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sexta-feira, junho 23, 2006

Memória da Copa (7ª edição)

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- - - - - - - - - - - - - - - Cala a boca, Galvão Bueno!

Quantas vezes você não teve vontade de gritar - ou gritou - essa frase em direção à TV? Quantas bobagens o apresentador-mor da Globo ainda vai atirar no ouvido dos pobres telespectadores? Eu já não tenho mais esse problema, pois quando a única emissora transmitindo determinado jogo é a Vênus Platinada (e o narrador, o Besteirão Bueno), eu tiro o som. Meu ouvido não é penico.

Mas naquele 23 de junho de 1998, há exatos oito anos, eu não tive essa opção. Estava assistindo Brasil e Noruega na TV coletiva da pousada onde morava, em Fortaleza, e fui obrigado a acatar a decisão da maioria dos hóspedes de deixar o aparelho no último volume, com o Galvão se esgoelando.

Era o terceiro jogo da primeira fase, o Brasil já tava classificado e, como era de se esperar, a partida foi um porre de tão horrível. Mas, aos 32 do segundo tempo, Bebeto abriu o placar e a Noruega resolveu ir pra cima. Cinco minutos depois, Tore Andre Flo empatou e o Brasil, jogando muito mal, começou a levar pressão.

Faltando dois minutos pra acabar o jogo, o mesmo Flo recebeu uma bola na área brasileira e o estabanado Júnior Baiano chegou junto na marcação. O árbitro marcou pênalti. Galvão Bueno berrava, apoplético, que o Brasil estava sendo roubado, que o juiz era muito fraco, que era um absurdo, enfim, aquela baboseira ufanista de sempre.

Rekdal cobrou com eficiência e decretou a (justa) vitória por 2 a 1 da Noruega sobre o Brasil, o que deixou o Galvão ainda mais atacado e insuportável. Para ele, o único problema era o juiz e seu "erro escandaloso" no final da partida. O futebol medíocre da seleção de Zagallo e o sufoco vergonhoso imposto pelo timinho da Noruega nada tinham a ver com o resultado.

Pois no dia seguinte foram divulgadas imagens de uma TV sueca mostrando claramente o puxão infantil que Júnior Baiano deu na camisa de Tore Andre Flo (veja foto acima), não restando qualquer dúvida sobre o pênalti bem marcado. E pior que as besteiras do Galvão foi a atitude da Fifa, que, antes da divulgação das imagens, já tinha mandado o juiz estadunidense Esfandiar Baharmast mais cedo pra casa. Isso o Galvão não comentou.

Brasil 1 x 2 Noruega
23/junho/1998

Brasil: Taffarel; Cafu, Junior Baiano, Gonçalves, Roberto Carlos; Dunga, Leonardo, Rivaldo, Denílson; Bebeto, Ronaldo. Técnico: Zagallo.
Noruega: Grodaas; Berg, Eggen, Johnsen, Björnebye; Strand (Mykland), Leonhardsen, Havard Flo (Solskjaer), Rekdal; Riseth (Jostein Flo), Tore Andre Flo. Técnico: Egil Olsen.

Local: Stade-Vélodrome (Marseille)
Árbitro: Esfandiar Baharmast (EUA)
Gols: Bebeto (77), Tore Andre Flo (82), Rekdal (89)

3 comentários:

Anônimo disse...

eu gosto dos caras determinados. Se é pra boquejar, que se lembre das copas passadas... hehe...

mas naquele jogo (copa?) o Brasil realmente tava bem salafrário. E a contagem regressiva do Zegallo, com os "só faltam trêixxxx", era insuportável. erá que ele se lembra que fazia isso ainda hoje?

Anônimo disse...

Eu fiquei com um baita dó de Marrocos aquele dia...

Marcão disse...

Putz, me lembrei que, naquela Copa, li um texto do finado Bussunda que perguntava:

"-Foi alucinação coletiva ou eu vi mesmo o Júnior Baiano cobrando faltas próximas da área do adversário?"

Não era alucinação. Era verdade...