnico Cuca é, hoje, o de futebol mais vistoso e eficiente no Brasil. Pessimista como sou, já previa derrota e, na pior das hipóteses, uma noite de pesadelo. Ao fim do jogo, respirei aliviado: o meu time escapou do que poderia ter sido uma das piores goleadas de toda a sua história, comparável à maior delas até aqui, o 8 x 1 que o Botafogo-RJ nos aplicou no Torneio Rio-São Paulo de 1940.

Bernard: craque
O Atlético-MG fez o que quis em campo. Duas imagens, ambas do segundo tempo, ficarão guardadas em "minhas retinas tão fatigadas" (citando o cruzeirense Carlos Drummond de Andrade): a primeira foi uma jogada de futebol de salão, com Ronaldinho Gaúcho partindo para o ataque pela esquerda, trocando de pé em velocidade e tocando quase sem olhar para Diego Tardelli, no meio, que tocou da mesma forma, em milésimo de segundo, para Bernard, na direita, numa sintonia e sincronia que não vejo há anos no futebol nacional, síntese da plena afinação da "orquestra" que Cuca montou na linha de ataque do Galo; e a segunda imagem, a do Ronaldinho Gaúcho tripudiando e fazendo cosquinha na cabeça do pobre e inoperante Wellington, resumo da humilhação e da zombaria sofridas pelo atropelado São Paulo

Jô abre o placar: 1 x 0 foi pouco no 1º tempo
E o estrago, repito, poderia ter sido bem maior. Com 10 minutos de jogo, o Atlético-MG já tinha perdido um gol feito, mandado uma bola no travessão e sufocava o time de Ney Franco como se fosse uma partida de adultos, profissionais, contra um combinado Sub 15. O primeiro gol saiu com uma naturalidade espantosa, golaço de Jô em troca de passes fulminante. O São Paulo se segurava como podia: jogador tirando bola em cima da linha, Rogério Ceni fazendo defesa de reflexo dentro da pequena área, pressão e mais pressão. O primeiro tempo ter acabado com placar de 1 x 0 foi um espanto: poderia ter sido 4 ou 5 x0 fácil, fácil. Eu, que tinha aberto uma garrafa de vinho e tirado o som da televisão para ouvir um CD (porque detesto todo e qualquer comentarista esportivo, de qualquer emissora), acompanhava o jogo como quem assistisse as Torres Gêmeas pegando fogo, na iminência de desabarem.

Gaúcho e Jô comemoram segundo gol
Veio a segunda etapa e voltou a sensação de que meu time levaria um vareio épico, daqueles de virar manchete na mídia esportiva de todo o planeta. Sensação que surgiu quando o jogo começou e vi Douglas em campo. Ali, entendi que não seria apenas uma derrota. Poderia ser "A" derrota. Na segunda etapa, colocaram o coitado do Silvinho, ex-Penapolense ("Que faaaaaseee...", diria Milton Leite), mais perdido que surdo-mudo em tiroteio. O São Paulo, pateticamente, se jogava para o ataque na base do chutão para qualquer lado, da bola área rifada, do "bumba-meu-boi". Triste de ver. Em todos os lances, os passes chegavam 30 centímetros atrás de quem ia receber a bola, o jogador tinha que voltar para buscá-la, o posicionamento dos colegas se embaralhava, tudo saía errado. O time perdia a bola. E o Atlético-MG partia para o contra-ataque - rápido, coordenado, entrosado, com toques de primeira, fatal. Numa dessas, Jô fez 2 x 0. E iniciou o previsível massacre...

Tardelli engana Tolói e encobre Rogério Ceni
Na saída de bola, o São Paulo desembestou e se atrapalhou mais uma vez, houve um chutão para o alto e Rafael Tolói correu para tentar atrasar a bola, de cabeça, para Rogério Ceni. Quem assistiu ao clássico entre São Paulo e Corinthians pela primeira fase do Campeonato Paulista já fazia ideia do que poderia acontecer. Naquele jogo, Tolói tentou atrasar uma bola para Ceni, Alexandre Pato chegou antes, sofreu pênalti e depois fez o gol da vitória para o time de Parque São Jorge. Ontem, não deu outra. O ex-sãopaulino Diego Tardelli estava na cola do atrapalhado zagueiro e só esperou ele cabecear errado para dar o bote e, com um toque sutil, encobrir o goleiro e marcar um golaço: 3 x 0.

Jô faz 3º, após passe de Ronaldinho
Dois gols em dois minutos. E ainda tinha mais. Cinco minutos depois do terceiro gol, Ronaldinho Gaúcho, que mandou e desmandou na partida, numa das melhores atuações de sua carreira, fez outra jogada de futebol de salão e, à la Mário Sérgio Pontes de Paiva, olhou para a esquerda e deu passe para a direita, Jô recebeu e tocou no canto para selar o inapelável atropelo do Galo sobre o Tricolor. Naquele momento, faltando mais de 20 minutos para o jogo acabar, enchi minha derradeira taça de vinho e orei: "Meu Deus, já tá de bom tamanho! Por favor, faça com que o Atlético-MG tire o pé!". Graças a Ele, fui atendido. O time de Cuca não chegou a tirar o pé, mas também não aumentou a conta da sova. E o (eternamente) apagado Luís Fabiano ainda fez o golzinho de honra. Ficou de bom tamanho.

Silvinho: mais um "craque" do Juvenal
Falar mais o quê? Já cansei de repetir, aqui neste blogue, que o São Paulo não é um time. Não tem padrão de jogo, esquema tático. Não tem laterais, nem volantes, nem zagueiros que prestem. Não consegue finalizar no ataque. Não vai chegar a lugar algum com Douglas titular. Com Lúcio, Luís Fabiano, Ademilson. Continuo defendendo Ney Franco, mas uma campanha que teve seis derrotas em dez jogos é pura e simplesmente o reflexo do que é o São Paulo na era Juvenal Juvêncio: contrata mal, planeja mal, administra mal. Perde jogos, perde títulos, perde dinheiro, perde boas contratações, perde bons negócios. E, cada vez mais, vai perder torcedores. Para o Corinthians. Para o Atlético-MG. Não acredito que vá mudar alguma coisa daqui para o final do ano. Ney Franco vai tentar tirar leite de pedra para, quem sabe, beliscar outra vaguinha na Libertadores de 2014. Mas não sejamos ingênuos, sãopaulinos. A derrota de ontem não será o último vexame de 2013. Já que o clube é o da fé, vamos rezar muito. Seja o que Deus quiser!


quinta-feira, março 28, 2013

Ney Franco vai comer ovo de Páscoa no Morumbi - mas será que chega ao Dia do Trabalho empregado?

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Sim, o São Paulo venceu mais uma pelo Campeonato Paulista, com Luís Fabiano confirmando sua vocação para decidir apenas quando não interessa: 2 x 0 no Paulista de Jundiaí, fora de casa, com dois gols do camisa 9. De útil, a excelente atuação de Wallyson (que, apesar de ainda não estar totalmente em forma, já merece ser titular pela ponta-direita), a volta de Paulo Miranda na lateral e a surpreendente recuperação de Douglas, que, pela primeira vez, jogou bem. Fabrício, como volante, também correspondeu. Já Lúcio e Cortez continuam dando razão à Ney Franco para permanecerem no banco (com o perdão da rima involuntária). Falando no treinador, aliás, ele conseguiu ficar no cargo até essa Páscoa, ao contrário do que prenunciava o clima de fritura pós-vexames contra o argentino Arsenal pela Libertadores.


Três vitoriazinhas pelo Paulistão - contra São Bernardo, Bragantino e Paulista - garantiram o fôlego extra. Como eu já disse aqui, não sou favorável à demissão de Ney Franco. Muito pelo contrário. Demitir técnico por má fase ou botar culpa por derrota em goleiro são duas das maiores besteiras do futebol. Só que o Juvenal Juvêncio é louco (ou bêbado; ou os dois!) a ponto de ninguém botar a mão no fogo, no dia seguinte, por qualquer coisa que ele garantiu na véspera. Vejamos: há quatro anos, em outro período de Páscoa, Muricy Ramalho chegava às semifinais do Campeonato Paulista com moral, por ter sido o 2º melhor na primeira fase. Pegou o Corinthians. Levou um 2 a 1 (com comemoração polêmica de Cristian) no Pacaembu e um 2 a 0 no Morumbi (com arrancada hilária do gordo Ronaldo sobre o tosco Rodrigo).

A batata de Muricy começou a assar ali. Pouco depois, chegou às quartas-de-final da Libertadores e foi eliminado pelo Cruzeiro com placares idênticos: 2 a 1 e 2 a 0. E o técnico tricampeão brasileiro caiu. Guardadas as devidas - e imensas - proporções, vejamos a coincidência com a situação do Ney Franco. Pega o Corinthians, no próximo domingo de Páscoa. O time ainda não venceu um clássico no ano (perdeu por 3 a 1 para o Santos e empatou sem gols com o Palmeiras). Vai que, num desses dias trágicos, o Tricolor leva uma goleada humilhante do rival, com comemoração polêmica e/ou lance humilhante sobre a zaga. Imagine como seria o clima do embarque para a Bolívia, para enfrentar o The Strongest... E, mesmo se vencer lá, pega outro time mineiro na sequência  da Libertadores, o Atlético, que, como o rival Cruzeiro naquele início de 2009, está "voando baixo" nessa temporada...

Na dúvida, Ney Franco já poderia sondar o vaivém dos técnicos nos outros clubes.


Nada de novo sob o Mirassol - Não poderia terminar esse post sem comentar a inacreditável goleada de 6 (SEIS!!!) a 2 do imponente Mirassol sobre o Palmeiras. Sim, o alviverde vive uma crise eterna há mais de dez anos, com dois rebaixamentos no Brasileirão e inúmeros vexames no período terra arrasada pós-Parmalat. Mas até má fase tem limite! O Mirassol estava na zona de rebaixamento e não vencia há cinco jogos! Perder para time fraco acontece. Mas perder por goleada já é mais complicado. Perder por goleada de 6 (SEIS!!!) é ainda pior. E perder por goleada de 6 (SEIS!!!) levando todos os gols logo no primeiro tempo (!) é fim de feira completo. Não há atraso de salário e de direitos de imagem, não há elenco sofrível ou técnico e diretoria idem que expliquem. A COISA TÁ FEIA. Aliás, pensando nessa música do Tião Carreiro (que o Glauco gosta de cantar), acho que o time do Palmeiras não é "filho de Deus", pois "tá na unha do Capeta" - e ele tem como número 666 (SEIS! SEIS! SEIS!)...


quarta-feira, março 27, 2013

Tem meia dúzia de coisas que só acontecem com o... Palmeiras?

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Comemora, Mirassol, que não é todo dia! (Foto: Caio Messias/Lance!Press)

Em sua atual fase, o Palmeiras tem perdido muita coisa, como mostra o sacode que levou do portentoso Mirassol na noite desta quarta-feira. Mas pelo menos uma coisa ele ganhou, e do Botafogo: nos últimos tempos, tem coisas que só acontecem com o Palmeiras.

É válido questionar se o Mirassol algum dia já marcou meia dúzia de tentos em uma única partida como profissional. Imagine então cumprir a conta logo no primeiro tempo? Tá certo que o primeiro foi obra do jovem zagueiro palmeirense Marcos Vinícius, de 21 anos, e logo aos 32 segundos de partida. Mas ainda assim...

No finalzinho, o Palmeiras ainda corria, Wesley forçou o goleiro Gustavo a duas defesas complicadas. Mas era nítido que ninguém dentro de campo acreditava no empate. Nem a torcida alviverde, que se dividia entre os que abandonavam o estádio e aqueles que ficavam para xingar o time e o técnico Gilson Kleina – que corre sério risco de não passar o Dia do Trabalho no Parque Antártica.

Já o lado mirassolense era só alegria, justificada pelo feito histórico. Dá pra imaginar, daqui uns 30 anos, quando o Paulistão não for mais que uma lembrança, o centroavante Caion contando para seus netos e vizinhos  a respeito da noite em que marcou dois dos seis gols do Mirassol em cima do poderoso Palmeiras.

PS.: Na sequência da rodada, o Corinthians empatou em 1 a 1 com o Penapolense, em mais uma partida pra lá de chata. Mas quem se importa?

(Atualizado às 23h50)

domingo, junho 26, 2011

15 anos depois, São Paulo leva novo 5 a 0 do rival Corinthians, com expulsão de Carlinhos e frango de Ceni

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A morte (derrota) parecia anunciada e seria até compreensível. Jogar sem cinco titulares, em um clássico e dentro da "casa" do maior rival, que vem bem no Brasileirão e jogaria completo, era prenúncio de desastre. E o São Paulo não conseguiu evitar o massacre, perdendo inapelavelmente por 5 a 0 para o Corinthians, no Pacaembu, em jogo marcado pela expulsão de Carlinhos Paraíba no primeiro tempo e um frango de Rogério Ceni no último gol alvinegro. Com três de Liédson, um de Danilo e um de Jorge Henrique, os corintianos quebraram a sequência de cinco vitórias dos sãopaulinos na competição e igualaram a maior goleada histórica do clássico, imposta há 15 anos, no Campeonato Paulista, em partida disputada em Ribeirão Preto. Naquele outro 5 a 0, o "animal" Edmundo fez dois e Souza, Róbson e Henrique completaram o placar. Durma-se com um barulho desses...

Diante de um 5 a 0, não há muito o que comentar sobre o São Paulo. Nem dá pra culpar o técnico ou os jogadores, que atuaram sem Lucas, que está com a seleção brasileira, Juan e Rodrigo Souto, suspensos, e, no último momento, sem Rhodolfo, machucado, e Casemiro, doente. Nem o garoto Henrique Miranda, também contundido, Paulo César Carpegiani pôde utilizar, e a solução foi improvisar Luiz Eduardo na lateral esquerda. A zaga, fraca, teve Xandão e Bruno Uvini. O estreante Rodrigo Caio entrou "na fogueira" para ajudar Wellington e Carlinhos Paraíba no meio. E o ataque, com Dagoberto e Marlos, teve a volta de Fernandinho, desentrosado e sem ritmo de jogo. Mas até que o time se portou bem no início, acendendo alguma esperança de que poderia segurar um empatezinho.

Porém, a expulsão de Carlinhos Paraíba, com dois cartões amarelos ainda na primeira etapa, precipitou a equipe no abismo. Paciência. O time do São Paulo não é esse que foi goleado e ainda é possível se recuperar - apesar de que, nas próximas rodadas, continuará bem desfalcado. É do futebol. Paciência.

Não tem mais o que dizer, só assistir e aplaudir o show corintiano no segundo tempo (abaixo). De consolo, para nós, só o fato de que a sonora goleada sobre o rival dá moral para Tite seguir no cargo (rsrs). Mas é melhor nem fazer campanha, senão o Conselho dos Bons Pensadores sobre Corintianismo reclamará de novo.



Mais um 'factóide esquerdinha'
Além dos corintianos, quem está se refestelando nesse domingo é a imprensa paulistana, zelosa de sua agenda para as eleições municipais de 2012. Deu hoje na coluna "Painel", da Folha de S.Paulo (bleargh!), com inevitável tom de comemoração:

Me dê motivo - Ainda que a ressurreição do escândalo dos aloprados não venha a ter consequência formal para Aloizio Mercadante, quem conhece bem o petista acredita que, se ele já nutria alguma dúvida, agora pensará muitas vezes mais antes de abandonar o Ministério da Ciência e Tecnologia para se lançar candidato à Prefeitura de São Paulo.

Te cuida, Marta Suplicy! E, antes que o Conselho dos Bons Pensadores sobre Esquerdismo também me enquadre, fico por aqui. Não quero saber de policiamento.

Acho muito.

Depois dos 5 a 0, nessa friagem da chuvinha paulistana, o melhor mesmo é beber um vinhozinho e se preparar para mais uma segunda-feira braba. Fui!

quinta-feira, maio 05, 2011

6 a 0 para o Coritiba sobre o Palmeiras: o nome disso é sova

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Tomar de 6 a 0 é pra dormir de cabeça quente. Foi a pior volta possível para Marcos, o Goleiro. A pior partida seguinte para a eliminação do campeonato paulista. A mais dura resposta à ideia de que o Coritiba só mantinha a série invicta de 28 partidas sem perder (agora são 29), porque o campeonato paranaense é fraco.

Tomar de 6 a 0 é muita coisa. As chances de fazer 7 a 0 no jogo de volta sequer merece comentários.

No dia seguinte ao cataclismo que atingiu os times brasileiros na Libertadores, o Palmeiras apanhou feio. E não há qualquer relação, a não ser o inusitado, o inesperado. O alviverde paulistano foi vítima de um massacre no Couto Pereira. Uma sova para não esquecer muito cedo. E sobre a qual é melhor só pensar amanhã.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Meninos, infelizmente, eu vi

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Dessa vez não teve pressentimento, eu tava mesmo era cansado de ficar em casa no sábado e, depois de três longos anos, resolvi voltar ao Morumbi, para assistir São Paulo e Goiás (sim, podem rir à vontade). E foi no 11º jogo do meu time que vi em um estádio - ou 12º, se contar o da Copinha - que presenciei a segunda derrota in loco. E que derrota! Não fosse o zagueiro Alex Silva, o único do time que sabia o quê, quando, onde, como e por quê, o São Paulo teria levado 6 ou 7 gols, fácil, fácil. (Fotos: Rubens Chiri/SPFC)

Para completar o vexame, eu fui ao estádio acompanhado das duas filhas, Letícia (17 anos) e Liz (8). Caía uma garoinha chata, mas não fazia muito frio e o público era surpreendente, cerca de 18,5 mil pagantes. Logo nos 10 primeiros minutos, Letícia observou: "Por que não tem ninguém do São Paulo aqui no lado direito? É estratégia? Eles treinaram isso?". Claro que não - e não demorou muito para que o (morto) Rodrigo Souto perdesse um lance bobo por ali, a bola fosse alçada na área, a defesa (defesa?) batesse cabeça e o Goiás fizesse 1 a 0.

Na saída de bola, Letícia repetiu: "Mas não tem ninguém, de novo, aqui do lado direito! Por que?". Não soube responder. E, pra não variar, os goianos pegaram outra bola por ali, em cima do zagueiro (zagueiro?) Samuel e, sem perdão, fizeram 2 a 0. Rogério Ceni já tinha desistido de gritar com a zaga (zaga?) e Alex Silva tinha ido por conta própria para a lateral direita, expulsando Rodrigo Souto para o meio. Mas a impressão era de que os dois tentavam evitar o naufrágio tirando água com xícaras.

Correndo de calça jeans - O São Paulo não tinha lado esquerdo (Carleto jogou?) e Casemiro e Jean não deviam ter entrado em campo. "Esse Casemiro parece que corre de calça jeans", comentou, com toda razão, um torcerdor à minha frente. E foi Jean quem fez uma bobagem na lateral direita (de novo!) que originou o terceiro gol, ainda no primeiro tempo. Nossa torcida estava atônita. O Goiás, que está na zona de rebaixamento e que havia perdido 13 de 24 jogos, estava colocando o São Paulo na roda e goleando com uma facilidade espantosa.

Perdeu outros dois ou três gols feitos e a cada minuto os atacantes saíam livres na cara de Rogério Ceni. Lá na frente, Lucas e Ricardo Oliveira haviam dado dois ou três toques na bola, não mais. Do meio pra trás, o São Paulo parecia um catado de moleques disputando pelada na rua, todo mundo trombando, errando passes de 1 metro e batendo cabeça geral. Coisa inacreditável. Bom, pra resumir, o São Paulo voltou para o segundo tempo tentando partir para o "abafa", com Cléber Santana no lugar do (infeliz e grosso pacas) Samuel e Dagoberto substituindo (o inexistente) Jorge Wagner.

'Vai, quero-quero!' - Melhorou alguma coisa. Dagoberto acertou um chute de fora da área, para defesaça de Harlei e, numa sequência de quatro escanteios seguidos, Alex Silva e Cleber Santana cabecearam para mais dois milagres absurdos do arqueiro alviverde. "Hoje, para o São Paulo fazer gol, só se for do quero-quero. Vai, quero-quero!", gritou um outro torcedor, incentivando as aves que passeavam pelo gramado. E foi só. O Goiás ainda perdeu umas duas chances de aumentar o placar, no contra-ataque, e, assim como o Inter-RS na semana retrasada, terminou tocando a bola de pé em pé e dando olé, em pleno Morumbi.

"Ah, eu fico muito nervosa vendo o São Paulo no estádio", comentou Letícia. "Com esse time aí, quem não fica?", concluí, amargamente. Liz, por sua vez, nem se manifestou, passou o tempo todo entretida com um joguinho no celular. Podem anotar: para mim, não vai ter próxima vez. E, para o São Paulo, não vai ter alívio por escapar do rebaixamento até a última rodada.

segunda-feira, agosto 23, 2010

EU JÁ SABIA! (2)

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(Plagiando, às avessas, o post do Nicolau de QUASE 3 ANOS ATRÁS...)

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Em casa, Palmeiras toma sova de 4 a 1 do São Caetano

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O Palmeiras tomou uma lavada em casa diante do São Caetano. Foi por 4 a 1, sendo que o Azulão abriu quatro de vantagem ainda no primeiro tempo. Nem o mais pessimista dos torcedores veria no alagamento da rua Turiassu com a avenida Antártica um presságio para isso. E teve até "olé" no fim.

No empate do fim de semana diante do Botafogo em Ribeirão Preto, parecia só mais um resultado longe do ideal. A sova desta quarta-feira de cinzas, 17, é de atordoar.

O gramado encharcado fez o jogo demorar a render. O São Caetano começou com domínio e, quando o time da casa crescia com uma sequência de três chances razoáveis, vieram os dois primeiros, ambos de Eduardo aos 27 e aos 35. Um por cobertura enquanto a defesa pedia impedimento, e outro de fora da área sem ninguém se preocupar com a sobra. Mais sete minutos e sai o terceiro, de Marcelo Batatais.

No intervalo, Muricy Ramalho adotou uma medida à lá Vanderlei Luxemburgo: tirou o lateral Figueroa para colocar Deyvid Sacconi, além de trocar Robert por Lenny, por mais velocidade. Resultado? Não deu tempo, porque aos 4 do segundo tempo já saiu o quarto dos visitantes.

Luciano Mandí fez o que quis na zaga alviverde, driblou pelo menos três para marcar. Parecia que ninguém queria pará-lo. Isso não é bom.

Depois disso, foi pouca a disposição do Palmeiras para transpor a marcação eficiente do São Caetano. Diego Souza como centroavante conseguiu aproveitar uma sobra de bola para marcar o de honra aos 19. E só.

Nem todo dia o Palmeiras vai deixar o adversário abrir tanta vantagem. Mas uma pane dessas durante uma fase bem mais ou menos dá ideia de que tem bem mais coisa errada do que falta de jogadores. Até vem a impressão de um certo corpo mole daqueles de derrubar técnico.

Com 13 pontos, o Palmeiras tem quatro a menos que os primeiros e cinco a mais que os últimos. Muito, muito pouco para a disputa do Paulista. Ainda tem campeonato pela frente, só não tem futebol apresentado. O fim de semana tem jogo contra o São Paulo, em bem melhor fase. Jogando essa bola, é melhor eu esperar sentado no bar.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Entra na lista?

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Pesquisando fotos antigas do Clube Atlético Taquaritinga (CAT), acabei tropeçando na ficha de uma partida que poderia ter entrado no ranking que o Glauco e o Olavo fizeram outro dia para o site Impedimento. Trata-se de uma derrota do Santos por 4 a 0 para o América, em São José do Rio Preto (SP), no Paulistão de 1980. E o herói do jogo foi o ponta-esquerda Mazzola, autor dos dois últimos gols. Seis anos depois, ele jogaria no Taquaritinga (foto acima), pela Divisão Intermediária do Paulista, a segunda divisão da época ou Série A-2 de hoje. Vítima de uma operação malsucedida no joelho direito, o ponta-esquerda encerraria a carreira precocemente no Corinthians de Presidente Prudente, aos 30 anos, em 1988.

Quem recuperou a goleada do América contra o Santos foi Edwellington Villa, da coluna Flash Bola, no Diário da Região de Rio Preto. Ele traçou um perfil de Mazzola, que, na foto à direita, exibe a camisa que vestiu na partida histórica. Conterrâneo do craque Neto, que brilhou principalmente no Corinthians e hoje é comentarista, o ex-ponta-esquerda nasceu em Santo Antônio de Posse, na região de Campinas, há 50 anos. Tentou a sorte no Mogi Mirim e no Botafogo de Ribeirão Preto antes de profissionalizar-se no América, em 1979. Também jogou pelo Bandeirante de Birigui e Ituano.

Mas foi em 1980 a consagração de Mazzola, com grandes atuações tanto no Paulistão quanto na Taça de Prata do Brasileiro (equivalente à Série B), quando o América subiu para a Taça de Ouro. Uma das melhores partidas do ponta-esquerda na campanha do acesso foi a goleada por 6 a 2 sobre o Figueirense. Mas a vitória épica foi mesmo contra o Santos, que terminaria como vice-campeão paulista. Um detalhe curioso é que o técnico do América era Urubatão, e o do Santos, o ídolo Pepe - dois dos titulares do alvinegro praiano na conquista do bicampeonato paulista de 1955/ 1956.

FICHA TÉCNICA
América 4 x 0 Santos
Data: 1º/10/1980
Competição: Campeonato Paulista (2º turno)
Local: Estádio Mário Alves Mendonça (São José do Rio Preto-SP)
Juiz: Dulcídio Wanderley Boschillia
Gols: Marinho (1), Marinho (10), Mazzola (49) e Mazzola (54)
Expulsões: Gerson Andreotti, João Paulo e Neto
Renda: Cr$ 1.684.630,00
Público: 19.223 pagantes

América - Valô; Berto, Camilo, Jorge Lima e Ademir Gomes; Gerson Andreotti, Serginho Índio e Marcelo (Zé Cláudio); Marinho, Mazzola e Cândido. Técnico: Urubatão.

Santos - Marola; Nelsinho Baptista, Márcio Rossini, Neto e Washington; Miro (Toninho Vieira), Rubens Feijão e Pita; Nilton Batata (Claudinho), Campos e João Paulo. Técnico: Pepe.


América de Rio Preto (1980) - Em pé: Paulinho, Jorge Lima, Gerson Andreotti, Ailton Silva, Luiz Fernando Calori e Reginaldo; Agachados: Marinho, Rotta, Luis Fernando Gaúcho, Serginho Índio e Mazzola

quinta-feira, março 06, 2008

Não é para qualquer um

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É obrigatório aqui o registro da goleada acachapante que o Fluminense aplicou no Arsenal, da Argentina, com show de Dodô. O placar de 6 a 0 é difícil até contra times pequenos, em campeonato estadual. Na Libertadores, é um feito. Não assisti ao jogo, claro, nem os melhores momentos, mas taí um placar que não tem como não refletir o que foi o jogo: domínio do começo ao fim. E o Arsenal não é qualquer time, foi campeão da Copa Sul americana do ano passado.

Não sei nada sobre esse time (deixo a análise para o pessoal do Blá Blá Gol). Mas pode ser que saia coisa boa das Laranjeiras.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

7 a 6 ??? Ah, conta outra!

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Outro dia, no Bar do Vavá, o companheiro Glauco lembrou uma história contada pelo Pepe (foto), da noite em que o Santos goleou o Palmeiras no Pacaembu por 7 a 6, em março de 1958, pelo Torneio Rio São Paulo. Segundo consta, ao voltar para Santos após a partida, Pepe subiu no bonde para ir pra casa, em São Vicente, e o motorneiro o reconheceu. O homem perguntou o resultado do jogo e, diante da resposta de Pepe, passou a fazer galhofa, pensando se tratar de uma tremenda lorota - mesmo que o jogador jurasse de pés juntos que era a mais pura verdade. Pois reparem só: o Pepe marca três gols (os dois últimos a partir dos 38 minutos do segundo tempo, que decretaram a virada e vitória do Santos), está acabando de voltar da inacreditável goleada por 7 a 6 sobre um de seus maiores rivais (o único que daria trabalho ao alvinegro praiano na década de 1960), pega humildemente o bonde para voltar pra casa e ainda tem de agüentar a tiração de sarro do condutor, que o toma por mentiroso. Realmente, os tempos são outros. Qualquer 3 a 0, hoje, é um sonoro vareio - e qualquer jogador tem, pelo menos, um "poisé" como alternativa ao transporte público. Mas confiram, abaixo, a ficha técnica da incrível partida (achei no site do Milton Neves), disputada numa noite de chuva: