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quarta-feira, novembro 12, 2008

Manguaças no Cinema: Vinnie Jones e a “Máquina Cruel”

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Algumas pessoas, mas não creio que muitas, devem ter visto o filme Golpe Baixo (The Longest Yard), estrelado por Burt Reynolds. Filmado em 1974, é a história de Paul Crewe, um ex-craque de futebol americano que vai preso (se bem me lembro, por dirigir bêbado e arrumar confusão) e é forçado pelo diretor da prisão a montar um time com os detentos para uma espécie de jogo-treino contra o time semi-profissional dos guardas da prisão. Os detentos começam a levar a coisa a sério e o jogo fica bastante tenso. O filme, que vi numa tarde dessas muito tempo atrás, é bem legal. Ainda me lembro dos torcedores gritando o nome do time dos presos (“Mean Machine”, cuja tradução literal seria “Máquina Cruel”, mas me lembro que a dublagem passou para “Máquina Quente”).

Algumas das pessoas que não viram o filme talvez tenham reconhecido a história. O motivo são duas refilmagens que foram feitas recentemente (uma em 2001 e outra em 2005). A mais conhecida e também a mais fiel à história original é a de 2005, com o mesmo nome, estrelada pelo comediante Adam Sandler e com Cris Rock no elenco. Sandler substitui Burt Reynolds como Paul Crewe e a coisa segue da mesma forma, mas creio (se não me falha a memória sobre o primeiro), com uma piadas mais toscas, bem ao gosto do comediante (nada contra, ficou engraçado). A cena final, inclusive, é igualzinha.

A outra é mais interessante para os manguaças deste fórum, por sua proximidade temática. Trata-se de Penalidade Máxima (Mean Machine, 2001), filme inglês que adapta a história para o significado que os ingleses dão para a palavra football. O personagem principal é o ex-craque inglês de futebol com os pés Danny Meehan, que enfrenta a mesma sina de sua contraparte estadunidense e sofre na mão do diretor da prisão. Meehan é interpretado pelo ator inglês Vinnie Jones, um grandalhão que você viu nos dois filmes do ex de Madonna Guy Ritchie, a saber Snatch – Porcos e Diamantes e Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (ambos entre os filmes mais legais que já vi). Nos States, fez 60 Segundos, roubando carros com Nicholas Cage e Angelina Jolie, e o Fanático no terceiro filme dos X-Men.

Comecei a pesquisar para esse post intrigado em como um filme como The Longest Yard teria ganho uma refilmagem e uma adaptação, mas alguns dados sobre a carreira de Vinnie Jones me mudaram a pauta. Descobri que o mal-encarado ator foi jogador de futebol profissional na Inglaterra, tendo defendido Wimbledon, Leeds United, Sheffield United, Chelsea, e Queens Park Rangers. Era um “soccer hard-man”, na definição do site IMDB (que tem tudo sobre todos os filmes do mundo – veja aqui a filmografia de Pelé).

No Blog de Bola, descobri que o cara era meia e Galês, chegando a defender a portentosa seleção de seu país. Jogou 177 partidas pela Liga e marcou 12 gols pelo modesto Wimbledon entre 1992-1998, que é o ano em que aparece pela primeira vez num filme (o já citado Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes). Era em campo tão temido quanto seus personagens nos filmes.

Seu nome, no entanto, ficou eternizado para o esporte bretão não por sua qualidade ou pela contribuição que deu à seleção de sua pátria, mas por um método de marcação pouco convencional que utilizou contra o craque inglês Paul Gascoigne, conforme vemos na imagem:

Olhando por sua carreira até então produtiva em filmes de ação, parece que Vinnie Jones fez bem em deixar o futebol. Não só para si mesmo, diga-se.

quinta-feira, junho 19, 2008

"Os minutos corriam rapidamente, plagiando os companheiros de Bellini"

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Hoje faz 50 anos que o Brasil enfrentou o País de Gales pelas quartas-de-final da Copa do Mundo da Suécia, em jogo disputado no estádio Nya Ullevi, em Gotemburgo. Depois de passar facilmente pela União Soviética, considerada uma das favoritas ao título, a seleção canarinho não esperava enfrentar tanta dificuldade na primeira partida eliminatória: os galeses atuaram com dez na defesa, num ferrolho que os brasileiros precisaram martelar por 71 minutos até fazer o gol e garantir a vitória - e a classificação para a semifinal, contra a França - pelo magro placar de 1 a 0. O título do post, retirado da transmissão da Rádio Panamericana (que você pode ouvir abaixo), dá idéia do desespero: o time do Brasil correndo, o adversário retrancado e o tempo passando assustadoramente depressa.

"O jogo mais difícil foi contra o País de Gales", sentenciou o ex-volante Dino Sani ao Estadão na última sexta-feira. "Naquele tempo a gente não conhecia os jogadores como hoje", observou. A partida contra o País de Gales marcou a revelação de Pelé para o mundo. "Ninguém sabia direito quem era esse Pelé", frisou Dino Sani ao Estadão (na foto acima, o menino Pelé, de 17 anos, sendo seguro por um galês). "Quer dizer, se ele estava lá, é que era bom. Mas só quando começou a jogar é que vimos que iria longe. Mas ninguém imaginava que iria tão longe assim. Foi o maior de todos", frisou Dino Sani.

Na partida seguinte, contra a França, Pelé voltaria a brilhar, com três gols, e ainda marcaria mais dois na decisão. Confira, abaixo, trechos da narração da Rádio Panamericana, do confronto entre o Brasil e o País de Gales:



Se não abrir, clique aqui


Ficha técnica

Brasil 1 x 0 País de Gales

Data: 19/junho/1958
Local: Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo
Árbitro: Hriedrich Speilt (Áustria)

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Mazola, Pelé e Zagallo; Técnico: Vicente Feola;

País de Gales: Kelsey; Williams, M. Charles; Hopkins, Sullivan, Bowen; Medwin, Hewitt, Webster, Allchurch, Jones. Técnico: Jimmy Murphy;

Gol: Pelé (71).

A "cerradinha" do País de Gales

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Parecia uma barbada. O Brasil tinha fechado a primeira fase com uma grande apresentação contra a União Soviética e o selecionado de País de Gales, dois dias antes, passara por uma partida desempate desgastante contra a Hungria. Além disso, o craque galês John Charles, atacante da Juventus de Turin e tido como um dos possíveis destaques da Copa, estava contundido e não jogaria.

Mas não foi bem assim. Segundo a Gazeta Esportiva Ilustrada, a equipe européia não passou mais do que 10 minutos do jogo com a posse de bola. Um esquema defensivo que lembrava as retrancas de times do interior paulista, que a publicação comparava à “cerrradinha”. Tal sistema foi celebrizado por Caetano de Domenico, ex-treinador do Palestra Itália, que nas décadas de 30 e 40 armava equipes com duas linhas de quatro praticamente nos arredores da área.


Vavá, contundido em função de uma pancada no tornozelo esquerdo, não entrou no jogo e cedeu lugar a Mazzola, que não atuou bem. Mesmo assim, chegou a fazer um gol de bicicleta, justamente anulado por impedimento. O goleiro Kelsey foi a figura da partida, com intervenções milagrosas. Mas a vitória brasileira viria em um lance de craque, o primeiro do Rei na Copa do Mundo.


O belo gol do santista, que controla a bola e finta espetacularmente M. Charles, chutando com precisão, é considerado por Pelé mesmo como o mais importante de sua carreira. "Ali tudo se fixou", conta em entrevista ao Estado. Perguntado como bolou o lance, respondeu: "Imaginei ali mesmo. Foi um meio-chapéu, um... Era a única forma de tirar o zagueiro da jogada.

Naquela quarta-de-final, a seleção alcançava uma marca até então inédita para qualquer time: passara quatro partidas sem ter a defesa vazada.

Os outros três


Das seleções que passaram por partidas desempate dois dias antes, nenhuma seguiu à frente. Com dois gols de Fontaine, a França superava a Irlanda do Norte por 4 a 0 e pela primeira vez ficava entre os quatro primeiros em um Mundial. Já os suecos venceram uma cansada União Soviética por dois a zero, tentos marcados no segundo tempo. A Alemanha conseguiu um gol aos 12 minutos de partida, resguardou-se durante os restantes 78 minutos e superou os iugoslavos por um a zero. A então campeã mundial seguia adiante.