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São poucas as vezes na história que podemos testemunhar um lance de gênio. Ontem, a Vila Belmiro pode presenciar, entre atônita e perplexa, um desses momentos. O protagonista, cuja alcunha, Michael Jackson, remete a outra lenda viva (viva?) do cenário pop, mostrou que tem potencial para brilhar intensamente, como fez outrora o ídolo norte-americano que inspirou seu nome.
O treinador Márcio Fernandes, que tem deixado o equatoriano fora do banco, talvez por desconhecer sua inacreditável habilidade com a bola nos pés, o chamou perto dos vinte minutos do segundo tempo. Pensei comigo “agora, vai!”. Ele adentra o gramado com aquele jeito de quem não sabe tocar direito na bola, que parece que vai desmontar quando começa a correr. Na verdade, toda essa aparente falta de intimidade com a redonda não passa de uma artimanha para enganar os incautos adversários.
Foi assim que Quiñonez resolveu mostrar que tinha entrado para decidir o jogo. Partida encardida, com o Inter jogando melhor no primeiro tempo e até marcando um gol cuja anulação fora bastante duvidosa. Quando se viu próximo à grande área, olhou para a frente, identificou os rivais e, como um santista genuíno, que sabe quem é seu inimigo, achou Gustavo Nery.
Naquele momento, quis vingar todas as humilhações que aquele lateral-esquerdo havia feito o Santos passar quando vergava o manto alvinegro. Olhou, mirou, tudo em um átimo de segundo. Queria acertar o adversário, mas também queria fazer o gol. Como em um lance de sinuca, daqueles estudados em que se usa a tabela para encaçapar a bola, Quiñonez disparou o petardo. A bola, sob os auspícios de um cálculo milimétrico realizado pela rapidez de raciocínio do equatoriano, se choca contra Nery e estufa as redes de forma inapelável, fazendo com que o torcedor santista sinta o alívio de quem afasta o temido rebaixamento.
Eu, pela primeira vez, não vibrei de emoção com um gol do Peixe. Gargalhei, gargalhei muito. Obrigado, Quiñonez, por esse momento de alegria!
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segunda-feira, novembro 17, 2008
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13 comentários:
Acho que foi uma jogada de gênio, realmente. E creio que o Santos deve renovar o mais rapidamente com o craque para que ele use a 10 de Pelé nos próximos 10 anos.
Taí, roguei a praga.
Fredi, um talento desses não deve ficar restrito a um clube. Proponho que o craque possa mostrar seus dotes em outras plagas, em Minas, no Morumbi, na Barra Funda...
Michael Jackson impediu que o domingo, para os santistas, fosse "Thriller"...
Que fique, então, para os palestras em Minas ou SP.
Mas acho que o Santos não deve abrir mão desse digno sucessor de Pelé e Robinho
Putz, se não pega no Gustavo Nery, a bola ia acertar a baliza de escanteio!
gol contra. o paralelo é com o atleta que fazia tabela com as canelas do marcador adversário.
Golaço! Realmente, um craque! Já tem proposta do Real Madrid?
Deus, craque, mito, gênio, ídolo.
Glauco, cê tava na Vila? Eu não fui. Queria saber qual foi a reação da galera na hora do gol. Deve ter saído risada pra tudo quanto é canto.
Olavo, vi de casa. Quando saiu o gol, não conseguia parar de rir...
Glauco, muito bom esse texto. Já tinha lido hoje no Santista Roxo. É foda ser Santista, especialmente para os que cresceram ao longo dos anos 80 e 90. Tivemos muitos outros Quiñonez ao longo destes anos, mas o começo deste milênio prometia coisa melhor. INFELIZMENTE, para ser parte constitutiva do Santos. É duro... Quando ele pegou a bola nesse lance eu já estava dando risada do jeito que ele estava andando com a bola. Ele até consegue uns dribles porque os caras não entendem o que ele está tentando fazer. Depois aquele chute lindo que ia pela lateral... que isso. Épico!
E em breve vou te mandar um email. Estou preparando um livro sobre a "Idade das Trevas" dos Santistas e estou entrevistando torcedores que cresceram ao longo dos anos 80 e 90. Você é um deles, não?
Um abraço.
Sim, cresci no que você chama de "Idade das Trevas" santista. De fato, lembro de muitos lances pitorescos de jogadores muito questionáveis e, como passei a infância e adolescência em São Vicente (onde o Santos é o time mais odiado pelos rivais), tive que aguentar muita coisa...
Se quiser conversar a respeito, estamos à disposição. Aliás, duas dicas. O Olavo, aqui do Futepoca, também tratou do tema no seu TCC, acho que pode rolar um diálogo interessante. Outra fonte é o livro do Odir Cunha Time dos Sonhos - História completa do Santos Futebol Clube , que também trata em parte desse período. Abraço.
Perfeito Glauco! Esse é o tipo de coisa que a gente vai ter que fazer com uma birita ao lado, vou ligar o gravador e deixar a parada rolar. Sei bem como é São Vicente, coisa linda. Cresci em Santos, no momento moro nos EUA, mas minha mãe continua morando na rua Princesa Isabel, aquela do glorioso. Você ainda mora na Baixada? Devo voltar para o Brasil por 1 mês em julho do ano que vem, que é justamente quando estou querendo fazer a maior parte das entrevistas.
Obrigado pelas dicas também! Entrarei em contato com o Olavo.
falai glauco. blz? qquer coisa manda um e-mail pro odir que ele responde.ja falei com ele em otras parada. pegai odir.cunha@bol.com.br
junior peixeiro/santos
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