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segunda-feira, dezembro 22, 2008

Ponderações sobre o movimento Fica Herrera

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(Foto de Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)

Da última vez que olhei, na sexta-feira de manhã, 3.705 pessoas haviam assinado uma petição on line pedindo a permanência do argentino Herrera no Corinthians (olhei hoje de novo e, segundo mensagem do site, o abaixo-assinado foi retirado do ar porque o autor não se identificou). No entanto, de acordo com declarações do vice-presidente de futebol Mario Gobbi, a mobilização que começou pelo Orkut tem poucas chances de prosperar.

A novela da contratação de Herrera já se arrasta há um bom tempo. Segundo noticiado na imprensa, a multa contratual do atacante estava estipulada inicialmente em US$ 2,8 milhões. Os detentores de seus direitos federativos – fatiados entre Gimnasia La Plata (50%), San Lorenzo (25%) e o procurador Raúl Delgado (25%) – aceitaram baixar o valor para US$ 2,4 milhões e parcelar a grana em vinte vezes. O problema ficou com os 15% a que o jogador teria direito, que ninguém queria pagar. Parece que pela lei argentina, seria obrigação do time “vendendor”, mas os argentinos não queriam saber disso.

A coisa ficou enroscada aí um bom tempo até que essa semana o Corinthians desistiu de contratar o jogador em definitivo. Em nota recente, já após o proverbial bovino ter se dirigido para o terreno pantanoso, Herrera disse que teria aberto mão dos 15%, cerca de R$ 800 mil, para garantir a negociação, e se dizia muito magoado com o Corinthians.

Mario Gobbi, no entanto, deu outra versão para o entrave da negociação. Segundo ele, o problema foi a cotação do dólar. Cito a Gazeta Esportiva: “O negócio estava praticamente acertado conosco quando o dólar estava a R$ 1,90, mas uma semana depois houve o estouro do mercado financeiro e a moeda norte-americana chegou a R$ 2,45 (o preço de Herrera subiria de R$ 4,56 milhões para R$ 5,88 milhões) - lembrou Gobbi. - Mas não é só isso: com impostos, taxas, tributos e honorários, chegaríamos a R$ 8,5 mi, o que é impossível para o Corinthians já que o Gimnasia não quer negociar a cotação do dólar – contou”. Gobbi, no entanto, acha que é provável que o jogador acabe ficando no Timão por empréstimo, pois considera difícil que alguém pague esse valor em dólar nesse momento. O empresário do jogador, Jorge Balbis, no entanto, afirmou nessa segunda que não o Gimmnasia não tem interesse em novo empréstimo.

Mas e aí?

O caso Herrera parece estar causando um impacto forte entre os torcedores, como mostra a petição. Em comunidades no Orkut e outros fóruns, vários corintianos têm pedido a permanência do cara e criticado a diretoria.

Acho interessante tanta mobilização por um cara como Herrera. Nada contra o argentino, até concordo com quem quer que ele fique, mas o futebol dele não é tanta coisa assim para justificar sozinho essa comoção. O cara já jogou em outros times por aí e nunca teve destaque. Acertou um bom momento no Corinthians, mas tenho minhas dúvidas se continuará a render da mesma forma jogando contra zagas melhores do que as encontradas na Série B.

Acredito que são de outras ordens as razões que levam uma parcela aparentemente (não há pesquisa alguma) grande da torcida a se mobilizar (uma coisa é reclamar no boteco, outra montar e divulgar uma petição) pelo argentino.

A explicação começa com o estilo de jogo de Herrera, aguerrido, que nunca desiste de uma jogada. Com isso, ele compensa em parte sua técnica e habilidade limitadas, o que é muito identificado com a mística corintiana: times limitados que se superam e vão na raça pra cima de equipes superiores. Isso mística da superação também se identifica com o torcedor, “maloqueiro e sofredor”, que faz de tudo pelo time, apesar de todos os problemas.

Não são novidade no Corinthians jogadores limitados que assumem esse papel e se tornam ídolos. Mas creio que esse momento da história do clube torna o caso de Herrera mais importante. Após a queda para a Série B, o sentimento da torcida era de que não havia ninguém sério no Corinthians, nem na diretoria nem em campo. O descalabro da administração também caiu na conta de jogadores como Betão, que nunca foi bom, mas merecia certamente tratamento melhor do que o que recebeu na saída.

Com a chegada de Mano Menezes, um cara muito sério, com jeito de profissional, o clima mudou. Parecia que tínhamos trabalho por lá e que isso ia virar alguma coisa. A virada sobre o Goiás na Copa do Brasil deu moral ao time e à torcida e as coisas foram melhorando. Herrera se tornou meio que um símbolo desse momento. O cara corre o tempo todo, não desiste de bola nenhuma, e foi melhorando junto com o time.

Eu não acho que o futebol dele valha R$ 6 milhões e concordo com a decisão de não contratá-lo. Mas algo mesmo sabendo disso, queria que ele ficasse, especialmente depois da chegada “fenomenal” de Ronaldo. Herrera ali daria a impressão de que a vinda do novo camisa nove não é apenas um golpe de marketing, que o trabalho vai continuar sendo feito de forma séria e comprometida, que vai haver sempre respeito pela torcida. Enfim, que o corintianismo da superação e da entrega, resgatado no purgatório da Série B, não será jogado fora de uma hora pra outra em nome de um deslumbramento por dólares russos, fundos gringos ou jogadores-empresa.

Do ponto de visto técnico e pragmático, entendo a diretoria. Se olharmos a necessidade do elenco, Herrera ficaria para ser reserve de Dentinho e Jorge Henrique e, segundo consta, ainda vão contratar outro centroavante para revezar com Ronaldo. Além da questão principal: grana, que o time não tem muito e precisa gastar bem. E como já disse, o futebol do argentino não é para tanto. Isso sem falar que simbolismo não põe mesa, como dirá, não sem razão, o pragmático: com ou sem Herrera, a bagunça pode se instalar.

Mas o simbolismo de sua possível permanência é forte para quem não tem como acompanhar de perto o dia a dia do clube, não tem como saber se o trabalho está sendo feito ou se virou bagunça. No final, queria que existissem condições práticas para que ele ficasse – o que basicamente quer dizer, de acordo com as declarações da diretoria, uma súbita queda do dólar ou das expectativas do clube argentino. Mas acredito (e torço...) que o Timão terá um bom ano de 2009 mesmo sem o ex-quase-gol. E que Herrera seja feliz onde for, sabendo que fez parte de um momento sofrido e importante da história do Corinthians.

terça-feira, junho 24, 2008

Boa notícia para o Corinthians

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O mercado da bola é mesmo imprevisível. Depois de receber míseros R$ 162 mil pelos 5% de direito, como clube formador, pela venda do zagueiro Betão (à esquerda) do Santos para o Dínamo de Kiev, da Ucrânia (transação de R$ 3,74 milhões), o Corinthians ganhará agora, de presente, a bolada de R$ 7,7 milhões pelos direitos decorrentes da venda do atacante Jô (à direita), do CSKA, da Rússia, para o Manchester City, da Inglaterra (transação de R$ 57 milhões). O Corinthians tem direito a 10% sobre a multa rescisória, registrados no contrato de venda para o CSKA, em 2005, mais 3,5% de um tal "mecanismo de solidariedade" para indenização aos clubes formadores. Os 13,5%, portanto, totalizam R$ 7,7 milhões.

Se soubesse que essa dinheirama ia cair em seu colo, o presidente do alvinegro paulistano, Andrés Sánchez, teria pensado duas vezes antes de vender os direitos econômicos do atacante Dentinho (22,5%), do lateral-esquerdo André Santos (22,5%) e do zagueiro Renato (25%) à empresa D.I.S. Esporte e Organização de Eventos Ltda., o chamado Grupo Sonda, por R$ 5,4 milhões. Assim como Betão e Jô, Dentinho (à esquerda) e Renato (à direita) também são revelações das categorias de base do Corinthians.

Mas os R$ 7,7 milhões poderiam ser utilizados, por exemplo, para manter alguns dos destaques na execelente campanha que o time faz na Série B do Campeonato Brasileiro. Os direitos federativos do artilheiro Herrera (à esquerda) podem ser adquiridos por módicos R$ 3,54 milhões. Metade de seu passe pertence ao clube argentino Gimnasia y Esgrima e metade, ao empresário Ricardo Schilieper. Outro que veio emprestado, o atacante Diogo Rincón (à direita), do Dínamo de Kiev, custa exatos R$ 7,5 milhões.

A grana do Jô também poderia ser utilizada para quitar de vez os R$ 3,3 milhões, divididos em seis parcelas, que o Corinthians tem de pagar ao São Caetano pelo importante meia Douglas. Ou, então, procurar outro bom reforço no mercado. De qualquer forma, R$ 7,7 milhões despencando na conta assim, inesperadamente, é sempre uma boa notícia.

quinta-feira, junho 12, 2008

Parabéns ao Leão do Norte!

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Não sei o que foi mais ridículo, a empolgação do secador ou o nível técnico do jogo. Nunca vi tantas bolas perdidas no meio campo e em saída de jogo, dos dois lados, uma verdadeira pelada. O frango do Felipe é algo para calar a boca de todos (inclusive eu) que falaram do Frangório Ceni na semifinal contra o Horácio. Deplorável. E a falha da defesa no primeiro gol, nem se fala. Sem tirar o mérito do Bala, claro, que deu aquele passinho à frente para se desmarcar e fez o gol.

Nem as falhas da arbitragem contra o Corinthians justificam revolta, pois o time deveria ter decidido na bola. De fato, o amarelo para Durval na falta em Herrera ficou barato, pois a bola estava lá do outro lado e o cara agrediu deliberadamente. A expulsão do Wellington Saci foi justa (aliás, foi pouco pelo tamanho da estupidez), mas o Carlinhos Bala deveria ter sido expulso junto. No finalzinho do jogo, foi pênalti no Acosta, mas mesmo sendo "de lei" não mereceu, pois ele perdeu o gol mais feito da partida. Parênteses nas falhas da arbitragem para o segundo gol mais feito da partida, perdido pelo Herrera, que jogou a bola na lua depois de receber excelente passe do Lulinha e limpar o zagueiro razoável facilidade. O próprio Lulinha perdeu gol na cara também. Voltando aos erros, a expulsão do Wilson foi ridícula, nenhum lance que justificasse. Que se desconte a expulsão do Fabinho, que essa sim deveria ter acontecido.

O Corinthians chegou longe demais? Pode ser, ninguém esperava, ninguém. Diante do momento que o time vive, de sair do fundo do poço, foi um salto, de causar inveja. Mas a resposta não deixa de ser cômoda, pois o fato é que dava pra ter ganhado o jogo, e o Sport era tão ruim quanto o Timão. Tinha a torcida nesta final, que vaiou forte, mas infelizmente o jogo foi decidido no erro, não na qualidade. Em todo caso, pela fase do time recifense, o resultado faz todo sentido. E está consumado, o Sport é campeão, com muito mérito e glória, um título pra lá de merecido.

Parabéns ao Leão do Norte, insuperável na Ilha do Retiro.

quinta-feira, maio 29, 2008

Jogaço! Corinthians na final da Copa do Brasil!

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Um momento, uma ressalva. O jogo começou e seguiu morno durante todo o primeiro tempo. Algumas jogadas que poderiam ser perigosas, principalmente do Corinthians, mas nada que valha memória. Esqueçamos o primeiro tempo. Este, se valeu por algo, foi pela garra do Herrera. Só.

O segundo tempo começou com o gol de Acosta aos seis minutos. Que bela jogada de Herrera! Meio estabanadão, parecia que ia trombar com o zagueiro como sempre, mas limpou lindamente pela direita e centrou pro Acosta bater com consciência no canto esquerdo do goleiro Castillo. Senti que o Corinthians estava classificado. E não fui só eu. Acho que os jogadores também devem ter sentido. E pagaram por isso.

O gol do Botafogo, um minuto depois, foi daqueles que time toma no abafa da empolgação. Escanteio batido, falha feia do goleiro Filipe, que saiu mas não saiu, aí tomou uma bola no peito, espirrou pra trás e tomou. Bizonho.

O gol do Chicão de falta foi realmente muito bonito. De verdade, o Corinthians fez dois lindos gols. Aliás, o Timão tem feito gols realmente empolgantes.

Parênteses: esse Chicão, zagueiro que demonstrou fino trato com a bola ao bater a falta, na marcação é um tosco. Ele atropela os atacantes, e não fosse o árbitro um bunda-mole o teria expulsado no lance em que quem tomou amarelo foi o capitão corintiano William. Na realidade, Chicão é quem deu uma bordoada na nuca do botafoguense.

Que me perdoem se não estou analisando tática. Nem me lembro dos nomes dos jogadores da Solitária que participaram das jogadas. É um torcedor falando, que viu o jogo de um lado só. E viu um Corinthians guerreiro e digno de ser campeão.

O Luciano do Vale (que aliás pra lembrar nome de jogador é pior que eu...) falou, mas eu já tinha reparado: o Herrera parece o Casagrande, com aquele jeito de olhar a jogada de boca aberta, sem nenhuma elegância, meio desengonçado até, mas brigador, e extremamente perigoso dentro da área. Falta um gênio como Sócrates pra jogar junto, que aí ele renderia muito mais...

Mas não há por que ficar sonhando. O Corinthians cobrou os pênaltis e está, de fato e de direito, na final da Copa do Brasil. Vai pegar uma casca, que é o Sport de Recife. Mas, pasmem todos os secadores (que não são poucos), pode chegar à Libertadores do ano que vem!

Como diria Lawrence da Arábia, "Nothing is written". Vamos, vamos, meu Timão, não pára de lutar!