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segunda-feira, setembro 08, 2008

A "bronca" de Lula, a seleção de Dunga, o Chile e a Argentina

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Apesar da resposta mal-educada e estapafúrdia do goleiro Júlio César, parece que a bronca do presidente Lula deu certo. Ao contrário de outras apresentações, a seleção mostrou uma aplicação bem maior ontem contra o Chile. Mas claro que não foi só esse o fator determinante da vitória verde-amarela.

Dunga parece ter seguido uma lógica elementar para escalar o time que jogou nas Cordilheiras. Se você não tem alas que atacam e defendem com qualidade, você os torna laterais, com mais funções defensivas que ofensivas. Com isso, anulou o esquema de três atacantes feito por Marcelo Bielsa e, com um homem a mais na frente, não perdeu poder ofensivo.

Pontos positivos e negativos. Josué atuou bem na marcação, assim como o criticado Gilberto Silva. Anderson e Lucas continuam como boas opções, mas parece que Mineiro não vai vestir mais a amarelinha. Outro que também não deu pra entender porque atuou foi Kléber. Contesto sua posição de titular até no Santos, quanto mais na seleção. Coroou sua performance com a expulsão, merecida.

O Chile é uma equipe frágil, mas como poucos apostavam na vitória da seleção, Dunga ganha sobrevida. Noves fora, Diego jogou bem, Robinho idem, apesar de um pouco dispersivo, e Luís Fabiano não tem rivais na posição. Ronaldinho Gaúcho ainda deve.

*****

Quem também foi muito aplicado, mas em excesso, foram dois queridinhos nas bandas de cá. Valdívia foi expulso em um lance desnecessário e no sábado Carlitos Tevez quase afundou a Argentina em pleno Monumental de Nuñez, ao ser eliminado ainda no primeiro tempo.

Aliás, o empate da Argentina com o Paraguai foi uma partida bastante sofrível. A equipe paraguaia saiu na frente em um gol contra grotesco de Heinze. Ele, junto com Coloccini, não passou confiança em momento nenhum (tanto que saiu de campo) e ambos no mano a mano por pouco não comprometeram definitivamente a partida na primeira etapa. Mas o Paraguai desperdiçou a chance.

Como não matou o jogo, o time guarani deu o espaço para os argentinos no segundo tempo. Ao invés de marcar pressão, como fizera antes, o Paraguai preferiu esperar em seu próprio campo e Messi, em um lance de Riquelme, deu uma bela assistência para Aguero empatar. Por pouco não aconteceu uma virada, mas a inferioridade numérica se fez notar no fim do jogo. Ao Paraguai, faltou ousadia; aos argentinos, competência. Um empate de bom tamanho.

E o time de Alfio Basile completou a quarta partida consecutiva sem vitória nas eliminatórias. Se no papel tem jogadores admiráveis, quando a bola rola parece um time para lá de comum e não comove a sua própria torcida. Qualquer semelhança com outra equipe sul-americana é mera coincidência (ou não). Será que Cristina Kirchner deveria elogiar Robinho?

5 comentários:

Marcão disse...

Noite de gala de Luís Fabiano. Dois gols e uma bela assistência. Já o Ronaldo Gaúcho tem que ser preservado. Tem que pegar no tranco novamente, no Milan, pra depois voltar a ser titular na seleção. Por enquanto, só está se queimando - como no lance do pênalti, quando o Dunga vira de costas e dá um risinho frustrado, como se dissesse: "-Não tem jeito, fiz o que pude. Nem que o Teixeirão bata o pé, esse cara não pode ser mais titular".

Anônimo disse...

Eiro, eiro, Valdívia brasileiro!

Achei engraçado o Valdívia ser bajuladíssimo pelo Galvão Bueno como craque enquanto Rafael Sobis "desistiu de ser atleta de ponta" por ter ido pros Emirados Árabes. Quer dizer...

Os dois laterais brasileiros só não anularam totalmente os três atacantes porque o Kléber bobeou em um lance. De resto, Maicon e Juan, no segundo tempo, estiveram de fato muito bem na marcação. Assim como a zaga. Josué não comprometeu e Gilberto Silva só mostrou que não pode com jogador ligeiro. Mas tbem foi bem.

E pra quem sempre (SEMPRE) pediu líderes na seleção, Lúcio mandou avisar que ele segura todo mundo em campo (menos o irritadiço e inspirado Luis Fabiano na noite de ontem). A cada lance de cartão, os jogadores do escrete canarinho esboçavam reclamar, lá estava o Lúcio mandando todo mundo sair. Gilberto Silva entendeu a mensagem do capitão e passou a ajudar. Só o atacante que fez dois é que não era empurrado pra longe.

Ah, e Lúcio catimbou também. A cada sequência perigosa de Chile, lá estava o camisa 3 no chão para parar o jogo. Não é muito nobre, mas é o mínimo que se espera de um jogador experiente quando joga no seu time.

Sobre a expulsão de Kléber, o mais divertido foi a lambança que o árbitro Carlos Torres e um de seus assistentes (não sei se o Manuel Bernal ou Tiburcio Gauto) no primeiro tempo. Ele deu a Luisão a advertência que seria de Kléber. O cartão amarelo francamente achei barato por uma falta que já mereceria o vermelho na primeira etapa, quando tudo estava 0 a 0.

Foi um lance capital, porque acalmou o Chile e deu espaço pra Luis Fabiano sair com a bola, sofrer a falta que deu origem ao primeiro gol.

Dunga surpreendeu. Positivamente. O primeiro gol saiu de bola parada numa jogada ensaiada. JOGADA ENSAIADA! Que foi tentada novamente pelo menos mais uma vez no jogo, mas luisão errou a cabeçada.

O segundo saiu em um lance de brilhantismo individual de luis fabiano e o terceiro o brilhantismo foi de robinho. Um deu o passe pro outro marcar, que fique claro.

o Chile pode ser freguês histórico comandado por outro fregues histórico. e o fato de o time ter ido bem armado e os jogadores mordidos pra dentro de campo não significa que dunga virou gênio. Só quer dizer que tão tapado ele não é.

Sobre Ronaldinho, acho que hoje ele seria o mais vulnerável no meio para dar lugar a Kaká. Só que isso mudaria todo o esquema tático.

Nicolau disse...

Eu sei lá, acho que estou muito ranzinza com a Seleção. Achei que o time foi mais organizado, e tal, mas continuou com aquela falta de disposição em atacar, aquele estilo meio modorrento. Pareceu o São Paulo dos últimos dois ou três anos: marcação atrasada, uns chutões pra frente. O máximo que consegue é tocar a bola no contra-ataque, quando se torna bem eficiente. A comparação deixa claro que não acho que o time não possa ganhar uma porrada de coisa jogando assim, como aconteceu com o Tricolor. Só não acho nada emocionante de se assisitr.

Marcão disse...

Ps.: O que será que aconteceu com o santista Kléber, hein? De bom jogador, transformou-se numa nulidade ímpar. E agora ainda está apelando pra violência. Uma lástima.

Glauco disse...

Apelou pra violência em uma jogada ontem, mas no Santos ele é tão "discreto" que nem isso faz...