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quinta-feira, dezembro 10, 2015

Que desperdício (de vinho)!

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Pensei que a notícia de que um dirigente do São Paulo F.C. deu um soco na cara do outro fosse imbatível para faturar o prêmio "Vale-Tudo do Poder" de 2015, mas eis que abro a inFernet e leio a sensacional, inacreditável e maravilhosa manchete:


Pois é - ou melhor, pois ZÉ (Serra). Segundo Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, durante jantar na casa do Eunício Oliveira, seu colega de Senado José Serra "simplesmente chegou numa roda em que não tinha sido chamado, sem mais nem menos" e falou para a ministra da agricultura: "Kátia, dizem por aí que você é muito namoradeira". Kátia - que, aliás, é apelido para cachaça ("kátiaça") - descascou na hora: "Você é um homem deselegante, descortês, arrogante, prepotente. É por isso que você nunca chegará à Presidência da República. Nunca lhe dei esse direito nem essa ousadia. Por favor, saia dessa roda, saia daqui imediatamente". E tascou-lhe o vinho no meio da fuça (leia detalhes aqui).

Taça da discórdia: Kátia Abreu bota o desengraçadinho José Serra em seu devido lugar

O mais divertido é que, apesar de ser do mesmo partido do nefasto senador (ambos fincam trincheiras no nefasto PSDB), Kátia Abreu ainda fez questão de salgar a terra, gritando pra quem quisesse ouvir: "De mais a mais, nunca traí ninguém na minha vida". Pô, aí já é vandalismo! Geraldo Alckmin deve estar rindo sozinho até agora. E isso me lembrou uma célebre máxima do - falecido e também tucano - Mário Covas: "Em banco que José Serra se senta, todo mundo se levanta". Se levanta ou joga na cara dele o que tiver à mão! Afinal, José Serra é conhecido há décadas por ter um senso de "humor" nada invejável. Diante de tanta baixaria, só me resta lamentar o vinho derramado. Será que não tinha uma Skol pra jogar na cara dele? No mais, Deus me livre de festa que junta tucanos...




"Kátia, afasta de mim esse cálice..."


 

segunda-feira, novembro 23, 2015

Mais simbólico, impossível

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O Corinthians levantar o troféu de seu 6º título brasileiro no dia em que aplica 6 gols no São Paulo já é "conta de mentiroso", de tão perfeito, mas penso que o dia de ontem representará - "eternamente, dentro dos nossos corações" - um marco ainda mais indelével. No futuro, se alguém se arriscar a escrever um livro sobre a "revolução corintiana" ocorrida a partir de 2008, como bem definiu Ronaldo "Cada-Vez-Mais" Gordo, em contraposição à (surpreendente) derrocada sãopaulina com início naquele mesmo ano, poderá terminar esse "estudo de casos", como epílogo (ou epitáfio...), narrando a acachapante, histórica e inapelável goleada/surra/sova/massacre/humilhação de 22 de novembro de 2015 no Itaquerão, vulgo Arena Corinthians, para deleite do "bando de loucos".

Mais simbólico, impossível: o time que alcançava em 2008 o mesmo posto de hexacampeão brasileiro, logo depois de sagrar-se tricampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, com elenco invejável, administração elogiada, melhor estádio particular dos três grandes clubes da capital naquela época, e com perspectivas das mais otimistas dentro e fora de campo, é o mesmo que agora, apenas sete anos depois, é feito em pedaços pelo rival - e exatamente o mesmo que, naquele 2008, disputava a Série B do Brasileiro, depois de dois anos sofríveis na Série A, que culminaram no rebaixamento em 2007. Ali, naquele momento, nem o mais arguto ou profeta dos especialistas em futebol arriscaria prever a fantástica e fulminante inversão de papéis entre os dois clubes.

Para se ter uma ideia, entre 2003 e 2007, o São Paulo passou 14 "Majestosos" sem perder para o Corinthians, com 9 vitórias (incluindo uma partida anulada e uma goleada de 5 a 1 em 2005) e cinco empates. Daí, a partir de 2009, tudo mudou. E como! Enquanto Juvenal Juvêncio, na presidência sãopaulina, começava a destruir tudo, absolutamente tudo, o que havia sido conquistado e consolidado entre 2005 e 2008, com uma profusão inesgotável de insanidades absurdas, condenando o clube ao jejum de títulos, à insolvência financeira e aos vexames sequenciais dentro de campo, Andrés Sanchez, o presidente alvinegro de então, botava em prática uma gestão que faria o Corinthians não só renascer das cinzas como ser alçado a outro nível no futebol mundial.

Foi simbólica, como primeiro capítulo dessa (inacreditável e imprevisível) troca de posições, a disputa das semifinais do Campeonato Paulista de 2009, quando os corintianos calaram o - até então "soberano" - adversário com duas vitórias maiúsculas, fixadas para sempre na memória futebolística pelo gol de virada na primeira partida e gesto de "f*-se" para a torcida sãopaulina feito por Cristian (o mesmo que fez o 6º gol ontem, repetindo o gesto) e pelo golaço de Ronaldo Gordo em pleno Morumbi, após arrancada sobre o zagueiro Rodrigo, no segundo jogo. Pouco depois, o tricampeão brasileiro Muricy Ramalho seria demitido do comando do São Paulo, que não mais ganharia um só título "de respeito", apenas a Sul-Americana de 2012, na qual enfrentou uma série de adversários sofríveis.

E o Corinthians, pelo contrário, iria enfileirar troféus importantes: dois Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e um Mundial de Clubes. Entre 2007 e 2011, passou 11 jogos sem perder para o São Paulo, com 7 vitórias e 4 empates. Após o fim desse tabu, prosseguiria aplicando vitórias seguras e decisivas no rival, como na decisão da Recopa em 2013 ou na fase eliminatória do Paulistão do ano seguinte, com direito a um 5 a 0 em 2011 e ao 6 x 1 de ontem. No período, o São Paulo perdeu jogo de Copa no Morumbi, perdeu patrocínio master, perdeu o equilíbrio financeiro e, mais do que tudo, perdeu o respeito em campo. Antes, até 2009, quando era derrotado pelos rivais, provocava reações vingativas e furiosas. Hoje, provoca risos. E dó.

Senão, vejamos: neste ano de 2015, em 14 clássicos disputados contra os três arquirrivais paulistas, perdeu 9, empatou 3 e venceu apenas 2. Sofreu 31 gols (mais de dois por clássico), sendo 13 marcados pelo Santos, 10 pelo Corinthians e 8 pelo Palmeiras. Os rivais gargalharam com mais duas eliminações sofridas para os santistas, na semifinal do Paulista (pela quarta vez em cinco anos) e da Copa do Brasil (com duas derrotas por 3 x 1 que impressionaram pela facilidade encontrada pelo adversário), mais um 3 x 0 tranquilo no Brasileirão; duas goleadas vexaminosas para os palmeirenses (3 x 0 no Paulista e 4 x 0 no nacional); e três derrotas para os corintianos (incluindo um 2 a 0 categórico na Libertadores e a sacolada histórica de seis gols). Hoje, ninguém teme o São Paulo.

O Timão, na contramão, é mais "todo-poderoso" do que nunca. Construiu uma moderna arena e tirou a Copa (e os mandos de seus jogos, sempre lucrativos) do Morumbi, multiplicou suas fontes de renda e sua imensa torcida, saneou as finanças, acertou nas contratações e, acima de tudo, na aposta em Tite, o melhor técnico do Brasil, sem dúvida - e que foi bancado, corajosamente, por Andrés Sanchez na crise gerada pela eliminação por um time fraco na pré-Libertadores de 2011, que adiantou, inclusive, a aposentadoria do já citado Ronaldo Gordo, outra aposta certeira de Sanchez e personagem central e decisivo da tal revolução posta em movimento de 2008 pra cá. Por outro lado, o São Paulo expõe-se, mais do que nunca, fraco, abatido, perdido e inofensivo. E sem horizontes.

A partir de 2009 ou 2010, quando passou a fazer a alegria dos arquirrivais nos clássicos disputados, principalmente os decisivos ou eliminatórios, o time sãopaulino, fosse qual fosse sua escalação ou o técnico no banco (e foram dez, sem contar o cada vez mais requisitado auxiliar Milton Cruz), o São Paulo já entra em campo nessas ocasiões com semblante e espírito de derrotado. Até consegue um triunfo aqui ou acolá, em jogos que não valem nada. Mas o time treme quando tem que enfrentar Corinthians, Palmeiras ou Santos, é visível. Ontem, contra oito reservas do alvinegro paulistano, os titulares do Tricolor aparentavam nervosismo, confusão, pânico e descontrole. Se o segundo tempo tivesse acréscimos (o que seria justo, com dois pênaltis marcados e três substituições pra cada lado), poderiam ter levado 7 ou 8 gols. Mas o juiz apitou o fim 5 segundos antes dos 45. Será que ficou com dó?

Hoje, corintianos e santistas dominam o futebol paulista e nacional e palmeirenses caminham para uma recuperação consistente. Não por acaso, o primeiro é campeão do Brasileiro dando show e os outros dois disputam a decisão da Copa do Brasil (e, se a vitória for alviverde, o ano fechará com um título para cada um dos três, enquanto o São Paulo - mais uma vez - só observa, chupando o dedo). Se Corinthians e Palmeiras têm estádios modernos e lucrativos e sedimentam caminhos estáveis para suas equipes, e o Santos revela dezenas de jovens talentos e prossegue na conquista regular de títulos, o São Paulo desce cada vez mais o nível e é gerido como time pequeno. O resultado: vexames e mais vexames. Pra quê disputar a Libertadores? Pra passar (mais) vergonha(s) em nível continental?

Pra fechar o post, voltando ao seu mote (o estudo de caso sobre a revolução corintiana versus destruição sãopaulina entre 2008 e 2015), registro dois comentários muito precisos: um, do Mauro Beting, que há dois anos já observava que um dos maiores erros do Tricolor nesse período foi se autointitular "soberano" (mais uma "obra" obrada por Juvenal Juvêncio); e outro do ex-zagueiro William, hoje trabalhando na SporTV, que reforçou o time vitorioso do Corinthians na Série B e lembrou na quinta-feira, quando o alvinegro confirmou o título deste ano após empatar com o Vasco, que Andrés Sanchez remontou o elenco em 2008 brigando por reforços com os times da Série A (ele, por exemplo, foi tirado do Grêmio). Isso explica muita coisa sobre a bifurcação de destinos dos dois clubes há sete anos e sobre a discrepância de hoje. Ao querido São Paulo, minhas (sentidas) condolências.




quinta-feira, outubro 29, 2015

Alô, alô, freguesia!

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Há 13 anos, o São Paulo não disputa "mata-mata" com o Santos; só "morre-morre":


BRASILEIRÃO DE 2002 - Oitavas-de-final
Santos 3 x 1 São Paulo (Vila Belmiro)
São Paulo 1 x 2 Santos (Morumbi)

SUL-AMERICANA DE 2004
Santos 1 x 0 São Paulo (Vila Belmiro)
São Paulo 1 x 1 Santos (Morumbi)

CAMPEONATO PAULISTA DE 2010 - Semifinais
São Paulo 2 x 3 Santos (Morumbi)
Santos 3 x 0 São Paulo (Vila Belmiro)

CAMPEONATO PAULISTA DE 2011 - Semifinal
São Paulo 0 x 2 Santos (Morumbi)

CAMPEONATO PAULISTA DE 2012 - Semifinal
São Paulo 1 x 3 Santos (Morumbi)

CAMPEONATO PAULISTA DE 2015 - Semifinal
Santos 2 x 1 São Paulo (Vila Belmiro)

COPA DO BRASIL DE 2015 - Semifinais
São Paulo 1 x 3 Santos (Morumbi)
Santos 3 x 1 São Paulo (Vila Belmiro)


Reparem que, nesses 11 confrontos decisivos, o São Paulo não venceu UM jogo sequer. Foram DEZ vitórias (inapeláveis) do Santos, dentro ou fora de casa, e apenas um empate. E mais: daquele ano de 2002 pra cá, foram disputados exatos 50 clássicos entre os dois clubes, com 24 vitórias do Santos, 17 do São Paulo e 9 empates. Ontem, o Peixe só precisou jogar bola por meros 23 minutos para fazer 3 x 0, sem o menor esforço. Depois, descansou (dando-se ao luxo de desperdiçar displicentemente outras chances claras de gol entregues pelo São Paulo e nem se importando com o "gol de honra" do adversário). Surra, sova, show de bola. E a suprema humilhação: cansado de ser vazado e/ou com medo de placar ainda mais elástico, Rogério Ceni, o "mito" (ou mico?) saiu no intervalo, sendo substituído por Denis. O ídolo sãopaulino vai se aposentar sem um título de despedida. E o São Paulo continua sendo o único dos "grandes" paulistas sem o troféu da Copa do Brasil. Sem mais.

terça-feira, outubro 06, 2015

Uma verdadeira casa de noca

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Chico Lang: falou pouco, mas falou bonito
Domingo, parei por um instante no "Mesa Redonda", da TV Gazeta, ao ver que ali estava o treinador Emerson Leão, sumido há algum tempo em seu "ano sabático" (ou melhor, três anos sabáticos...). Falavam, naquele momento, sobre o São Paulo. E, pela primeira vez na vida, ouvi o Chico Lang dizer alguma coisa absolutamente inegável e verdadeira (os grifos são meus):

- Quem é Juan Carlos Osorio pra mandar o São Paulo esperar até quarta-feira pra dizer se vai ou fica? Quem é maior: o São Paulo Futebol Clube ou ele? Se o cara não garante que vai ficar, então a diretoria tem que mandar embora no ato, não tem que esperar nada. Como dizia a minha avó, quem muito se abaixa fica com o bumbum de fora! O São Paulo, hoje, é uma casa de noca!

Justo, exato, preciso, irretocável. Segundo o "dicionário inFormal", "Casa de noca" é "uma casa que todos mandam, não tem dono, nem governança; é uma casa bagunçada". Desde a nefasta gestão de Juvenal Juvêncio que o São Paulo perdeu qualquer senso de direção, de controle, de tudo. A - absurda - notícia de hoje confirma (os grifos são meus):


Ataíde e Aidar: 'Ao vencedor, as bananas'

Ataíde Gil Guerreiro não é mais o vice de futebol do São Paulo. Ele está fora do clube desde a manhã desta terça-feira. Por mensagem de celular, o presidente Carlos Miguel Aidar confirmou ao ESPN.com.br que o agora ex-dirigente foi exonerado do cargo. Ainda não se sabe qual é a versão oficial, se foi o vice quem pediu demissão ou se foi Aidar que mandou Ataíde embora. A informação que circula neste momento é que Aidar chegou cedo ao Morumbi nesta terça, e que neste exato momento Ataíde está reunido com a comissão técnica para informar sua saída.

Na manhã de segunda, o vice de futebol e o presidente do São Paulo se estranharam em reunião no Hotel Radisson, no Itaim, e foram às vias de fato. Ataíde acertou Aidar com um soco em determinado momento da discussão. O presidente foi ao chão e viu o vice ser contido por funcionários do hotel. Hóspedes acompanharam tudo. O São Paulo deve divulgar uma nota oficial no decorrer do dia.
 


Inacreditável. Nem vou classificar isso como "várzea", pois seria gratuitamente ofensivo - e injusto - com os times que jogam na várzea. É outra coisa. É pau. É pedra. É o fim do caminho. É o fim da picada. Percebo, neste momento, que o corintiano Chico Lang foi até (muito) comedido, sutil e respeitador em sua manifestação indignada no "Mesa Redonda". O buraco é muito, muito, muito mais embaixo. Muito!

Osorio tem toda razão em fugir pro México
Não espanta que o São Paulo esteja há sete anos sem ganhar título que preste. Que tenha brigado com Corinthians e Palmeiras e perdido a renda dos jogos que ambos não mandam mais no Morumbi. Que tenha se isolado brigando com a Federação Paulista e implodido o Clube dos 13, perdendo fatia considerável da grana da TV Globo. Que tenha perdido promessas da base, como Oscar, que entraram na Justiça para fugir do clube. Que o Morumbi tenha ficado fora da Copa de 2014. Que a reforma do estádio não tenha saído do papel (e nem há perspectiva). Que, por isso mesmo, a arrecadação no Morumbi tenha caído para um terço do que era há três anos. Que o clube esteja há mais de um ano sem patrocínio master (e nem há perspectiva). Que atrase salários e direitos de imagens, priorizando uns em detrimento de outros quando tenta acertar as dívidas. Que venda jogadores na baciada pra tentar saldar um rombo estratosférico. Que o clube do Kaká entre na Justiça pra cobrar o que o São Paulo combinou mas não pagou. Que o Tricolor não tenha pago o acertado na compra do lateral Bruno - e que deva dinheiro a ex-jogadores. Que o São Paulo esteja envolvido na denúncia de uma suspeita transação investigada pela CBF. Que o diretor de futebol justifique seus atos espinafrando publicamente o treinador e um dos atletas que saíram. Que o treinador declare, também publicamente, que não confia na diretoria e abandone o time para ir ao México. Que, por fim, o já citado diretor de futebol derrube o presidente com um soco e seja demitido.

Torcedores do Botafogo e do Vasco devem observar e pensar: "Conheço esse filme". E eu, sinceramente, tenho muito medo de ver as "cenas dos próximos capítulos"...


segunda-feira, agosto 24, 2015

Um time inteiro (até com técnico)

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Em 2015, já saíram Cañete, Jonathan Cafu, Paulo Miranda, Rafael Tolói, Antônio Carlos, Boschilia, Denilson, Souza, Maicon, Ewandro e Ademilson, além do técnico Muricy Ramalho. Um time inteiro, até com técnico

A saída do zagueiro Rafael Tolói completa a soma exata de 11 jogadores que deixaram o elenco do São Paulo em 2015. Um time inteiro - e até com técnico, Muricy Ramalho. Além de Tolói, foram vendidos este ano Maicon, Antônio Carlos, Jonathan Cafu, Paulo Miranda, Denilson, Cañete, Souza e Boschilia, e emprestados Ademilson e Ewandro. E até podemos incluir nesse time um reserva, caso do lateral-esquerdo Clemente Rodríguez, o primeiro a ser vendido, no início de fevereiro, para o Colón. A debandada poderia ter sido pior: o zagueiro/volante Rodrigo Caio quase foi vendido para o futebol espanhol, o centroavante Luís Fabiano teve proposta do México e o meia Ganso, dos Estados Unidos. Agora o lateral-direito Auro pode ser emprestado a um clube português...

É óbvio que a "diáspora" sãopaulina tem a ver com grana. Afundado em dívidas, sem patrocínio master há mais de um ano e atrasando salários, o clube tem previsão de fechar 2015 no vermelho, com déficit de R$ 130 milhões. Frutos da gestão pífia de Carlos Miguel Aidar, mas também herança da hecatombe que foi a última passagem de Juvenal Juvêncio. Prova disso é que Clemente Rodríguez, o qual o clube só conseguiu se livrar este ano, foi contratado por Juvêncio em 2013, jogou só três vezes em dois anos, causando um prejuízo total de R$ 3 milhões (!!!). Na gestão do "Velho Barreiro", também, o empresário Eduardo Uram chegou a empregar dez (DEZ!) de seus jogadores no São Paulo.

Welliton foi um dos casos mais escandalosos na "parceria" com esse empresário. O atacante passou quatro meses no Tricolor em 2013, custou R$ 800 mil somente em salários, foi titular apenas seis vezes e marcou quatro gols. Como veio, foi. E o São Paulo, por pouco, não foi rebaixado para a Série B do Brasileirão naquele ano. Voltando a Juvêncio, se consideramos como 11 o número de jogadores que saíram este ano, é o mesmo tanto que o ex-presidente trouxe, de uma só vez, na virada de 2009 para 2010: André Luis, Xandão, Alex Silva, Rodrigo Souto, Carlinhos Paraíba, Léo Lima, Marcelinho Paraíba, Fernandinho, Cléber Santana, Cicinho e Fernandão. Todos saíram pela porta dos fundos.
 
As apostas erradas de Juvenal Juvêncio também se refletem na quantidade de jogadores que estão emprestados atualmente. Além de Ademilson e Ewandro, o São Paulo mantém em outros clubes o lateral-esquerdo Cortez (Albirex Nigata-JAP), o volante Wellington (Internacional), o lateral-direito Luis Ricardo (Botafogo), o lateral-esquerdo Carleto (Botafogo), o atacante Ronieli (Bragantino), o meia-atacante Roni (Chiapas), o lateral-direito Caramelo (Chapecoense), o zagueiro Luiz Eduardo (Rio Claro), o lateral-esquerdo Lucas Faria (Náutico) e o atacante Bruno Cantanhede (Rio Claro). Mais doze atletas no total, ou seja, outro time inteiro, com um reserva...

Em 2015, logo depois de Clemente, saiu, ainda em fevereiro, o atacante Ademilson, por empréstimo, para o Yokohama. No início de março, o volante Maicon perdeu a paciência com as críticas da torcida e foi para o Grêmio. Um mês e meio depois, o zagueiro Antônio Carlos, totalmente encostado, arrumou uma transferência para o Fluminense. Foi então que o técnico Muricy Ramalho, que tentou segurar Maicon e que perdeu apoio da diretoria e dos próprios atletas, resolveu pegar o boné "por livre e espontânea pressão" e passou o abacaxi para Milton Cruz. Em junho, chegou o treinador colombiano Juan Carlos Osorio.

Naquele mesmo mês, o elenco perdeu o ponta Jonathan Cafu, para o Ludogorets, da Bulgária; o zagueiro Paulo Miranda, para o Red Bull Salzburg, da Áustria; o volante Denilson, para o Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos; e o atacante Cañete, pouco aproveitado, para o alagoano CRB. E não parou por aí: em julho, foi vendido o volante Souza, para o Fenerbahçe, da Turquia, e emprestado o centrovante Ewandro, para o Atlético-PR; e em agosto, foi vendido o meia Boschilia, para o Monaco, e o zagueiro Rafael Tolói, para o Atalanta. Com isso e três derrotas seguidas (duas delas, vexames contra Goiás e Ceará), o treinador Osorio recebeu proposta da seleção mexicana e subiu no telhado.

Se ele sair, há um cenário bem previsível: Milton Cruz "segura a peruca" mais uma vez, por dois ou três jogos, até que o Cruzeiro perca mais algumas partidas e demita Vanderlei Luxemburgo, que foi sondado pela diretoria antes da contratação do colombiano. Daí, pra escapar da "confusão" (rebaixamento para a Série B), termo cunhado pelo próprio "pofexô", só restará ao São Paulo se virar com o atacante Wilder Guisao, que estava na reserva do Tocula, o zagueiro Luiz Eduardo, que disputava a Série D (!) com o São Caetano e o goleador Rogério, o "Neymar do Nordeste", rebaixado com o Botafogo-RJ em 2014, em vias de ser contratado. Pode-se confiar, ainda, na recuperação do zagueiro/volante Breno, do atacante Alan Kardec e do meia Daniel, todos "clientes" do Departamento Médico.

No mais, Alexandre Pato pode sair até o fim do mês e Ganso e Luís Fabiano, se aparecerem loucos, digo, clubes interessados em pagar algo que o valha, também podem se despedir ainda neste semestre. Se os três caírem mesmo fora, Milton Cruz, Luxemburgo ou qualquer outro maluco que topar a "bucha" de treinar a equipe teria que apelar para uma retranca de time do interior. Como, pelo o que vêm jogando, Bruno, Wesley, Thiago Mendes, Centurión e Wilder não merecem mais do que a reserva, montaríamos um time com Rogério Ceni ou Renan Ribeiro no gol, mais Carlinhos (na lateral-direita), Edson Silva, Lucão, Luiz Eduardo e Reinaldo; Breno, Hudson, Rodrigo Caio e Michel Bastos; mais um isolado na frente (Alan Kardec ou Rogério "Neymar"). É o que tem. E QUE DEUS NOS AJUDE!!!


segunda-feira, agosto 17, 2015

Manifestação justificada

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Depois de o São Paulo passar - mais um - vexame no sábado, sendo goleado por 3 a 0 pelo provisoriamente rebaixado Goiás em pleno Morumbi, nas fuças de 25 mil torcedores (e nem é a primeira vez que isso acontece, leia esse post aqui), vejam a cena que percebi num comercial de cerveja que está sendo exibido atualmente na TV:



segunda-feira, junho 29, 2015

Um gol para cada mês de atraso de grana. Coincidência?

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Leandro Pereira chuta; Souza, Dória e Rogério Ceni 'assistem'; 1 x 0
Opinião de um torcedor do São Paulo: se o time do Palmeiras fosse pouca coisa melhor e não tivesse jogado apenas no contra-ataque, esperando as (quatro) falhas do oponente, o clássico de ontem teria sido um atropelo da magnitude dos 7 a 1 que a Alemanha enfiou no Brasil ano passado. O fraco, inoperante e inofensivo time (time?!?) de Juan Carlos Osorio foi à casa do adversário sem sistema - ou qualquer tipo de planejamento - defensivo. E sem zagueiros, se considerarmos que nem Dória nem Rafael Tolói merecem a alcunha. Pior: o São Paulo jogou - mais uma vez - com um a menos, pois Paulo Henrique Ganso, como diria o Padre Quevedo, "non ecziste" (ou dois a menos, se considerarmos a participação "efetiva" de Luís Fabiano). Repito: se o time do Palmeiras tivesse se empolgado e "partido pra cima", com sua torcida empurrando, teria feito 7 ou 8 gols, fácil fácil.

Victor Ramos sobe sozinho e comemora após testar para a rede: 2 x 0
Mas os sonoros 4 a 0 - que se estendem para 7 a 0 se considerado o Choque-Rei anterior - já servem para a torcida alviverde gargalhar por um bom tempo, e para os ingênuos que ainda bravateiam o tal "forte elenco do São Paulo, um dos melhores do Brasil" pararem de acreditar em Papai Noel, digo, na mídia esportiva (ah, a mídia esportiva!). Nem vou fazer comentários sobre o técnico colombiano, suas (polêmicas) anotações em caderninhos, escalações, substituições ou expulsão no clássico de ontem, pois considero que nem José Mourinho, nem Pepe Guardiola e nem Jesus Cristo conseguiriam transformar esse catado do São Paulo em uma equipe realmente competitiva. Enquanto a diretoria forçar as escalações de Ganso, Luís Fabiano e Pato, sonhando com futuras (e improváveis) transações, a torcida tricolor terá que se conformar com derrotas e vexames.

Rafael Marques faz 3º - no jogo e dele sobre Rogério Ceni neste ano
E não só esses três: quando vi a dupla de zaga ontem, Dória e Tolói, já previ uma tarde de pesadelo. Aliás, eu sempre considerei o (mediano e esforçado) Paulo Miranda melhor do que o (abaixo de mediano e entregador de rapadura) Tolói. Isso se confirmou com a venda do primeiro (que, bem ou mal, tinha alguém interessado nele), enquanto ninguém quer o segundo. Dória é uma enganação, e é melhor que vá embora. O superestimado Souza, idem. Os laterais Bruno e Carlinhos, "reforços" deste ano (ha!ha!ha!, riem os adversários), são ótimos para o banco de reservas - onde já "residem" outros três recém-contratados,Thiago Mendes, Centurión e Johnatan Cafu. E quem sobra? Michel Bastos. Que não é nenhuma Brastemp. E Rogério Ceni, em - triste e constrangedor - fim de carreira. Osorio já deve estar se dando conta da roubada em que se meteu...

Cristaldo cabeceia livre e completa o 'chocolate' do Palmeiras: 4 x 0
E se o time (time?!?!??) do São Paulo oferece "tantas" "opções" e "tantos" "talentos" para o técnico, ou qualquer técnico, seja ele quem for, quem é responsável? A diretoria, lógico. A mesma que, em certos nichos da mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...), é elogiada como "moderna", "eficiente". A mesma que alardeou a venda de Rodrigo Caio para o Valencia... SÓ QUE NÃO! (clique aqui para ler sobre o fiasco) A mesma que, nesta segunda-feira de gozação palmeirense e cabeça inchada sãopaulina, nos proporciona mais uma prova de sua "eficiência" e "modernidade": a notícia de que o "São Paulo não vai pagar elenco no dia 10; serão quatro meses de atraso". Não é curioso? QUATRO meses: o mesmo número de gols sofridos ontem no estádio do Palmeiras. Imagine o que teria acontecido no jogo se a diretoria estivesse devendo nove ou dez meses de grana!

PS.: E o técnico do Palmeiras nos 4 x 0 era Marcelo Oliveira. AQUELE MESMO.


quarta-feira, janeiro 07, 2015

Glückliches Jahr Alt! (Feliz Ano Velho!)

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sexta-feira, agosto 15, 2014

Vida buena

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Enquanto o time do São Paulo segue acumulando vexames imperdoáveis, como o 3 x 1 que tomou do Bragantino (que está na zona de rebaixamento do Brasileiro da Série B) em pleno Morumbi, sendo eliminado precocemente da Copa do Brasil, as falácias sobre "melhor elenco do Brasil", "time de galáticos", "favorito ao título nacional" e "exemplo de gestão e de administração" ficam ainda mais constrangedoras quando atentamos para algumas notícias recentes sobre o clube. Sinais de que as coisas nem de longe são tão maravilhosas como tentam nos fazer acreditar: o patrocinador master desistiu; logo, a diretoria já começou a atrasar salários; logo, a matemática financeira implora pela (surpreendente e inacreditável) venda do lateral-direito Douglas para o Barcelona para respirar um pouco no fechamento das contas - mas a transação corre o risco de não acontecer.

Pra complicar ainda mais, a grave lesão do volante Rodrigo Caio, que operou o joelho e só volta em 2015, implodiu uma transferência quase certa para o futebol europeu, que também era dada como certa para ajudar no pagamento dos salários proibitivos de Alexandre Pato, Alan Kardec, Kaká & cia. Curiosamente, prestes a perder um lateral-direito e sem muitas opções para substituí-lo (Luís Ricardo foi um dos piores em campo na eliminação contra o Bragantino e o jovem Auro ainda não inspira confiança), o São Paulo contratou um... lateral-esquerdo (!). O canhoto Michel Bastos chegou para disputar vaga onde Álvaro Pereira já é titular absoluto e Reinaldo, o reserva, teve contrato renovado por 4 anos. Qual torcedor sãopaulino consegue entender essas vendas, compras e renovações? Mas o mais incrível é que existe um quarto lateral-esquerdo no clube: Clemente Rodríguez.

Materinha do site Gazeta Esportiva revela a "vida buena" do argentino, que foi comprado do Boca Juniors em junho do ano passado e fez apenas três partidas como titular, sendo expulso logo na estreia. Afastado do elenco principal desde abril deste ano, Clemente ganha R$ 150 mil mensais para não fazer absolutamente nada além de cumprir um burocrático expediente de exercícios com a garotada das categorias de base, no Centro de Treinamentos de Cotia. A notícia compilou alguns momentos do lateral postados por ele e pela namorada no Instagram, "curtindo a vida adoidado", enquanto o São Paulo passa vexame em cima de vexame - eliminações para a Ponte Preta na Sul-Americana, para o Penapolense no Paulistão e para o Bragantino na Copa do Brasil - e a diretoria se vê em apuros para honrar seus pesados compromissos financeiros ou reforçar a defesa.

Clemente trocando lâmpada, curtindo onda de D-Jay, tomando sol na praia, tirando foto com a garotada, experimentando roupas caras e tomando champagne fino e dando voltas de jet ski nos EUA: vida buena



Essa é mais uma prova de que, no São Paulo, tudo está muito "certo como 2 e 2 são 5"...

quinta-feira, agosto 07, 2014

E só a cerveja 'salvou' a noite

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Beatles no Ed Sullivan Show: 73 milhões de espectadores
No dia 9 de fevereiro de 1964, os Beatles tocaram ao vivo no programa televisivo Ed Sullivan Show, nos Estados Unidos, para uma audiência estimada em 73 milhões de espectadores. Estava consolidada definitivamente, ali, a "conquista do planeta" pela banda inglesa. Mas poucos poderiam imaginar que, apenas 26 meses antes, eles tinham enfrentado uma situação exatamente oposta. A primeira tentativa de ampliar seu público e o mercado de trabalho na Inglaterra, saindo da provinciana Liverpool para explorar o rico mercado de Londres e região metropolitana, foi constrangedora. Em 9 de dezembro de 1961, na cidadezinha de Aldershot, a 60 km da capital inglesa, os Beatles fizeram um show para... 18 pessoas. E nenhuma delas fazia ideia de quem eles eram.

Depois de duas temporadas tocando para bêbados, prostitutas, marinheiros e estudantes de arte na zona boêmia de Hamburgo, Alemanha, a proposta era voltar para a Inglaterra e tentar um destino mais promissor. Assim que retornaram, em outubro de 1961, iniciaram uma temporada na boate subterrânea Cavern que chamou a atenção de Brian Epstein, dono de uma cadeia de lojas de disco. Ele vislumbrou antes de todos o potencial da banda e decidiu empresariá-los. No entanto, mesmo com o contrato já firmado com Epstein, em dezembro, os Beatles ainda faziam "bicos" por conta própria. E foi assim que aceitaram um convite do promotor de eventos Sam Leach para se apresentarem pela primeira vez nos arredores de Londres - tudo o que eles mais queriam naquela época.

O anúncio do show, que nunca foi publicado
Para promover o show, Leach inventou que o público veria um "duelo" entre duas bandas e escolheria a melhor: uma representando o "som de Londres", Jay and The Jaywalkers, e outra "o som do Norte" (ou "Mersey Sound", som do Rio Mersey, em Liverpool), The Beatles. A divulgação principal - e fundamental - seria feita em bombástico anúncio no jornal Aldershot News, para o qual o promotor do evento enviou um cheque de 100 libras. Porém, ele não sabia que o periódico só aceitava pagamento em cheque de anunciantes antigos; os novos tinham que pagar em dinheiro vivo. Como não conseguiram entrar em contato com Leach, simplesmente não publicaram o anúncio. E quase ninguém ficou sabendo que o tal show aconteceria...

Na manhã do fatídico sábado, 9 de dezembro, os quatro beatles - os guitarristas George Harrison (18 anos) e John Lennon (21), o baixista Paul McCartney (19) e o baterista Pete Best (20) - saíram de Liverpool às 9 da manhã para uma viagem de quase 300 km, no rigoroso inverno inglês, apertados em uma van dirigida por Terry McCann, amigo de Sam Leach (que viajou em outro veículo). Ao chegarem a Aldershot, a surpresa: as portas do Palais Ballroom, local do show, estavam trancadas. Foi então que descobriram que a a população da cidadezinha desconheica que haveria alguma coisa ali naquela noite. Mesmo decepcionado, Leach decidiu honrar o compromisso e pagar os músicos, ainda que eles não se apresentassem.

As 18 'testemunhas' e, no palco, os constrangidos rapazes de Liverpool
George e John dançam: esculhambação
Mas eles decidiram ir em frente. Encontraram alguém para abrir a porta do clube, fizeram a passagem de som e depois saíram pela cidadezinha para convidar qualquer um que passasse na rua para assistir a apresentação. O bizarro show foi feito para apenas 18 "testemunhas". Em determinado momento, desanimado pela minúscula plateia, Pete Best abandonou o palco e passou as baquetas para que o motorista Terry McCann tocasse a bateria (!). John e George, por sua vez, decidiram se divertir e passaram a tocar acordes errados e trocar as letras das canções por paródias infames. Logo depois, os dois desceram do palco e começaram a dançar valsa como se fossem um par. E a esculhambação virou festa quando Sam Leach trouxe garrafas da cerveja Watneys Brown Ale para todos.

McCartney também entrou na bagunça
A bebedeira descambou para um jogo de futebol improvisado, usando bolas de bingo. Por volta de uma hora da manhã, a gritaria e a bagunça fizeram com que um vizinho chamasse a polícia. Os Beatles foram convidados a deixar Aldershot e não voltar nunca mais. A única coisa que "salvou" a noite foi a bebedeira com Watneys Brown Ale. Poucos imaginariam naquele momento, sequer a própria banda, que dali a seis meses eles seriam contratados pela gravadora EMI, dois meses depois trocariam o baterista por Ringo Starr, lançariam um compacto de sucesso ("Love me do") e pavimentariam o caminho para dominar Londres, a Inglaterra e a Europa em 1963, partindo dali para conquistarem os EUA e o mundo. Os 18 de Aldershot devem ter deixado o queixo cair...

Leach, em 1º plano, George e John enchendo a cara: consolo
A cerveja que 'salvou' a desastrosa noite em Aldershot


Lennon entornando a saideira: 'só tomando (mais) uma!'

quarta-feira, julho 09, 2014

Fui à cozinha e tava 2 x 0. Voltei, tava 5!

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Sim, sou um cara esquisito. Desde aquela fatídica cobrança de pênaltis contra a França, em 1986, nunca mais consegui torcer pela seleção brasileira. Não torço contra, mas o selecionado não me diz absolutamente nada. Porque nunca concordo com a escolha dos técnicos nem com as convocações e muito menos com a escalação dos titulares. Também só assisto futebol pela TV com o som desligado. Não suporto o tanto de besteiras, lugares-comuns, obviedades e gracinhas sem graça de locutores, comentaristas e afins. Enfim, sou esquisito, não nego e pago quando puder!

Dito isto, fica mais fácil descrever a cena da tarde paulistana (nublada) de terça-feira, quando me postei sozinho em frente à TV (sem som) para assitir Brasil x Alemanha. Por ter aproveitado a dispensa do trabalho para me levantar o mais tarde possível, ainda não havia almoçado às 17 horas. Assim, depois de testemunhar (sem qualquer comoção) o primeiro e o segundo gols dos alemães, e já prevendo que dificilmente os brasileiros reverteriam tal placar, me levantei para ir à cozinha preparar o almoço.


Lembrem-se: a TV estava sem som. Peguei a comida na geladeira, botei num prato, levei ao microondas e teclei 3 minutos. Enquanto aguardava o alimento esquentar, espremi umas laranjas pra fazer um suco e temperei um pouco de salada. Silêncio absoluto na vizinhança. Transportei o almoço para a sala, me posicionei novamente em frente à TV e, por um segundo, tive um lapso de confusão mental. Porque o placar da partida, no canto superior esquerdo da telinha, não era mais 2 x 0. Era 5 x 0!

Mas, como assim?!!?? Somando a ida e a volta e o tempo do microondas, não gastei mais do que 5 minutos na cozinha! O que aconteceu?!? Apalermado, apanhei o controle remoto e acionei o som da TV. Na Bandeirantes, parecia que o locutor falava comigo: "Pra você que está ligando agora, é isso aí mesmo, está 5 x 0 pra Alemanha, com meia hora de jogo". Desliguei o som. Na vizinhança continuava o mais completo e absoluto silêncio. E permaneceu o silêncio mais ensurdecedor que jamais ouvi.

Depois da goleada mais bizarra, inacreditável, impensável, inapelável e acachapante que jamais imaginaria presenciar em toda a minha existência. E a Alemanha visivelmente "tirou o pé" e poupou o Brasil no segundo tempo (!). E foi "só" 7 x 1...

quinta-feira, março 27, 2014

'É que Narciso acha feio o que não é espelho...'

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Narciso ontem, no Morumbi: histórico
O sentido dos versos de Caetano Veloso que dão título ao post não tem nada a ver com o que vou relatar, mas é irônico que eles estejam numa canção chamada "Sampa", porque citam o nome do grande carrasco do time homônimo na partida disputada ontem à noite no Morumbi. Sim, o ex-jogador Narciso fez história como treinador ao impor um vexame incontestável ao São Paulo, em pleno Morumbi, e sacramentar a maior façanha do Penapolense em toda a sua existência, a classificação para a semifinal do Campeonato Paulista. Mais do que isso: foi uma (justa) vingança.

No dia 25 de janeiro de 2010, no Pacaembu, Santos e São Paulo decidiram a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Narciso era o técnico do Peixe. No fim do primeiro tempo, os santistas já venciam por 1 x 0 quando partiram num contra-ataque fulminante, para sacramentar o título. Mas o goleiro Richard, do São Paulo, parou o atacante adversário com uma falta feia. Para perplexidade geral, e principalmente de Narciso, o juiz marcou a falta mas só deu cartão amarelo para o goleiro, que deveria ter sido expulso. O lance foi capital, pois, se ficasse com um a menos, dificilmente o Tricolor reverteria a derrota.

Em 2010, Narciso reclamou e foi expulso na decisão da Copinha
Por isso, depois que os sãopaulinos igualaram o placar no segundo tempo e o juiz apitou o fim do jogo, provocando a disputa de pênaltis, Narciso partiu pra cima da arbitragem, completamente fora de si. Tanto gritou e reclamou sobre a não expulsão de Richard no primeiro tempo que o técnico santista acabou expulso, deixando os garotos sob seu comando visivelmente nervosos. Prova disso é que erraram os três pênaltis que bateram. E o goleiro Richard, o mesmo que foi poupado do cartão vermelho, defendeu as cobranças e foi o herói do título do São Paulo na Copinha.

Richard deveria ter sido expulso
Narciso engoliu aquilo quieto. Ontem, exatamente 50 meses depois daquela injustiça, o técnico estava no comando do Penapolense, como "azarão" ou franco-atirador no confronto das quartas-de-final do Paulistão, em jogo único. De forma brilhante, armou um esquema de marcação que anulou todos os meias e atacantes do São Paulo - e deixou o tempo passar. Depois de "cozinhar" o time de Muricy Ramalho no primeiro tempo, em "banho-maria", Narciso soltou a equipe de Penápolis no contra-ataque na etapa final e por pouco não liquidou a fatura no tempo normal.

Mas a vingança tem requinte de detalhes: a decisão seria, como na decisão da Copinha de 2010, por pênaltis. Dessa vez, mesmo tendo assistido um jogador seu ser supostamente derrubado na área do adversário durante o segundo tempo, num lance em que a arbitragem não marcou pênalti, Narciso, mais maduro e experiente, manteve-se calmo e não reclamou. Provavelmente, deve ter dito ao seu time: "A pressão está em cima deles. A obrigação de se classificar é deles. Vão lá e acertem as cobranças, sem medo. Eles vão se complicar sozinhos". Não sei se foi assim. Mas foi o exatamente o que ocorreu, para glória máxima do treinador.

Narciso consola o derrotado Rogério Ceni: vingança, 4 anos depois
Por fim, outras duas curiosidades. Como técnico, Narciso vai enfrentar, na partida única da semifinal, o Santos, time que o projetou como jogador de futebol, que o amparou completamente quando ele enfrentou um tipo raro de leucemia e que permitiu que ele iniciasse a carreira de treinador em suas categorias de base. E o Penapolense foi o único time que conseguiu golear os santistas neste campeonato (4 a 1) - justo eles, que estão impondo aos adversários seguidas goleadas, como a de ontem (4 x 0), na Ponte Preta. Seja como for, estar na semifinal já é um título para Narciso.

Não, Rodrigo Caio não é o culpado
Sobre o São Paulo, o curioso é que caiu na mesma situação do Corinthians. Não adianta culpar Rodrigo Caio, que desperdiçou sua cobrança de pênalti, pois a eliminação é responsabilidade única e exclusiva do time inteiro, que não jogou absolutamente nada ontem. Assim como os corintianos não podem culpar ninguém, pois a não classificação para a reta final foi resultado daquilo que não jogaram no início da competição. Mas não custa lembrar que, ao sugerir que o São Paulo tinha "entregado o jogo" para o Ituano, para desclassificar o Corinthians, o técnico alvinegro Mano Menezes disse que os deuses do futebol puniriam tal atitude. Que língua! Deus me livre de praga de corintiano! (rsrs) E meu consolo, no momento, é que, jogando mal desse jeito, o São Paulo foi poupado de passar vexame maior ao sofrer uma sonora goleada na Vila Belmiro, como a que o Corinthians sofreu na primeira fase.

quinta-feira, outubro 03, 2013

A 'prepotência' nunca foi tão humilhada

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Não vou, aqui, me ater aos detalhes da nova derrota do São Paulo, dessa vez para o Santos, por 3 x 0 - o Glauco já fez isso com propriedade hoje (clique aqui e leia). Aliás, em poucas palavras, ele resumiu bem o que foi (ou melhor, o que NÃO foi) o time de Muricy Ramalho: "O Tricolor, sem confiança e nem técnica." E eu ainda acrescentaria: sem vontade, sem raça, sem responsabilidade. Sem vergonha na cara.

O que o São Paulo fez (ou melhor, NÃO fez) na Vila Belmiro, em 90 minutos, e quase 1 hora jogando com um a mais, é outro dos intermináveis vexames que o torcedor sãopaulino está tendo que amargar nessa tenebrosa temporada. Resultado da gestão não menos tenebrosa do presidente Juvenal Juvêncio (como já escrevi aqui neste blog). Se confirmar o rebaixamento, devo admitir, sofrendo, que será merecido.

"Não sejamos ingênuos, sãopaulinos. A derrota de ontem não será o último vexame de 2013", escrevi, em 9 de maio, no post que fiz logo após a sova inapelável de 4 x 1 que o Atlético-MG aplicou ao nos eliminar da Libertadores. "Muricy vem aí. Duvido que mude alguma coisa", palpitei, em post escrito no dia 4 de julho. "O problema do São Paulo não é treinador, o time é que é FRACO", reforcei, em outro post.

E, depois de testemunhar pela televisão, pasmo, a postura (ou melhor, a FALTA DE postura) dos comandados de Muricy contra o Santos, começo a crer que, pior do que um time fraco é um time morto. Em 12 de agosto, em outro vexame, derrota por 3 x 2 para o Kashima Antlers, eu já tinha resumido: "(O São Paulo é um) catado de jogadores que, invariavelmente, já entra em campo derrotado".

"Hoje, qualquer adversário, mas qualquer mesmo, já entra em campo sabendo que vai derrotar o São Paulo", acrescentei, naquele post. Não estou, aqui, desmerecendo o Santos. Até porque, no primeiro turno, o alvinegro praiano venceu por 2 x 0 no Morumbi sem fazer esforço. Por isso, nova derrota, dessa vez na Vila Belmiro, era até previsível. Mas perder SEM ESBOÇAR REAÇÃO é muito feio.

Perder jogando com um a mais, sem levar praticamente nenhum perigo de gol ao adversário (fora o chute tosco do idem Douglas), é vergonhoso. Perder tomando o primeiro gol no terceiro escanteio seguido, cobrados todos da mesma forma, é humilhante. Perder assistindo o adversário trocar passes no ataque sem ser perturbado, até vazar a meta por duas vezes, é constrangedor. Perder com três ex-jogadores de seleção brasileira, Ganso, Jadson e Luís Fabiano, ANDANDO EM CAMPO, é, sim, vexaminoso. A "caneta" de Cícero em Douglas foi tão merecida quanto a cosquinha que Ronaldinho Gaúcho fez na orelha de Wellington, na goleada da Libertadores. Acho que ambos tomaram essas atitudes pra ver se os sãopaulinos estavam vivos, se reagiam. Como se viu nos dois casos, sem sucesso...

Há alguns anos, numa outra goleada do Santos sobre o São Paulo, o camarada Edu publicou aqui no Futepoca: "4 a 0 na prepotência". O título referia-se à sua bronca contra sãopaulinos que, após a Era Telê, passaram a tratar os adversários com arrogância, a ponto de, na campanha do Brasileirão de 2002, desdenhar o alvinegro praiano ao proclamar o São Paulo como "Real Madrid do Morumbi".

Pois é, aquele "Real Madrid" perdeu de Robinho, Diego e Cia. Mas perdeu jogando bola, lutando, indo pra cima. Perdeu jogando bem, mas o Santos era indiscutivelmente melhor. Hoje, o Santos também é superior, mesmo sem brilhar. Como em 2002, ganhou na capital e no litoral. Aliás, venceu o São Paulo três vezes este ano. Um São Paulo que desiste, que se omite, que se esconde, que abaixa a cabeça. Que só assiste o adversário fazer gols.

Mesmo que o time volte a mostrar VONTADE DE REAGIR, como na vitória contra a Ponte Preta e mesmo na derrota contra o Grêmio, o futuro imediato é desesperador: neste sábado, o Vitória, que goleou o Atlético-PR em Curitiba e ontem venceu o bom Goiás, poderá concretizar um "cala boca" do técnico Ney Franco no clube que o enxotou. Depois, Cruzeiro! Em Minas! Depois, Corinthians...

Se perder os três jogos, como tudo leva a crer que vai, "adeus, tia Chica". Confesso que, com dor no coração, já contemplo a Série B como inevitável. Mas uma coisa é certa: caia ou não caia, em 2014 o São Paulo precisa se livrar de, no mínimo, 90% do elenco. E os que sobrarem devem ser apenas opções. Para o banco.

segunda-feira, agosto 12, 2013

19 derrotas em 30 jogos. Ceni perde outro pênalti.

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E o São Paulo segue seu calvário rumo à Série B, despencando de vexame em vexame. E não digo vexame por perder (com toda justiça) para Kashima Antlers ou Portuguesa, mas vexame porque perde jogando muito mal e exibindo a ruindade de seu elenco, o que, aliás, tem sido a tônica desde o início da temporada. O time não tem zagueiros que prestem, nem laterais ou volantes. Os meias jogam mal. Os atacantes, idem. Quando olham para o banco de reservas, os técnicos quintuplicam seu desespero. A coisa tá feia.

O São Paulo não venceu UM clássico sequer este ano. Foram três derrotas para o Corinthians mais dois empates (sendo que, em um deles, foi eliminado na semifinal do Paulistão, nos pênaltis), duas derrotas para o Santos e um empate com o Palmeiras. Na Libertadores, perdeu TODOS os jogos fora de casa e foi derrotado três vezes pelo Atlético-MG, que o eliminou com uma goleada humilhante. Isso mostra que a crise atual não é fenômeno de momento. O time é fraco e joga mal - contra os grandes - desde janeiro.

Aliás, depois da primeira fase da Libertadores, na qual apanhou dos medíocres Arsenal de Sarandí e The Strongest, ficou claro que a boa campanha no início do Paulistão, contra os times (fracos) do interior, era pura ilusão. A partir de abril, o time virou saco de pancadas de qualquer um, pequeno, médio ou grande. Fazendo um corte dos últimos 30 jogos, com início na vitória por 2 a 0 sobre o Paulista de Jundiaí, no dia 27 de março, e término na derrota de hoje por 2 a 1 para a Portuguesa, temos um cenário aterrador.

São simplesmente 19 derrotas nesta série, com apenas 7 vitórias e 4 empates. Em abril, o time perdeu para o Mogi Mirim e o XV de Piracicaba, pelo Paulistão, e The Strongest, pela Libertadores. Com isso, já eram previsíveis as eliminações para Corinthians, no estadual, e Atlético-MG, na competição sul-americana, no início de maio. Aí, a coisa degringolou de vez: o presidente Juvenal Juvêncio expurgou sete jogadores, rachou o elenco, tirou a autoridade do técnico Ney Franco (que já era pouca) e o time desandou.

E desandou porque o time é ruim. Muito fraco, nível de Série B, mesmo. Quando toma gol, dificilmente consegue reagir. Se sai atrás no placar, perde o jogo. E perde para equipes ainda mais fracas, que, contudo, conseguem ter um mínimo de padrão de jogo e esquema tático - o que o São Paulo não tem. Perder dois terços dos jogos em uma série de 30 partidas é argumento suficiente para sustentar essa afirmação. O problema não é treinador. Paulo Autuori será demitido e o clube só escapará do rebaixamento por milagre.

Infelizmente.

A coisa tá tão feia que, depois de perder um pênalti contra o Bayern de Munique, Rogério Ceni perdeu outra cobrança contra a Portuguesa. Essa uruca do capitão do time é o resumo de um catado de jogadores que, invariavelmente, já entra em campo derrotado. Está escrito na cara de cada um, tanto no horroroso time "titular" (se é que isso existe...) quanto no tenebroso banco de reservas. Hoje, qualquer adversário, mas qualquer mesmo, já entra em campo sabendo que vai derrotar o São Paulo. Essa é a triste realidade.



quinta-feira, agosto 01, 2013

14º jogo sem vitória e 6º sem marcar. Com um frangaço.

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Boateng chuta e Denis leva por baixo das pernas: 'vexaminho' (Foto: AP)
Outro dia publiquei aqui que a probabilidade de o São Paulo passar vexames internacionais nessa excursão à Europa e à Ásia era "mais do que plausível". Bem, na tal Copa Audi, na Alemanha, primeiro compromisso da agenda no exterior, o Tricolor escapou de ser goleado -  foram duas (mais do que previsíveis) derrotas para Bayern de Munique (2 x 0) e Milan (1 x 0). Mas perdeu um pênalti no primeiro jogo (Rogério Ceni), levou um frangaço no segundo (Denis), não conseguiu marcar um golzinho sequer nessas partidas amistosas e terminou o torneio em último lugar. Podemos dizer, portanto, que foi no mínimo um "vexaminho". Mas calma lá, sãopaulino, ainda não é hora de suspirar aliviado: tem o Benfica em Portugal, no sábado, e o Kashima Antlers no Japão, quarta-feira. Que o Senhor tenha piedade de nós!

Para complicar, Paulo Miranda saiu de campo com uma lesão na coxa contra o Bayern - que foi o campeão da Copa Audi, batendo o Manchester City por 2 x 1 na decisão - e voltou mais cedo ao Brasil. Vai se juntar, no Departamento Médico, a Clemente Rodríguez, Luís Fabiano e Denílson. Mirando o Campeonato Brasileiro, o técnico Paulo Autuori deve mandar mais jogadores pra casa antes de seguir para Portugal, cumprindo o restante da (inoportuna) excursão com um catadão de reservas e novatos. O time tenta construir uma retranca de futebol interiorano mas não consegue parar de tomar gols. E pior: cortou a ligação com o meio de campo e secou a produção lá na frente: já são seis jogos sem fazer gols (e 14 sem vitória). Quando o São Paulo voltar ao Brasil, para enfrentar a Portuguesa, concorrente direta na zona do rebaixamento, o "time" estará exausto pelas viagens e não terá treinado quase nada. E encontrará a outra parte dos atletas - que ficou longe do técnico, sem ritmo de jogo, sem treino tático e técnico, sem entrosamento, com alguns baqueados, saindo do estaleiro e fora de forma. Provavelmente, a equipe, que tem dois jogos a mais que muitos dos outros clubes do Brasileirão, poderá estar na última colocação. Em crise, pressionada, esfacelada, desentrosada, abatida psicologicamente e sem qualquer opção - tanto entre os titulares quanto entre os reservas. 

Assim, Juvenal (Eterno!) Juvêncio desce mais alguns passos em direção ao inédito rebaixamento para a Série B do Brasileirão e à indiscutível pecha de pior dirigente do São Paulo em todos os tempos - como Alberto Dualib e Mustafá Contursi foram, respectivamente, para os rivais Corinthians e Palmeiras. E a torcida, que não tem responsabilidade alguma pela sua gestão e já amarga perplexa essa sequência medíocre e inacreditável do time, terá que aguentar calada a impiedosa gozação dos rivais. Fazer o que? Vai, São Paulo! Vai pra Portugal, perder para o Benfica, e para o Japão, perder pro Kashima! Na volta tem a Portuguesa...


quinta-feira, junho 06, 2013

Nem 1.000 nem 1. E Muricy já incomoda o He-Man

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Pois é. Pelo jeito, ao contrário do que escrevi, o Túlio (ex-)Maravilha vai acabar fazendo seu suposto milésimo gol antes de o São Paulo ultrapassar os 999 já marcados no Brasileirão dentro do Morumbi. Ontem, como eu já previa no post sobre a goleada sofrida para o Atlético-MG (dizendo que aquilo não seria "o último vexame de 2013"), o time - time?!?!? - de Ney Franco sofreu a humilhação de perder em casa para o Goiás, que estava na zona de rebaixamento e não tinha uma vitória sequer em três jogos, tendo levado um vareio de 5 a 0 do Cruzeiro logo na primeira rodada. Pior: o São Paulo finalizou 23 vezes (VINTE E TRÊS VEZES!) e não conseguiu marcar nem um golzinho, condenando ao fiasco a campanha divulgada no site do clube que alardeou o possível gol 1.000, em Brasileiros, no próprio gramado - o que iludiu e convenceu quase 9 mil infelizes a testemunhar a vergonha (mais uma) no estádio.

Como o jogo começou às 19h30, cheguei em casa a tempo de acompanhar apenas os 15 minutos finais, pelo rádio. Nenhuma surpresa: locutor, comentarista e repórteres de campo frisavam a todo instante o futebol apático, descoordenado, inofensivo, feio e lamentável do São Paulo. Anteontem, com a notícia de que Juan assumiria a titularidade na lateral-esquerda (e também sem novidade jogou pessimamente ontem) eu já havia postado aqui no blog: "Vai mudar alguma coisa com os NULOS Douglas e Juan nas laterais? Com os sofríveis Lúcio, Tolói ou Edson Silva na zaga? Com os pouco produtivos Luís Fabiano ou Aloísio como centroavantes? Rodrigo Caio? Maicon? Negueba? Silvinho?" A partida de ontem respondeu as perguntas: sim, vai mudar - pra pior! E vai sobrar para o Ney Franco. Além das vaias, a torcida gritou o tempo todo: "É Muricy!". E dizem que o recém-desempregado treinador, que levou um pé do Santos, parece estar disposto a encarar novamente o bafo (de cana) do Juvenal Juvêncio em seu cangote...

Questionado sobre o clamor dos torcedores, o "He Man" Ney Franco garantiu: "Eu tenho força!" Mas, com esse time horrível e sem opções no elenco ou perspectiva de contratações, o prazo de validade do treinador parece menor do que o Nelson Ned. A informação de que Muricy Ramalho passará duas semanas em férias nos Estados Unidos dá a entender que ele já conversou com o Velho Barreiro, digo, o Juvenal Juvêncio, que o aconselhou a aguardar quietinho os próximos jogos (e maus resultados) do São Paulo e o fim do recesso futebolístico por causa da Copa das Confederações. Ou seja: o mesmo dirigente que mandou Muricy embora e que, desde aquela intempestiva atitude (mais uma), viu o time fracassar por quatro temporadas seguidas (e no início da atual), agora, meia dúzia de técnicos depois, não tem pudor de recorrer justamente a quem demitiu. TUDO ERRADO. Nem Muricy, nem Tite, nem Cuca, nem Pepe Guardiola, nem Deus podem fazer algo de útil com esse timinho do São Paulo. Pelo menos enquanto Juvenal estiver lá.



quinta-feira, maio 09, 2013

Com direito à cosquinha na cabeça do Wellington

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Ronaldinho Gaúcho tripudia e faz cosquinha em Wellington, que cai e simula falta
Que show de bola! Que baile! Considerando que os espetáculos anteriores do Atlético-MG pela Libertadores no estádio Independência, pela fase de grupos, tenham sido contra The Strongest (2 x 1) e Arsenal de Sarandí (5 x 2), times medianos sem conquistas internacionais, a goleada de ontem por 4 a 1 sobre o São Paulo, tricampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, foi a confirmação incontestável de que o time do técnico Cuca é, hoje, o de futebol mais vistoso e eficiente no Brasil. Pessimista como sou, já previa derrota e, na pior das hipóteses, uma noite de pesadelo. Ao fim do jogo, respirei aliviado: o meu time escapou do que poderia ter sido uma das piores goleadas de toda a sua história, comparável à maior delas até aqui, o 8 x 1 que o Botafogo-RJ nos aplicou no Torneio Rio-São Paulo de 1940.

Bernard: craque
O Atlético-MG fez o que quis em campo. Duas imagens, ambas do segundo tempo, ficarão guardadas em "minhas retinas tão fatigadas" (citando o cruzeirense Carlos Drummond de Andrade): a primeira foi uma jogada de futebol de salão, com Ronaldinho Gaúcho partindo para o ataque pela esquerda, trocando de pé em velocidade e tocando quase sem olhar para Diego Tardelli, no meio, que tocou da mesma forma, em milésimo de segundo, para Bernard, na direita, numa sintonia e sincronia que não vejo há anos no futebol nacional, síntese da plena afinação da "orquestra" que Cuca montou na linha de ataque do Galo; e a segunda imagem, a do Ronaldinho Gaúcho tripudiando e fazendo cosquinha na cabeça do pobre e inoperante Wellington, resumo da humilhação e da zombaria sofridas pelo atropelado São Paulo

Jô abre o placar: 1 x 0 foi pouco no 1º tempo
E o estrago, repito, poderia ter sido bem maior. Com 10 minutos de jogo, o Atlético-MG já tinha perdido um gol feito, mandado uma bola no travessão e sufocava o time de Ney Franco como se fosse uma partida de adultos, profissionais, contra um combinado Sub 15. O primeiro gol saiu com uma naturalidade espantosa, golaço de Jô em troca de passes fulminante. O São Paulo se segurava como podia: jogador tirando bola em cima da linha, Rogério Ceni fazendo defesa de reflexo dentro da pequena área, pressão e mais pressão. O primeiro tempo ter acabado com placar de 1 x 0 foi um espanto: poderia ter sido 4 ou 5 x0 fácil, fácil. Eu, que tinha aberto uma garrafa de vinho e tirado o som da televisão para ouvir um CD (porque detesto todo e qualquer comentarista esportivo, de qualquer emissora), acompanhava o jogo como quem assistisse as Torres Gêmeas pegando fogo, na iminência de desabarem.

Gaúcho e Jô comemoram segundo gol
Veio a segunda etapa e voltou a sensação de que meu time levaria um vareio épico, daqueles de virar manchete na mídia esportiva de todo o planeta. Sensação que surgiu quando o jogo começou e vi Douglas em campo. Ali, entendi que não seria apenas uma derrota. Poderia ser "A" derrota. Na segunda etapa, colocaram o coitado do Silvinho, ex-Penapolense ("Que faaaaaseee...", diria Milton Leite), mais perdido que surdo-mudo em tiroteio. O São Paulo, pateticamente, se jogava para o ataque na base do chutão para qualquer lado, da bola área rifada, do "bumba-meu-boi". Triste de ver. Em todos os lances, os passes chegavam 30 centímetros atrás de quem ia receber a bola, o jogador tinha que voltar para buscá-la, o posicionamento dos colegas se embaralhava, tudo saía errado. O time perdia a bola. E o Atlético-MG partia para o contra-ataque - rápido, coordenado, entrosado, com toques de primeira, fatal. Numa dessas, Jô fez 2 x 0. E iniciou o previsível massacre...

Tardelli engana Tolói e encobre Rogério Ceni
Na saída de bola, o São Paulo desembestou e se atrapalhou mais uma vez, houve um chutão para o alto e Rafael Tolói correu para tentar atrasar a bola, de cabeça, para Rogério Ceni. Quem assistiu ao clássico entre São Paulo e Corinthians pela primeira fase do Campeonato Paulista já fazia ideia do que poderia acontecer. Naquele jogo, Tolói tentou atrasar uma bola para Ceni, Alexandre Pato chegou antes, sofreu pênalti e depois fez o gol da vitória para o time de Parque São Jorge. Ontem, não deu outra. O ex-sãopaulino Diego Tardelli estava na cola do atrapalhado zagueiro e só esperou ele cabecear errado para dar o bote e, com um toque sutil, encobrir o goleiro e marcar um golaço: 3 x 0.

Jô faz 3º, após passe de Ronaldinho
Dois gols em dois minutos. E ainda tinha mais. Cinco minutos depois do terceiro gol, Ronaldinho Gaúcho, que mandou e desmandou na partida, numa das melhores atuações de sua carreira, fez outra jogada de futebol de salão e, à la Mário Sérgio Pontes de Paiva, olhou para a esquerda e deu passe para a direita, Jô recebeu e tocou no canto para selar o inapelável atropelo do Galo sobre o Tricolor. Naquele momento, faltando mais de 20 minutos para o jogo acabar, enchi minha derradeira taça de vinho e orei: "Meu Deus, já tá de bom tamanho! Por favor, faça com que o Atlético-MG tire o pé!". Graças a Ele, fui atendido. O time de Cuca não chegou a tirar o pé, mas também não aumentou a conta da sova. E o (eternamente) apagado Luís Fabiano ainda fez o golzinho de honra. Ficou de bom tamanho.

Silvinho: mais um "craque" do Juvenal
Falar mais o quê? Já cansei de repetir, aqui neste blogue, que o São Paulo não é um time. Não tem padrão de jogo, esquema tático. Não tem laterais, nem volantes, nem zagueiros que prestem. Não consegue finalizar no ataque. Não vai chegar a lugar algum com Douglas titular. Com Lúcio, Luís Fabiano, Ademilson. Continuo defendendo Ney Franco, mas uma campanha que teve seis derrotas em dez jogos é pura e simplesmente o reflexo do que é o São Paulo na era Juvenal Juvêncio: contrata mal, planeja mal, administra mal. Perde jogos, perde títulos, perde dinheiro, perde boas contratações, perde bons negócios. E, cada vez mais, vai perder torcedores. Para o Corinthians. Para o Atlético-MG. Não acredito que vá mudar alguma coisa daqui para o final do ano. Ney Franco vai tentar tirar leite de pedra para, quem sabe, beliscar outra vaguinha na Libertadores de 2014. Mas não sejamos ingênuos, sãopaulinos. A derrota de ontem não será o último vexame de 2013. Já que o clube é o da fé, vamos rezar muito. Seja o que Deus quiser!