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sexta-feira, novembro 28, 2014

Som na caixa, manguaça! - Volume 80

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MIRA IRA (NAÇÃO MEL)
(Lula Barbosa e Vanderlei de Castro)

LULA BARBOSA, MIRIAM MIRAH, TARANCÓN e PLACA LUMINOSA


Mira num olhar
Um riacho, cacho de nuvem
No azul do céu a rolar...

Mira Ira, raça tupi,
Matas, florestas, Brasil

Mira vento, sopra continente
Nossa América servil
Mira vento, sopra continente
Nossa América servil...

Mira num olhar,
Um riacho, cacho de nuvem
No azul do céu a rolar...

Mira ouro, azul ao mar
Fonte, forte esperança
Mira sol, canção, tempestade, ilusão
Mira sol, canção, tempestade,
Ilusão...

Mira num olhar
Verso frágil tecido em fuzil
Mescla morena

Canela, CACHAÇA, bela raça, Brasil

Anana ira,
Mira ira anana tupi
Anana ira, anana ira
Mira Ira

Canela, CACHAÇA, bela
Canela, CACHAÇA, bela
Canela, CACHAÇA, bela raça, Brasil



(Do LP "Festival dos Festivais", Som Livre, 1985)




quarta-feira, dezembro 18, 2013

Som na caixa, manguaça! - Volume 74

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TAMANCO MALANDRINHO

(Composição: Tom e Dito)

TOM & DITO

Vista sua mortalha azul-turquesa
Mais bonita que a beleza
Mais humana que o perdão
Calce seu tamanco malandrinho
Pintado de azul-marinho
Que é a cor da solidão
Transe,
Carnaval são só três dias
DE CACHAÇA E DE FOLIA
De alegria e emoção
Chore,
Quando chegar a terça-feira
Peito estoura de saudade
Estraçalha o coração
Que eu quero ver

Eu quero ver
Meu bloco na avenida sete
Encontrar você
Eu quero ver, eu quero ver
Na arquibancada da vida
Você se perder

Transe,
Carnaval são só três dias
DE CACHAÇA E DE FOLIA
De alegria e emoção
Chore quando chegar a terça-feira
Peito estoura de saudade

Dilacera o coração

(Do LP "Se Mandar M'imbora eu Fico" - Som Livre/1974)
* Música finalista do Festival Abertura, de 1974 , incluída no LP "Festival da Nova Música Brasileira - As Finalistas da Abertura".



quarta-feira, maio 26, 2010

Festival de cinema de futebol: 22 filmes em campo no Rio

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Responda rápido: cinco filmes brasileiros sobre futebol produzidos nos últimos anos? Então, cinco filmes de qualquer origem a respeito do ludopédio? Talvez estendido a qualquer época fique mais fácil, mas essas produções existem também no Brasil. Não são tão numerosas, mas o bastante para dar origem a um festival que precisaria mesmo ser inaugurado em ano de Copa do Mundo.

Começa nesta quinta-feira, 27, o primeiro Festival de Cinema de Futebol (Cinefoot) no Rio de Janeiro (RJ). Os mesmos 22 filmes selecionados para a mostra competitiva na capital carioca serão exibidos em junho em São Paulo.
Foto: Gazeta Esportiva/Flapedia

Rondinelli é 
tema do curta
O Deus da Raça,
de Pedro Asbeg
e Felipe 

Nepomuceno




Às vésperas da Copa do Mundo da África do Sul, inscreveram-se 60 curtas e longas-metragens produzidos no país. Desses, 14 curtas e 8 longas foram selecionados para a mostra, segundo relata Antonio Leal, organizador do Cinefoot.

Em entrevista ao Futepoca, Leal explica que acompanhava, em outros festivais brasileiros, produções que se enquadrassem na proposta. "Fizemos um levantamento prévio para ter um primeiro leque de filmes, mas as 60 inscrições surpreenderam", revela.

"O processo de seleção foi importante porque chama a atenção para a existência de filme de futebol produzidos no país", destaca. Entre os selecionados, há curtas inéditos.

Uma parceria com o festival 11 mm de Berlim traz os dois vencedores da sétima edição da mostra futebolística alemã para o encerramento do Cinefoot. Em contrapartida, os ganhadores brasileiros vão ser exibidos em 2011 na terra de Michael Ballack. Portas do mercado europeu abertas.

A proposta é repetir a ação anualmente. "Os organizadores de festivais de cinema até brincam que realizar um evento assim é como desfile de escola de samba, termina um e tem de estruturar o seguinte", diverte-se Leal. A diferença é que, a partir de 11 de julho, quando o Mundial sul-africano for encerrado, a próxima disputa é no Brasil.

A cinematografia de futebol no Brasil, rumo à Copa de 2014, é tema de um debate no dia 31 de maio. Isso porque a produção de longas-metragem é bastante irregular do ponto de vista da consistência, na visão dos organizadores.

Cinefoot
Rio de Janeiro
De 27 de maio a 1º de junho
Arteplex-Praia de Botafogo
- Mostras competitivas de curta e longa-metragens

São Paulo
De 4 a 6 de junho
Museu do Futebol
- Mostra não competitiva

A programação está aqui.

Destaques para João, documentário sobre o Saldanha e Faltam 05 minutos, de Luiz Alberto Cassol, sobre o ascenso do Inter de Santa Maria no Gauchão. E tem também o Telê Santana - Meio Século de Futebol Arte e Um Craque Chamado Divino, mais um monte.

sexta-feira, janeiro 29, 2010

'Bebida amarga' não era metáfora em 'Cálice'

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Aliando meus vícios em música e livros, uma das coisas que mais gosto é fuçar o processo de criação das canções e os "causos" por trás disso. Um exemplo: o músico e compositor Leoni (ex-Kid Abelha e Heróis da Resistência) entrevistou certa vez o líder da Legião Urbana, Renato Russo, e este revelou que, quando a banda de Brasília foi gravar seu primeiro disco, a EMI Odeon tentou meter o bedelho e mudar tudo o que eles queriam fazer. Daí, Renato compôs uma canção diretamente para a gravadora: "Tire suas mãos de mim/ Eu não pertenço a você/ Não é me dominando assim/ Que você vai me entender". Quem imaginaria isso?

Pois então, no livro "Gil - Todas as letras", organizado por Carlos Rennó em 1996 (Companhia das Letras), descubro uma história fantástica sobre "Cálice", parceria de Gilberto Gil com Chico Buarque (foto). A polêmica letra, que cutuca a ditadura militar e faz trocadilho com "Cale-se!", fez com que a música fosse censurada e o microfone de Chico cortado no festival Phono 73. Aliás, foi esse show que motivou a criação da música. "A Polygram queria fazer um grande evento com todos os seus artistas no formato de encontros, e foi dada a mim e ao Chico a tarefa de compor e cantar uma música em dupla", conta Gil.

"Era Semana Santa e nós marcamos um encontro no sábado no apartamento dele, na Rodrigo de Freitas (a lagoa referida, aliás, por ele na letra)", prossegue o baiano. E está lá, no final da segunda estrofe: "Na arquibancada pra a qualquer momento/ Ver emergir o monstro da lagoa". Gil observa que, como era Sexta-Feira da Paixão, foi seduzido pela ideia do calvário e do cálice de Cristo, de onde saiu o emblemático refrão: "Pai, afasta de mim esse cálice". E como Páscoa é sinônimo de vinho, tomou umas e completou: "De vinho tinto de sangue". Mas o melhor foi o surgimento da primeira estrofe, outra daquelas inspirações que ninguém conseguiria supor.

"Comecei lembrando de uma bebida amarga chamada Fernet, italiana, de que o Chico gostava e que ele me oferecia sempre que eu ia à sua casa. No sábado não foi diferente: ele me trouxe um pouco da bebida". É plausível imaginar que Gil, ainda ressaqueado pelo vinho da véspera, tenha escrito de uma só canetada as frases da primeira estrofe: "Como beber dessa bebida amarga/ Tragar a dor, engolir a labuta". E essa sensação etílica permeou a terceira estrofe, também escrita pelo baiano, que diz: "Esse pileque homérico no mundo/ De que adianta ter boa vontade/ Mesmo calado o peito, resta a cuca/ Dos bêbados do centro da cidade".

Engraçado é que, desde que foi lançada, "Cálice" ficou marcada pela conotação política dada por Chico Buarque - como a citação da morte de Stuart Angel Jones, filho de sua amiga Zuzu Angel, torturado pelos militares com a boca enfiada no escapamento de um automóvel que acelarava: "Quero cheirar fumaça de óleo diesel/ Me embriagar até que alguém me esqueça". Esse final com "me embriagar" sugere o teor alcoólico inspirador da clássica parceria, que acabou evaporando junto com a ressaca de Gilberto Gil.


terça-feira, setembro 08, 2009

Troque seu futebol por um cachorro rico

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A maratona começou na madrugada de sexta para sábado, quando fui trabalhar catando lixo no Electric Picnic Festival (à direita), em Stradbally, a duas horas e meia de Dublin. Não é possível descrever em palavras do que se trata esse serviço. Mesmo os novatos, que ainda não tinham passado pela experiência, só foram entender a encrenca depois que chegaram no local (eu já tinha trabalhado no Oxegen Festival, em julho). Bom, chegamos em dois ônibus, 100 desesperados por qualquer euro e trabalho forçado, em uma cidadezinha minúscula onde, num fazendão, aconteceu um festival de 3 dias com atrações musicais 24 horas, milhares de pessoas acampadas, muita bebida, sexo, drogas, lama e lixo - principalmente lama e lixo. Você chega lá, te dão um par de luvas e sacos de lixo e dizem: ''-Catem tudo!''. Simples assim.

Não tem vassoura, nada. Você tem que se abaixar para pegar cada papel, lata, resto de comida, plástico, enfim, tudo. Depois de três ou quatro horas fazendo isso, sem parar um minuto, você não tem mais espinha dorsal, nem sente mais as pernas, os braços, nada. E começa, literalmente, a delirar. Ri sozinho, canta, tem vontade de chorar, esquece o próprio nome, o que está fazendo ali, que raio de lugar é aquele. Começa a catar lixo à meia-noite e, lá pelas sete da manhã, já está em alfa, robotizado, abestalhado. Foi por aí que entrei numa das diversas tendas onde o povo do festival curte música eletrônica, já vazia, e, além da tonelada de lixo me olhando convidativamente, vi um cartaz enorme do uísque Southern Comfort, o preferido da falecida Janis Joplin (que nunca recebeu um tostão por fazer propaganda). Comecei a viajar nessa idéia e, quando voltei ao planeta Terra, olhei para o chão e vi uma lata de cerveja fechada. Limpei o barro da tampa e mandei ver, quente mesmo. Santa Janis!

Bom, depois de todo esse martírio, que vai me render uns 40 euros (pouco mais de 100 reais), cheguei em casa às 10 da manhã, fui dormir às 11 e botei o despertador pras 3 da tarde, pois teria que trabalhar de garçom, ou melhor, de food runner, a partir das 5, no restaurante do estádio Shelbourne Park, que abriga corridas de cachorro (à esquerda). O lugar é enorme, maior que os campinhos da maioria dos times de futebol brasileiro. Além do restaurante, abriga dois fast foods e um café. Food runner é quem pega os pratos de comida na cozinha e, literalmente, sai correndo para levar paras as mesas (os garçons só atendem e comandam os pedidos). Eu estava sendo testado junto com um chileno e um colombiano. Só uma vaga. 100 mesas para atender. Três pratos quentes (pelando de quente) equilibrados em cada braço. 30 lances de escadas. 30 segundos para retornar até a cozinha e pegar mais pratos. E eu praticamente sem dormir, moído da catação insana de lixo...

O público, no restaurante, é basicamente de velhos ricos, muito ricos - que apostam pesado nos cachorros (vai daí o estádio ser um luxo só). Tinha até uma equipe de televisão fazendo uma chamada ao vivo do meio do restaurante, que é uma espécie de arquibancada coberta, acarpetada, com móveis finos e malucos como eu, de camisa social azul turquesa e gravata vermelha, correndo com pratos pra todo lado - várias vezes percebi que as crianças ricas preferiam nos observar do que os cachorros, que levavam os pais e avós a uma histeria e fanatismo piores que os das torcidas de futebol. Tanto que, ao mesmo tempo, quatro telões transmitiam um jogo da Irlanda pelas eliminatórias e, quando o time fez 2 a 1 sobre Chipre, poucos prestaram a atenção (só uma mesa comemorou). E comida vai, prato sujo vem, cachorro corre, velho aposta e, enfim, fui dispensado. O chileno ficou com a vaga.

Mas não fiquei chateado, não. Ou melhor, até um pouco aliviado por me ver longe daquele trabalho alucinante em meio a ricaiada esnobe. Peguei meus 50 euros de pagamento (quase 150 reais) e fui direto para o pub do Australiano, point da brasileirada, para comemorar o aniversário de uma amiga e um amigo e, de quebra, assistir Brasil x Argentina. O primeiro copaço de Foster's, australiana, caiu como se nunca tivesse sentido o prazer de uma cerveja gelada na vida. E por aí foi, até o terceiro gol(aço), de Luís Fabiano (à direita), quando a casa quase desabou com 200 brasileiros pulando e 100 argentinos tentando correr para algum abrigo seguro (inexistente). Com um telão de 3 por 5 metros, e a torcida canarinho cantando e gritando mais do que os torcedores do Boca em La Bombonera, os 90 minutos, a sensação era a de estar no estádio, mesmo. E o melhor: bebendo cerveja. Melhor ainda: o Brasil ganhando. E pra fechar com chave de ouro: tirando várias lasquinhas das argentinas e brasileiras embriagadas e sufocadas na multidão de bêbados.

A comemoração seguiu com festa em um apartamento. Cheguei em casa às 7 da manhã de domingo. Um dos habitantes tinha enchido a geladeira de cerveja (Carlsberg, Stela Artois, Tyskie, Heineken etc). E também tinha uma vodka, trazida da Alemanha. Fui dormir às 2 da tarde, quase um dia após a soneca de quatro horinhas antes de ir para o restaurante. Serviços malucos faço por obrigação. Mas cerveja e futebol, não tem hora! Cheers!