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Embora o médico cardiologista Enéas Carneiro, célebre pelo bordão “Meu nome é Enéas”, tenha falecido em maio de 2007, sua presença se faz notar ao menos no cenário político de São Paulo. Seus seguidores mais notáveis são candidatos nas eleições paulistanas, mas, curiosamente, todos fora do Partido da República (PR), resultado da fusão do Partido Liberal (PL) com a agremiação que Enéas ajudou a fundar, o Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona).
Enéas apareceu na eleição presidencial de 1989, quando tinha parcos 17 segundos em cada programa do horário eleitoral. Mais tarde, em 1994, atingiria seu auge com o terceiro lugar na corrida presidencial, deixando pra trás figuras carimbadas da política como Leonel Brizola e Orestes Quércia. No entanto, sempre teve dificuldade em transferir sua popularidade para outros candidatos do seu partido.
Outro “filhote” do doutor Enéas é Robson Malek. Aparecia no vídeo gritando e falando de forma ritmada como seu mentor, mas não convencia ninguém e parecia um padre de cidade do interior apresentando programa policial. Sua trajetória de derrotas é extensa. Ele tentou, em 1998, ser deputado estadual; depois, governador em 2002, sendo derrotado dois anos após em sua primeira tentativa de se eleger vereador. Em 2006, foi a vez de perder o pleito para o senado. Agora, mudou para o Partido da Mobilização Nacional (PMN), não grita mais, sorri como que libertado de um espírito maligno. Mas deve ser derrotado novamente.
Um pupilo, ou melhor, praticamente um “neto” de Enéas, foi recentemente alvo de uma representação da coligação de Havanir Nimitz. O PT do B e o PTC pediram a apuração de crime eleitoral e cancelamento de candidatura de Luciano Enéas Filho (PTN). O cidadão aparecia no horário gratuito imitando de forma descarada o falecido Enéas Carneiro, dizendo que ia “continuar a obra do pai”. Só que ele não é filho do ex-deputado. O pedido da coligação foi parcialmente aceito, o juiz auxiliar da propaganda da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo Claudio Luiz Bueno de Godoy proibiu o dito cujo de usar a imagem, a fala, o bordão ou qualquer referência gestual do fundador do Prona. Em sua defesa, o candidato diz que se referia a seu pai na propaganda, o ex-vereador Osvaldo Enéas.

2 comentários:
O Enéas era uma figuraça, me parecia inofensivo. Mas eu tenho medo de suas crias. Ou melhor: de quem vota nelas.
aproveitar recall de uma pessoa morta é bem bizarro.
acho que prefiro as bizarrices inovadoras.
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