Destaques

Mostrando postagens com marcador Brasileirão 2008. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Brasileirão 2008. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, dezembro 08, 2008

São Paulo tricampeão e os que tentaram antes

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Em 37 anos de Brasileirão, o São Paulo foi o único a conseguir três títulos em seqüência. Outros quase chegaram lá, como o Palmeiras, Inter-RS, Flamengo e Corinthians. A seguir, contaremos um pouco dessa história:

Santos 1961 a 1965 - Antes de falar sobre o Campeonato Brasileiro instituído a partir de 1971, é preciso fazer justiça. Se considerarmos que, entre 1959 e 1966, nossa única competição nacional era a Taça Brasil, então o Santos, do fantástico e injustiçado técnico Lula, foi o primeiro a conquistar três títulos em seqüência, derrotando o Bahia (em 1961 e 1963) e o Botafogo (em 1962). E chegaria ao pentacampeonato, contra o Flamengo, em 1964, e o Vasco, no ano seguinte. Apesar da simplicidade da Taça Brasil, que levou o Santos a disputar apenas quatro jogos nas edições de 1961, 1963 e 1965, por exemplo, é inegável sua legitimidade como título nacional. Foi assim que o clube se credenciou para disputar e vencer duas Libertadores (e dois Mundiais). Mais do que isso: negar que aquele Santos de Gilmar, Zito, Mauro, Calvet, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe era, de fato, o melhor time do Brasil, é muita má vontade - ou desconhecimento de futebol.

Palmeiras 1972/ 1973 - Depois de o Atlético-MG ter vencido, com o técnico Telê Santana, o primeiro Brasileiro "oficial", em 1971, um esquadrão verde tomou conta do futebol nacional. Comandado pelo mítico Osvaldo Brandão, o Palmeiras de Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir da Guia, Leivinha e César Maluco ditou as regras no início dos anos 1970. No primeiro título, em 1972, o alviverde derrotou nas finais o Botafogo de Jairzinho e Marinho Chagas. No ano seguinte, segurou um empate sem gols com o São Paulo, na partida decisiva, e garantiu o bicampeonato. Em 1974, com vários jogadores convocados para a Copa da Alemanha, o Palmeiras não conseguiu o tri.

Internacional-RS 1975/1976 - Esse foi outro timaço, capitaneado por um dos melhores técnicos da história, Rubens Minelli, o único, antes de Muricy Ramalho, a conquistar três títulos brasileiros em seqüência (venceria o campeonato de 1977 pelo São Paulo). Na defesa, o Inter tinha os insuperáveis Manga e Figueroa. No meio, simplesmente Paulo Roberto Falcão. E na frente, Valdomiro e Dario, entre outros. Em 1975, a vítima foi o Cruzeiro, que já havia perdido o título da edição anterior para o Vasco. Já em 1976, com Dadá e Flávio, o Inter derrotou o Corinthians. Porém, Minelli deixou o comando do time e, sintomaticamente, o time gaúcho não chegou ao tri. Seu ex-técnico sim...

Flamengo 1982/ 1983 - Depois de vencer de forma polêmica o Brasileiro de 1980 e a Libertadores de 1981, tendo o forte Atlético-MG como maior prejudicado, o Flamengo chegou ao torneio nacional de 1982 reformulado. O jovem técnico Paulo César Carpegiani renovou o esquadrão formado por Raul, Mozer, Zico, Júnior, Lico e Nunes e superou, na decisão, o Grêmio (campeão do ano anterior). No ano seguinte, o último de Zico antes de embarcar para a Itália, o técnico foi Carlos Alberto Torres e o melhor em campo, Adílio. Mas a decisão com o Santos, no Maracanã, também gera protestos até hoje. Em 1984, sem Zico, o Flamengo deixou o tri escapar e viu os rivais Fluminense e Vasco fazerem a decisão.

Palmeiras 1993/ 1994 - Mais um timaço, ou melhor, dois timaços. Em 1993, o polêmico Vanderlei Luxemburgo comandou jogadores do porte de Evair, Edmundo, Roberto Carlos, César Sampaio e Edílson e arrebatou a taça frente ao Vitória, de Alex Alves e do jovem goleiro Dida. Foi uma campanha irretocável, repetida no ano seguinte com a entrada, no time, de um Rivaldo no auge da carreira. E a vítima, nas finais, não poderia ter sido melhor: o arqui-rival Corinthians. Em 1995, Luxemburgo saiu e Carlos Alberto Silva não obteve o tri para a investidora Parmalat.

Corinthians 1998/ 1999 - Apesar de o Cruzeiro ter feito outra excelente campanha (e perdido sua terceira decisão no Brasileiro), temos que reconhecer que o Corinthians de 1998, comandado por Luxemburgo, foi o melhor time do campeonato. Seu meio-de-campo, com Rincón, Vampeta, Ricardinho e Marcelinho Carioca, era o mais forte do Brasil. No ano seguinte, Luxemburgo, que assumira a seleção brasileira, passou o bastão para o auxiliar Oswaldo de Oliveira, que hoje faz sucesso no Japão. E ele comandou o alvinegro rumo ao bicampeonato, contra outro clube mineiro, o Atlético - que tinha um time excelente, com Belletti, Marques e Guilherme. Já em 2000, o Corinthians não passaria da vexaminosa penúltima colocação na - também vexaminosa - Copa João Havelange. Para sua sorte, não havia rebaixamento.

São Paulo 2006/ 2007/ 2008 - Tudo bem, o clube tem Rogério Ceni e, durante três anos, contou com jogadores como Mineiro, Josué, Aloísio, Miranda, Breno, Hernanes etc. Mas o inédito tricampeonato será lembrado, para sempre, como obra do competente técnico Muricy Ramalho (à esquerda). Ele foi essencial para iniciar a arrancada em 2006, contra o Figueirense, e confirmar o título contra o Atlético-PR. Já em 2007, montou uma sólida defesa e liderou com folga até o título na partida contra o América-RN. Neste ano, com maior dificuldade, contou com a volta providencial de Miranda ao time titular, após contusão, e manteve-se 17 jogos invicto até obter o - suado - título na última rodada, contra o Goiás (para minha total felicidade, Paulo Baier não foi o cara). Por isso, em homenagem ao São Paulo e ao Muricy, vou abrir uma cachaça (à direita) e saudar esse inédito hexacampeonato. Com certeza, a edição mais emocionante da década. Saúde! E vamo, São Paulo, ser tetra da Libertadores!

Triste fim de uma temporada que parecia promissora

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Enquanto o Frédi bem analisou os rebaixados, os são-paulinos que falem sobre o título. Agora vem a Libertadores.

São Paulo, campeão, e Grêmio, vice, já chegaram à 38ª rodada com a vaga assegurada para o continental. Sobravam dois postos para três times. A vitória do Cruzeiro sobre a rebaixada Lusa manteve a terceira posição para os mineiros. Mais um motivo para Adilson ficar. Sobrava uma vaga.

Enquanto eu mandava uma feijoada em dia errado (domingo lá é dia de feijoada, ô, manguaça?), vi na TV no boteco que o rubro-negro paranaense resolvia o problema do Palmeiras. O jogo ainda teve contornos emocionantes na Arena da Baixada que não acompanhei, mas deu certo.

Não adiantou o mantra do alviverde paulistano (nem o goiano, é fato). A derrota para o Botafogo em pleno Palestra Itália, a primeira em 18 anos, foi o fim de campeonato que só não se tornou mais melancólico porque o Flamengo desistiu da vaga ao ser derrotado pelo Atlético-PR por 5 a 3.

O resultado impediu que houvesse uma curiosíssima representação brasileira na competição. Se o Flamengo tivesse a vaga, as cinco equipes brazucas teriam um time de Belo Horizonte (MG) Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

Ainda bem. Pelo menos para os torcedores palmeirenses que, como eu, não conseguiram comemorar a repetição da posição de 2005 (só que com cinco pontos a menos), quando o alviverde conseguiu a mesma quarta posição no Brasileirão, depois de uma temporada de recuperação com Leão.

Para um time que chegou a ser líder, é frustrante. A saída de Valdívia no meio da competição trouxe muito mais danos do que a diretoria e o treinador Vanderlei Luxemburgo imaginavam. Diegou Souza resolveu alguns jogos, mas nem Denílson nem Evandro chegaram a cumprir a função de substituir o chileno.

A dependência do atacante Kleber foi surpreendente porque mostrou que até Alex Mineiro caiu de produção. Diegou Souza pareceu querer deixar o clube e não funcionou nem como meia, nem mais avançado, quase como terceiro atacante.

O quarto lugar representa uma melhora de uma posição em relação à temporada de 2007, mas foi brinde de um time que pediu pra ficar de fora, igualzinho ao ano passado. Vai disputar a pré-Libertadores ou seja lá como se quiser chamar a disputa antes da fase de classificação. O quinto lugar no campeonato ficou, pelo segundo ano consecutivo, com a equipe dirigida pelo Caio Jr.

Se fosse ao contrário
Fiquei pensando se Luxemburgo e Caio Jr. estivessem em posições trocadas. É especulação pros comentaristas explorarem.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Paulo Baier é o cara

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Todo mundo sabe que o Goiás é Brasil. Foi assim em 2007, quando o clube teve o apoio de toda a torcida brasileira – exceto a minoria corintiana – a seu favor na disputa para se manter na série A naquele ano.

Na rodada final do Brasileirão 2008, o time da região Centro Oeste volta a ser personagem principal do campeonato. Gremistas e todos os torcedores dos outros times de São Paulo que não o Tricolor Paulista são Goiás desde criancinha.


Goiás é Brasil. Mas isso não basta

Mas isso não basta. O alviverde precisa de mais. Precisa de um nome, um jogador. Alguém que faça a diferença.

A ala não-são-paulina do Futepoca tem seu candidato a herói. Um jogador que não falha na hora da decisão. E se falhou, não falhará agora. Um atleta experiente, com a cabeça no lugar. Artilheiro do time, aquele que será O cara, que fará a diferença na partida contra o favoritíssimo São Paulo. Quem vai trazer alegria para o Grêmio e para todos que não querem ver hexacampeonato nenhum. Por isso, eis a campanha:

Paulo Baier é o cara



É isso mesmo. Gremista de coração, o jogador que quase salvou os corintianos do desespero em 2007 é nossa esperança para estragar a festa do time de Muricy Ramalho. Ninguém quer saber de pênaltis errados no ano passado. Só queremos decisão. Afinal, são 14 gols em 28 jogos no Brasileirão, um a cada duas partidas.

Somente um predestinado poderia responder à insinuação de mala preta com:

– Nem quero dinheiro. Quero dar o título [ao Grêmio] de presente a meu pai.

Vai, Paulo Baier!



Divulgue

Paulo Baier é o cara

Paulo Baier é o cara

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Balanço quase final do Brasileirão

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A uma rodada do final, não dá ainda para saber quem será o campeão e dois dos rebaixados, mas é possível fazer algumas análises sobre o campeonato.


Primeiro, o campeão, seja quem for, será o mais medíocre da era dos pontos corridos. Comparando apenas com os anos em que existem 20 times na primeirona, o atual campeão chegará no máximo a 75 pontos, se for o São Paulo, ou 72, se for o Grêmio. Em caso de o Goiás aprontar e o Galo perder para o Grêmio o campeão será definido pelo número de vitórias, 21 a 20 para os tricolores gaúchos. E será campeão apenas por esse critério, porque no saldo o SP tem 7 gols a mais.

Em 2006, o São Paulo chegou a 78 pontos, com 22 vitórias.

Em 2007, 77 pontos com 23 vitórias.

Neste ano, chega no máximo a 75, com 21 vitórias.

Mas a mediocridade não está apenas nos números. Ganha um Chicabon o primeiro a apontar dez partidas memoráveis neste campeonato cheio de altos e baixos.

Outra constatação é em relação aos rebaixados. Talvez seja excessivo o número de 4 times que sobem e descem a cada ano. Explico. Em 2007 subiram Coxa, Vitória, Portuguesa e Ipatinga. Os dois desses já estão matematicamente rebaixados.

Neste ano subiram Corinthians, Avaí, Santo André e Barueri. Quem aposta outro Chicabon que pelo menos dois desses cairão no ano que vem?

Daí ser necessário pensar se não é melhor que caiam dois diretamente e dois da primeira disputem com o terceiro ou quarto da segundona para ver com quem ficam as vagas.

Atlético-MG e Santos
Não sei o que fazer para não assistir a um jogo tão ruim quanto foi esse de domingo entre os dois times. Essa é uma das poucas críticas que tenho aos pontos corridos: é mais justo, mas proporciona partidas em que niguém tem nada a ganhar e nada a perder e um empate é bom para os dois. Com um jogo tão ruim tecnicamente, nem dá para reclamar do erro da bandeirinha, que marcou um impedimento absurdo e anulou o gol do Galo. Ninguém merecia vencer mesmo.

Vencer o Botafogo. Vencer o Botafogo. Vencer o Botafogo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

É mantra, porque é a forma de o time de 2008 ir além do comandado por Caio Junior no ano passado, que deixou escapar a classificação para a Libertadores da América. Não que seja garantia de vitória. E mesmo assim já seria um fim triste para o time que mais investiu no campeonato. Mas ficar entre os quatro primeiros seria o mínimo.

0 a 0
O jogo do Palmeiras com o Vitória mostrou que o Verdão só não é Kléber e mais dez, porque tem Marcos para evitar gols do adversário. Viáfara também foi bem (embora substituído por Gleguer). O resultado só prestou porque o Flamengo cedeu o empate para o Goiás e o Internacional bateu o Cruzeiro. Só precisaria de uma dessas ajudas para o time ficar no G4, mas como o auxílio veio em dobro, só resta gratidão.

O Parmerista descreve bem um jogo de duas retrancas em que o Vitória mudou e provocou a tentativa alviverde de ir para o jogo. O Terceira Via Verdão cobrou um pênalti e um impedimento mal marcado, em que Alex Mineiro recebeu a bola em condição legal, mas o árbitro não concordou.

O time de Vagner Mancini estava sem três titulares, sendo que dois Leonardo Silva e Osmar) têm vínculos com o Palmeiras e, por motivos de contrato, eram desfalque previsto. Mas isso perdeu em atenção na mídia para a atuação de Marquinhos, que está acertado com a Traffic para reforçar a representação de Palestra Itália em 2009. Apesar de ter perdido um gol cara-a-cara numa defesaça de Marcos, o Goleiro, não li ninguém reclamando de corpo mole do cidadão.

O fato objetivo é que o time do Palmeiras tenta garantir a Libertadores. Sem isso, a temporada se reduziria à conquista do Paulista que, por mais comemorado que tenha sido, é só um estadual. O continental representa possibilidades de caixa e de elenco para 2009.

Pior: sem a Libertadores, Vanderlei Luxemburgo terá feito papelão maior do que o atual treinador do Flamengo, já que tem um time bem melhor do que o colega sósia de Milhouse, Harry Potter e Homem Fluido.

Então, deixem-me retomar o mantra, porque é só o que resta: vencer o Botafogo, vencer o Botafogo, vencer o Botafogo...

Eu já sabia

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Não podia mesmo ser contra o Fluminense. Não nesse ano.



Falta um pontinho contra o Goiás, o eterno time do segundo turno.

Ipatinga e Portuguesa estão rebaixados.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Um 2 a 0 obrigação e sem graça

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ganhar do lanterna em casa era só obrigação. Foi por 2 a 0, placar do primeiro tempo. Quando os alviverdes paulista e mineiro entraram em campo, o Palmeiras já não tinha chances matemáticas de sonhar com o título e o Ipatinga agonizava.

Sem Diego Souza e com Denílson no segundo tempo, a torcida viu um time menos apático, mas bem fraquinho. Também não houve xingamentos ao Vanderlei Luxemburgo, mas parece que poucos permanecem com moral por ali – tirando Marcos. É um time Kleber-dependente. Note-se que Diego não entrou por opção tática (ou seria técnica?).

O resultado trouxe o time de volta para a zona de classificação para a Libertadores, mas tem o Vitória, em Salvador no próximo domingo. Só depende de si para se classificar para a competição continental, mas não terá ajuda do time baiano de Vagner Mancini, que praticamente soterrou as pretensões gremistas de correr atrás do campeão.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Sete paulistas em 2009?!??

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Com a vitória do Corinthians sobre o Vila Nova, no sábado, o Santo André assegurou antecipadamente seu acesso à Série A do Brasileiro em 2009. A quarta e última vaga será disputada, nas duas últimas rodadas, por Barueri e Bragantino. Ou seja: se a Portuguesa se livrar do rebaixamento, teremos sete paulistas no Brasileirão do ano que vem: Lusa, Palmeiras, Santos e São Paulo mais Corinthians, Santo André e Barueri ou Bragantino. Isso representa mais de um terço dos 20 clubes que disputam a elite. E aí? Isso é bom ou ruim?

Quiñonez, a alegria do povo!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

São poucas as vezes na história que podemos testemunhar um lance de gênio. Ontem, a Vila Belmiro pode presenciar, entre atônita e perplexa, um desses momentos. O protagonista, cuja alcunha, Michael Jackson, remete a outra lenda viva (viva?) do cenário pop, mostrou que tem potencial para brilhar intensamente, como fez outrora o ídolo norte-americano que inspirou seu nome.

O treinador Márcio Fernandes, que tem deixado o equatoriano fora do banco, talvez por desconhecer sua inacreditável habilidade com a bola nos pés, o chamou perto dos vinte minutos do segundo tempo. Pensei comigo “agora, vai!”. Ele adentra o gramado com aquele jeito de quem não sabe tocar direito na bola, que parece que vai desmontar quando começa a correr. Na verdade, toda essa aparente falta de intimidade com a redonda não passa de uma artimanha para enganar os incautos adversários.

Foi assim que Quiñonez resolveu mostrar que tinha entrado para decidir o jogo. Partida encardida, com o Inter jogando melhor no primeiro tempo e até marcando um gol cuja anulação fora bastante duvidosa. Quando se viu próximo à grande área, olhou para a frente, identificou os rivais e, como um santista genuíno, que sabe quem é seu inimigo, achou Gustavo Nery.

Naquele momento, quis vingar todas as humilhações que aquele lateral-esquerdo havia feito o Santos passar quando vergava o manto alvinegro. Olhou, mirou, tudo em um átimo de segundo. Queria acertar o adversário, mas também queria fazer o gol. Como em um lance de sinuca, daqueles estudados em que se usa a tabela para encaçapar a bola, Quiñonez disparou o petardo. A bola, sob os auspícios de um cálculo milimétrico realizado pela rapidez de raciocínio do equatoriano, se choca contra Nery e estufa as redes de forma inapelável, fazendo com que o torcedor santista sinta o alívio de quem afasta o temido rebaixamento.

Eu, pela primeira vez, não vibrei de emoção com um gol do Peixe. Gargalhei, gargalhei muito. Obrigado, Quiñonez, por esse momento de alegria!

Os "quase" rebaixados

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Com a ressalva de que neste campeonato tudo muda na próxima rodada, para mim os quatro rebaixados deste ano estão praticamente definidos. Dos quatro últimos de agora, no máximo escapa 1. 


Faltando três rodadas, ou nove pontos, pela primeira vez o último fora da zona de rebaixamento abriu três pontos de diferença.

Sem contar que os quatro na degola são também os times com piores saldos de gols. Ipatinga (-25), Figueirense (-29), Portuguesa (-19), Vasco (-15). O primeiro fora, o Náutico, tem -10. 

Os três últimos também têm número de vitórias menor (8 ou 9) que os mais bem colocados, o que é o primeiro critério de desempate.

Vamos à situação de cada um

Ipatinga: rebaixado. Precisa ganhar os 3 jogos que faltam Palmeiras (F), Grêmio (c), Fluminense (f) para chegar a 43 pontos. Só escapa por milagre.

Figueirense: quase rebaixado. Precisa ganhar do Náutico (c), Botafogo (f) e Internacional (c). Só tem chance de se salvar se vencer o confronto direto contra o Náutico. 

Portuguesa: quase rebaixada. Pega Goiás (c), Sport (c) e termina contra o Cruzeiro no Mineirão. são jogos menos difíceis, mas precisa ganhar os três. Se vencer dois e empatar um, fica com 43 pontos, o que é ainda arriscado.

Vasco: quase rebaixado: Pega São Paulo (c), Coritiba (f) e Vitória (c). Como tem 37 pontos, precisa ganhar duas e pelo menos empatar uma. A decisão é contra o SP, se perder já era. Pena que isso aconteça no primeiro ano do Dinamite. Gostaria que a bomba (trocadalho) tivesse estourado à época do Eurico, o responsável pela situação atual.

Cariocas decidem Brasileirão 2008

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Pois é, chegamos naquele ponto do Campeonato Brasileiro em que já é possível afirmar, sem qualquer intenção de arrogância ou empáfia, que o São Paulo só perde o título para ele mesmo. E é aí que mora o perigo. Além de ter o Grêmio fungando no cangote, com dois pontos a menos, o Tricolor vai enfrentar duas pedreiras nas próximas rodadas: o Vasco, em São Januário, e o Fluminense, no Morumbi. Tudo bem que os dois times são fracos e que, por isso mesmo, continuam ameaçados de rebaixamento. Mas esse é o principal problema: as partidas contra o São Paulo serão o "tudo ou nada" para os cariocas, a última oportunidade de "dar o sangue" e permanecer na Série A.

Depois de ser goleado pelo Atlético-MG, o Vasco promete força total, em casa, contra os paulistas. Não podemos esquecer o campeonato de 2004, quando o Atlético-PR liderava a poucas rodadas do fim e perdeu uma partida teoricamente fácil contra os mesmos vascaínos justamente em São Januário, o que possibilitou a arrancada - e o título - do Santos. Já o Fluminense, apesar de embalado pela vitória por 3 a 1 sobre a Portuguesa, pode muito bem perder em Porto Alegre para o Internacional e, da mesma forma, se ver obrigado a derrotar o São Paulo de qualquer maneira.

No mais, acho que o Grêmio tem uma seqüência menos complicada. Enfrenta Vitória e Ipatinga fora e encerra contra o Atlético-MG em casa. O Vitória poderia até complicar, mas não vem assustando ninguém (nos últimos quatro jogos, um empate e três derrotas). Como está numa posição intermediária na tabela (11º), briga, no máximo, pela Sul-Americana. Para mim, dá Grêmio. Já o Ipatinga, último colocado e virtualmente rebaixado, será presa fácil - ou uma zebra improvável. E o Atlético-MG, que hoje é o 10º, também chegará na última rodada sem qualquer pretensão. Acho que o Grêmio vence os três.

Não quero desmerecer Flamengo, Cruzeiro e Palmeiras, pois todos ainda têm chances. O Palmeiras tem totais condições de vencer as três últimas partidas (Ipatinga, Vitória e Botafogo) e o Flamengo também (Cruzeiro, Goiás e Atlético-PR). Porém, acho que a briga será mesmo entre gremistas e são-paulinos. E um empate ou uma derrota do São Paulo nos dois confrontos contra Vasco e Fluminense poderá garantir, de bandeja, o tricampeonato do Grêmio. Convenhamos que é uma pressão considerável. Alguém discorda?

Flamengo 5 a 2

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

"..."

Foi o que escrevi sobre a goleada do Cruzeiro sobre o Palmeiras em setembro do ano passado por 5 a 0.

No domingo, contra o Flamengo, foi 5 a 2. O Rio de Janeiro não foi um lugar bom para o Palmeiras jogar, à exceção de São Januário pelo campeonato Brasileiro (pela Sul-Americana, foi trágico). Curioso que foi o mesmo placar sofrido pelo Cruzeiro diante do Náutico.



Raiva de torcedor
Normalmente, acho ruim pedir a cabeça de um técnico por conta de resultado ruim ou queda na tabela. Mas sou a favor de responsabilizar os treinadores por erros táticos e por posturas coletivas dentro de campo. Quando era Caio Junior, relutei a fazer isso, mas aderi aos que defendiam a saída do treinador e tudo mais.

Flashback
Engraçado ler textos do ano passado, como o que o Palmeiras se esforçava para ficar fora da Libertadores. Curioso que a taça estava praticamente definido por essa época e a competição continental era o que restava. Semana passada escrevi que o projeto de título estava completamente entregue depois da derrota para o Grêmio. Por pouco não repeti hoje a idéia do ano passado...

Uma atuação péssima, e o Palmeiras está fora da zona de classificação para a Libertadores. Precisa torcer por tropeços dos adversários que, inevitavelmente vai acontecer porque Cruzeiro e Flamengo se enfrentam. Com o São Paulo ainda na liderança, estou com terríveis flashbacks do ano passado, só que sem Rodrigão, Edmundo nem Max como esperanças de gol. O fato de Caio Jr. ter colocado o rubronegro Luxemburgo no bolso nesta tarde só piorou as coisas. Muita coisa está errada e precisa ser revista

Tem méritos do outro lado
A objetividade dos contra-ataques do Flamengo comandados por Kléberson e Ibson e as dormidas da peneira que se tornou a defesa com três zagueiros; a falta de objetividade de Diego Souza, que só fez número (aliás, Denílson não entrou), e as limitações ofensivas; ver as variações táticas mais imobilizadas do que o braço do agredido treinador Vanderlei Luxemburgo; e um time que parecia aceitar que, a cada arrancada do ataque rubro negro, até Obina se transformava no mais fatal e preciso dos jogadores.

Longe de ser um time fraco, o Flamengo mereceu a vitória. Surpreendi-me ao ver o Palmeiras sem demonstrações de perda de controle emocional, com eventuais cotovelaços e faltas desnecessárias. E até houve dignidade de continuar tentando diminuir a vantagem (que teria sido menor se um gol legal de Alex Mineiro não tivesse sido incorretamente anulado por impedimento). Mas minha sensação como torcedor era de que nada mudaria o padrão da partida. Se houvesse ameaça de reação, lá viria um contra-ataque encontrar um atleta flamenguista livre, avançando pelo flanco direito alviverde.

Que terror.

sexta-feira, novembro 14, 2008

Sem Denílson, o Palmeiras vai melhor. Sem Diego Souza, pior

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

É mais um esforço de levantamento estatístico do Futepoca, o menor centro de pesquisas e levantamento de dados da blogosfera.

Foto: Phjunkies /Flickr
Quando Denílson está em campo no Brasileirão, o desempenho do Palmeiras conquista menos pontos. Nas seis partidas em que Denílson entrou como titular, o Palmeiras somou 10 pontos. Vale notar que em apenas duas delas ele ficou 90 minutos em campo. Entrar no segundo tempo é a profissão do atleta no clube da Barra Funda, já que foi opção em 19 partidas, nas quais foram somados 32 pontos (56%). Sem o jogador pisar dentro das quatro linhas – fato que ocorreu em sete jogos – nota-se o melhor aproveitamento, 19 pontos somados (90% do possível).


O meia Diego Souza é o inverso, mas não tão bom. Nas quatro partidas em que o meia estava suspenso, o aproveitamento alviverde caiu para um terço. Quando o atleta entra em campo, o desempenho melhora, 63%, resultado de 29 partidas em que entrou como titular e mais uma em que começou no banco, mas logo foi para o jogo.

O índice é quase o mesmo do chileno Valdívia. Nas 15 partidas em que atuou, foram conquistados 29 pontos, ou 64% dos possíveis. Sem ele, o time fatourou 56% dos pontos. Cabe uma ressalva. Até ele ser negociado para o mundo árabe, sua ausência representava poucas chances de bons resultados, foram cinco pontos em quatro partidas em que o chileno esteve suspenso ou servindo a seleção vizinha, quer dizer, 41%.

O que isso tudo quer dizer?
Leitor do Futepoca que Vanderlei Luxemburgo já foi, ele deve ter esses dados em mãos. O que quer dizer que vai pensar duas vezes antes de tentar Denílson no lugar de lateral ou de volante no segundo tempo, opção usada em cinco ocasiões e que representou seis pontos ganhos. Colocá-lo no lugar dos meias tampouco ajuda, o expediente não reverteu derrotas em três das quatro vezes em que entrou nas vagas de Diego Souza e Valdívia. Sobra como opção para o ataque. Nas quatro ocasiões em que entrou nos lugares de Alex Mineiro, Kléber ou Lenny (!), o Verdão somou oito pontos, 66% do total.

Isso pelas estatísticas. Porque sua entrada no jogo contra o Atlético (MG) e no empate com o São Paulo, fez muita diferença.

Ressalva
É preciso fazer uma ressalva aos dados. Denílson é reserva do time, em geral, entra quando a equipe precisa reagir ou reter a bola no campo de ataque. Em qualquer uma das hipóteses, o Palmeiras está fragilizado na partida, seja por precisar reverter um placar, seja por estar sofrendo pressão do adversário. Quando entra como titular, o atleta tem aproveitamente semelhante, o que mostra que ele não substitui a altura os titulares, ainda que já tenha atuado como meia e como atacante. Ainda assim, estatística também serve para espinafrar.

Também é preciso considerar a média de aproveitamento do Verdão em geral: 60% do que foi disputado em 34 rodadas. Ou seja, a variação nem é tão drástica assim.

Pierre
O levantamento vai além. Pierre, por motivo de contusão, ficou de fora por 15 partidas, entrou como titular em igual número e foi opção do técnico durante a disputa em 4. Quando está em campo, o aproveitamento do time é de 56% dos pontos disputados, o que representa 32 pontos ganhos. Quando esteve fora, foram adquiritos 29 pontos, com aproveitamento de 64%. Da 11ª até a 25ª rodada, quando o volante se recuperava, o Verdão teve o melhor aproveitamento da competição. Não dá para dizer que foi pela ausência do atleta, porque foi a fase em que Diego esteve melhor, assim como Alex Mineiro. Talvez por ter ficado de fora de tantos jogos é que esteja entre as maiores médias de desarme por partida do campeonato.

Martinez
Trazido por Caio Junior em 2007, Martinez em campo representa um aproveitamento de 65% dos pontos, incluindo os 20 jogos em que entrou como titular e as duas em que foi a campo no segundo tempo. Quando está fora, a média cai para 50%. Detalhe: contando as partidas em que atuou como terceiro zagueiro, a partir da 25ª rodada, o aproveitamento do time curiosamente caiu, apesar de a defesa ter se acertado – principalmente quando Roque Junior não está no gramado e à exceção de panes como a do jogo contra o Grêmio.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Corinthians campeão da Série B

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ouvindo os fogos após a vitória do Timão contra o Criciúma por 2 a 0, no sábado, e a confirmação do título antecipado da Série B do Brasileirão 2008 (veja mais sobre o jogo aqui no Retrospecto Corintiano), meu pai, Manoel, vaticinou: "Essa festinha é só o começo, vai ter muita festa até 2010. Esse time vai ganhar tudo até o centenário. Eu conheço o Corinthians".

Eu confio no meu velho, mas acho que a coisa não vai ser tão fácil assim. É preciso ver o que a diretoria vai fazer com o elenco até o ano que vem. O time ainda tem muitas dívidas e está, segundo Andrés Sanches e cia., com dificuldades de caixa. Vai ser difícil que nenhum dos destaques seja vendido. A bola da vez é Dentinho, que estaria sendo oferecido ao futebol europeu. Tem que ver se os europeus estão com essa bola toda, depois da crise financeira. Agora, é esperar o ano que vem pra ver com que bola o Corinthians chega ao Paulistão.

E líder do ranking da CBF

Até o final do Brasileiro da Série A, o Corinthians está no topo do Ranking de Clubes da CBF. Hoje, o Timão é o segundo, com 1.938 pontos, atrás do Grêmio, que tem 1.978. Mas isso não contabiliza o assegurado título da Série B, que vale 40 pontos, e o vice da Copa do Brasil, que conta outros 20. Assim, o Timão já garantiu que fechará o ano com 1.998 pontos.

A situação surreal não chegará nem a ser registrada, uma vez que a CBF só vai contabilizar os pontos no final do ano (a última revisão foi feita em 3/12/2007). O Timão será novamente ultrapassado pelo Grêmio, que deverá ganhar de 35 a 40 pontos pelo Brasileiro.

Um dado interessante é o critério utilizado pela Confederação. O ranking só considera as três séries do Brasileiro e a Copa do Brasil. Estaduais e continentais não têm influência. As três séries do Brasileiro são consideradas quase como um campeonato só: o campeão da Série A leva 60 pontos, o vice fica com 39 e assim por diante, tirando um ponto para cada posição. Já o título da Copa do Brasil vale 30 pontos, 10 a menos que o título da Série B, e o vice da Copa recebe os mesmo 20 pontos do campeão da Série C. Isso que é desvalorizar o próprio produto.

Quer ver?

Carla Dualib, neta do ex-ditador e sua beneficiária em diversos negócios no marketing do clube, recebeu convite para posar para a Playboy. Vi a notícia no Vertebrais FC. Pela foto não é possível avaliar todos os atributos da moça, de 38 anos. Será que ela está com essa bola toda?

domingo, novembro 09, 2008

De bandeja, o título é entregue

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Perder sem os dois principais jogadores de frente (Diego Sousa e Kléber) poderia até tornar a coisa menos grave. Mas foi em casa. E o Palmeiras não teve o menor traço de criatividade nem força ofensiva para marcar. Se no jogo de ida, o empate foi bom, se o Grêmio não conseguiu se impor, hoje no Palestra Itália o time de camisa verde limão-siciliano parecia acreditar que a vitória viria por algum motivo místico. Provavelmente de um pênalti ou de um cruzamento de Leandro para Alex Mineiro.

Esqueceram da marcação que não deixava os volantes da casa trocarem passes até a lateral. Quando Léo Lima virou armador que achava que poderia vencer em jogadas de arrancada, a defesa gremista comemorou. Quando Lenny virou a opção ofensiva, ficou claro o quanto o jogador consegue ser inútil. Sobrou desespero.

Para se ter uma idéia, bastava olhar para o cronômetro na primeira descida de Marcos para a grande área adversária, tentando o empate: aos 29 da segunda etapa. É que as bolas paradas foram o momento de maior perigo mesmo. Aos 48, com a bola em movimento, Marcos era centroavante.

Roque Junior não entrou em campo e uma pane na defesa foi suficiente para sair o gol gremista. Um cruzamento despretensioso de Tcheco foi ignorado por todos, até por Marcos, e a bola foi dormir no fundo da rede palestrina.

Note-se que o Grêmio criou mais condições de gol do que o Palmeiras.

Com o resultado, o escrete de Vanderlei Luxemburgo entrega a opção de ganhar o título de bandeja para os adversários. O Grêmio é segundo, a dois pontos do líder. O palmeiras caiu para quarto e tem, domingo que vem, o Flamengo no Maracanã pela frente. Dependendo do resultado de logo mais, pode virar quinto. Mais do que nunca depende que os rivais lhe devolvam o favor, o que a cada uma das quatro rodadas que faltam é menos provável.

A arrancada do São Paulo com quatro vitórias seguidas – com empurrão da arbitragem nas duas primeiras partidas da série – mostra que o Campeonato Brasileiro não tinha encontrado seu campeão por pura irregularidade dos candidatos. Pela falta de um time que vencesse partidas em sequência. Taí a derrota alviverde em casa para confirmar. Vale, porém, a nota: o time de Muricy Ramalho está há 13 partidas sem perder. A última derrota foi para o Grêmio, no Olímpico. A vitória mais recente, contra a Portuguesa, no Canindé, com gol da vitória aos 42 do segundo tempo.

Claro que o Tricolor Gaúcho pode reverter a vantagem de dois pontos que o separa da ponta na tabela. Mas a equipe de Celso Roth também padece do mal da oscilação.

Por que a vontade de empatar é maior que a de ganhar?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Claro que, para o torcedor santista, restará a reclamação do pênalti pra lá de duvidoso que deu a vitória ao Vasco ontem. Mas, sinceramente, vendo a postura do time e se o próprio treinador alvinegro, ainda no gramado ao fim do jogo, se eximiu de comentar e reclamar da penalidade, não dá nenhuma vontade de falar contra o árbitro.

Todo mundo sabe o que é enfrentar o Vasco em perigo em São Januário e todos os fatores do campo e extra-campo que podem fazer a diferença em um momento assim. Afinal, o Santos foi campeão brasileiro em 2004 graças a vitória do clube carioca, na penúltima rodada, contra o líder Atlético (PR), o que garantiu sua permanência na primeira divisão. E o time da Vila, ao invés de tratar a partida como decisiva, só se deu conta disso depois de sofrer o gol. Já era tarde.

Durante todo o primeiro tempo e até metade do segundo o Santos jogou trocando passes, aceitando a pressão. As seguidas “contusões” de Fábio Costa durante esse período me deram nos nervos, um artifício típico de time pequeno. O Alvinegro, com mais time que o Vasco e podendo explorar o nervosismo alheio, se apequenou. Parecia mais importante e prioritário fazer o tempo passar do que aproveitar os buracos da defesa cruzmaltina. E as chances, como em uma oportunidade onde o Santos tinha quatro jogadores contra dois defensores vascaínos com Molina errando grotescamente o passe final, eram desperdiçadas.

E o Vasco, tão nervoso que Leandro Amaral chegou a chutar a bandeirinha em uma cobrança de escanteio, ao menos mostrava vontade. E com a vantagem no placar reconheceu sua inferioridade em relação ao Santos e se fechou, garantindo a vitória. Venceu quem teve ambição. O Peixe, como na partida contra o Palmeiras, não quis sequer tentar vencer. Talvez, quando precisar fazê-lo, tenha até perdido o hábito. De novo, após três partidas sem vitória, estamos preocupados.

*****

Virou moda jogadores quererem fazer média com ex-clubes, mesmo que nunca tenha havido uma identidade de verdade entre um e outro. O que eles não percebem é o quanto isso pode prejudicá-los e passar uma péssima impressão para os torcedores de seu clube atual.

Exemplo disso foram as juras de “amor e respeito” de Rodrigo Souto em relação ao Vasco, clube que o formou mas que não o valorizou, são de doer aos ouvidos do torcedor santista. Ainda mais com a pífia atuação do meia, que errou passes em profusão e deu contra-ataques perigosos a seu ex-time.

Claro que Souto é profissional e não dá pra falar em corpo mole, mas as suas declarações dão margem para o torcedor pensar bobagens. Se fosse um pouco mais inteligente com as palavras, passaria por essa situação de forma bem mais tranqüila...

*****

Pará entra no lugar de Wendel. Entra no lugar de Lima. Entra no lugar de Molina. Se é tão bom e versátil assim, por que não é titular? Ou na verdade ele não é nada disso e só entra porque o treinador é pouco criativo?

segunda-feira, novembro 03, 2008

Santos e Palmeiras, do primeiro ao último minuto

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No dia de Finados, logo depois no dia de Todos os Santos, um empate parecia das melhores coisas. Quando vi que Marcos, o Goleiro santificado pela torcida, não entraria em campo, achei que era um mau presságio. Com gols no primeiro e no último minuto, o Palmeiras quebrou uma sequência de quatro anos sem vencer na Vila Belmiro.



O jogo foi tenso, com muita pressão do Santos. Mas os gols foram, no mínimo, inusitados. A um minuto e trinta da primeira etapa, a um da segunda e no último minuto do tempo regulamentar.

Kléber abriu o placar em contra-ataque bem armado. Aliás, o jogador foi muito bem no primeiro tempo apesar de estar tenso como de costume. Se a dividida dura com o xará nem falta foi marcada, ele logo garantiu o amarelo que lhe tira da partida contra o Grêmio. Com um pouco mais de cabeça fresca (e menos desinteligência) seria um atacante para disputar vaga na seleção. Mas pelo desfile de braços abertos e o sangue nos olhos na hora das divididas, isso fica só no condicional.

O arqueiro Bruno foi escalado porque Marcos, o Goleiro, foi ao enterro do pai, morto em Marília. Ao tentar espalmar um escanteio de Molina, a bola foi para dentro na cobrança. A trombada com Kléber Pereira foi polêmica e poderia ser considerada falta. Mas Bruno salvou a nação alviverde em outros lances.

Foi a "ajuda" involuntária do defensor que mostrou que a opção de Vanderlei Luxemburgo no intervalo do jogo havia sido um erro. Sem contar que o treinador foi ainda expulso na hora da reclamação do gol adversário, ainda disse que entrou para ajudar o árbitro. Então tá.

É que sacar Evandro (o autor do passe para Kléber) para pôr o terceiro volante Sandro Silva significava retranca. Com o empate, teve que mexer de novo. E, convenhamos, o gol da vitória no último minuto dos pés de Leo Lima, é muita sorte. Em uma jogada pela lateral-esquerda que trouxe a bola para a área, o volante fez uma das primeiras coisas úteis com a camisa verde no Brasileirão. Desde sua contusão no Paulista, que o tirou da partida final, o atleta não ia bem.

A próxima partida é contra o Grêmio, no Palestra. Agora, tanto tricolores gaúchos quanto alviverdes paulistanos vão secar o São Paulo.

quinta-feira, outubro 30, 2008

No confronto de alviverdes, 1 a 0. Marcos é o cara

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A partida entre Palmeiras e Goiás, dois alviverdes, no Palestra Itália terminou 1 a 0 para o time da casa. O placar foi definido no primeiro tempo com um pênalti batido por Alex Mineiro.

A falta dentro da área foi bizonha, o defensor goiano aplicou sobre Kléber o que, no futebol americano, seria um tackle.

Não, a atuação não foi boa. Foi razoável para o primeiro tempo e retrancada para o segundo.

Marcos
Além de salvar a vitória simples, Marcos, o Goleiro, mandou avisar que não é porque falta empenho que ele não vai se dedicar. Salvou o time em duas defesas espetaculares, incluindo um lance em que o atacante Iarley saiu cara a cara com o arqueiro. Vale notar que o goleiro do Goiás, quase xará do citado atacante, Harlei também fez uma defesaça em cobrança de falta do sempre criticado e sempre "quase", Evandro.

O mais divertido foi ouvir, na substituição de Diego Souza, a torcida num misto de vaia e gritos de "Marcos, Marcos". Quem mandou reclamar.

E outra: Marcos tinha razão, na visão do torcedor, como se demonstrou nesse caso e na pichação na porta do Centro de Treinamento do clube, na Barra Funda pedindo "Raça verdão".

Pierre, o maior ladrão de bolas do Brasil, e Kléber com seu estilo desgovernado, foram os destaques de ontem, depois do Goleiro. São os dois que mostram mais disposição para o jogo (ok, no caso do Kléber a disposição se confundiu com cotovelos durante o Brasileirão).

Crise versus raiva
Que não tem motivo para crise no Palmeiras, eu até concordo. Mas dá muita raiva de torcedor pensar em dois ou três vacilos no mínimo evitáveis na trajetória do Verdão.

Aí o Vanderlei Luxemburgo joga o Marcos na fogueira, compara-o com Rogério Ceni – dando moral para o capitão tricolor em vez de ao santos de todas as horas – o Diego Souza permanece instável, e a arbitragem começa a funcionar para fazer o tricampeão.

O motivo porque São Paulo e Cruzeiro aparecem mais cotados agora do que o Palmeiras e até do que o líder Grêmio tem a ver com ascensão no campeonato. Embora todos tenham passado por momentos difíceis, os times de Muricy Ramalho e de Adilson Batista são os que parecem crescer. Parecem, porque a cada rodada muda um pouco. E porque minha função de secador é torcer para não ser de fato.

O próximo jogo, contra o Santos na Vila Belmiro, vai ser um jogo difícil como qualquer partida diante da torcida do time da Baixada. Nem quero pensar no que acontecerá se faltar a raça que Marcos e a torcida pedem.

Botafogo e São Paulo: o jogo dos sete erros

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Botafogo e São Paulo fizeram ontem uma partida bem interessante, com muitas variações e emoções a rodo. Mas, o que acabou sobressaindo foram os erros. Foi a partir de lances algo infantis que os gols aconteceram e, quando não houve nenhuma falha de atleta, quem resolveu pisar na bola foi o árbitro, junto com um medíocre auxiliar. Aguarda-se a punição dos mesmos. Ou não. Ao jogo de sete erros:

1 – Aos 16 do segundo tempo, Renan vai repor a bola e pega mal na dita cuja. A bola sai curta e fraca para os pés do rival Jean, que faz um belo gol. A imagem desnecessária da transmissão da mãe do goleiro de 19 anos, reserva de Castillo, chorando no Engenhão resume a lambança.

2 – Fábio divide bola com Rogério Ceni, mas a bola sobra para o zagueiro Miranda. O normal é o são-paulino dar um chutão. O que ele faz? Ajeita a bola e perde para Wellington Paulista, que chuta direto para o gol. E esse é o defensor dos sonhos de metade da imprensa paulista... A outra metade agora incensa André Dias, como se tivesse descoberto ontem o (mediano) atleta. Paciência, tem mais erros.

3 – Bola perdida pelo Botafogo no campo adversário, o São Paulo tenta armar um contra-ataque mas, no meio de campo, Leandro Guerreiro tira. Mas tira mal e...

4 – ...Diguinho não domina a bola. Mascada, mas era possível dominar. O atleta botafoguense, dizem que quase flamenguista, acha que joga mais do que sabe. Um chazinho de humildade lhe faria bem.

5 – Lucas Silva chuta, a bola desvia levemente em André Dias e Rogério Ceni não segura. O Tricolor parecia conformado com o empate, mas o auxiliar Renato Miguel Vieira marca impedimento de Wellington Paulista no lance. O alvinegro, diga-se, até faz menção depois que bola passa por ele de dar um calcanhar. Só que a redonda passa muito longe do atacante. Impossível ele interferir no lance. Marcação absurda...

6 - ... mas o árbitro Sérgio da Silva Carvalho aceita o erro. Logo ele que, perto do lance, viu que o atacante botafoguense não fez nada. Jogou a responsabilidade para o inepto bandeira e errou também. Mas erraria de novo...

7 - ... ao aceitar a cera de Rogério Ceni em dois lances nos quais o arqueiro caiu e saiu pimpão e tralalá, mostrando que só queria mesmo gastar tempo e esfriar o adversário. É bom ter moral com a arbitragem.

No frigir dos ovos e pelo que jogaram, o empate seria o mais justo. Mas a arbitragem não deixou, como lembra revoltado o Victor do Blá Blá Gol. Quando um erro crasso desses acontece na fase decisiva, dá margem a muitas teorias conspiratórias. Ainda mais que, na última partida do São Paulo contra o Vitória, a equipe baiana saiu reclamando de um pênalti não marcado de Rodrigo em Rodrigão. Erros como o de ontem não estragam, mas embaçam a imagem de um campeonato emocionante....

domingo, outubro 26, 2008

Vitória tranqüila do Santos. Até certo ponto.

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

"Taticamente é um time que tem condições melhores de jogar fora de casa. Temos uma marcação forte, uma bola aérea muito boa e vamos jogar em campos maiores que o nosso. Tudo isso soma." Era assim que o treinador do Figueirense, o retranqueiro assumido Mário Sérgio, justificava a preferência por atuar fora de casa. Afinal, foi assim que ele empatou com o Palmeiras no Palestra, por exemplo. Ao contrário do que mostra a tabela, a equipe catarinense é “encardida”.


Contra o Santos, o Figueirense começou bem. Pressionou e deu pouco espaço no meio de campo, conseguindo tocar bem a bola no campo peixeiro. A zaga reserva santista, desentrosada, parecia que iria entregar o ouro em algum momento. E quase entregou. O clube catarinense teve a grande oportunidade de sair na frente com uma penalidade. Mas Fábio Costa defendeu.

A partir daí o time da Vila foi outro. Com mais movimentação e aproximação dos homens de meio na área, o Santos pressionou e, em dois minutos, fez dois gols: o primeiro com Molina e depois outro com um belo lance de Bida, após um lançamento perfeito de Rodrigo Souto. A vantagem fez a equipe da casa ir mais tranqüila para o vestiário, mas o time não atuava bem.

Na segunda etapa, o Figueirense tentou vir pra cima, com Mário Sérgio colocando Rodrigo Fabri – aquele – em campo. A toada seguiu igual, mas, aos 13 minutos, Márcio Fernandes substituiu Róbson, que apanhava da bola o tempo todo, por Michael. E aos 16, após cobrança de escanteio, Rodrigo Souto fez o terceiro, um gol mais que merecido. Ele vem se firmando a cada partida como um belo meia, um segundo volante que marca lealmente e também tem capacidade de armar muito bem, algo raro nos gramados tupiniquins.

Daí em diante, partida morna. O que o Santos tentava era fazer com que o artilheiro Kléber Pereira fizesse o seu, após ter estado ausente na vitória contra o Botafogo. Perdeu três chances incríveis e não marcou. A zona do rebaixamento está mais distante e a perspectiva para 2009 parece ser melhor.


Na última rodada, Grêmio e Botafogo escalaram atletas que haviam recebido punições severas pelo STJD graças ao famoso efeito suspensivo. O Corinthians havia tido seu pedido em prol do zagueiro Chicão negado, mas uma semana depois conseguiu a liberação do mesmo para a partida contra o Ceará. Houve nesse caso uma incrível redução de pena de 120 dias para dois jogos, já cumpridos.

Até aí, tudo normal. Há comissões no STJD que são rigorosas e, quando se recorre ao pleno do Tribunal, as penas são revistas ou surge o famoso efeito suspensivo. Fica tudo bem. Menos para o Santos, clube que tentou e não conseguiu liberar Domingos e Fabiano Eller para a peleja contra o Figueirense.

Isso, somado à inabilidade da diretoria que, em dado momento de 2008, deixou o clube quase sem zagueiros, fez com que o Peixe entrasse no gramado com Adaílton e Fabão. O primeiro já havia se posicionado mal em lances simples e cometeu um pênalti infantil que quase complicou a vida peixeira. Algo normal para quem vem de um período longo de inatividade. Mas, dada a situação, fica a pergunta: quais são mesmo os critérios do STJD?