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O primeiro jogo da final da Libertadores da América ocorreu na
quarta-feira, 27, com um empate de 1 a 1 para o Corinthians diante do
Boca Juniors, em plena La Bombonera. O resultado traz importante
vantagem para a equipe alvinegra que se aproxima, como nunca, de uma
conquista inédita.
Os corintianos do Futepoca alegam, provavelmente com razão, motivações místicas para não se pronunciar. Todo mundo aqui respeita. Mas também se aproveita.
Em um cenário em que o Itaquerão é erguido para a Copa do Mundo de
2014, sediada no Brasil, a equipe paulistana pode ver cair por terra
dois dos principais motivos de gozação por parte dos rivais. Para
secadores de plantão, mesmo os mais céticos quanto ao potencial do
escrete auriazul de Riquelme e cia, vislumbrar o time sem estádio e sem
Libertadores com uma arena e caneco nas mãos em um intervalo de dois
anos vai demandar ampla criatividade para tirar sarro.
Então, como a esperança de secador é a única que morre, para manter a coerência de quem já fez isso antes e porque troça boa é troça feita, ainda há uma semana para:
Sete motivos para (ainda) torcer para o Boca Juniors.
Secadores do Brasil estão mobilizados
1) Porque não há plano B
A
semana pode ser a última do Corinthians sem Libertadores. A gravidade
do momento não permite dúvidas: é preciso secar. E agir com afinco. Vale
mandinga, pé de coelho, folha de arruda, vela para o santo... Vale
superstição barata, elaborada, requintada, metafísica... Pode até se programar para assistir jogo
no
bar do Minhoca para ver se o retrospecto rende.
2) Porque o Boca conta com a maioria dos torcedores brasileiros
Por
mais que a torcida corintiana se vanglorie de sera segunda maior do
país, a maioria da população brasileira torce para outros times. E, por
consequência, seca o Corinthians nesta empreitada
3) Porque o Boca quase nem é argentino
Santistas, palmeirenses,
são-paulinos, colorados, gremistas, flamenguistas, vascaínos,
botafoguenses e apaixonados torcedores de todas as colorações,
naturalidades, crenças e raças já estiveram antes ao lado do Boca
Juniors. Até os corintianos já quiseram bem ao time argentino, em 2000 e
2001, por exemplo, quando Riquelme desbaratou o Palmeiras ou em 2004, quando o Santos foi a vítima. Então, se tanta gente
brasileira está torcendo ou já quis bem à agremiação radicada na pátria
de Cristina Kirchner e Diego Armando Maradona, ela nem é tão argentina
assim. É quase verde amarela, oras!
4) Porque não daria para trabalhar no dia seguinte
Uma eventual
vitória do Corinthians no segundo jogo da final vai tornar todos os
ambientes de trabalho, de estudo, de convívio insuportável. Onde houver
corintiano, habitará um sorriso e uma felicidade jamais vista na
história da República. E tudo isso para uma minoria da população (já que
a maioria torce para outros times)! O governo brasileiro tem feito das
tripas coração (e da arrecadação de impostos, isenção) para fazer a
economia crescer e reagir, no segundo semestre, ao desaquecimento
global. Se a maioria não vai conseguir trabalhar, como é que o país
poderá produzir riqueza e renda para crescer? É um risco grande demais
para o país.
5) Porque a Libertadores perderia o sentido
Muitos corintianos
disseram e repetira, nos últimos 20 anos -- desde que o São Paulo
faturou a competição -- que o campeonato continental só existia para o
Corinthians vencê-lo um dia. O egocentrismo ímpar não tem razão de ser,
mas guarda uma pontinha de sentido se considerado que a graça da disputa
vai diminuir. Celebrar presença em uma competição tinha um gosto de poder descascar um rival que ainda não tinha a conquista no currículo. Se isso mudar, diminuem as motivações.
6) Porque Tite será alçado ao estatuto de maior técnico da história do Corinthians
Virou
jargão da crônica esportiva dizer que se trata "do jogo mais importante
da história do Corinthians em seus 102 anos de história. Em tempos de
supervalorização de treinadores, o "responsável" pelo feito vai acabar
recaindo sobre o "professor". O homem no banco de reservas vai receber
todos os louros de uma eventual vitória (toc, toc, toc, batam na
madeira, por favor). Uma equipe que já foi comandada por Formiga, Mário
Travaglini, Rubens Minelli e tantos outros, terá em Tite o maior
expoente na galeria de treinadores. Até um ano atrás, muito corintiano
não tolerava ouvir falar no nome do moço. Agora, terá de conviver com
ele no
hall da fama, como "O" maior. Durmir-se-á com um barulho desses?
7) Porque os maias não podem estar certos
Segundo o calendário maia, em 2012 o sol entra em nova fase. Para
muitos, é sinal de que o fim dos tempos está próximo no planeta Terra.
Para outros, sinal de que o mundo entra em nova fase. Teve até filme
sobre isso. Como ninguém aqui anda muito disposto a pensar em
arrebatamento, cataclismos e outros ciclos viciosos de destruição
planetária, é melhor torcer para que o maior número de coisas aconteça
como em anos anteriores. Isso aplica-se, é claro, ao futebol e à
Libertadores da América, né não?