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quarta-feira, abril 21, 2010

4h10min

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Esse foi o tempo que gastei para comprar ingressos para o primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, Santo André x Santos, que acontece nesse domingo, no Pacaembu. Entrei às 9h30 na fila que se formava nas bilheterias do Estádio Bruno José Daniel, em Santo André, e saí de lá às 13h40.

Pelo que leio na internet, o problema se repetiu em outros lugares. O UOL conta que o Pacaembu também teve gente que esperou mais de três horas. Amigos relataram de espera de mais de duas horas na Vila. E tenho certeza que o pessoal que chegou bem depois de mim ao Bruno Daniel inveja as quatro horas que permaneci lá - arrisco dizer que eles não levaram menos de seis horas para efetuar suas compras. Menos mal que hoje era feriado. Foi esse o motivo, é claro, que levou muita gente às bilheterias nos diferentes pontos de venda.

Dois registros importantes
O primeiro é que nesse tempo todo que permaneci na fila, vi poucas ou praticamente nenhuma ocorrência de "malandrões" furando fila. E nem cambistas. Essas duas pragas, inerentes aos grandes jogos de futebol, felizmente não estavam presentes no Bruno Daniel.

E o segundo é que a fila que levei quatro horas para concluir, diferentemente do que deve estar achando o leitor, não era das maiores. Não mesmo. Sim, era grande, mas jamais imaginei que ficaria ali por quatro horas. Arrisco dizer que estavam na minha frente, quando cheguei à fila, pouco mais de 65 pessoas. Ou seja: não era um contingente de pessoas que justificasse tamanha espera.

O que houve foi uma injustificável e absurda demora das pessoas nos guichês. Não por culpa dos clientes, que fique claro. A questão é que se fazia - PARA CADA COMPRADOR - um cadastro na hora. Medida correta, para evitar as cada vez mais frequentes fraudes no universo da meia-entrada. Mas que precisa ser otimizada, e em caráter de urgência. Não dá, não faz sentido um torcedor demorar tanto tempo em uma fila não das maiores. É preciso evolução.


O post aborda um tema que tenho destacado com relativa frequência aqui no Futepoca, a questão do desconforto a qual é submetido o torcedor que vai ao estádio. Acho importante ressaltar esse ponto porque rotineiramente ele é relegado a segundo plano - e fala-se da violência como sendo o único e maior mal no mundo do futebol. Estive hoje no estádio por quatro horas e não vi uma cenazinha sequer de violência - e olha que muitos torcedores do Santo André estavam lá, com suas camisas, comprando suas entradas. Mesmo quando não há violência, o desconforto impera. E se não podemos mudar a cabeça das pessoas, podemos mudar o que é oferecido a elas - o que pode fazer com que elas mudem suas atitudes. Tenho convicção que violência e desconforto andam juntos. E dá para corrigir um problema com certa facilidade, e aguardar para que o outro passe por uma melhora gradual.

5 comentários:

Jay_Santos disse...

Um agravante: Foi noticiado durante toda a semana que haveria venda de ingressos pela internet.

Inclusive ontem (3a. feira) a noite no site do ingressofacil estava o primeiro jogo e que a venda começaria "Em breve".

Hoje, depois de muita luta, consegui entrar no site e... Nada do jogo.

Tentei contato telefônico desde de manhã e só a tarde consegui falar com alguém, a atendente me disse que por pedido "do clube" (não soube especificar qual), a venda pela internet tinha sido suspensa.

Ou seja, nem de casa você consegue conforto e sossego pra comprar ingresso... Paciência, esse jogo vou ver com meu pai (santista), meu sogro (que torce pro Santo André) e com cerveja :)

Anselmo disse...

Parabéns ao Jay_santos por protestar com cerveja na presença do sogro pela lambança com os ingressos.

o estatuto do torcedor prometia algumas garantias, mas não resolveu.

a impressão q dá é q o que interfere no volume de torcida em campo, para a maior parte dos clubes, está ligado ao futebol jogado e as chances de conseguir coisas boas na temporada (títulos ou evitar rebaixamentos, pra tentar ser amplo na análise improvisada).

assim, diminui a pressão sobre os clubes e as federações relacionada à violÊncia e ao conforto.

Tenho que fazer ainda uma ressalva a esse meu raciocínio. É que se o tal fator que enche estádio for esse mesmo que eu citei e se arquibancadas cheias fosse um ponto decisivo para os clubes, haveria pressão para montar bons elencos e tal.

Resumindo, se for pra mudar, vai ser por interferência de federação ou poder público (tipassim ministério público tirando alguma liminar, sei lá).

Unknown disse...

Oi, Olavo,

Hoje (quinta-feira) fiquei quase três horas no Ginásio do Ibirapuera para comprar os ingressos remanescentes (setor laranja e numeradas). A fila parecia pequena, mas não andava de jeito nenhum. O site ingressofácil não deu sinal de vida desde ontem. Uma vergonha...

Anônimo disse...

O problema é geral em todo o País em todos os ramos.

O que falta é investimento em tecnologia para resolver o problema de espertinhos e tudo mais.

Mas não se investe nem em educação nem em tecnologia então ficamos na idade do pedra, papel e tesoura!

Anselmo disse...

"idade da pedra, papel e tesoura" é um trocadalho de deixar desnorteado.