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quinta-feira, julho 11, 2013

O milagre cai duas vezes no mesmo lugar

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Quando o Tijuana foi bater o pênalti que desclassificaria o Galo nos acréscimos do segundo tempo, pensei comigo que a história de chegar muito perto de um título importante e ser derrotado aconteceria novamente. Pessimismo de quem se tornou atleticano para sempre na derrota para o São Paulo, no Brasileiro de 1977, na derrota nos pênalties.

Ontem à noite, o garoto de 12 anos voltou. À época, em março de 1978, a certeza da vitória. Hoje, décadas depois, mais calejado, com o pessimismo que a vida ensinou, novamente esperava o momento em que tudo daria errado. Não deu. Mesmo depois de Jô e Richarlyson errarem suas cobranças. Por incrível que pareça os argentinos também perderam. E de novo estava lá o goleiro Victor para fazer mais um milagre no momento decisivo, contra o craque do Newell´s Old Boys, na última cobrança.

Confesso que as visitas aos cardiologistas nos últimos anos e os remédios tomados cotidianamente para controlar a pressão funcionaram. O coração resistiu mais uma vez.

E resistiu num jogo tenso o tempo todo. O começo, com o gol de Bernard logo aos 3 minutos, foi enganoso.  O bom time argentino encaixou a marcação e sempre levou perigo com os atacantes Scocco e Maxi Rodriguez. O Galo teve boas chances com Bernard e Josué, mas o gol não saía. E nem adianta reclamar de dos pênalties não dados pelo juiz. Não vão marcar nada a favor de time brasileiro este ano mesmo.

Mas no segundo tempo o Atlético entrou visivelmente nervoso, errou demais, teve sorte de não tomar um gol e só reagiu a partir das mudanças de Cuca, com as entradas de Luan, Alecsandro e Guilherme. E a participação do ex-cruzeirense foi tão decisiva quanto a queda da luz. Finalizou bem uma primeira vez e a bola passou perto da trave. No segundo chute, fora da área, fez o gol mais decisivo de seus dois anos no Galo. O resto é história. Como foi histórico o apagão dos refletores. A luz voltou e o time se iluminou novamente nos minutos finais (não resisti ao trocadilho).

Por último, quem vive falando do azar do Cuca é bom mudar o lado do disco. Mesmo que perca a final (mangalô três vezes), não pode ser chamado de azarado depois de seu time se classificar duas vezes da forma como fez. Que venga el Olimpia. Por precaução, vou dobrar a dose dos remédios.

quinta-feira, maio 16, 2013

Um dia é do Galo, o outro do Boca...

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Quando cheguei ao local combinado para encontrar o camarada Nivaldo, no Centro de São Paulo, uma caixa de som trovejava o hino do Corinthians da janela de um dos sobrados antigos da Rua Direita. Foi só eu telefonar pra ele pra avisar que poderia se guiar pelo som para chegar até ali que, no mesmo instante, o hino do Corinthians acabou e começou a tocar o hino do... São Paulo! Daí o Nivaldo aparece e, ato contínuo, reparamos que nós - um sãopaulino e outro corintiano (brindados pelos hinos da janela) - estávamos no Largo da... MISERICÓRDIA. Pensando bem, é justo.

Só faltaram o hino do Palmeiras e os alviverdes deste blog...

Com nação e sem noção

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Em 2011, quando o Corinthians foi eliminado da Libertadores, um amigo comentou sobre as gozações ouvidas por um corintiano chamado Roberto Lima. Pois bem, depois do golaço do Riquelme no Pacaembu, ontem, surge a notícia de que um outro integrante da nação corintiana está passando por situação ainda mais embaraçosa: além de ter batizado o filho como Juan Riquelme (porque o Boca Juniors venceu o Palmeiras nas Libertadores de 2000 e 2001), Rodrigo Guimarães ainda tatuou o nome do jogador - e do filho - nas costas. Pois é. O mundo (da bola) dá voltas...


(Foto: Rafaela Gonçalves/ Globoesporte.com)

Corinthians fora da Liberta e duas coisas importantes

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Vou começar esse texto pela primeira coisa importante desta quarta-feira – e terminar pela segunda. Logo após o jogo, enquanto 30 e tantos mil corintianos cantavam o Bando de Loucos no Pacaembu, um manguaça gritava aqui na frente de casa: “Aqui é Corinthians, caralho!”

Isto posto, a outra coisa importante vou tratar no fim do texto.

O Corinthians foi eliminado pelo Boca dentro de casa, jogando um primeiro tempo nervoso e sofrível e um segundo tempo muito bom. Riquelme fez um golaço daqueles que renderão discussões se foi um chute ou cruzamento (eu, realmente, não dou a mínima, me importa apenas o resultado dessa tranqueira).

Em casa, precisando fazer o resultado, situação que não enfrentou na Libertadores passada, o Corinthians entrou nervoso, errando muitos passes, confundindo velocidade com pressa e facilitando o trabalho de um Boca que sabia muito bem o que queria. Os argentinos marcaram bem demais, enrolaram o que puderam, e mantiveram o jogo sob seu controle na primeira etapa inteira. Foi nela que saiu o gol de Riquelme, aos 24 minutos. E que eu abri uma garrafa de vinho.

Tite deve ter dado uma conversada muito boa no pessoal no intervalo (ou servido um vinho), porque o time voltou mais concentrado e lembrou da máxima do malandro, que sabe muito bem que devagar também é pressa. Bola no chão, Pato e Edenílson entraram bem, e em menos de um minuto Danilo chutou para milagre de Orion. Cinco minutos depois, Paulinho empatou de cabeça. Quinze minutos depois, novo milagre do goleiro argentino. Uns 10 depois, Pato perde gol embaixo da trave. E acabou, 1 a 1 e Boca classificado.

Agora, a segunda coisa importante:

- Com cinco minutos de jogo, um zagueiro boquense de nome irrelevante enfiou gritantemente a mão na bola dentro da área, em lance que rendeu um amarelo para Emerson por (justa) reclamação.

- Com uns 30, Romarinho recebe passe ninja de alguém e marca, mas o bandeira anula incorretamente. Por um bom metro, diga-se.

- No segundo tempo, lá pelos 20, Paulinho empurra para dentro uma bola rebatida. Não entendi se o bandeira marcou um impedimento inexistente – e esse era mesma linha – ou se o homem do apito viu uma falta no goleiro, o que é possível - mas não provável.

- Por fim, aos 36, Emerson entra na área e o zagueiro xeneize o empurra, de leve, mas empurra. Novo amarelo por reclamação, esse para Paulinho. Pelo jeito, quando for pênalti, amarela alguém.

Diante disso tudo, só nos resta tocar um tango argentino. E jogar muita bola no Paulistão, Copa do Brasil e Brasileirão.

quarta-feira, maio 15, 2013

Tijuana 2 x 1 Palmeiras: eliminação deixa só Série B no horizonte

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Esperança não ganha jogo nem classifica de fase em torneio continental. O Palmeiras perdeu em casa para o Tijuana em pleno Pacaembu, na terça-feira, 14, e está fora da Taça Libertadores da América. Depois de estar atrás no marcador por dois tentos de diferença, o time diminuiu a diferença, e a partida terminou 2 a 1.

Eliminado.

Apesar de ter atacado e buscado criar chances de gol, o time do Palmeiras deixou claro para quem quisesse ver que falta qualidade e recursos. Ainda mais diante de uma situação adversa contra um time minimamente estruturado.

A falha terrível do goleiro Bruno no primeiro gol dos mexicanos merece poucos comentários para além do desconsolo. Um frango como não se via há muito tempo.

Foto: Barcex/WikiCommons
Frango assado em televisão de cachorro.

Enquanto a preocupação para a Série B cresce -- porque fácil não será e dá medo -- o saldo da participação na Libertadores é só o de ter passado de fase. Da primeira fase.

A torcida de atleticanos por um confronto ainda mais fácil -- até do ponto de vista logístico -- não ajudou os alviverdes. Melhor teria sido um empréstimo da qualidade e do entrosamento dos atacantes do clube mineiro... Agora, Jô, Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e cia vão visitar o México e seu gramado sintético nas quartas de final.

Então, um recado aos atleticanos de plantão: torçam pelo Corinthians contra o Boca.

quinta-feira, maio 09, 2013

Com direito à cosquinha na cabeça do Wellington

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Ronaldinho Gaúcho tripudia e faz cosquinha em Wellington, que cai e simula falta
Que show de bola! Que baile! Considerando que os espetáculos anteriores do Atlético-MG pela Libertadores no estádio Independência, pela fase de grupos, tenham sido contra The Strongest (2 x 1) e Arsenal de Sarandí (5 x 2), times medianos sem conquistas internacionais, a goleada de ontem por 4 a 1 sobre o São Paulo, tricampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, foi a confirmação incontestável de que o time do técnico Cuca é, hoje, o de futebol mais vistoso e eficiente no Brasil. Pessimista como sou, já previa derrota e, na pior das hipóteses, uma noite de pesadelo. Ao fim do jogo, respirei aliviado: o meu time escapou do que poderia ter sido uma das piores goleadas de toda a sua história, comparável à maior delas até aqui, o 8 x 1 que o Botafogo-RJ nos aplicou no Torneio Rio-São Paulo de 1940.

Bernard: craque
O Atlético-MG fez o que quis em campo. Duas imagens, ambas do segundo tempo, ficarão guardadas em "minhas retinas tão fatigadas" (citando o cruzeirense Carlos Drummond de Andrade): a primeira foi uma jogada de futebol de salão, com Ronaldinho Gaúcho partindo para o ataque pela esquerda, trocando de pé em velocidade e tocando quase sem olhar para Diego Tardelli, no meio, que tocou da mesma forma, em milésimo de segundo, para Bernard, na direita, numa sintonia e sincronia que não vejo há anos no futebol nacional, síntese da plena afinação da "orquestra" que Cuca montou na linha de ataque do Galo; e a segunda imagem, a do Ronaldinho Gaúcho tripudiando e fazendo cosquinha na cabeça do pobre e inoperante Wellington, resumo da humilhação e da zombaria sofridas pelo atropelado São Paulo

Jô abre o placar: 1 x 0 foi pouco no 1º tempo
E o estrago, repito, poderia ter sido bem maior. Com 10 minutos de jogo, o Atlético-MG já tinha perdido um gol feito, mandado uma bola no travessão e sufocava o time de Ney Franco como se fosse uma partida de adultos, profissionais, contra um combinado Sub 15. O primeiro gol saiu com uma naturalidade espantosa, golaço de Jô em troca de passes fulminante. O São Paulo se segurava como podia: jogador tirando bola em cima da linha, Rogério Ceni fazendo defesa de reflexo dentro da pequena área, pressão e mais pressão. O primeiro tempo ter acabado com placar de 1 x 0 foi um espanto: poderia ter sido 4 ou 5 x0 fácil, fácil. Eu, que tinha aberto uma garrafa de vinho e tirado o som da televisão para ouvir um CD (porque detesto todo e qualquer comentarista esportivo, de qualquer emissora), acompanhava o jogo como quem assistisse as Torres Gêmeas pegando fogo, na iminência de desabarem.

Gaúcho e Jô comemoram segundo gol
Veio a segunda etapa e voltou a sensação de que meu time levaria um vareio épico, daqueles de virar manchete na mídia esportiva de todo o planeta. Sensação que surgiu quando o jogo começou e vi Douglas em campo. Ali, entendi que não seria apenas uma derrota. Poderia ser "A" derrota. Na segunda etapa, colocaram o coitado do Silvinho, ex-Penapolense ("Que faaaaaseee...", diria Milton Leite), mais perdido que surdo-mudo em tiroteio. O São Paulo, pateticamente, se jogava para o ataque na base do chutão para qualquer lado, da bola área rifada, do "bumba-meu-boi". Triste de ver. Em todos os lances, os passes chegavam 30 centímetros atrás de quem ia receber a bola, o jogador tinha que voltar para buscá-la, o posicionamento dos colegas se embaralhava, tudo saía errado. O time perdia a bola. E o Atlético-MG partia para o contra-ataque - rápido, coordenado, entrosado, com toques de primeira, fatal. Numa dessas, Jô fez 2 x 0. E iniciou o previsível massacre...

Tardelli engana Tolói e encobre Rogério Ceni
Na saída de bola, o São Paulo desembestou e se atrapalhou mais uma vez, houve um chutão para o alto e Rafael Tolói correu para tentar atrasar a bola, de cabeça, para Rogério Ceni. Quem assistiu ao clássico entre São Paulo e Corinthians pela primeira fase do Campeonato Paulista já fazia ideia do que poderia acontecer. Naquele jogo, Tolói tentou atrasar uma bola para Ceni, Alexandre Pato chegou antes, sofreu pênalti e depois fez o gol da vitória para o time de Parque São Jorge. Ontem, não deu outra. O ex-sãopaulino Diego Tardelli estava na cola do atrapalhado zagueiro e só esperou ele cabecear errado para dar o bote e, com um toque sutil, encobrir o goleiro e marcar um golaço: 3 x 0.

Jô faz 3º, após passe de Ronaldinho
Dois gols em dois minutos. E ainda tinha mais. Cinco minutos depois do terceiro gol, Ronaldinho Gaúcho, que mandou e desmandou na partida, numa das melhores atuações de sua carreira, fez outra jogada de futebol de salão e, à la Mário Sérgio Pontes de Paiva, olhou para a esquerda e deu passe para a direita, Jô recebeu e tocou no canto para selar o inapelável atropelo do Galo sobre o Tricolor. Naquele momento, faltando mais de 20 minutos para o jogo acabar, enchi minha derradeira taça de vinho e orei: "Meu Deus, já tá de bom tamanho! Por favor, faça com que o Atlético-MG tire o pé!". Graças a Ele, fui atendido. O time de Cuca não chegou a tirar o pé, mas também não aumentou a conta da sova. E o (eternamente) apagado Luís Fabiano ainda fez o golzinho de honra. Ficou de bom tamanho.

Silvinho: mais um "craque" do Juvenal
Falar mais o quê? Já cansei de repetir, aqui neste blogue, que o São Paulo não é um time. Não tem padrão de jogo, esquema tático. Não tem laterais, nem volantes, nem zagueiros que prestem. Não consegue finalizar no ataque. Não vai chegar a lugar algum com Douglas titular. Com Lúcio, Luís Fabiano, Ademilson. Continuo defendendo Ney Franco, mas uma campanha que teve seis derrotas em dez jogos é pura e simplesmente o reflexo do que é o São Paulo na era Juvenal Juvêncio: contrata mal, planeja mal, administra mal. Perde jogos, perde títulos, perde dinheiro, perde boas contratações, perde bons negócios. E, cada vez mais, vai perder torcedores. Para o Corinthians. Para o Atlético-MG. Não acredito que vá mudar alguma coisa daqui para o final do ano. Ney Franco vai tentar tirar leite de pedra para, quem sabe, beliscar outra vaguinha na Libertadores de 2014. Mas não sejamos ingênuos, sãopaulinos. A derrota de ontem não será o último vexame de 2013. Já que o clube é o da fé, vamos rezar muito. Seja o que Deus quiser!


segunda-feira, maio 06, 2013

A ampliação de tabus desagradáveis para o São Paulo e uma final de Paulista equilibrada

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A eliminação para o Corinthians, nos pênaltis, estendeu alguns incômodos tabus para o São Paulo. No campeonato paulista, foi a sétima vez consecutiva que o time saiu em uma semifinal. Quando a competição teve formato de mata-mata (ou só “mata”), os tricolores foram campeões pela última vez em 2000. Neste século, um único título em 2005, quando o Paulista foi disputado em pontos corridos em turno único.

Confraternização na final do Rio-São Paulo de 2002
No século XXI, o mata-mata tem causado dissabores à torcida são-paulina quando os adversários são dois dos grandes paulistas. Contra Corinthians e Santos, o São Paulo teve dez confrontos, não triunfando em nenhum deles. Além da eliminação de ontem, o Tricolor tombou diante do Corinthians nas semifinais da Copa do Brasil de 2002 e do Paulista de 2009; e nas finais do Paulista, de 2003, e do Rio-São Paulo, de 2002.

Diego, um dos algozes do "Real Madri do Morumbi"
Já contra o Santos a freguesia é semelhante. O São Paulo foi eliminado três vezes em sequência nas semifinais do campeonato paulista de 2010, 2011 e 2012. Antes, caiu nas quartas de final do Brasileiro de 2002 e na Sul-Americana de 2004. No século 21, a vantagem são-paulina em pelejas eliminatórias aparece quando o rival é o Palmeiras. Tirando a derrota para o Alviverde em 2008, nas semifinais do Paulista, o Tricolor eliminou o adversário no Torneio Rio-São Paulo de 2002 – pelo curioso critério de ter menos cartões amarelos –, no Supercampeonato Paulista (tá, esse é café com leite...) de 2002, na Copa do Brasil de 2000 e nas Libertadores de 2005 e 2006.

No meio da semana, o clube do Morumbi vai tentar evitar a ampliação de outra série desagradável. Nas últimas cinco participações do time na Libertadores, ele caiu diante de um brasileiro. Em 2006, na final contra o Inter; nas oitavas de 2007, contra o Grêmio; nas quartas de 2008 e 2009, diante de Fluminense e Cruzeiro, e nas semifinais de 2010, contra o Inter.

Final equilibrada

Seguindo na toada das eliminações são-paulinas no Paulista, o Corinthians entra em vantagem “mística” contra o Peixe na final. Desde 2008, quem derrotou o Tricolor nas semifinais acabou ganhando o título. A exceção em sete anos foi o São Caetano, em 2007, quando a equipe de Dorival Júnior foi derrotada pelo Santos de Vanderlei Luxemburgo.

Danilo decidiu ida do Corinthians à final da Libertadores 2012
Se no geral, no século 21, o Alvinegro Praiano tem vantagem em confrontos contra o Corinthians – 18 vitórias, 10 empates e 13 derrotas – em mata-mata, os dois se chocaram cinco vezes, com três triunfos corintianos e dois santistas.

O Timão levou a melhor na semifinal do Paulista de 2001, com o gol de Ricardinho nos acréscimos, e foi derrotado na final do Brasileirão de 2002, marcada pelas pedaladas de Robinho em cima de Rogério. Em 2009, na final do estadual, triunfo corintiano, vingado em 2011, quando o Peixe se sagrou campeão. Em 2012, o Timão levou a melhor eliminando o Alvinegro Praiano nas semifinais da competição.

Esperança peixeira é que ele resolva
Outro dado curioso diz respeito a Neymar: desde que se tornou profissional, em 2009, ele esteve em todas as finais de Paulista, e, em dez mata-matas disputados, foi campeão em seis e vice em dois. Com o futebol jogado pelo Peixe ultimamente, é candidato a salvador da pátria (aliás, sempre é...).

sexta-feira, maio 03, 2013

Caixa de surpresas

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Às vezes, temos que concordar com o velho chavão e admitir, de fato, que o futebol tem lá os seus dias de Kinder Ovo. Para surpresa e espanto de quase todo mundo, o São Paulo entrou em campo, ontem, ainda melhor do que no último confronto contra o Atlético-MG no Morumbi, pela fase de grupos, quando venceu por 2 a 0. Durante 35 minutos, o Tricolor fez o mesmo que o time de Cuca faz no estádio Independência: foi pra cima, sem dar um segundo para o adversário pensar e criou meia dúzia de lances fatais no ataque, logo de saída. A diferença é que o Atlético-MG, quando faz isso em seu campo, estufa as redes na maioria das chances criadas. E o São Paulo, não. Resultado: Galo 2 x 1.

Poderíamos culpar Ademilson pelos três "gols feitos" que não fez ou, mais obviamente, Lúcio, pelos dois cartões amarelos e (justa) expulsão ainda no primeiro tempo. Mas a caixa de surpresas que é o futebol também tem sua parcela. Afinal, foi muito azar o do Aloísio ter se machucado justo no lance do primeiro gol, de Jadson, aos 8 minutos de jogo. Tivesse ficado em campo, teria grande chance de concluir pelo menos um dos lances perdidos - o que o teria consagrado e mudado completamente a história da partida. Mas, em vez de culpar esse ou aquele que foram para o jogo ontem, no Morumbi, prefiro pensar no tamanho do prejuízo que Luís Fabiano causou com sua suspensão. Era jogo para ele.

E, analisando o outro lado, vimos a diferença que fizeram Bernard e Diego Tardelli para o Atlético-MG, os dois que estiveram fora na derrota da fase de grupos. O primeiro foi decisivo: no momento em que o São Paulo pressionava e podia decidir o jogo a qualquer momento, partiu pra cima da zaga e provocou a falta e o segundo cartão amarelo de Lúcio. A partir daí, o jogo inverteu 100% em favor do Galo. E Tardelli foi quem marcou o gol da vitória, o da "pá de cal" sobre o São Paulo nesta Libertadores. Paciência. Se o Tricolor conseguir jogar parecido com os primeiros 35 minutos de ontem lá em Belo Horizonte, pode até sair da competição (o que é bem provável), mas com a cabeça erguida.

Ney Franco provou, em meia hora, que sabe o quê e como fazer. Deu (muito) azar com a contusão de Aloísio - o que complicou ainda mais um ataque já desfalcado e queimou a primeira substituição com menos de 10 minutos de jogo - e depois com a expulsão de um zagueiro, o que mudou o jogo completamente. Mas, mesmo no 10 contra 11, o time não jogou mal. Fez o que pôde. Temos que ter consciência, porém, que, apesar da estupenda atuação nos primeiros 35 minutos e da derrota para o Atlético-MG ser perfeitamente justificável pelo fraco poder de finalização e pela expulsão de Lúcio, uma derrota contra o Corinthians no domingo abrirá uma crise fatal. Ou seja: sempre uma caixa de surpresas... 


quinta-feira, maio 02, 2013

Boca 1 a 0 Corinthians: sem meio-campo, não dá

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Blandi comemora o gol que achou (Foto: Juan Mabromata/AFP)
O que explica a má atuação do Corinthians na noite desta quarta que levou à derrota por 1 a 0 para o Boca Juniors? O excesso de zelo para enfrentar a pressão da temida Bombonera? O bom e velho salto alto? Ou ruindade pura e simples? Mantenho a tese: o principal problema é o meio de campo – ou a ausência dele.

O primeiro tempo foi mais pegado que jogado na Bombonera. Os dois times bateram, catimbaram e falaram o tempo todo com juiz, que teve grandes dificuldades para lidar com a pressão. Com a bola, o Boca tentava acelerar a partida e partir para o gol, enquanto o Corinthians cadenciava, ganhava laterais, esfriava o ímpeto argentino. A marcação corintiana começava no meio campo, fechando espaços à frente da área. Postura de quem quer contra-atacar, imagina-se, mas uma intenção frustrada por inúmeros pequenos erros técnicos – falha no domínio, passe torto, cabra escorrega e cai.

O segundo foi igual, só que pior. Ainda recuado, o Corinthians perdeu o único armador que tinha com a saída de Danilo que sentiu uma contusão. Tite foi conservador e optou por Jorge Henrique, meu desafeto, que pouco ou nada fez. A bola que já não parava na frente mal conseguia sair da defesa. Uma partida sofrível de Ralph, que errou passes em profusão, e nada mais que medíocre de Paulinho e Sheik pioraram a situação. Nessa, o Boca acelerou mais o jogo e, mesmo sem realizar nenhuma grande jogada, apertou o bastante para achar seu gol num chute errado do volante Erbes que caiu nos pés de Blandi, na cara de Cássio.

Depois do gol, novo equívoco: o treinador tentou fortalecer o ataque colocando Pato (boa ideia) no lugar de Romarinho (errado), o único jogador que conseguiu umas poucas jogadas para levar a bola até perto do gol argentino – como a arrancada que resultou numa bola na trave de Guerrero. O camisa 7 até tentou voltar para buscar o jogo, mas foi pouco.

Enquanto o time sofria, a televisão relatava um extenso debate entre Tite e sua comissão técnica sobre a entrada ou não de Douglas, que mesmo voltando de lesão deveria ter sido a primeira opção para o lugar de Danilo. E isso depois da expulsão de Ledesma, que deixou os donos da casa com 10. O meia só entrou aos 41 minutos e nem teve chance de fazer alguma coisa.

Além de meio campo, outra coisa que faltou em todo o jogo foi a disposição ou organização para aquela intensa blitz de marcação alta que o Timão fazia com primor no ano passado. Se não conseguia manter a posse de bola, deveria ao menos ter tentado tirá-la cedo do adversário e o mais perto possível do gol.

Temos agora outra pedreira: o São Paulo no Morumbi, pelo Paulistão. O Tricolor tem mais time que o Boca e uma vontade danada de se afirmar numa decisão. Vejamos o que Tite e o time conseguem arranjar até lá.

Milton Neves crava: Atlético-MG e São Paulo campeões!

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Questionado sobre os próximos confrontos do São Paulo, contra o Atlético-MG pela Libertadores, hoje, e contra o Corinthians pelo Paulistão, domingo, o apresentador Milton Neves cravou:

- Galo campeão da Libertadores e São Paulo campeão paulista.

E nada mais quis acrescentar.

'Corintiano é que nem pardal, tem em todo lugar', diz Milton, ao lado de um sãopaulino

Pinceladas cariocas - Se o Bota amarelar, vai pra vala do Vasco!

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por Enrico Castro

Botafogo vai amarelar agora?
Após 58 partidas, divididas em sete longas rodadas e mais dois jogos de semifinais envolvendo dois times pequenos (porque Flamengo e Vasco não foram competentes o suficiente para se classificar para as finais num campeonato ridículo deste), Botafogo e Fluminense decidirão o título da Taça Rio. O Botafogo tem a vantagem do empate e, caso a faça valer, além de conquistar o 2º turno, será também o campeão Carioca de 2013 - pois conquistou o 1º turno, a Taça Guanabara. Se perder, terá outra chance, desta vez jogando por dois resultados iguais, novamente contra o Fluminense. Somente uma amarelada gigantesca pode tirar esse título do Botafogo. O Fluminense jogará pela Libertadores no Equador nesta quinta-feira e, além disso, estará desfalcado de muitos jogadores, entre eles o artilheiro Fred (cuja maior vítima de seus gols é justamente o Botafogo). A verdade é que o Glorioso está com a faca e o queijo nas mãos, mas é melhor que resolva a parada logo neste domingo, pois, se deixar para decidir em mais dois jogos, periga enfrentar um Fluminense embalado, e correrá o risco de levar outa sova, assim como no Cariocão de 2012, onde perdeu as duas partidas, uma por 4 x 1 e outra por 1 x 0.
Chico até quis alugar seu 'estádio'
A final da Taça Rio, devido a mais uma das intermináveis façanhas do governo estadual, aliada às lambanças da Federação Carioca (FERJ), será disputada em Volta Redonda. Dizem que os 20.255 lugares do Estádio Raulino de Oliveira serão mais do que suficientes para acomodar, com folga, ambas as torcidas. Porque, que de tão pequenas que são, caberiam até no campo do Chico Buarque. Ele até andou estudando a possibilidade de alugar seu "estádio", mas aí o mando de campo seria do Fluminense... 
Sobreviente: ninguém mandou cobrar salário
O Vasco segue tentando se reerguer do seu calvário e, para isso, decidiu aposentar a velha barca e criar uma nova modalidade de dispensa de jogadores improdutivos: a vala! O cruzmaltino está estudando maneiras diferentes de mandar pra vala jogadores que não rendem em campo, e o escolhido para o projeto piloto foi o meia-atacante Bernardo. O jogador foi atraído para uma favela por uma louraça belzebu, onde, amarrado e torturado, foi obrigado a prometer nunca mais vestir a camisa do Gigante da Colina. Dizem que é mais barato mandar para vala do que pagar multa rescisória. 
Torcida do Flamengo já ensaia música para receber seu Moreno
O Flamengo, que suou para virar o jogo e vencer o "Todo Poderoso" Campinense fora de casa, pela Copa do Brasil, segue correndo atrás de um centroavante, mesmo tendo em seu elenco Hernane, o artilheiro do Campeonato Carioca, com 15 gols. E o nome da vez promete agradar muito a famosa torcida Fla Gay: Marcelo Moreno - "alto, bonito e sensual/ talvez seja a solução pro seu problema...". Porém, mais do que a situação do ataque do Flamengo, a contratação do jogador boliviano parece que vai solucionar, mesmo, o problema do Grêmio (Moreno, Grêmio, Pelotas... que coincidência!!!), que enfim vai conseguir se livrar de seu improdutivo camisa bofe, digo, camisa nove.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

sexta-feira, abril 19, 2013

Luxemburgo no Chile: agressão ou escorregão?

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Tire sua conclusão... (Via Juliana de Brito)




Agora, isso aqui foi uma indireta?

       

quinta-feira, abril 18, 2013

O clube da fé! OU Ney Franco 2013 versão Tite 2012

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Passa da meia-noite e abro uma Cerpinha Export estupidamente gelada. Não, não vou negar que dei a participação do São Paulo por acabada na Libertadores após a derrota para o The Strongest, nem renegar a opinião de que o Atlético-MG é muito mais time. Por isso mesmo, por mais que o Galo possa ter se poupado no Morumbi, a vitória do Tricolor e a classificação que parecia impossível devem ser (muito) exaltadas. Nunca vi o time jogar desse jeito, com tanta raça, vontade e aplicação tática na marcação. Ney Franco colocou o time para jogar de forma bem semelhante à daquele Corinthians armado por Tite na Libertadores de 2012. Todos - e repito: todos - os jogadores de linha do São Paulo marcaram sob pressão e, em vários momentos do jogo, desarmaram algum atleticano. Impressionante.

Sei que muitos vão louvar Rogério Ceni, que jogou mais uma vez no sacrifício, ainda convalescendo da contusão no pé direito, criticado pelas falhas que teve na Bolívia - e que mais uma vez encarou a pressão absurda de cobrar um pênalti num momento de tanto nervosismo. Outros tantos vão enaltecer Paulo Henrique Ganso, que nem jogou muita coisa no primeiro tempo, mas que botou a bola no chão na etapa final e deu um passe de jogador de sinuca para Osvaldo no lance do segundo gol sãopaulino, marcado por Ademilson. Mas eu vou fazer justiça com o melhor jogador em campo: Wellington. Anulou Ronaldinho Gaúcho e teve uma atuação impecável e uniforme, os 90 minutos, marcando em cima, desarmando e recompondo a defesa com maestria. Paulo Miranda também jogou muito bem.

Aliás, se considerarmos que Carleto foi outro que fez ótima partida, podemos entender por que não vimos as habituais falhas e jogadas atabalhoadas da zaga de Ney Franco: quando os laterais marcam bem e saem para o jogo o tempo todo, segurando a bola no ataque, a defesa não fica exposta (como ficou nos dois gols do Strongest, em chutes de fora da área sem alguém pra dar combate). Com Wellington em grande noite, o bom e veloz Atlético-MG se viu "amarrado" em campo. Essa atuação comprova que o problema do São Paulo não é o técnico. Ney Franco está, sim, fazendo um grande trabalho. Só que o time é irregular - e ninguém se surpreenda se voltar a perder pro Galo, pois, como alertou Ronaldinho Gaúcho, "agora vai ser diferente, e eles sabem disso". Apesar de tudo, a partida de hoje valeu. E muito!

Ter alcançado o mata-mata no fio da navalha já é um título para esse time. E um justo prêmio para Ney Franco, que, por mais que a diretoria insista em dizer que não, teria o cargo seriamente ameaçado em caso de uma derrota hoje - e ainda mais se o Atlético-MG tivesse repetido o show de bola que deu na maioria das partidas dessa fase de grupos. Mas, vida que segue. Vou abrir outra Cerpinha.

VAAAAAAAAAIIIII, SÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO PAAAAAAAAUUUUULOOOOOO!!!


domingo, abril 14, 2013

E a água do mar recua, antes do tsunami...

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Os times reservas do São Paulo e do Atlético-MG perdem no fim de semana - por 1 a 0 para o XV de Piracicaba (pelo Paulista) e por 2 a 1 para a Caldense (pelo Mineiro), respectivamente - e o suspense aumenta para a partida da próxima quarta-feira, com os times titulares, no Morumbi, pela Libertadores... Promessa de bom jogo.




quinta-feira, abril 11, 2013

Corinthians joga muito e passa fácil pelo San José

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Little Romário comemora o primeiro boi a passar na porteira boliviana (Foto: Marcos Ribolli)

Poucas vezes a expressão “fora o baile” foi tão válida quanto nos 3 a 0 aplicados pelo Corinthians sobre o fraco San José na noite desta quarta, no Pacaembu. Com marcação adiantada o tempo todo, o Timão mal deixou os bolivianos chegarem no campo de ataque.

A falta de meias sentida na última partida foi suprida por uma maior participação de Paulinho ao lado de Danilo, pela pressão constante em cima do adversário com a bola e, sem dúvida, pela falta de futebol do San José.

O primeiro saiu com Romarinho, de cabeça após cobrança de falta de Emerson. Antes disso, Sheik havia sofrido pênalti não marcado pela arbitragem. Os outros dois vieram no segundo tempo, um com Guerrero em novo passe de Sheik e o derradeiro de Edenilson, em bela abertura de Pato após passe de... Sheik.

Sim, Sheik jogou muita bola, bem como Romarinho, responsáveis pela grande movimentação e pela volta da obsessiva marcação no ataque. Os dois foram os melhores em campo, mas na verdade, o ataque todo jogou muito. Para ter uma ideia, Pato entrou no final e, em 15 minutos, meteu uma bola na trave e deu assistência suculenta para o terceiro gol.

A essa altura, Tite já havia sacado Danilo e transformado o já ofensivo 4-2-3-1 inicial em um curioso 4-2-4, só com Paulinho e Ralph no meio, Emerson e Romário pelos lados. A ousadia tão atípica do treinador quando em vantagem no placar se explica pela busca da momentânea segunda colocação geral, conseguida ao ultrapassar no saldo de gols o argentino Vélez Sarsfield, mas que ainda pode ser perdida de acordo com os resultados de outras partidas.

Horácio defende energicamente seu primo JC
Tite tem daqueles problemas bacanas no ataque, com Emerson, Romarinho, Guerrero e Pato jogando muito bem, cada qual em suas características. Destes, parece que Pato, apesar de tecnicamente ser muito bom, perde espaço por não correr loucamente como os demais. Antes disso, alegra meu birrento coração que Jorge Henrique tenha se tornado a quinta opção do meio pra frente – posto que tem boas chances de perder com a volta de Renato Augusto e até de Douglas do estaleiro.

Lá também está o goleiro Cássio, substituído por Júlio “Horácio” César, que hoje não foi exigido mas ainda assim tentou dar alguma emoção num passe meio atrapalhado. JC me deixa na dúvida: não sei se é azarado, pipoqueiro ou simplesmente meio ruinzinho. Volta, Cássio!

sexta-feira, abril 05, 2013

Acabou

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Outro dia eu comentava aqui que, mesmo que conseguisse superar o Corinthians (e, com isso, vencer o primeiro clássico no ano e dar moral ao time e alguma esperança à torcida), o São Paulo dificilmente iria vencer (ou mesmo empatar com) o The Strongest, em La Paz, e (com) o Atlético-MG, no Morumbi. Nada mais fácil de prever do que isso - e ainda mais quando nem empatar com o rival do Parque São Jorge o time de Ney Franco conseguiu. Por isso, mesmo antes de ouvir pelo rádio a (previsível) derrota para o clube boliviano por 2 a 1, eu já sabia que a classificação para a próxima fase da Libertadores seria impossível. Porque assisti o (segundo) massacre do Atlético-MG contra o argentino Arsenal, ontem, e me conformei de que o São Paulo perderá novamente para o clube mineiro na última rodada do Grupo 3. Vendo os atleticanos jogarem, com tanta superioridade, facilidade, entrosamento, vontade e toque de bola, comprovei que o Tricolor está a trilhões de anos-luz de jogar sequer metade disso. Pior: o time não consegue nem chegar ao (fraco) nível de um Arsenal de Sarandí ou um The Strongest. Se ocorresse o milagre de passar para a próxima fase, seria eliminado facilmente, contra quem quer que fosse. Morte anunciada.

"Ah, mas ainda tem chance!", diriam alguns (extremamente) otimistas. Não, não tem. Um time que em todos os jogos "pra valer" do ano não conseguiu uma vitória sequer - derrotas para Atlético-MG, Santos, Corinthians, Arsenal e The Strongest e empate contra o Palmeiras - vai mesmo cair fora da mais forte competição sul-americana na primeira fase. O São Paulo até que não é fraco, comparado à maioria da concorrência (como os que disputam o Paulistão), mas é inegavelmente (muito) inferior à elite atual do futebol brasileiro (em qualidade de futebol jogado), representada principalmente por Atlético-MG e Corinthians - os dois favoritos ao título da Libertadores. E insisto: a culpa não é do Ney Franco. Nos últimos jogos, ele escalou corretamente, botou pressão do ataque em cima dos adversários e fez substituições corajosas. Mas, apesar de criar, o time não tem qualidade nem competência para colocar a bola para dentro. Osvaldo é um ótimo jogador, mas não é craque. Nem Jadson, nem Ganso. E Aloísio, Carleto, Denílson e Tolói são apenas esforçados. O resto, com exceção do Rogério Ceni, é de mediano pra baixo. Eis a realidade.

Buenas, bola pra frente. Se o São Paulo arrancar ao menos um empate com o Galo, em casa, já sairá de cabeça erguida - ou menos caída do que ficou após as duas últimas derrotas. Porque a diferença para o clube mineiro, hoje, é abissal. O mais triste, repito, é perceber que nem no nível dos "portentosos" Arsenal e Strongest o time está...



FRANGO - Escrevo esse adendo porque percebi o contraste entre meu elogio ao Rogério Ceni, acima (ao não considerá-lo um dos "medianos pra baixo" do time), e as críticas que ele está recebendo pela falha no segundo gol dos bolivianos, num chute de longa distância de Cristaldo. Sim, pode-se dizer que foi erro, que ele estava adiantado, fora de posição - apesar de ainda ter conseguido tocar na bola, que veio com muita força. Sim, é fato que Ceni, às vezes, falha. Mas, ao mesmo tempo, em vários jogos, fez muitas outras defesas praticamente "impossíveis", livrando a cara do São Paulo. Ou melhor: livrando a cara dos volantes e zagueiros, que permitem a infiltração na defesa e abrem espaços para chutes de longe como nos gols do Strongest. Portanto, eu minimizo a responsabilidade de Ceni. Não sou daqueles defensores fanáticos do goleiro, que o consideram "mito" ou "melhor goleiro do Brasil". Longe disso. Mas sei que sua identificação com o clube e sua chatice/ arrogância/ tagarelice o transformaram em um dos jogadores mais odiados de todos os tempos pelos adversários. Daí para crucificá-lo por qualquer coisa que faça ou não faça, é automático. Menos, menos. Não podemos esconder os erros e a debilidade do time jogando a culpa no goleiro - ou no técnico. Isso é muito fácil. No mais, Rogério Ceni tem crédito eterno.

quinta-feira, abril 04, 2013

Corinthians joga mal, mas ganha do Millonarios

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Danilo não jogou bem, mas salvou o time na hora do aperto (Guillermo Legaria/AFP)

O Corinthians venceu o Millonarios por 1 a 0 na Colômbia, é líder de seu grupo na Libertadores no saldo de gols e está garantido na próxima fase, mesmo que perca no Pacaembu do boliviano San Jose, o que é improvável. Tudo isso é verdade e muito positivo. Mas que jogou mal nesta quarta-feira, ah, se jogou.

Apertado pelo rival desde o princípio, assustou a incapacidade do time em trocar três passes certos consecutivos. A bola queimava nos pés de Danilo, Paulinho e Romarinho, que em tese deveriam ser os condutores da orquestra. O resultado: até os 35 minutos do primeiro tempo, com marcação forte e adiantada, o poderoso Millonarios barcelonizou o Timão, com uma posse de bola de 67%, ainda que com poucas chances mais claras de gol. Apenas a defesa alvinegra funcionava, com o time fechadinho em busca de um contra-ataque que morria de forma sistemática nos erros de passe da meia cancha e na pressão colombiana.

A coisa melhorou um pouquinho nos últimos dez minutos, com o ímpeto dos donos da casa arrefecendo e um pouco mais de acertos dos meias corintianos, mas nada que mudasse a partida. Que na verdade não mudou até o final, com a exceção do placar. Jorge Henrique entrou no lugar de Pato, no que eu critiquei como uma admissão de empate por parte de Tite, e após 10 segundos em campo tabelou com Alessandro e deu o passe para Danilo acertar um belíssimo chute de fora da área, no cantinho, salvando mais uma vez o time numa situação complicada. A pressão continuou, Cássio fez algumas defesas, Rentería perdeu gol num rebote do goleiro, mas ficou por isso, acabando com as chances do Millonarios.

Como frente ao São Paulo, as ausências de Renato Augusto e Douglas se fizeram sentir. A presença de um deles aliviaria os encargos de Danilo e Paulinho. Tanto Romarinho, aposta de Tite na armação central, quanto Sheik não são disso, preferem o drible. E Jorge Henrique, a opção direta, tem se conformado com o papel de dublê de lateral, buscando a marcação acima de tudo. Impressionante que um elenco tão caro e aparentemente bem montado como o do Corinthians sofra com desfalques, ainda mais de um jogador que chegou há tão pouco tempo como Renato. Talvez valesse a pena Edenilson pela direita, tem mais jeito de meia que os demais. Mas torço mesmo é para que Renato volte a jogar logo.

Isso não exime de culpa os meias que jogaram, especialmente Paulinho, bastante abaixo de sua média. Nem os laterais, que não ajudaram em nada na saída de bola. A boa notícia é que mesmo com tudo isso, jogando mal, ganhamos. É um bom começo.

terça-feira, abril 02, 2013

Palmeiras mostra raça contra o Tigre e ganha esperança na Libertadores

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Merecida comemoração palmeirenses (Foto: Nelson Almeida/AFP)

O Palmeiras recebeu o horroroso Tigres das Argentina e venceu por 2 a 0 na noite desta terça-feira, no Pacaembu. Vitória certamente facilitada pelo pouquíssimo futebol que os hermanos conseguiram passar pela fronteira disfarçado de pancadaria pura. Mas os principais elementos do triunfo alviverde foram a raça e a entrega do desfalcado time, que não perdeu nenhuma dividida.

O destaque foi o garoto Vinícius, que exemplifica a situação bizarra que o Palmeiras superou no jogo. Ele entrou no jogo logo no começo, após a contusão do titular Patrick Vieira. Quer dizer, titular é jeito de falar, já que o Verdão jogou com uma boa meia dúzia de desfalques. Mas o fato é que Vinícius entrou e, do alto de seus 19 anos, resolveu o jogo com duas assistências para os gols de Charles e Caio.

Na zaga, chamou a atenção de meus corintianos olhos a boa atuação do improvisado Marcelo Oliveira. Volante de bom passe quando apareceu na base alvinegra, tornou-se lateral-esquerdo pelas necessidades dos clubes onde passou. Agora, encontra nova função na zaga, com desarmes precisos e noção de cobertura.

A boa vitória acendeu as combalidas esperanças dos palmeirenses espalhados pelo mundo. Que dizer então dos perto de 20 mil que compareceram ao Pacaembu. Até grito de olé teve.

sexta-feira, março 15, 2013

Ney Franco comerá ovo de Páscoa no Morumbi?

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Retranca improvisada queimou o técnico
O São Paulo passou mais um vexame na Libertadores ontem, perdendo na Argentina por 2 a 1 para o mesmo Arsenal (pior time do grupo) com quem havia empatado sofrivelmente na semana passada, em pleno Pacaembu. Dessa vez, a derrota nem foi o maior prejuízo - até porque, mesmo que pareça praticamente impossível, o Tricolor ainda tem chance de passar às oitavas-de-final pelas próprias pernas. O pior, para o time, foi constatar como o técnico Ney Franco está perdido, isolado e sem moral. Ao escalar três zagueiros pela primeira vez nos oitos meses em que dirige a equipe, desfigurou totalmente qualquer esquema ou tática. Libertadores é torneio de tiro curto, com partidas decisivas, onde não há lugar para testes. Os três zagueiros, que nunca tinham jogado juntos, bateram cabeça e falharam mais do que o habitual de quando atuam em dupla. O meio-campo praticamente não existiu, só observou. Os laterais reviveram os piores pesadelos da torcida. O ataque não rendeu. O time não jogou nada. E, com justiça, perdeu.

Rifado pelos atletas - O fracasso ao improvisar uma retranca contra um time fraco - e de segundo (ou terceiro) nível - queima os créditos que Ney Franco ainda tem com a torcida, que, em sua maioria, aprova o trabalho mostrado principalmente no fim do ano passado. Só que muito mais grave do que isso foram os sinais de que o técnico está perdendo o respeito do elenco. Ainda no Brasil, pouco antes de entrar no avião, Paulo Henrique Ganso rifou a cautela excessiva do treinador, que fez vários treinos secretos, ao entregar para um jornalista que não seria titular na Argentina. E isso porque no domingo, no clássico contra o Palmeiras, ele já havia saído xingando em altos brados, na cara do técnico, ao ser substituído. Situação semelhante aconteceu com Lúcio, ontem: saiu correndo para o vestiário e não olhou pra trás quando foi sacado, no segundo tempo, e nem esperou a equipe no vestiário, preferindo se isolar ostensivamente no ônibus.

Rifado pelo presidente - Para complicar ainda mais esse clima de isolamento, Ney Franco, que parece visivelmente nervoso, acuado e pressionado, se enrolou ao dizer que seu trabalho é "nota 10" em uma entrevista após o jogo contra os palmeirenses. Ao comentar a declaração, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, canelou dizendo que dá nota 8... Até quis consertar, observando que aumentaria a nota do técnico para 9, se o time ganhasse do Arsenal em Avellaneda. Como perdeu, o conceito do técnico deve ter baixado pra 7 ou 6, num esforço de otimismo. E o horizonte de Ney Franco se mostra ainda mais sombrio. Como liderar o Paulistão não vale nada para a diretoria, a bóia de salvação será uma - improvável - classificação para a próxima fase da Libertadores. Um time que em dois jogos não conseguiu vencer o medíocre Arsenal dificilmente vencerá o The Strongest em La Paz e o azeitado e embalado Atlético-MG na capital paulista.

Com atletas afrontando o técnico publicamente e o presidente do clube afirmando que nem o Papa conseguiu garantia de ficar no cargo, há uma grande chance de o Coelho da Páscoa não encontrar Ney Franco no Morumbi para entregar sua encomenda...


Ps.1: Há que se considerar, em defesa de Ney Franco, que treinar o São Paulo, com Juvenal Juvêncio como presidente, não deve ser coisa das mais agradáveis. Aliás, para usar um termo do técnico Leão, deve ser bastante desagradável. Além desse episódio de nota 10 ou nota 8, o atual treinador já trocou farpas com o fiel escudeiro de Juvenal, João Paulo de Jesus Lopes, e dá mostras de que só escala (o inoperante) Ganso por pressão da diretoria, que pagou caro pelo jogador e o deseja na vitrine. Mais centelhas para esquentar o óleo sob a frigideira que embala Ney Franco.

Ps.2: Falando em Leão, ele se envolveu nessa semana em polêmica justamente contra o foclórico ex-patrão Juvenal Juvêncio. Primeiro, o cartola-mor do São Paulo afirmou que a segunda passagem de Leão pelo Morumbi foi "uma barbaridade" - no sentido pejorativo, mesmo. "A gente comete essas coisas assim. É um bom sujeito, mas não quero trazer mais ele, não", disse Juvenal à Fox Sports, em meio a gargalhadas. Aproveitando o Conclave que escolheu o Papa, Leão também resolveu brincar e disse que Juvenal deveria imitar Bento XVI e renunciar ao cargo.

Ps.3: Juro que esse post quilométrico acaba aqui! (se é que alguém teve paciência de ler alguma coisa...) Não posso falar em Emerson Leão sem citar um episódio nebuloso ainda não comentado pelo Futepoca, a revelação do presidente do Sport, Luciano Bivar, de que pagou para o volante Leomar ser convocado pela seleção brasileira em 2000. Lembro que, na época, a convocação pegou todo mundo de surpresa. Mas como Leão, técnico da seleção, tinha feito um belo trabalho no Sport pouco antes, e com Leomar como homem de confiança em campo, pareceu plausível. Agora, a batata assou. Leão disse que Bivar "devia ser preso". Mas não escapou de ser convocado pelo STJD, junto com Antônio Lopes, seu auxiliar técnico na época, para dar explicações. Outra pizza?

quinta-feira, março 14, 2013

Corinthians ganha fácil do Tijuana no toque de bola de Renato Augusto

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Renato Augusto mandou bem. Pato marcou, mas saiu machucado (Foto: Reuters)
O Pacaembu e 33 mil pessoas novamente admitidas viram uma vitória tranquila do Corinthians sobre o Tijuana, do México, por 3 a 0 e gol mal anulado de Guerrero. A vitória sem sustos sobre um rival até então com 100% de aproveitamento ajuda a consolidar o novo esquema de jogo corintiano, com mais toque de bola e uma dupla de ataque letal.

O destaque do jogo foi Renato Augusto, cada vez mais entrosado com Danilo, Paulinho e Alessandro. Jogando pelo lado direito, as tabelas do meia novato com o camisa 2 e o 8 renderam dois gols, um de Pato e um de Guerrero. A segunda etapa começa com o Tijuana mais adiantado, pressionando para buscar o empate. Foram alguns chutes a gol até Tite reorganizar a marcação para anular a substituição feita pelo elegante  Antonio R. Mohamed (assim que achar uma foto acrescento aqui). Depois disso, o Timão botou a bola no chão e a partida de novo no bolso, até sair o gol de Paulinho, em jogada ensaiada que começa com cruzamento de Renato Augusto, sempre ele.

Interessante a mudança de estilo do time. Ano passado, os melhores momentos do Corinthians aconteciam com a marcação obsessiva na saída de bola adversária, encaixotando os pobres em sua zaga e controlando o jogo sem necessariamente ter a posse da pelota. Como isso cansa, volta e meia o time voltava e era pressionada, aproveitando a velocidade de Emerson, Jorge Henrique ou Romarinho para resolver o pepino. Era um time forte, mas que criava poucas chances de gol, e menos ainda trabalhando a bola. Durante o Brasileirão, a entrada de Douglas ao lado de Danilo deu mais fluência no passe, mas ainda eram poucas as tabelas, enfiadas e tal e coisa.

O novo time parece ter acrescentado de vez a cadência no repertório para controlar o jogo. Renato Augusto, Danilo e Paulinho tocam a bola com grande facilidade, com auxilio dos laterais e de um surpreendente Ralph, que mais adaptado à liberdade um pouco maior que ganha no novo arranjo vem acertando passes e viradas de jogo muito bacanas sem perder força na marcação. Assim, aparecem tabelas e jogadas bem tramadas, como as dos dois primeiros gols e outras. Pra completar, temos Pato e Guerrero com uma média de gols que o ataque alvinegro não vê faz um bom tempo, acostumado a ter Paulinho e até Chicão entre seus artilheiros. Quando azeitar o entrosamento e todo mundo estiver nos cascos fisicamente, tende a ser um time mais gostoso de ver que o do ano passado sem perder em eficiência.

Um ponto aqui é saber o que houve com Pato, que pediu pra sair lá pelos 25 do primeiro tempo. Segundo comentários do preparador físico, ele sentiu um desconforto muscular e a opção foi tirá-lo para evitar algum problema mais grave. Exames mostrarão amanhã o que pega, se é que pega alguma coisa. Seria uma pena o cara se machucar. Essa já foi a maior sequencia de jogos dele desde 2009, com 11 partidas, seis delas como titular, e quatro gols marcados. O que falta ainda é começarem a aparecer algumas jogadas daquelas que resolvem o jogo. Acredito que seja questão de tempo, entrosamento e segurança em suas condições físicas - o que seria bem abalado se rolar mais uma contusão agora.