Destaques

Mostrando postagens com marcador janis joplin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador janis joplin. Mostrar todas as postagens

terça-feira, janeiro 13, 2015

Um pacote de sete (rocks com cerveja)

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nos Estados Unidos, uma das gírias mais comuns entre os manguaças é six pack, ou "pacote de seis" (cervejas). Ao notar essa expressão numa música gravada pelos Rolling Stones, fiquei curioso sobre outras letras de rock'n'roll que contêm a palavra cerveja. Numa rápida pesquisa, reuni um seven pack, ou melhor, um pacote de sete petardos roqueiros (estadunidenses e ingleses) que citam nossa popular loira gelada - mais do que necessária nesse calor ignorante:


Alice Cooper molhando a goela
1 - ALICE COOPER - "Escape" ["Fuga"]

Escape
I'm crying in my beer
Escape
Just get me out of here

(Fuga
Estou chorando em minha cerveja
Fuga
Apenas me tire daqui)






Jim Morrison enxugando uma
2 - DOORS - "Roadhouse Blues" ["Blues da hospedaria"]

Well, I woke up this morning, I got myself a beer
Well, I woke up this morning, and I got myself a beer
The future's uncertain, and the end is always near

(Bem, eu acordei essa manhã e tomei uma cerveja
Bem, eu acordei essa manhã e tomei uma cerveja
O futuro é incerto e o fim está sempre perto)



Janis Joplin cantando pra sua cerveja
3 - JANIS JOPLIN - "Mr. Natural" ["Sr. Natural"]

I buy myself a beer or two
Just to leave my stone behind
Sometimes I get so drunk
I can sing just like a child, yeah

(Eu me compro uma cerveja ou duas
Só pra deixar meu peso para trás
Às vezes eu fico tão bêbada
Eu posso apenas cantar como uma criança, yeah)




Joey Ramone cai - mas segura a lata
4 - JOEY RAMONE - "Rock'n Roll is the answer" ["Rock'n'Roll é a resposta"]

Seven o'clock and I'm feeling bad
I gotta pull myself together, yeah

Cause twelve o'clock you know I wanna rock
I wanna get a belly full of beer


(Sete horas, tô me sentindo mal
Tenho que me recuperar, yeah
Porque meia-noite, cê sabe, eu quero rock
Eu quero a pança cheia de cerveja)




Jimmy Page bebe com Robert Plant
5 - LED ZEPPELIN - "Black Country Woman" ["Mulher negra do campo"]

You didn't have to leave me with that beer in my face
Hey, hey mama, what's the matter here
That's alright, it's awful dog-gone clear

(Você não tinha que deixar-me com aquela cerveja na minha cara
Hey, hey, garota, qual é o problema aqui?
Está bem, ela só está tendo um distúrbio terrível)







Lemmy Kilmer: breja pela orelha
6 - MOTORHEAD - "(We Are) The Road Crew" ["(Nós somos) a Turma da Estrada"]

My woman's leaving, I feel sad
But I just love the life I lead
Another beer is what I need
Another gig my ears bleed
 
(A minha mulher está indo embora, me sinto triste
Mas eu simplesmente amo a vida que levo
Outra cerveja é o que eu preciso
Outra apresentação meus ouvidos sangram)


Mick Jagger na boquinha da garrafa
6 - ROLLING STONES - "Going to a go-go" ["Indo pra um go-go"]
 

It doesn't matter if you're black
It doesn't matter if you're white
Take a dollar fifty, a six pack of beer
And we going to dance all night

(Não importa se você é preto
Não importa se você é branco
Pegue uma nota de 50 dólares, um pacote de seis cervejas
E nós vamos dançar a noite inteira)





terça-feira, setembro 08, 2009

Troque seu futebol por um cachorro rico

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A maratona começou na madrugada de sexta para sábado, quando fui trabalhar catando lixo no Electric Picnic Festival (à direita), em Stradbally, a duas horas e meia de Dublin. Não é possível descrever em palavras do que se trata esse serviço. Mesmo os novatos, que ainda não tinham passado pela experiência, só foram entender a encrenca depois que chegaram no local (eu já tinha trabalhado no Oxegen Festival, em julho). Bom, chegamos em dois ônibus, 100 desesperados por qualquer euro e trabalho forçado, em uma cidadezinha minúscula onde, num fazendão, aconteceu um festival de 3 dias com atrações musicais 24 horas, milhares de pessoas acampadas, muita bebida, sexo, drogas, lama e lixo - principalmente lama e lixo. Você chega lá, te dão um par de luvas e sacos de lixo e dizem: ''-Catem tudo!''. Simples assim.

Não tem vassoura, nada. Você tem que se abaixar para pegar cada papel, lata, resto de comida, plástico, enfim, tudo. Depois de três ou quatro horas fazendo isso, sem parar um minuto, você não tem mais espinha dorsal, nem sente mais as pernas, os braços, nada. E começa, literalmente, a delirar. Ri sozinho, canta, tem vontade de chorar, esquece o próprio nome, o que está fazendo ali, que raio de lugar é aquele. Começa a catar lixo à meia-noite e, lá pelas sete da manhã, já está em alfa, robotizado, abestalhado. Foi por aí que entrei numa das diversas tendas onde o povo do festival curte música eletrônica, já vazia, e, além da tonelada de lixo me olhando convidativamente, vi um cartaz enorme do uísque Southern Comfort, o preferido da falecida Janis Joplin (que nunca recebeu um tostão por fazer propaganda). Comecei a viajar nessa idéia e, quando voltei ao planeta Terra, olhei para o chão e vi uma lata de cerveja fechada. Limpei o barro da tampa e mandei ver, quente mesmo. Santa Janis!

Bom, depois de todo esse martírio, que vai me render uns 40 euros (pouco mais de 100 reais), cheguei em casa às 10 da manhã, fui dormir às 11 e botei o despertador pras 3 da tarde, pois teria que trabalhar de garçom, ou melhor, de food runner, a partir das 5, no restaurante do estádio Shelbourne Park, que abriga corridas de cachorro (à esquerda). O lugar é enorme, maior que os campinhos da maioria dos times de futebol brasileiro. Além do restaurante, abriga dois fast foods e um café. Food runner é quem pega os pratos de comida na cozinha e, literalmente, sai correndo para levar paras as mesas (os garçons só atendem e comandam os pedidos). Eu estava sendo testado junto com um chileno e um colombiano. Só uma vaga. 100 mesas para atender. Três pratos quentes (pelando de quente) equilibrados em cada braço. 30 lances de escadas. 30 segundos para retornar até a cozinha e pegar mais pratos. E eu praticamente sem dormir, moído da catação insana de lixo...

O público, no restaurante, é basicamente de velhos ricos, muito ricos - que apostam pesado nos cachorros (vai daí o estádio ser um luxo só). Tinha até uma equipe de televisão fazendo uma chamada ao vivo do meio do restaurante, que é uma espécie de arquibancada coberta, acarpetada, com móveis finos e malucos como eu, de camisa social azul turquesa e gravata vermelha, correndo com pratos pra todo lado - várias vezes percebi que as crianças ricas preferiam nos observar do que os cachorros, que levavam os pais e avós a uma histeria e fanatismo piores que os das torcidas de futebol. Tanto que, ao mesmo tempo, quatro telões transmitiam um jogo da Irlanda pelas eliminatórias e, quando o time fez 2 a 1 sobre Chipre, poucos prestaram a atenção (só uma mesa comemorou). E comida vai, prato sujo vem, cachorro corre, velho aposta e, enfim, fui dispensado. O chileno ficou com a vaga.

Mas não fiquei chateado, não. Ou melhor, até um pouco aliviado por me ver longe daquele trabalho alucinante em meio a ricaiada esnobe. Peguei meus 50 euros de pagamento (quase 150 reais) e fui direto para o pub do Australiano, point da brasileirada, para comemorar o aniversário de uma amiga e um amigo e, de quebra, assistir Brasil x Argentina. O primeiro copaço de Foster's, australiana, caiu como se nunca tivesse sentido o prazer de uma cerveja gelada na vida. E por aí foi, até o terceiro gol(aço), de Luís Fabiano (à direita), quando a casa quase desabou com 200 brasileiros pulando e 100 argentinos tentando correr para algum abrigo seguro (inexistente). Com um telão de 3 por 5 metros, e a torcida canarinho cantando e gritando mais do que os torcedores do Boca em La Bombonera, os 90 minutos, a sensação era a de estar no estádio, mesmo. E o melhor: bebendo cerveja. Melhor ainda: o Brasil ganhando. E pra fechar com chave de ouro: tirando várias lasquinhas das argentinas e brasileiras embriagadas e sufocadas na multidão de bêbados.

A comemoração seguiu com festa em um apartamento. Cheguei em casa às 7 da manhã de domingo. Um dos habitantes tinha enchido a geladeira de cerveja (Carlsberg, Stela Artois, Tyskie, Heineken etc). E também tinha uma vodka, trazida da Alemanha. Fui dormir às 2 da tarde, quase um dia após a soneca de quatro horinhas antes de ir para o restaurante. Serviços malucos faço por obrigação. Mas cerveja e futebol, não tem hora! Cheers!