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domingo, outubro 13, 2013

Vai cair? Um post secador

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 POR Igor Carvalho*


No Brasileirão 2013, com autoridade, o Corinthians lidera o certame dos empates. Por doze vezes o alvinegro paulista saiu de campo sem perder ou vencer. O índice foi alcançado em apenas 27 rodadas, ou seja, quase metade dos jogos disputados pela equipe de Tite terminaram sem que houvesse um vencedor.

Desde que o campeonato passou a ser disputado no sistema de pontos corridos, os maiores empatadores em números reais são a Ponte Preta de 2003 e o Botafogo de 2004, ambos com 18 placares iguais, quando a série A era disputada por 24 clubes em 46 rodadas. Portanto, ambos empataram 39% de suas partidas.

Desde 2005, o Brasileirão é disputado por 20 equipe. Nesse período, os maiores empatadores são Botafogo, Ceará e Flamengo, no campeonato de 2010, e o Palmeiras de 2011, todos com 17 empates. Com isso, as quatro equipes, em 44% dos jogos disputados, saíram de campo levando apenas um ponto para casa.

Com 12 empates e 11 rodadas pela frente, o Corinthians se coloca como candidato ao título de rei dos empates desde 2003.

Secador profissional em plena atividade
Vai cair?


Na era dos pontos corridos, em dez anos, apenas dois times terminaram o Brasileirão com mais empates e foram rebaixados. Opa, então a chance de o Corinthians cair é remota, certo? Provavelmente. Mas como quem seca nunca perde a razão, busquemos argumentos.

Quem eram esses dois clubes que caíram empatando mais?

O Fortaleza em 2006, com 14 empates, conseguiu 38 pontos, quando o campeonato já era disputado por 20 clubes. A equipe cearense terminou o certame em 18º lugar. O Vasco da Gama, que encerrou sua participação na 6º colocação, também empatou 14 vezes naquele ano.

Em 2007, pela primeira e única vez na era dos pontos corridos até o momento, clube do Parque São Jorge foi quem mais empatou no Brasileirão, 14 vezes. Justamente neste ano, com 43 pontos e na 17º posição, caiu o Sport Club Corinthians Paulista.

Ou seja, toda vez que o Corinthians termina o campeonato com mais empates, ele é rebaixado. Tabus devem ser respeitados, embora “existam para serem quebrados.”

“Mas o time é bom”. Verdade. No papel, o time é bom, mas não tem conseguido jogar bem faz muito tempo. Como disse Glauco Faria, em 2013 vivemos o “campeonato dos times medianos”. Não custa lembrar que, de um ponto em um ponto, o Corinthians ocupa a 12º posição, apenas quatro prontos à frente do Vasco da Gama, que é o líder da zona do rebaixamento, 36 a 32.

E aí, vai cair?

Igor Carvalho é jornalista, canhoto político, sãopaulino e bebedor de cerveja. Gosta mais de Victor Jara e Compay Segundo do que Beatles e Rolling Stones

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Buracos na defesa são novos sintomas da Empatite

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Pato marcou o primeiro, Guerrero o segundo (Luis Moura/Gazeta)

Neste domingo, contra o Bragantino, o Corinthians conseguiu seu quinto empate consecutivo entre Paulistão e Libertadores. Foi também o terceiro 2 a 2 consecutivo na competição estadual, o que é ainda mais curioso. Muita gente tem lamentado a volta da “Empatite” que vitimou a equipe em tempos idos. Mas, se bem me lembro, a doença trazia uma penca de zeros nos placares, o que não tem sido a tônica. O mal pode ser o mesmo, mas o vírus causador sofreu uma mutação que trouxe novos sintomas.

O ataque tem funcionado razoavelmente, com seis gols em três jogos (e 1 nos trocentos mil metros da Bolívia, que dificulta avaliações) e mais um punhado de chances criadas (na altura, Sheik perdeu dois que mostraram porque ele me parece em marcha acelerada rumo ao banco). Mas a defesa começa a preocupar. Pode ser a combinação de falta de ritmo e má condição física de Paulo André e Fábio Santos, os dois mais velhos (sem contar Alessandro, que não jogou ontem), com o desentrosamento de Gil e Edenilson. Ou talvez seja só a ruindade de alguns destes personagens, que vinha sendo escondida pelos méritos coletivos de uma equipe bem armada e determinada. Duas outras possibilidades. Uma, que Gil e Paulo André têm características parecidas, mais para os antigos quarto-zagueiros. Funcionarão melhor com Chicão, que leva mais jeito para camisa 3. Estes três problemas podem ir na conta da diretoria, pela montagem do elenco – e pela perda do promissor Marquinhos – que ficou com poucas opções no miolo.

Outra possibilidade, mais tática, parte do reconhecimento de uma tentativa de Tite que mudou um pouco o posicionamento do meio-campo. Ralph tem aparecido mais no ataque, o que parece ser encorajado pelo chefe. Contra o Braga, a transmissão televisiva diz que Tite cobrou os meias para ajudarem mais na marcação na meia cancha, ajudando a cobrir o volante. Os frequentes erros na zaga podem ser resultado dessa mudança na organização coletiva – ou pode ser tudo um pacotão de problemas.

Essa mudança, se não se tratar de um delírio provocado pela súbita diminuição de álcool em meu sistema após o carnaval, pode indicar experiências para encaixar no time titular as contratações para o meio e ataque – onde a diretoria trabalhou muito e bem. Imaginei um time num tipo de 4-4-2 inglês, com Renato Augusto e Danilo marcando pelos lados sem a bola e armando e trocando de lugar na transição ofensiva (vimos os dois juntos por alguns minutos em Oruro, mas a altitude destruiu Danilo antes que conclusões fossem possíveis). Nessa formação, os dois volantes teriam mais companhia na marcação e mais espaço para avanços – que eu imaginei utilizado só por Paulinho, mas pode ser que Tite queira tentar incluir Ralph no revesamento ofensivo. Com isso, caberiam Guerrero como referência e Pato como segundo atacante, se movimentando pelo ataque, voltando para buscar a bola e achar espaços para partir em velocidade, o que faz muito bem. No papel, parece bom.

No entanto, minha fértil imaginação foi desmentida por Tite no final do jogo de ontem. Quando vi que Guerrero entraria no lugar de Douglas (que foi bem, mas cansou), imaginei o time exatamente desse jeito, mas o que se viu foi Renato Augusto ocupando a faixa central do 4-2-3-1 e Guerrero e Pato revesando de forma muito descordenada entre a centroavância e o lado do campo. Não rolou bem e o gol de empate só saiu pelo vacilo de um zagueiro do Braga que achou por bem botar a mão a bola na área.

Um destaque para a eficiência do Bragantino em bater: a certa altura, eram 20 faltas contra 5 do Corinthians, número realmente pitoresco.

Tragédia de Oruro

Andei totalmente sem vontade de escrever sobre futebol desde a imbecilidade que ocorreu na Bolívia e vitimou um garoto de 14 anos. Resumo de minha opinião sobre o fato, sempre com o foco de encontrar a melhor maneira de impedir que esses tipo de coisa aconteça novamente:

- Há uma dimensão coletiva e uma individual que devem ser abordadas. A tragédia só acontece porque existe conivência com a violência por parte da Conmebol e dos times. Logo, as punições coletivas são importantes para abordar este aspecto. Mas acho fundamental dar destaque ao aspecto individual da coisa: um ou um grupo de cretinos levou bombas para uma multidão, com ou sem o intento de dispará-las contra outras pessoas. Eles devem pagar de acordo com a lei, ou haverá impunidade. Se realmente foi o rapaz que se entregou à Justiça em Guarulhos, ele tomou uma atitude corajosa. Mas merece as penas cabíveis.

- Que todos os envolvidos paguem e que isso se torne padrão em todas as competições da Conmebol. Isso inclui o Corinthians, pela torcida, mas também o San José, como mandante e responsável pela segurança. Nenhuma punição será questionada por mim se tornar-se regra a ser obedecida por todos. E, como dito acima, o imbecil (ou imbecis) que se tornou assassino também deve estar na conta.

- O aspecto punitivo é importante, mas também é fundamental que se modifiquem as condições de segurança. Em nenhuma aglomeração humana deve ser permitida a entrada com materiais potencialmente mortais. Precisamos parar de tratar o futebol como uma dimensão a parte e exigir medidas de segurança.

- Qualquer ataque ou insinuação ao Corinthians ou corintianos como "assassinos", como um torcedor do Bragantino chamou o Tite, é injusta e altamente escrota. O mesmo vale para o San José.

(Modificado às 10h40 do dia 26/2)