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segunda-feira, março 01, 2010

Água que manguaça bebe

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Rodger Rogério é um cantor, compositor, ator e professor de Física de 66 anos. Integrou o mítico grupo Pessoal do Ceará no início dos anos 1970, com a cantora Téti e Ednardo (na foto ao lado, ele está à esquerda). Eles foram da mesma safra dos também cearenses Fagner, Belchior, Amelinha, Fausto Nilo, Petrúcio Maia e Clodo, entre muitos outros. O LP "Meu corpo, minha embalagem, todo gasto na viagem", lançado pela gravadora Continental em 1973, é um clássico disputado hoje nos sebos. Com Ednardo e Téti, Rodger canta coisas como "Cavalo ferro", de Fagner e Ricardo Bezerra. Ele também participou do festival "Massafeira", em 1979, movimento coletivo que fez apresentações no Teatro José de Alencar e foi outro marco da música cearense - os 30 anos do evento foram comemorados com um show em maio do ano passado.

No blogue Do Carvalho, li uma passagem manguacística contada por Rodger Rogério (à esquerda, em foto recente). O bar Estoril sempre foi uma referência em Fortaleza. Nalgum fim de noite perdido nos anos 1970, Rodger e outros manguaças chegaram ao local quando o garçom Sitônio já guardava as mesas e cadeiras. Tratou logo de avisar os ébrios que o bar estava fechando e não venderia mais nada. "- Mas Sitônio, só três vodkas enquanto tu guarda as cadeiras, rapaz!", implorou Rodger. "- Tudo bem, vou trazer as vodkas e a conta logo". "- Peraí, Sitônio, arruma as coisas com calma. Traz três vodkas pra cada um e um Crush por rodada". O garçom aceitou e os manguaças beberam suas três doses com refrigerante. Porém, quando a conta chegou, só constava o valor a ser pago pelos três Crush. "- Que é isso, Sitônio? Num vai cobrar as vodkas não, rapaz?". "- E vocês acham que botei vodka? Tomaram muito foi água misturada com laranjada. E do jeito que estão, nem perceberam. Agora paguem e vão simbora!".

2 comentários:

Anselmo disse...

fiquei meio dividido com a história. de um lado, o garçom foi honesto de ter cobrado só o que ele colocou nos copos. xaropes que os manguaças estavam, pagariam felizes pelo goró não tomado.

agora, servir refrigerante a goró é quase uma violação de direitos humanos. Se a pessoa quer curar ressaca, evitar o bafômetro ou simplesmente se manter sóbrio, tudo bem, toma refrigerante. mas o ébrio quer se entorpecer com o etílico. Aí vem o garção e decide por ele? complicado.

mas a história é ótima.

Marcelo Elias disse...

Hahaha... já aconteceu isso comigo em Bananal/SP, no bar do Tatá, em pleno carnaval.
Lá pelas tantas da cachaça do "Mariano", pedimos a famosa "Bomba do Sadam" (um 'composto' de cachaça com ervas da serra da Bocaina) prá fechar a conta com estilo e cairmos no samba.
No dia seguinte, soube que ele preparara água com conhaque de alcatrão. Tempos depois bebi a "Bomba..." e, até hoje, agradeço a ele por poupar-nos da tragédia que seria. Deixa qualquer Tiquira parecendo suquinho. Afe!!!