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terça-feira, agosto 18, 2015

'Nossa vida no teu seio mais AMORES...'

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"A lhaneza no trato, a hospitalidade, e generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro." - Sérgio Buarque de Holanda


quinta-feira, janeiro 09, 2014

'Momentos de cizânia e baderna' e 'ânimos efervescentes'

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Camarada carioca fotografa a toalhinha de papel da bandeja do McDonald's com o tema "Copa do Mundo", mostrando diversos profissionais envolvidos no evento. Ao falar dos "puliça", faz uma verdadeira ginástica de retórica para definir o sagrado ofício de descer a porrada em quem aparecer pela frente quando o pau come...


sexta-feira, outubro 25, 2013

Salvem as pedras!

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Nenhum beagle sofre a tortura da água mole que bate até que fura!


quarta-feira, agosto 21, 2013

Especial: É hora de discutir a homofobia no futebol

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Corintianos protestam contra beijo de Sheik
O selinho do jogador corintiano Emerson Sheik no amigo Isaac Azar trouxe à tona a questão da homofobia no futebol em função da reação agressiva de torcedores do clube que protestaram contra a atitude do herói da Libertadores de 2012.

Mas não é uma questão nova, ainda que não tenha merecido a atenção devida nem dos dirigentes esportivos da CBF e das federações, tampouco das equipes profissionais. “Os clubes de futebol, a imprensa esportiva e outros atores envolvidos com o futebol legitimam a homofobia ao silenciarem sua existência. Ao não serem citados, os xingamentos homofóbicos acabam sendo naturalizados”, acredita Gustavo Andrada Bandeira, pedagogo e autor da dissertação intitulada Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu coração: currículo de masculinidades nos estádios de futebol. “Os nossos grandes clubes possuem origens e histórias mais ou menos semelhantes. Não vejo, neste momento, condições para que um clube de futebol brasileiro levante qualquer bandeira política que o diferencie dos demais.”

O surgimento das torcidas queer, que combatem a homofobia nas redes sociais, teve o mérito de tirar esse tema da invisibilidade. Mas, mesmo ganhando inúmeros adeptos e o apoio de outros tantos, reconhecem dificuldades para fazerem coisas simples, como manifestar o amor pelo seu time em um estádio de forma coletiva.

Frequentamos o estádio e temos sim esse objetivo [de comparecer como organizada]. Mas queremos fazer tudo com calma e no momento certo, é preciso garantir a integridade física de todos os participantes. Infelizmente a intolerância é muito grande e, a julgar pelas ameaças que recebemos na página, sabemos que não será fácil fazer protestos no estádio. Estamos pensando na melhor forma de fazer isto”, diz Milena Franco, da Galo Queer, torcida considerada precursora do movimento atual.

Algumas torcidas já tentaram ir aos estádios levando a temática LGBT. Muito antes da internet e das redes sociais, em 1977, surgiu a primeira organizada gay do Brasil, a Coligay,  fundada por Volmar Santos, então dono da boate Coliseu, para apoiar o Grêmio. Hostilizada pelos próprios torcedores do clube, foi extinta na década de 1980. Outro exemplo que também não foi adiante é a FlaGay, fundada pelo carnavalesco botafoguense Clóvis Bornay e que teve idas e vindas entre o final da década de 1970 e os anos 1990. 

Quanto ao comparecimento em estádios, a Bambi Tricolor enfrenta a mesma dificuldade da Galo Queer, mas em um nível talvez pior, já que são-paulinos são muitas vezes alvo de ofensas homofóbicas por parte dos rivais. “Há uma forte resistência entre os torcedores, agravada, inclusive, pela escolha do nome Bambi Tricolor. E embora a maioria que se manifesta tenha consciência de que as provocações e ofensas contra os são-paulinos tem um forte caráter homofóbico, não é muito clara a ideia de que a reação da torcida, de modo geral, tende a reforçar a homofobia”, conta Aline, representante da Torcida.

Confira nos links abaixo as três entrevistas feitas pelo Futepoca em abril e maio deste ano sobre a homofobia no futebol brasileiro.



Entrevista com Gustavo Andrada Bandeira, pedagogo e autor da dissertação intitulada Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu coração: currículo de masculinidades nos estádios de futebol. 


Entrevista com Aline, representante da Bambi Tricolor

"A rivalidade faz parte do futebol, mas a homofobia não”

Entrevista com Milena Franco, da Galo Queer.

(Texto com contribuições de Glauco Faria, Marcão Palhares e Nicolau Soares)

Gustavo Bandeira: “Nossa cultura ainda é muito permissiva em relação à homofobia”

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Entrevista com Gustavo Andrada Bandeira, pedagogo e autor da dissertação intitulada Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu coração: currículo de masculinidades nos estádios de futebol

Por Glauco Faria

Futepoca – Por que, no seu entendimento, o estádio de futebol é um espaço tão marcante para afirmações de masculinidade e práticas homofóbicas? Isso tem mais a ver com a cultura do futebol ou com a cultura do próprio país?
Gustavo Andrada BandeiraDesde a perspectiva teórica que me aproprio, as diferentes instâncias da cultura trabalham na produção dos gêneros e das sexualidades. Os esportes modernos, em geral, são locais da cultura em que as construções de masculinidades ocupam um lugar privilegiado. Os confrontos são próprios das construções culturais do masculino. Na cultura brasileira, e não apenas nela, a homofobia tem se constituído em um importante conteúdo das construções mais tradicionais de masculinidade que, de alguma forma, ainda ocupam um espaço preponderante nas disputas por significado nos estádios de futebol.

Futepoca – Como você avalia o surgimento de torcidas que combatem a homofobia, como a Galo Queer, considerada pioneira? Você acha que elas poderão sair doa internet e se manifestar nos estádios sem causar desentendimentos com outras organizadas do próprio time?
Bandeira – O surgimento das torcidas queer obedece uma lógica muito interessante. Elas se aproximam do próprio surgimento do que poderia se chamar de "movimento queer" que pretendia positivar um termo que historicamente era utilizado para desqualificar os sujeitos não heterossexuais. A colocação dessa pauta na ordem do futebol brasileira é altamente positiva, conquanto tenhamos que esperar um pouco para vermos a reação a essas manifestações. Corremos o risco do surgimento de movimentos reacionários nas redes sociais ou nos estádios como contraponto a essas torcidas. Temos exemplos de torcidas gays no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul que acabaram na década de 1970 sumindo a partir da relação com as outras torcidas. O torcer nos estádios possui uma constante disputa por legitimidade. Não saberia precisar se a relação das torcidas organizadas com as torcidas queer seria muito diferente da relação das torcidas organizadas com as demais torcidas.

Futepoca – Qual a responsabilidade dos clubes de futebol no Brasil em relação ao fomento da homofobia? Acredita que existirão aqui exemplos como o do clube alemão St Pauli, que tem uma luta objetiva contra a intolerância?
Bandeira –
(Do Facebook do IHU)
Os clubes de futebol, a imprensa esportiva e outros atores envolvidos com o futebol legitimam a homofobia ao silenciarem sua existência. Ao não serem citados, os xingamentos homofóbicos acabam sendo naturalizados. Os nossos grandes clubes possuem origens e histórias mais ou menos semelhantes. Não vejo, neste momento, condições para que um clube de futebol brasileiro levante qualquer bandeira política que o diferencie dos demais.

Futepoca – De que forma esse comportamento homofóbico das torcidas afeta os próprios jogadores, obrigados muitas vezes a reprimir ou ocultar sua orientação sexual?
Bandeira – O comportamento homofóbico é tão naturalizado, os homossexuais são tão marcados como desviantes que a própria violência é entendida como natural. O "caso Michael" do vôlei é emblemático. O jogador afirmava que os xingamentos eram normais. Aos jogadores de futebol não parece possível assumir uma identidade homossexual. Mesmo que suas práticas sexuais ocorram com pessoas do mesmo sexo, a identidade homossexual dificilmente será assumida.

Futepoca – Você estudou o comportamento das torcidas dos principais times gaúchos. Acha que essa afirmação de masculinidade é pior no futebol do estado por conta da cultura esportiva que foi desenvolvida?
Bandeira – As torcidas de futebol do Rio Grande do Sul possuem um comportamento aproximado das torcidas platinas (Uruguai e Argentina). As representações da torcida brasileira em geral (especialmente como é entendida pelos estrangeiros) são mais carnavalescas. E o carnaval é uma festa importante em que existe um deslocamento entre o permitido e o proibido na ordem cotidiana, incluindo a de gênero. A ausência dessa característica pode ampliar a fixação de uma representação de masculinidade. A rivalidade é outro ingrediente fundamental no Rio Grande do Sul. Torcedores de Internacional e Grêmio são muito parecidos entre si, portanto, é necessário utilizar elementos compartilhadamente ofensivos. A sexualidade acaba ocupando este lugar.

Futepoca – É possível estabelecer uma relação entre as práticas homofóbicas com outros tipos de violência praticados em estádios de futebol, como o preconceito étnico ou social e às agressões físicas de uma forma geral?
Bandeira – Sim e não. Sim, porque a homofobia também é uma violência e impede que sujeitos não heterossexuais se entendam como possíveis nesse espaço. Não, porque outras manifestações violentas (como os enfrentamentos físicos) tendem a ser transgressivas, procuram fugir da ordem estabelecida. Infelizmente, a homofobia está totalmente dentro da ordem da masculinidade e do universo futebolístico.

Futepoca – Que tipo de campanhas e e ações de conscientização você acha que seria possível promover para combater a homofobia em estádios e no futebol em geral. E qual a responsabilidade da mídia dinate desse panorama?
Bandeira – Não tenho uma receita de como combater esta situação. É inegável que a situação das mulheres nos estádios foi alterada drasticamente nos últimos 15, 20 anos. Estamos vivendo um momento único na história do futebol brasileiro com a construção das novas Arenas. O comportamento das torcidas deverá ser alterado, mas não temos como saber de que forma. A mídia é responsável pela espetacularização do futebol. Enquanto as espetacularidades continuarem muito baseadas no confronto e nas metáforas bélicas, não acredito em mudanças significativas (ao menos não no que concerne a essa espetacularização). Entender que a homofobia é uma violência, que foge do ordinário e que é digna de ser narrada pode ser um primeiro passo.

Futepoca – Há casos de algumas torcidas que assumiram apelidos pejorativos e preconceituosos como a do Inter fez com "macaco", a do Palmeiras com o "porco" e a do Santos com o "peixe" (referência à origem socio-econômica dos "peixeiros", torcedores do clube do litoral). A torcida anti-homofobia do São Paulo adotou o nome de "Bambi Tricolor", mas já recebeu várias manifestações de torcedores são-paulinos contra a atitude. Por que é tão mais difícil assumir apelidos que dizem respeito a ofensas homofóbicas?
Bandeira – Nossa cultura ainda é muito permissiva em relação à homofobia. As pessoas não tem muita tranquilidade para manifestarem ódio racial ou de classe no espaço público. O ódio aos desviantes sexuais ainda aparece como um imperativo, especialmente para os homens.

quinta-feira, agosto 08, 2013

Da série: butecos 'aprazíveis'

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Uma joelhada voadora e um chute giratório diretamente no seu fígado!


quarta-feira, julho 31, 2013

Fumei mas não traguei - Parte 2

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"Não dei a ordem [para invadir], mas se estivesse no meu gabinete, com as informações que eu recebi, eu daria a ordem." - Luiz Antonio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo, sobre a invasão da Polícia Militar ao Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, em outubro de 1992, na qual 111 presos foram mortos.

segunda-feira, março 26, 2012

Morte de um garoto macula virada corintiana

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Um garoto de 21 anos morreu. Levou um tiro na cabeça.





Era palmeirense, essa foi a razão por que morreu.

Vingança pelo menino corintiano que foi encontrado boiando no Tietê no penúltimo confronto?

Tanto pior.

O Corinthians virou deliciosamente sobre o Palmeiras, mas isso não tem a menor importância. O que importa é que hoje, por causa do futebol, um garoto levou um tiro na cabeça.

O jogo deveria ser anulado. Nenhuma morte deveria ser tolerada.
Em caso de agressão organizada pela torcida, o time deveria ser responsabilizado. O jogo deveria ser anulado e o time da torcida agressora, ceder os três pontos ao adversário.

Num caso como o de hoje em que as torcidas rivais tomam ares de milícias e se confrontam às centenas, o jogo não deveria acontecer e os dois times perderem pontos. Por mais infantil que pareça, só penalizando o time (razão de sua existência) esses imbecis vão parar de se matar.

segunda-feira, abril 18, 2011

Lugano para baixinhos

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Depois da aula de Hernanes sobre como não reagir a um chapéu, o Futepoca retoma sua função didática para dizer às crianças: não façam isso que está no vídeo abaixo com seus coleguinhas nas peladas da escola ou da rua. Pode machucar, ainda mais se o adversário não estiver usando tornozeleira...



A cena medonha protagonizada por Lugano contra o ex-cruzeirense Wagner ocorreu no clássico entre Fenerbahçe e Gaziantepspo, pelo campeonato turco. Tido como provável "bomba atômica" prometida pela diretoria são-paulina, o zagueiro fez questão de mostrar seu arsenal bélico. A falta mereceu apenas o cartão amarelo, o que leva a crer que na Turquia o futebol deve ser quase outro esporte.

E alguns torcedores tricolores por aqui comemoraram o feito. Neste fórum, um tópico tem como título: "Imagina ele fazendo isso no Neymar ou no Valdívia. VOLTA LUGANO!!!".

Atacantes, tremei...

Vídeo via @dasslermarques.

quarta-feira, março 16, 2011

Se gritar 'pega ladrão'...

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O arranca-rabo aconteceu numa manhã de domingo, no estádio Adail Nunes da Silva, o Taquarão, em Taquaritinga (SP). Disputa entre CAT e Francana pela série A-2 do Paulistão (segunda divisão). Lembro que a cena do policial abrindo e/ou segurando o portão no alambrado, enquanto os torcedores invadiam o gramado, foi mostrada com alarde no programa Fantástico, da TV Globo. Enfim, "coisas" lá da terrinha...

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Se for beber, não leve seus elefantes

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Mais uma sórdida tentativa de criminalizar a manguaça como causa, sendo que me parece ter sido apenas o meio. Na Índia (onde nasceu Mauro Beting), cerca de 70 elefantes bêbados mataram quatro pessoas e destruíram várias casas. A manada de manguaças invadiu um estoque de uma bebida fermentada de arroz e deixou um rastro de destruição nos estados de Bengala Ocidental e Orissa. Dias depois, foram encontrados dormindo. Tudo bem, tem que vigiar e punir, mas garanto que a causa de tanta violência deve ter sido o estresse com os maus tratos, trabalhos forçados e condições aviltantes que os humanos impõem aos pobres animais. Com umas e outras na cabeça, decidiram se vingar. Ou sei lá, talvez tenham bebido Kaiser e se revoltado...

quinta-feira, novembro 25, 2010

"Parece um filme, só que ao vivo"

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Foi na edição do Jornal Hoje que a âncora Sandra Annenberg resumiu o que se viu durante o dia nas redes de TV noticiosas.

– Parece um filme, só que ao vivo, né? 10 milhões de brasileiros assistiram Tropa de Elite 2, a gente vive falando dessas invasões de favelas, e estamos acompanhando ao vivo.

Tá logo no comecinho. Vale assistir (apesar do comercial).



O noticiário virou um reality show, com notas de Tropa de Elite. Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), roteirista do filme, foi fonte obrigatória tanto para a Globo (promovido a assessor de segurança da emissora), como para outros veículos. Ele foi assertivo em todas as suas falas, apesar de dizer que a operação "superou a ficção", porque José Padilha não poderia ter imaginado algo assim.

A história deve ter garantindo ibope gordo à atração da emissora, porque a edição se estendeu e foi monopolizada pelo tema.

As cenas foram mesmo impressionantes. O deslocamento de pessoas, a maioria de homens, entre a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão, mostrava uma ação de formiguinha dos supostos traficantes, que estariam levando armas e sabe-se lá mais o quê.

Em toda a cobertura televisiva de todos os canais, mais do que nunca, a terminologia "bandidos" predominou. "Criminosos" e "suspeitos" por pouco não desapareceram. Estes últimos só eram mencionados ao referir-se aos mortos. Todos foram julgados, condenados e taxados da forma mais pejorativa que poderia ser publicável.

Reality show e o retrato jornalístico

O mais curioso foi a sequência da ter se dado no mesmo dia em que JB Oliveira, o Boninho, diretor do Big Brother Brasil, o reality show de ofício mais visto da TV brasileira, ter se pronunciado sobre o programa. Primeiro, disse, pelo Twitter, que valeria tudo "até porrada" e bebida alcóolica ("chega de bebida de criança") etc.

Depois, mais a noite, ponderou: "BBB11 não será um ringue".

Ufa.

Mas não consigo parar de pensar que ele passou o dia assistindo à GloboNews e percebeu que se o Capitão Nascimento virasse reality show, o BBB ficaria sem graça.

quinta-feira, agosto 12, 2010

Vestal da 'ética' agora vigia a 'moralidade'

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A Folha de S.Paulo (argh!), aquela empresa que publicou artigo dizendo que o presidente Lula tentou violentar um companheiro, quando esteve preso, e que tratou os 21 anos de selvageria militar no Brasil como ditabranda, além de outros absurdos, volta agora a prestar seu triste papel de "sentinela vigilante" da moral e dos bons costumes para a sociedade brasileira. Credo.

Falando sobre o livro "Teresa, que esperava as uvas" (de Monique Revillion, Geração Editorial), que integra o pacote do governo federal para equipar bibliotecas de colégios públicos, atenta para os "escandalosos" trechos de sexo e violência na obra fictícia: "arriou as calças dela, levantou a blusa e comeu ela duas vezes" e "deu um tiro no olho dele (...) ele ficou lá meio dependurado, com um furo na cabeça". E o "jornal" ressalta, por fim, que "o governo Lula, a autora da obra e a editora defendem a escolha (do livro)".

Ou seja, pra variar, a culpa é do Lula! Dai-me estômago, oh, Senhor...

quinta-feira, julho 01, 2010

Infame OU infâmia

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- Qual a diferença entre o goleiro Bruno e o Ronaldo Fenômeno?
- O que não mata engorda!

terça-feira, junho 29, 2010

No país da delicadeza perdida

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Ontem, o vereador do município de Pontes e Lacerda (MT) Lourivaldo Rodrigues de Moraes, o "Kirrarinha", do DEM, agrediu a repórter Márcia Pache, da TV Centro-Oeste (afiliada do SBT), nas dependências do Centro Integrado de Segurança Comunitária, nas barbas de diversos policiais, incluindo o delegado Algacir Romeu Brisola. E saiu andando como se nada tivesse acontecido. Como disse o camarada Fredi, o DEM (ex-Arena, ex-PFL) poderia deixar de eufemismos e adotar de uma vez a alcunha de P-Sengo (Partido dos Senhores de Engenho). Lamentável é pouco.

terça-feira, abril 20, 2010

Deixa ver se eu entendi

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Leiam as afirmações do goleiro (chorão) Rogério Ceni à Rede Bandeirantes:

- Com tanto juiz bom que temos por aqui, tirar um árbitro de uma suspensão para colocar para apitar aqui na Vila Belmiro contra um time leve. Era óbvio que iria chegar aqui e distribuir cartão para todo mundo.

Eu traduziria assim: "Contra um time leve, rápido e técnico, o adversário está autorizado a descer a botina, sem dó. Por isso, é preciso um juiz condescendente, estilo Libertadores, que deixa o pau quebrar e o jogo correr". É isso?

sexta-feira, março 12, 2010

O humor vai resistir

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"Glauco foi um grande cronista da sociedade brasileira, entendia os usos e costumes da nossa gente e expressava isso com inteligência e humor". A frase, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, resume o choque de milhões de brasileiros que conheciam a arte e a criatividade do desenhista e cartunista Glauco (foto), criador dos personagens Geraldão, Dona Marta e tantos outros, que foi assassinado na madrugada de hoje, com o filho Raoni, em sua residência em Osasco (SP). Parece que o criminoso era frequentador da igreja que a vítima fundou, Céu de Maria. Nesse ano de eleição, o Futepoca empresta uma das artes de Glauco para homenageá-lo (abaixo). Porque imaginamos que, de alguma forma, o humor, sua paixão, vai resistir. Ou melhor: tem que resistir. E que o crime nos faça refletir, mais uma vez, que ninguém está seguro.

segunda-feira, março 08, 2010

Eu não gostaria de um Dia Internacional do Homem

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Corro o risco, aqui, de ser linchado virtualmente (ou quiçá até fisicamente) por discordar em público do Dia Internacional da Mulher. Exatamente por valorizar, respeitar e admirar as mulheres como alicerce fundamental e força motriz da humanidade, considero a data ofensiva. Tá, eu sei que tem um enorme valor simbólico, que serve para pontuar a luta feminina, chamar a atenção para o machismo, a violência contra as mulheres, o preconceito, bla, bla, bla. Eu sei. Mas sou contra por um ponto de vista particular e não arredo o pé: como resumiu muito bem um colega meu há 15 anos, Eli Fernandes, num artigo intitulado "A mulher vai acabar virando Papai Noel", essa efeméride, por mais justa e bem intencionada que tenha sido sua criação, virou puro comércio, banalidade e marco explícito de que os outros 364 dias são, de fato, dos homens. Banaliza a luta feminina no que tem de mais sério e funciona como uma espécie de "concessão cordial". E elas ainda tem que sorrir e agradecer as rosas e lembrancinhas que, burocraticamente, os homens compram e distribuem nessa data, como no Natal ou no Dia dos Namorados. No dia seguinte, os machos voltam normalmente a excluí-las e menosprezá-las. Mentira? Algum "sensível" aí gostaria de se ver obrigado a distribuir sorrisos e obrigados num Dia Internacional do Homem, criado em um mundo hipoteticamente dominado pelas mulheres? De ser desprezado e ter de agradecer pela migalha do "seu dia"? É fácil analisar do lado opressor.

Bom, se a maioria pensa o contrário e está muito feliz e satisfeita hoje, com um sorriso nos lábios, como diria o finado Gonzaguinha, também sei que muitas partilham no todo ou em parte com minha visão e que sabem, para além disso, que a valorização da mulher é no dia a dia, e não em um só dia. Que a mudança de atitude é mais importante que meia dúzia de rosas e discursos demagógicos. Por que tantos beijos e parabéns se, no Brasil, as mulheres tem mais escolaridade mas ganham 72,3% a menos que os homens? Se as que tem nível superior ganham ainda menos? Se são excluídas de profissões ditas "masculinas"? Ou bem pior que isso: se no Brasil a violência contra a mulher aumentou quase 50%, entre 2008 e 2009? Tem rosas e parabéns que amenizem essa situação? Sei lá, tudo me parece ainda mais hipócrita e agressivo do que nas datas manjadas (e impostas) do calendário comercial - Dia das Mães, dos Pais, das Bruxas etc. Às mulheres, meu modo pessoal de expressar toda a gratidão e reconhecimento é justamente dizer que vocês são trilhões de vezes maiores e mais importantes do que essa data burocrática e banalizada. Todos os dias são seus. Enquanto, como disse Gilberto Gil, os homens seguem vivendo a ilusão de que ser homem basta e que o mundo masculino tudo lhes dá. Reverências sinceras a todas vocês.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Torcida única e inteligência rara

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O quebra-pau entre palmeirenses e são-paulinos em diferentes pontos do estado de São Paulo no domingo - que terminou em morte - levantou, mais uma vez, o debate sobre a violência no futebol, as torcidas organizadas, aquela coisa toda.

O "desânimo" dessa minha primeira frase é motivado pela gigantesca modorra que cerca o assunto. É impressionante ver como não avançam as tentativas para coibir a violência entre torcedores no futebol brasileiro. Há 15 anos, desde 1995, iniciaram-se guerras jurídico-policiais contra as torcidas organizadas, houve modificação em um ou outro ponto (bandeiras seguem proibidas em São Paulo) e a situação segue incontrolável.

A bola da vez agora é a torcida única. Projeto de lei do deputado Ratinho Júnior (PSC-PR) - sim, ele é filho de quem vocês estão pensando - tenta tornar obrigatória a presença de uma só torcida nos estádios, e não só do futebol. A justificativa é a óbvia tentativa de reduzir a violência e ao benchmarking do parlamentar paranaense é a Argentina, onde a medida vigora para os jogos de divisões inferiores.

Não sei se Ratinho Junior frequenta estádios. Eu frequento, como tenho dito de maneira, confesso, até arrogante aqui no Futepoca.

E o que minha "sabedoria de estádio" diz é que o lugar mais seguro para evitar brigas com o torcedor rival é... dentro do próprio estádio. Sim, lá mesmo. Ainda que seja um chiqueirinho, um lugar pouco confortável, com péssima visão, é ali que está a segurança.

Lembro de quando fui, com amigos, assistir a Palmeiras x Santos no Parque Antarctica, pelo Brasileirão de 2008. Estava no papel do torcedor visitante. Passei relativos apuros até chegar no cantinho reservado aos santistas - incluindo ver uma moto na qual estavam duas pessoas usando roupas da Torcida Jovem ser derrubada e, seus integrantes, ligeiramente esmurrados.

Mas quando estava lá no estádio, pude cantar a plenos pulmões, xingar os palmeirenses, e tudo o quanto um torcedor tem direito.

Mais do que a minha experiência, as ocorrências desse fim de semana mostram que a coisa não se restringe às cercanias do estádio. Palmeirenses e são-paulinos se esmurraram em Jundiaí, em Santo André, na Zona Leste de São Paulo. Rigorosamente nada a ver com o Parque Antarctica, onde foi realizado o jogo. Pergunto: a torcida única, nesses casos, mudaria muita coisa?


Ainda mais porque estamos nos tempos atuais, onde acontecem as famigeradas "brigas marcadas pela internet".

Excluir parte dos torcedores do campo não representará rigorosamente nada para a redução da violência. Ainda permitirá que os brigões realizem o que realmente querem nos pontos de sua maior conveniência - e distantes do policiamento que ronda os estádios.

E, ainda por cima, representará um atestado de incompetência das autoridades brasileiras.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Tem culpa eu?

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Quando a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo divulgou, no início do mês, os dados da criminalidade no estado em 2009, mostrando que a maioria dos índices piorou muito em relação ao ano anterior, houve uma verdadeira "operação abafa" para "maquiar" as informações e dizer à população (e aos eleitores) que o Serra, digo, o diabo não é tão feio quanto pintam. Prova disso foi a reverberação (séria) da estapafúrdia "justificativa" do (des)governador de que o aumento do crime foi causado pela crise econômica mundial.

Nos locais em que o aumento dos roubos foi assustador, como na região de Sorocaba, por exemplo, onde o índice subiu 60%, a SSP apressou-se a explicar que "a comparação de roubos e furtos entre os últimos trimestres de 2008 e 2009 torna-se equivocada se não levada em conta a sub-notificação". Traduzindo: ano passado os roubos e furtos não aumentaram naquela região porque, em 2008, houve o mesmo tanto de crimes mas a greve da Polícia Civil gerou menos registro de boletins. "O ‘efeito greve’ representou uma subnotificação de 21% das ocorrências", disse a assessoria da SSP.

Ué, mas não houve sub-notificação também de homicídios e latrocínios? Com a palavra, a SSP: "(esses crimes) são considerados de maior gravidade e foram registrados nas delegacias". Ah, tá! Quanta ginástica! O engraçado é que a desculpa da sub-notificação também foi usada para responder sobre o aumento de 16% dos homicídios no interior do estado - e esquecida em outros locais que tiveram queda no número de furtos e roubos. Enfim, "a ocasião faz o ladrão", um ditado muito apropriado para notícias sobre violência e criminalidade. Como listaram a Brunna e o Anselmo num comentário de outro post, no império tucano de São Paulo, a culpa da violência é da crise econômica, do caos das chuvas e enchentes é da natureza (e do povão, que joga lixo na rua), e da péssima educação pública é culpa dos professores.

Agora eu completo: a culpa dos altos índices de criminalidade é dos policiais grevistas! Ê, governo bão: não faz nada, mas não tem culpa, não!