Destaques

Mostrando postagens com marcador pc do b. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pc do b. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Movimentações partidárias OU menos para a esquerda, menos para a direita

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Um partido que percebe a própria decadência e outro que se sente em franco crescimento tem algo em comum. Tentam deslocar-se no espectro político atraindo e deslocando seus principais caciques. Curiosos movimentos partidários deste 2011.

O decadente é o Democratas. Quatro anos depois de abandonar o falido nome de Partido da Frente Liberal (PFL), a legenda passa por nova reformulação. O senador Agripino Maia (RN) deve ser o candidato a presidente em chapa única. A missão do futuro comandante do partido é dar novo rumo ao partido de oposição assumidamente mais à direita. O motivo? Novo resultado eleitoral ruim nacionalmente diante do popular governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Foto: Renata Santana de Oliveira/Agência Senado

 Em entrevista ao TerraMagazine, Agripino avisou que não dará espaço a seus xarás de sobrenome do Rio de Janeiro. "Os radicais não contarão comigo", vaticinou a Ana Cláudia Barros e Marcela Rocha. "Radicalismo nunca fez meu perfil ao longo de toda a minha vida", insistiu.

Rodrigo, o presidente demissionário do DEM, e seu pai Cesar Maia são os "radicais do DEM". A alcunha é curiosa de ser empregada, especialmente por ocorrer oito anos depois do surgimento dos "radicais do PT", fomentados pela mídia convencional, que seriam um dos embriões do PSOL.

Além de pôr os Maias de lado, Agripino tem outro desafio, o de controlar lideranças regionais. Os deputados Ronaldo Caiado (GO), Ônix Lorenzoni (RS), Rodrigo Maia e Abelardo Lupion (PR) estão na lista de lideranças regionais que controlam – ou pelo menos tentam fazê-lo – diretórios estaduais. O principal adversário dessa turma seria Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, que articula sua evasão do DEM rumo ao PMDB, ao PSB ou a um novo partido. Desafios de sobra.

Kassab se move

Se o chefe do Executivo municipal paulistano é um problema para o DEM, seu deslocamento promove ainda outras mudanças. E o principal envolvido é o partido que se sente em ascensão – diagnóstico embasado no desempenho eleitoral do ano passado.

Em evidência está a transferência do PCdoB para a base de apoio do governo em São Paulo. A informação explicada pelo diretório municipal dos comunistas no início do mês é esmiuçada por Renato Rebelo, presidente nacional da legenda.

Foto: swperman/Flickr
Em entrevista a Ricardo Galhardo, do Último Segundo, o irmão do deputado Aldo Rebelo afirma que "Kassab é que está vindo para o lado de cá". Por "cá", entenda-se base de sustentação de Dilma. Mesmo reconhecendo que "não há uma identidade ideológica" na aproximação, a adesão é definida como política.

O interesse do PCdoB é conquistar mais espaço em disputas majoritárias – leia-se, concorrer a mais prefeituras – e não ficar à sombra do PT. Desde a legalização da legenda em 1987, o PCdoB mantém-se como aliado do partido de Lula. Agora, para não se sentir sufocado, tenta se afastar do partido.

Em meio às pretensões por dias de maior destaque, a gestão de Dilma vai para a berlinda, como fonte de motivos para uma eventual ruptura.

No fim das contas, o DEM manda avisar que busca estar menos à direita. E o PCdoB, embora sustente o contrário, acaba sendo percebido menos à esquerda. Só não me arrisco a apontar em que ponto do tal espectro político está o governo Dilma.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Improvável. Mas perturbador

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Eu sei, é balão de ensaio. Mas bota uma pulga bem gorda atrás de nossas orelhas esquerdas (ou esquerdistas). A materinha que o IG soltou ontem à noite, sobre Ciro Gomes (foto à direita) bater o pé para manter a candidatura à presidência da República, contrariando o desejo do PT de trazê-lo para a disputa ao governo de São Paulo, deixou no ar uma perturbadora possibilidade: uma aliança entre PSB e PSDB na chapa majoritária para o Palácio do Planalto. Maluquice? É o que parece. Mas tem suas sutilezas.

Diz o texto que, ontem, Ciro parou no plenário da Câmara para cumprimentar o deputado Humberto Souto, do PPS mineiro. "Aposto com você que o (José) Serra vai desistir de ser o candidato do PSDB a presidente. Ele está caindo nas pesquisas. Não aguenta. Vai desistir, sim. E o seu governador (Aécio Neves) voltará a ser candidato", teria dito Ciro. No que Souto alfinetou: "Você sabe que o Aécio só será candidato a presidente se você aceitar ser o vice da chapa. Você aceita, Ciro?". Segundo a reportagem do IG, Ciro "parou por alguns segundos, sorriu e saiu rapidamente do plenário".

A improbabilidade dessa dupla acontecer é óbvia, pois a desistência de José Serra seria uma covardia muito perigosa para seu futuro político. Mas dá o que pensar. O deputado federal Márcio França (foto à esquerda), presidente do PSB em São Paulo, é um tucano indisfarçável. Políticos do PSB ocupam cargos de terceiro escalão no governo Serra e seus deputados o apoiam na Assembléia Legislativa. Segundo o IG, Ciro Gomes "se diz muito amigo de Aécio".

No exercício hipotético, é incômodo imaginar Serra disputando em São Paulo, para vencer com sobras, e Aécio enfrentando Dilma Rousseff com Ciro de metralhadora giratória a tiracolo. Isso também mexeria muito com as disputas estaduais. Hoje é o "Dia C" (de Ciro), quando o presidente Lula terá a conversa definitiva com o deputado do PSB para tentar convencê-lo a disputar o governo do estado paulista, com um vice do PT.

Mas tá difícil. Mesmo sabendo de suas parcas chances de ser presidente, Ciro parece intransigente. "Agradecerei a todos e direi claramente que não quero disputar o governo de São Paulo. Sou candidato a presidente da República e teria muito prazer em montar uma chapa com todos esses partidos para a eleição presidencial", garantiu ontem, segundo a matéria do IG.

Participam do encontro de hoje em Brasília representantes do PSB, PT, PDT, PCdoB, PTC, PRB, PSC e PTN. O PPL (Partido Pátria Livre), surgido do MR8 e ainda sem registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PHS e o PR também negociam a adesão ao grupo, que poderia chegar a 11 partidos.

Façam suas apostas. E suas preces!