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domingo, novembro 29, 2015

'Terceiro! Ôba-ôba! Pra mim tá louco de bom!'

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Imagem divulgada por Luís Fabiano ontem, antes de enfrentar o Figueirense

Em janeiro de 2012, Serginho Chulapa, o maior artilheiro do São Paulo, com 242 gols, opinava, sobre Luís Fabiano, que voltava ao clube: "Acho que tem tudo para me passar, para me alcançar, ainda mais agora, que voltou a fase boa dele. Torço para que isso aconteça e acho que o recorde foi feito para ser quebrado" (leia aqui). Na época, depois de marcar seu primeiro gol na volta ao Tricolor contra o Libertad, em outubro de 2011, o chamado "Fabuloso" já estava com 126 gols e precisava de mais 117, nos quatro anos seguintes de contrato, para ultrapassar Chulapa (o segundo colocado é Gino, com 233 gols). Um ano depois, em fevereiro de 2013, a diferença já havia caído para 80 gols, e Luís Fabiano mostrava-se otimista: "Acho que dá [para ultrapassar Serginho Chulapa e ser o maior artilheiro do clube]. É uma grande possibilidade, se eu fizer 30 e tantos gols nesses últimos dois anos, eu alcanço. Acho que dá, é algo que pode ser alcançado, se eu não me machucar e ter uma sequência. É uma coisa a se pensar" (leia aqui). Pois é, não deu.

'Fabuloso' marca e beija o símbolo do clube, ontem: despedida no Morumbi

Ontem, contra o Figueirense, Luís Fabiano abriu o placar e chegou a 212 gols com a camisa sãopaulina (leia aqui). Foi a última vez que marcou pelo clube no estádio, no qual é o segundo maior artilheiro pelo Tricolor, com 125 gols (só ficando atrás justamente de Serginho Chulapa, que fez 135 ali, jogando pelo time da casa). Não é possível cravar que tenha sido a última partida do "Fabuloso" pelo São Paulo, pois chegou a afirmar que não enfrentará o Goiás no derradeiro compromisso da equipe pelo Brasileirão, quando pode conquistar vaga na Copa Libertadores, mas depois voltou atrás (leia aqui). "Foi bom enquanto durou, até breve. Espero voltar como colaborador ou alguma coisa, porque a ligação com esse time é muito grande ", despediu-se o centroavante, já candidatando-se a um futuro emprego pós-pendura de chuteiras. Pelo o que se especula, Luís Fabiano vai ganhar mais de R$ 1,5 milhão mensais na segunda divisão da China, num contato de dez meses - algo que faria até o velho Serginho Chulapa voltar aos gramados, sem dúvida...



O engraçado é que essa bolada de grana, mais a expressão "foi bom", usada pelo jogador na despedida do São Paulo, remete a um trecho da letra de uma música do Ultraje a Rigor intitulada "Terceiro" ("Terceiro! Pra mim tá louco de bom!"), a mesma colocação que Luís Fabiano ficou entre os maiores artilheiros do clube. E, como se ilustrasse muitos jogos em que o centroavante "sumiu" em campo (principalmente os decisivos), a letra diz: "Se eu me esforço demais vou ficar cansado/ Já dá pra enganar eu ficando suado/ Se reclamarem eu boto a culpa no patrocinador". Então tá explicado: como o São Paulo está há um ano e meio sem patrocinador master, "Fabuloso" estava sem esse artifício - e o jogo de ontem foi o 171º dele pelo clube no Morumbi, número oficial do "migué". No fim, o artilheiro só igualou Serginho Chulapa no número de expulsões (leia aqui). Zàijiàn, Luís Fabiano!




20 MAIORES ARTILHEIROS DO SÃO PAULO *

1º - Serginho Chulapa (1973-1982) - 242

2º - Gino (1953-1962) - 233

3º - Luís Fabiano (2001/ 2002-2004/ 2011-2015) - 212

4º - Teixeirinha (1939-1956) - 188

5º - França/ Françoaldo Sena de Souza (1996-2002) - 182

6º - Luisinho (1941-1947) - 173

7º - Muller (1984-1988/ 1991-1994/ 1996) - 160

8º - Leônidas (1942-1950) - 144

9º - Maurinho (1952-1959) - 136

10º - Rogério Ceni (1993-2015) - 131

11º - Raí (1987-1993/ 1998-2000) - 128

12º - Prado (1961-1967) - 121

13º - Pedro Rocha (1970-1977) - 119

14º - Careca (1983-1987) - 115

15º - Dino Sani (1954-1961) - 113

16º - Remo (1940-1951) - 107

17º - Canhoteiro (1954-1963) - 105

18º - Friedenreich (1930-1935) - 102
       -Renato Pé Murcho (1980-1984) - 102

20º - Babá (1966-1970) - 94

* Dados oficiais do SPFC


segunda-feira, julho 27, 2015

Pato emPata com Paulo Lumumba

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Lumumba também fez 29 gols pelo São Paulo
Informação "relevante": com a confirmação de que o gol da vitória do São Paulo sobre o Cruzeiro ontem foi mesmo de Alexandre Pato (depois de o 4º árbitro ter apontado Carlinhos como autor e voltado atrás), o atacante chegou a 29 tentos marcados com a camisa do Tricolor e empatou, na 80ª posição do ranking histórico dos artilheiros do clube, com Paulo Lumumba. Para quem nunca ouviu falar nesse jogador (o que é mais do que provável), o gaúcho Paulo Otacílio de Souza (1936-2010) jogou pelo time do Morumbi nas temporadas de 1960 e 1961 e também atuou por Grêmio e Fluminense. Assim como Pato (até agora), Lumumba não ganhou título algum pelo Tricolor.

Bicampeão brasileiro, Hugo hoje está sem clube
Atleta pertencente ao Corinthians, Alexandre Pato está emprestado ao São Paulo até dezembro deste ano e, assim, pode alcançar outros jogadores que passaram pelo clube recentemente no ranking dos artilheiros do Tricolor: Hugo, bicampeão brasileiro em 2007 e 2009, e que está livre no mercado depois de passagem pelo Vitória, fez 31 pelo time do Morumbi, e está logo a frente, em 79º lugar. Lucas, atualmente no Paris Saint Germain, fez 33 e está empatado com o hoje comentarista Caio Ribeiro na 75ª colocação. Outra figurinha carimbada, Souza, campeão paulista, da Libertadores, Mundial e tri-brasileiro na década passada, e que também está sem clube após abandonar o Caxias-RS, marcou 35 gols pelo São Paulo é o 67º no ranking.

Reinaldo, que estava no Inter de Lages
Em atividade tem ainda o hoje corintiano Danilo, com 36 gols pelo São Paulo (63º colocado no ranking do clube), o Hernanes, da Internazionale de Milão, que, assim como Dario Pereyra, marcou 38 vezes pelo time do Morumbi (ambos estão na 58ª posição), o Diego Tardelli, que está na China, e o Grafite, que voltou agora ao Santa Cruz, ambos com 39 gols (empatados com Cafu no 55º lugar), e Reinaldo, ex-Santos e Internacional, que jogou pelo Inter de Lages-SC no 1º semestre, com 41 gols com a camisa sãopaulina (52º lugar). Um pouco mais a frente tem Kaká (que passou pelo São Paulo em 2014, a caminho do Orlando City) e Marcelinho Paraíba (Joinville), ambos com 51 gols pelo São Paulo, na 39º colocação; o Borges, da Ponte Preta, com 55 gols (32º); e o Dagoberto, do Vasco, com 61 (30º lugar).

Rogério Ceni: mais 7 gols para alcançar Maurinho
E dois jogadores que estão fechando o ciclo no São Paulo ainda podem avançar nesse ranking até o fim do ano. O primeiro é Rogério Ceni, que fez 129 gols e é o 10º maior goleador da história do clube - e, com muita sorte, poderia alcançar Maurinho (1933-1995), que fez 136, ou o lendário Leônidas da Silva (1913-2004), que marcou 144 vezes. O segundo é Luis Fabiano, atual 3º colocado no ranking, com 205 gols, e que - muito dificilmente - alcançará o 2º, Gino Orlando (1929-2003), que fez 233 gols, ou o artilheiro máximo do São Paulo, Serginho Chulapa, que fez 242. Como hoje é muito raro um jogador - que não seja goleiro - passar dez temporadas no mesmo clube, como Chulapa, é bem provável que sua marca se eternize. Afinal, Luis Fabiano "subiu no telhado"...

DA SÉRIE 'MAS... JÁ VAI?' - Depois de ir e não ir, o atacante Jonathan Cafu acabou "fondo" para o portentoso Ludogorets, da Bulgária, numa transação em que o São Paulo ficará com menos da metade do valor apurado. A debandada de atletas do Morumbi neste meio de ano reflete a crise financeira enfrentada pelo clube e sugere que todos no elenco, de titulares a reservas, estão acionando seus empresários para tentarem pular fora do "barco furado". No entanto, para além da falta de grana, a saída do Cafu (genérico) é mais um exemplo inegável das "cabecices" da diretoria quando tenta reforçar o ataque da equipe. Além de Jonathan Cafu, que fez apenas 12 jogos (e 1 gol), o clube acabou de emprestar o prata-da-casa Ewandro (que jogou só 22 vezes e fez 2 gols pelo profissional do São Paulo) e, no ano passado, teve passagem-relâmpago de Pabón (18 jogos e 2 gols). Agora a aposta é em Wilder Guisao, que estava encostado no mexicano Toluca. Ou seja: nada de novo no front...


segunda-feira, maio 06, 2013

Nada de bom?

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Por Moriti Neto

Depois de dois insucessos como mandante em momentos decisivos, é natural o pessimismo se instalar na cabeça do torcedor. Contudo, só é possível concluir aspectos negativos do time do São Paulo? Não creio.

Há bons agouros. E quem traduziu isso em palavras foi o técnico do adversário que eliminou o Tricolor ontem, o corintiano Tite. Após o jogo pela semifinal do Campeonato Paulista, ele enalteceu a qualidade do adversário. “Falei isso para ele (o técnico Ney Franco) pessoalmente. Trouxe à equipe do São Paulo um equilíbrio, ela marca e joga, com Ganso retomando seu futebol e Jadson jogando muito”, na entrevista coletiva no Morumbi.

Tite está certo. Ney Franco sabe o que faz. O São Paulo evoluiu nos últimos dois meses. Jogou de igual para igual todas as vezes que enfrentou Corinthians e Atlético Mineiro (que, em minha opinião, são os dois melhores times do Brasil hoje) este ano. Não fez feio, ao contrário.

É sabida a maior quantidade de resultados negativos do que positivos contra esses adversários. Falta o “algo mais” para estar no mesmo nível deles. O coletivo necessita de ajuste fino para decidir em retas finais. Isso virá com o tempo. Exatamente o que ocorreu com Corinthians e Atlético.

Também é fato que isso se realizará somente se a espinha dorsal da equipe e a comissão técnica forem mantidas, e reforços pontuais forem contratados, principalmente para as laterais, além de mais um atacante de bom nível. Sendo assim, a coisa engrena ainda este ano.

Sobre alguns pontos que contribuíram para os insucessos da semana, justamente contra Galo e Corinthians, vou por tópicos: 

O falso ídolo

De novo, Luis Fabiano. Esse é um mal para o São Paulo. Por um motivo ou outro, não se pode contar com ele em momentos importantes, o que, obviamente, azeda o clima no elenco. É complicado e desanimador – em qualquer setor profissional – ver um sujeito que é tratado a pão de ló quase sempre deixar o coletivo a ver navios.

Sinceramente, não entendo a idolatria ao jogador. Veterano que é, colaborou em quais conquistas? Um Rio-São Paulo, lá no longínquo 2001. No título da Sul-Americana, no ano passado, o papel dele foi risível, tanto pela expulsão contra o Tigre quanto pela falta de gols na competição.

O fraco William José (atualmente no Grêmio de Porto Alegre) anotou três gols no campeonato e foi bem mais importante que LF, que marcou só um tento. Creio que isso serve de boa medida para constatar o quanto é improdutivo na prática. Parece que joga contra. Repudio a falta de seriedade e a má influência ao elenco que ele representa.

Na Libertadores deste ano, aprontou feio na fase de grupos, contra o Arsenal, numa inexplicável expulsão depois do apito final. Pegou quatro jogos. Quinta-feira foi o último. Com ele em campo, o São Paulo poderia ter matado o Atlético no primeiro tempo.

Definitivamente, o clube não pode mais ficar refém de um atleta (???) que só contribui para desestabilizar o elenco e nem tem mais as condições técnica e física de outrora. Passou da hora de dar adeus ao falso ídolo.
Jadson e Ganso valem a pena

A parceria Ganso e Jadson tem potencial. Ambos são talentosos e o entrosamento cresce. Não vejo que se atrapalham no meio de campo, como avalia post da dupla Marcão/Nicolau. O posicionamento melhorou. A movimentação idem. Ganso joga mais atrás, orquestrando o time. Jadson está mais próximo dos atacantes. A ideia é lógica e respeita as características dos dois, pois o camisa 8 é um armador clássico e o 10 são-paulino tem chegada à área mais rápida e eficaz. Assim como todo o time, falta, na parceria, o tal “algo mais”, a sintonia fina com a proposta de jogo. No entanto, dá para tomar como base a ótima atuação da dupla nos 35 minutos em que o São Paulo encurralou o Galo na noite de quinta, quando, inclusive, o gol são-paulino saiu dos pés dela.

O quase

Douglas é o mais “quase jogador” que já vi. Faz “quase passes”, “quase chutes”, “quase dribles”, “quase cruzamentos”. Se o Herrera é o “quase gol”, o Douglas é o “quase jogador” ou “quase nada”.

Dos piores

Thiago Carleto é das piores coisas que já passaram pela lateral-esquerda do São Paulo. Corre, mas não acerta passes e cruzamentos. Bate forte na bola? Sim. Porém, chuta mal. Não tem pontaria. De que adianta?

Cortez é bom. Fez um ótimo 2011 pelo Botafogo. Em 2012, no primeiro semestre, foi dos poucos que se salvou no bagunçado time de Leão. Na outra metade do ano, jogou muito, inclusive na marcação, que não é o ponto forte dele. Urge recuperá-lo.

Bora, São Paulo.

quinta-feira, abril 18, 2013

Cinco motivos e quatro “escritos depois”; um pouco mais de Tricolor e Galo

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POR MORITI NETO 
1 - O São Paulo jogou bem contra o Atlético Mineiro e se classificou à segunda fase da Libertadores porque os dois volantes, Denílson e Wellington, esse principalmente, voltaram a marcar como no segundo semestre de 2012, quando a defesa do time foi a melhor do returno do Brasileiro e tomou só dois gols na Sul-Americana.
2- O São Paulo jogou bem, principalmente no segundo tempo, porque Ganso botou a bola no chão e ditou o ritmo. Além disso, Osvaldo se movimentou bem demais e foi vital no ataque.
3- O São Paulo jogou bem porque teve dedicação e concentração incríveis, ganhou quase todas as divididas contra o ótimo Galo e anulou as principais peças atleticanas.
4 - O São Paulo jogou bem porque Ney Franco é bom técnico. Armou o time corretamente mesmo sem peças de alto nível, como Jadson e Luis Fabiano, e apesar de ter que usar jogadores abaixo da crítica, casos de Aloisio e Douglas.
5 - O São Paulo jogou bem porque a torcida deu espetáculo e incentivou o time, de maneira impecável, do começo ao fim.
PS 1: a confiança, essencial em qualquer área da vida, pode contagiar positivamente o elenco, que é bom tecnicamente.
PS 2: hoje, o Atlético é melhor, mas a soberba de Ronaldinho pode contaminar negativamente o elenco do Galo e, por outro lado, estimular o do São Paulo.
PS 3: deve dar Atlético nas oitavas, mas agora a coisa zera. Provavelmente, vai ser disputa dura, com possibilidades de dois grandes jogos.
PS 4: Luis Fabiano não joga a primeira partida. Isso é até bom. A chance de expulsão dele num jogo que terá altos índices de tensão seria grande. Dessa forma, salvo uma contusão, o São Paulo contará com o centroavante na contenda decisiva, pelo menos nos primeiros instantes da partida, tomara nela toda. 
Bora, São Paulo.

domingo, fevereiro 03, 2013

Neymar e Miralles decidem e duas interpretações sobre lances polêmicos (visão santista)

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"A lição que eu tirei daquele jogo é que não podemos dar bola para o extracampo. Temos que pensar sempre dentro do campo, sem agredir adversário, sem jogar contra a torcida deles."

Desta forma, o meia são-paulino Paulo Henrique Ganso “aconselhava” o elenco de São Paulo sobre como deveriam lidar com o Bolívar, adversário do Tricolor na Libertadores, antes do confronto na competição. Curiosamente, o meia parece ter esquecido do próprio conselho e “entrou na pilha” no seu retorno à Vila Belmiro.

Ganso: pra que tanto ódio?
No intervalo, já pedia punição ao seu ex-clube por moedas jogadas no campo. Não pediu punição ao Bolívar em 2012, mesmo com seu “irmão” Neymar tendo sido atingido de fato por um objeto quando se preparava para cobrar um escanteio. Mas não titubeou em fazer isso contra o Santos. Freud explica.

Compreensível Ganso se sentir maltratado pelo Alvinegro. Como também é a torcida achar que o meia fez mal ao clube. Mesmo depois da complexa negociação que o levou ao São Paulo, um dos dois clubes que se interessou por ele à época, junto com o Grêmio (nenhuma agremiação do exterior se arriscou a cogitar pagar a multa), ele não poupou a língua, ou o bico. Insinuou que o São Paulo era diferente do Santos por um “pensamento de grandeza”. Na semana passada, depois de marcar seu primeiro tento pelo São Paulo em pouco mais de quatro meses de contrato, disse: “Vou chegar lá (Vila Belmiro) para fazer gol pelo São Paulo”.

Em um ambiente já conturbado como o futebol, no qual qualquer faísca se transforma em fogo, Ganso mostra atitudes duvidosas fora de campo, que certamente o tem prejudicado na carreira. Um veículo de imprensa, para melhorar, fez com um colunista fake fizesse uma convocação para que a torcida santista jogasse moedas no ex-ídolo. Todos, jogador e imprensa, muito responsáveis na hora de atiçar, e deveras moralistas (falsos, via de regra) na hora de pedir punição.

Em campo, Ganso foi apagado como tem sido há tempos. Toques de calcanhar de lado, passes também laterais, e um desempenho na segunda etapa que contribuiu para os visitantes perderem o meio de campo, setor no qual foram melhores nos primeiros 45 minutos. Conforme o lado, era marcado pelo excelente Renê Júnior ou por Arouca. Ney Franco errou ao demorar tanto para sacar o meia, o que pôs a nu o fracasso da sua estratégia de “motivar” o jogador ao colocá-lo como titular no clássico. Aliás, atleta que precisa de motivação com o salário e toda a estrutura que ele mesmo louva, é complicado. Ganso é realmente diferente. Para o bem e para o mal.

Mas vários atletas começaram mal e demoraram para engrenar no São Paulo. Foi o caso de Daryo Pereira, Careca, Raí. Essa é a esperança do torcedor são-paulino com o meia, que vai ficando cada vez mais distante de atuar na Copa de 2014.

Neymar, o jogo e duas interpretações

Muricy cansou de dar chances a André. Entrou Miralles, que se movimenta mais, volta para marcar e vez ou outra consegue roubar uma bola atrás. E, claro, o mais importante, tem feito gols. Não é aquela coisa em termos técnicos mas participa muito mais que o ex-titular. Dois gols em um clássico e seu concorrente está na berlinda.

Os laterais santistas mostraram hoje o seu valor na defesa. Bruno Peres foi soberano diante do mais que perigoso Osvaldo, e Guilherme Santos chegou a sofrer um pouco quando Cañete passou a cair por ali, mas a correção na marcação matou o lance forte do Tricolor. O defensor Neto, na esquerda ou na direta, foi muito bem e não tremeu no seu primeiro clássico. Já Montillo rendeu muito menos do que deveria, mas esse sim chegou outro dia e hoje completou seu sexto jogo pela equipe.

Miralles: intimidade com gol, e nenhuma com a dança
Neymar foi decisivo. Deu uma assistência maravilhosa no primeiro gol, um passe-matada. No segundo, tomou a penalidade e marcou. No terceiro, fez a assistência para Miralles. Nada de novo em  relação ao moleque maravilhoso.

Dois lances polêmicos da arbitragem e vou dar meus pitacos abrindo espaço para ser xingado por torcedores adversários. No lance em que Luis Fabiano fez um gol e o mesmo foi anulado, o comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba disse que o gol foi legal, criticando a decisão da assistente Tatiane Camargo. É um ponto de vista, mas a regra é clara, embora existam algumas interpretações divergentes.

Para citar uma delas, recorro a um ex-árbitro e comentarista da área... O próprio Gaciba. Neste post, intitulado “Interpretação Moderna”, ele elogia justamente a forma com que a assistente Nadine Bastos interpretou um lance na partida entre Avaí e Atlético Ibirama, na qual validou um gol, mesmo com dois atletas avaianos em condição de impedimento. Contudo, ressalto esse trecho:

“A GRANDE ALTERAÇÃO [na regra do impedimento, n.r.] deu-se quando a FIFA modificou a palavra 'influência' por 'participação efetiva' na jogada, ou seja, aquele atleta na parte inferior do vídeo que chega a dar dois passos em direção a bola anteriormente deveria ser punido pela sua ação, hoje, não mais.

O raciocínio é o seguinte: O assistente deve perguntar se aquela corrida (dois passos) interferiu na ação de algum defensor que poderia chegar na bola e não o fez pelo movimento daquele atacante.  Observem que este não é o caso já que o goleiro sai na bola com naturalidade e os defensores que erguem o braço o fazem mais como torcida do que como reclamação efetiva.”

Reparou no trecho em negrito? O zagueiro Neto marca e acompanha a movimentação do zagueiro tricolor que está em posição de impedimento e poderia sim chegar em Luís Fabiano, já que estava perto do rival, caso não estivesse marcando um atleta impedido. A anulação do lance, portanto, é plausível, de acordo com essa interpretação. Claro que amanhã a bandeira pode ser punida (futebol é um meio sexista no qual não é exatamente a justiça que é feita, né?), mas deveriam ponderar um pouco mais a respeito.

Quanto à penalidade sofrida por Neymar, engraçado que o comentarista Neto, na Rede Bandeirantes, diz que o atacante santista não foi atingido por Paulo Miranda e que ele, Neymar, “tocou” no joelho do marcador e caiu. Claro, o santista, que tem olhos nas costas, conseguiu tocar com a panturrilha de forma proposital em seu adversário. A propósito, como tem comentarista com história corintiana que pende de forma apaixonada para o São Paulo em diversas ocasiões, vide o xodó da Fiel, fã de Rogério Ceni. 

Mas você pode não ter visto nenhum toque no lance (eu e muita gente vimos). Neymar pulou, escapou da falta e caiu. Portanto, não pode ser marcado pênalti, certo? Errado. Diz a regra 12 do dileto esporte:

“As faltas e incorreções serão sancionadas da seguinte maneira:

Tiro livre direto
Será concedido um tiro livre direto para a equipe adversária se um jogador cometer uma das seguintes sete infrações, de maneira que o árbitro considere imprudente, temerária ou com uso de uma força excessiva:
• dar ou tentar dar um pontapé (chute) em um adversário
• passar ou tentar passar uma rasteira em um adversário (...)
• dar uma entrada contra um adversário

Viu aí os negritos novamente? Nenhum atleta precisa esperar ser atingido pelo adversário para sofrer a falta. O são-paulino tenta ou atinge, conforme a visão, Neymar, mas certamente nem passou perto da bola. Lance semelhante aconteceu, aliás, em um jogo entre Santos e São Paulo no campeonato paulista do ano passado (ver aqui, a partir do 0:46), no qual foi marcado pênalti de Rafael em Luís Fabiano.

Xingamentos à vontade, mas agradecemos os argumentos.

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Carta ao “fabuloso justiceiro” e LF já conquistou, sim, algo pelo Tricolor

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POR MORITI NETO
Já tantas horas depois, não há sentido em tecer longos comentários sobre o jogo entre São Paulo e Tigre, na noite desta quarta, na Argentina. Ao menos, no que diz respeito à bola rolando. O que vale analisar é o comportamento de Luís Fabiano. Embora muitos já o tenham feito, alguns com competência em poucas linhas, caso do Menon, o sujeito é uma situação à parte quando se trata de estupidez.
Sim, é isso, LF, o senhor foi de uma estupidez cavalar na expulsão cavada aos 13 minutos do primeiro tempo. Dessa maneira, ficará praticamente fora de toda a decisão da Copa Sul-Americana. Não disputa a final num Morumbi lotado pela torcida do Tricolor Paulista, que não tem uma sensação semelhante – de grande possibilidade de título – faz quatro anos.
O senhor é artilheiro, isso é incontestável, mas disse, depois do jogo, que tentou dar um pontapé no zagueiro Donatti, também excluído, para defender Lucas que, naquela altura, nem no lance estava mais (aliás, Donatti estava na dele e teve menos motivos para ser expulso). Pois bem, campeão dos fracos, o seu “espírito coletivo”, de “defesa dos companheiros”, é fruto de uma visão distorcida da realidade. Lembre-se, para “defender” o garoto, você abandonou a equipe, deixou-a sem referência na área. Mais do que isso: permitiu que os outros atletas são-paulinos permanecessem o restante da partida apanhando, encarando um adversário violento, inclusive o “seu protegido”.
Dessa forma, meu caro, após passar a semana inteira dizendo saber que seria provocado, o “justiceiro”, o cara que “não leva desaforo pra casa”, deu à equipe do Tigre, fraca tecnicamente, munição a uma das poucas armas que tem; a tão falada catimba argentina. Forte para ganhar o duelo psicológico, algo que pode ser imprescindível numa final contra o São Paulo de baixa média de idade.
Claro, eles venceram as brigas mental e emocional. Muito, pois um dos jogadores mais experientes do time brasileiro e ótimo finalizador, o senhor mesmo, o “grande salvador dos mais frágeis”, caiu na provocação do adversário. Parabéns.
O problema é que, além desse ser o maior erro que cometeu na carreira, é igual, no formato, a tantos outros que já fez. E não se trata de condená-lo pelo passado, mas por condições que nunca mudaram, por sua irresponsabilidade, por seu egocentrismo. Sinto-me livre para dizer: LF, o senhor, em momentos decisivos, ou falha tecnicamente ou é expulso. Em ambos os casos, o preparo emocional para decidir se mostra zero.
É um matador, goleador? Sem dúvida. E para por aí. Sempre que seus serviços são chamados em decisões, e não precisa ser necessariamente numa final, o senhor dá um jeito de se furtar da responsabilidade. Não reclame, goleador recordista, quando a torcida lhe chamar de pipoqueiro. Ainda que seja inconsciente, até quando é expulso parece querer fugir. Onde está o compromisso com o coletivo? Inexiste.
Assim, “senhor fabuloso”, iremos, jogadores e torcedores, para cima do Tigre na próxima quarta. E se não teremos a esperança de que, a qualquer momento, o senhor nos fará explodir com o prazer do gol, também não nutriremos o sentimento negativo de que pode ser expulso.
Ganhar ou não o título, difícil saber, até porque os argentinos seguirão apostando no confronto psicológico e mostraram que são bons nisso. Porém, independentemente do resultado, meu caro, tenha certeza, você largou a bucha para a moçada. Férias adiantadas? De novo, parabéns. Já conquistou algo no Tricolor.

segunda-feira, maio 21, 2012

O jogo que resume a temporada são-paulina

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POR MORITI NETO

Tempos injustificáveis sem escrever. Sem saber como voltar, o domingo e a derrota doída me deram a deixa. “Não podemos continuar jogando desse jeito. É melhor fazer só um gol e não tomar nenhum”, a frase é de Luis Fabiano após o jogo de ontem entre São Paulo e Botafogo e ilustra bem o momento, ou melhor, o ano do Tricolor Paulista. Não que o atacante tenha descoberto a América, mas o Tricolor precisa arrumar a casa rápido se quiser algo de bom em 2012.

Ataque desordenado, defesa confusa (Rubens Chiri /saopaulofc.net)
No Engenhão, a partida foi dessas que sintetizam o desempenho de uma equipe ao longo da temporada. A derrota por 4 x 2, de virada, não poderia ser considerada tão normal – ainda que o futebol seja o esporte que permita a Bayern e Chelsea chegarem até uma decisão de Liga dos Campões da Europa com os atuais Barcelona e Real Madrid na parada.

Contudo, não é surpreendente a derrota são-paulina e nem mesmo a forma como ela se deu. O Tricolor é uma equipe (?) desestruturada em todos os setores, o que se reflete nas vitórias somente contra times fracos e muitas dificuldades à frente de agremiações de mais peso, ainda que seja um Botafogo cabisbaixo, eliminado da Copa do Brasil pelo Vitória da Bahia e derrotado inapelavelmente pelo Fluminense nas finais do Campeonato Carioca.

Tudo muito mal

A defesa são-paulina é inconsistente. Com um solitário Rodolpho e os fraquíssimos Paulo Miranda e Edson Silva como opções de dupla. Denis é um goleiro inseguro, rebate muito e espalma a qualquer lado.

O meio não tem pegada e o motivo nem é não dispor de um volante daqueles que dá o bote. A questão é que o time joga distante, não há aproximação. Com isso, os laterais Douglas e Cortez, bons para atacar, quando passam rumo à linha de fundo, não encontram com quem fazer o jogo.

Na frente, existe qualidade técnica, mas a ausência de clareza do que fazer em campo é evidente. Lucas, Luis Fabiano e Jadson são peças que não se encaixam, embora as características apontem para um bom casamento. Um carrega demais a bola, o outro sai da área mais do que devia e o terceiro, de quem se espera mais controle do ritmo, recebe pouco a redonda, já que ela passa por cima do meio campo diversas vezes, no chutão.

O esquema – e não dá para isentar Leão – é o de “todos ao ataque”, mas sem organização. O time é um bando quando tem a bola, correndo em direção ao campo do adversário como se apenas lampejos individuais resolvessem as disputas. Quando o esférico está com o adversário, o São Paulo não sabe jogar. Aí, é a festa dos rivais pelos lados, pelo meio, e tome bola na área em cima da zaga fragilizada e do goleiro assustado.

Além disso, a estrutura descompensada também está fora de campo. Juvenal Juvêncio e asseclas seguem aprontando. O culminante da temporada foi afastar o fraco Paulo Miranda depois da semifinal do Paulista. Agora, o moço, sob a batuta de Leão, volta como titular, fraquejando. Nessa situação bizarra, se o zagueiro é bom ou ruim não é o problema. A pergunta, basicamente, é: quem avalizou a contratação?

Luis Fabiano já disse. O São Paulo precisa mudar. Porém, a questão está longe de se resumir ao projeto de jogo. É bem mais do que isso. É urgente trabalhar por uma nova proposta de clube.

quinta-feira, outubro 20, 2011

Resort Tricolor

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Por Moriti Neto

 

Se no banco havia mudança de cara com a troca de Adilson Batista por Milton Cruz, o São Paulo, dentro de campo, não foi diferente dos últimos jogos. O futebol mostrado ontem contra o paraguaio Libertad, no Morumbi, na vitória por 1 x 0 pela Copa Sul-Americana, foi o mesmo dos últimos seis jogos sem vencer pelo Campeonato Brasileiro. O time continua sem qualidade pelos lados, seja na marcação ou nas subidas ao ataque. O meio cria pouco. Lucas segue mal. Casemiro não acha a posição certa. De novidade, só Luis Fabiano ter desencantado com um gol bem ao estilo. Tento chorado, que só saiu aos 31 minutos do segundo tempo.

Falar em detalhes da partida é chover no molhado. Minha parca capacidade de análise não permitiria ir muito além das últimas colunas. Prefiro evitar o mais do mesmo que, certamente, não alimentaria a paciência de quem lê. Para resumir: o Tricolor prossegue um time com cara de indisposto, parece sem grandes ambições e possui alguns jogadores que acham que são craques, mas nem chegam perto disso.


Técnico: só um entre os muitos problemas

Como disse o Maurício recentemente, às vezes, na curva dos dias, a gente não consegue escrever sobre momentos importantes. A saída de Adilson do comando técnico são-paulino era esperada. Como nas demais experiências pós-Cruzeiro, ele foi muito mal. Em 20 jogos pelo Tricolor no Brasileiro, conquistou apenas 45% dos pontos disputados. No Morumbi, o aproveitamento foi pífio, na casa de 42%. Na disputa do segundo turno, em 11 jogos, ganhou 13 em 33 pontos possíveis – 39% aproveitados. Campanha de time que briga para não cair. Difícil segurar o cargo assim.

Só que, no São Paulo, há tempos, o problema não é somente o técnico. A diretoria faz bobagem atrás de bobagem. Contratou Ricardo Gomes, testou Sérgio Baresi, trouxe Paulo César Carpegiani e Adilson. A questão central não foi demiti-los, mas tê-los contratado. A direção são-paulina entrou na onda de contratar técnicos não exatamente pela capacidade, mas por serem “baratos”. Desde as conquistas entre 2005 e 2008, passou-se a considerar que os treinadores são peças sem grande relevância na engrenagem de uma equipe de futebol e que, em um clube bem estruturado, com elenco razoável, técnicos medianos poderiam dar conta do recado.

Não que eu seja defensor da ideia do super-técnico. Existem treinadores “baratos” que mostram capacidade. Contudo, das últimas aquisições do São Paulo, fora Baresi, que era novato no profissional, os nomes, pelos históricos, não animaram já nas chegadas.

De fato, a gestão de Juvenal Juvêncio é um caso à parte. E merece muitas críticas. A maneira arrogante como a coisa é tocada na administração do clube, contamina inclusive o elenco de jogadores. O “fenômeno" foi batizado no CT da Barra Funda de "Resort Tricolor", ou seja, um ambiente em que o pessoal se acomodou com as benesses e glórias das conquistas. A situação, não sem motivos, desembocou num acúmulo de derrotas dentro e fora de campo nos últimos anos.

Os sucessos seguidos criaram uma cultura de grandeza, principalmente entre os cartolas, que adoram falar que o time é de primeiro mundo, “diferenciado”, como se fosse o Barcelona das Américas. A obsessão de JJ pelo Morumbi na Copa foi péssimo negócio. Convencido de que o São Paulo era o clube mais poderoso do universo, o presidente resolveu brigar com Federação Paulista e CBF e, ao contrário de costurar alianças com outras agremiações, decidiu rachar com o Corinthians e abalar relações com Palmeiras e Santos. Pura falta de competência administrativa e inabilidade política.

Outro ponto é que os dirigentes continuam (exceção feita a Luis Fabiano que, mais do que qualquer coisa, é jogada de Juvenal para eleger o sucessor) ancorados na política de contratações de jogadores em fim de contrato. Tá. Foi boa sacada lá em 2004/2005, mas os clubes, em geral, agem atualmente de forma parecida e, muitas vezes, oferecem salários melhores aos atletas (há clubes que estão na frente do São Paulo em termos de gestão e isso não se mede apenas pela capacidade de contratar).

Com essa contaminação emanada da direção, não é de se estranhar que a postura de superioridade atinja atletas e comissão técnica. Talvez sejam as tintas do resort que pintem a fotografia de um time indiferente dentro de campo, quase sempre se comportando como se cada jogo pudesse ser decidido a qualquer momento. Só pretensão.

segunda-feira, outubro 03, 2011

A “festa” sem vitória, motivos para não ser campeão e a baixa qualidade

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Por Moriti Neto

63 mil torcedores. Reestreia de Luis Fabiano. Os bons Ceni, Lucas, Dagoberto, Casemiro, Rodolpho e Denílson. Público recorde, a volta de um ídolo, qualidade individual. A festa estava armada para o São Paulo contra o Flamengo ontem, no Morumbi. Só faltou a vitória.

Os cariocas foram melhores e venceram justamente, por 2 x 1. Após uma primeira etapa com os donos da casa tomando a natural iniciativa de ataque e o Flamengo posicionado para contragolpear,  o segundo tempo mostra Rogério pegando muito e evitando ao menos quatro gols flamenguistas, em boas jogadas criadas pelos lados, contando com o rotineiramente  fraco desempenho são-paulino nos flancos, antes de Thiago Neves, aos 19, abrir o placar. Dagoberto empatou, num belo chute, aos 34. Mas foi Renato Abreu quem deu números finais ao placar, aos 39, em finalização despretensiosa que desviou em Carlinhos Paraíba e tirou Ceni do lance.

A arbitragem esteve mal. O meia são-paulino Lucas foi expulso aos 9 minutos do segundo tempo. Tomou um justo segundo amarelo. O problema é que o primeiro cartão foi discutível. Já indiscutível, é que o volante flamenguista Willians, excluído aos 26, também pelo segundo amarelo, nem encostou em Carlinhos Paraíba que, ridiculamente, caiu após tropeçar nas próprias pernas. Também sem discussão, aos 40, Dagoberto deveria ter recebido a segunda advertência na partida, o que acarretaria na expulsão do atacante.

Clinica de reabilitação 2

disse aqui que os adversários em má fase podem ter boas perspectivas quando olham a tabela e veem o próximo jogo contra o São Paulo, no Morumbi. O Flamengo foi só mais um que se encaixou nessa situação. Nos onze jogos anteriores, o time da Gávea tinha aproveitado só oito dos 33 pontos disputados, sendo que a única vitória ocorreu contra o último colocado, o América Mineiro.

O aproveitamento são-paulino em casa é pífio sob o comando de Adilson Batista. Empatou com Atlético Goianiense,  Atlético Paranaense, Corinthians e Palmeiras. Perdeu para Vasco, Fluminense e Flamengo. Ganhou apenas de Bahia, Atlético Mineiro e Ceará. Então, vitórias só contra três times que brigam para não cair.



Sem ganhar dos melhores não dá

Dos concorrentes mais bem colocados no campeonato, o São Paulo só ganhou do Fluminense, na primeira rodada do certame. Depois, perdeu e empatou com o Corinthians, foi derrotado duas vezes pelo Flamengo, perdeu do Vasco, teve derrota e empate diante do Botafogo, e sofreu revés do  Fluminense na abertura do returno. Ainda tem pela frente o time da Colina, em São Januário.

Detalhe curioso é que, no Morumbi, o Tricolor perdeu todos os confrontos com os cariocas. Pelos lados do Cícero Pompeu de Toledo, deve haver quem se sinta aliviado por não ter mais nenhum enfrentamento contra times do Rio de Janeiro em casa.

De qualquer forma, como mandante ou visitante, o São Paulo não conseguir vencer os ponteiros de cima da tabela é sintomático de um time sem grandes possibilidades de título.

Adilson Batista

Não é só pela péssima campanha em casa que o técnico são-paulino é mal avaliado. Adilson Batista, desde que chegou ao Tricolor, se mostra apático, covarde até.  Com um bom elenco, não é capaz de formar um time, não organiza um padrão de jogo. Também mexe mal, como ontem, quando tirou Luis Fabiano e colocou Carlinhos Paraíba, chamando o Flamengo, com um a mais, de vez para o ataque. Sim, o centroavante tinha que sair, mas era Rivaldo o nome para substituí-lo.  

Outro erro gritante do treinador é com Lucas. Antes da volta de Luis Fabiano, a insistência era manter o garoto no ataque, de costas para o gol. Contra o Flamengo, o menino, na maior parte do tempo, ocupava a mesma faixa de campo que Casemiro, que deu para achar que é meia. O camisa 7, muitas vezes, tinha inclusive que ficar preso à marcação e cobrir as constantes subidas do volante.

Porém o pior é que Adilson tem muito medo. Parece refém de uma situação que coloca o São Paulo como a última esperança de carreira num grande clube, depois de insucessos consecutivos, principalmente em Corinthians e Santos, e, lateralmente, no Atlético Paranaense. O receio de perder a atual oportunidade o deixa em condição delicada, inclusive à mercê das vaidades e chiliques dos jogadores.

Dagoberto

Por falar em chiliques, impossível não pensar em Dagoberto.  Individualista ao extremo, joga para ele, sem responsabilidade coletiva. Quando perde uma bola no ataque, logo leva as mãos à cintura, olha para os lados e caminha devagar. A cena é repetitiva. Passa-se em todos os jogos do São Paulo.  O atacante não recompõe, não ajuda na marcação. Acha que é craque, protagonista, quando é só bom jogador e coadjuvante.

Fez um belo gol ontem, é fato, mas o que ocorreu depois evidencia o individualismo. Num dos tradicionais chiliquinhos, foi comemorar sozinho, “desabafando”, tirou burramente a camisa, foi amarelado e, só por conivência da arbitragem, não recebeu merecida expulsão.

Dependência

Desde março, quando anunciou a contratação de Luis Fabiano, o Tricolor passou a sentir estranha dependência de um jogador sem data para atuar. Ainda com Carpegiani, o time foi montado para jogar com o centroavante, que veio com ares esquizofrênicos de ao mesmo tempo “salvador da pátria” e de única peça que faltava para montar um bom sistema.

Eis que finalmente, Luis Fabiano jogou. Não foi mal. Sete meses parado e se movimentou razoavelmente. Fez o pivô, recuou para buscar a bola, chegou a tirar bons lançamentos. Mostrou a incontestável presença de área, não fez o gol por intervenções providenciais de Felipe e Alex Silva. Ainda assim, dá o que pensar a aposta desde o início num jogador fora de ritmo – que se sabia não aguentaria em nível razoável mais que um tempo. Para o bem do time, poderia ter entrado na segunda etapa. Pensou-se no marketing, na mídia, na renda. Parece que a vitória foi um tanto esquecida.       

Sinal da baixa qualidade

Já disse acima que o Flamengo, antes da vitória de ontem, anotou só oito pontos em 33 disputados. Hoje, está com 44, a seis do líder Vasco, e não dá para dizer que, bem como o Fluminense, é carta fora da briga pelo título.

Quando um time do tamanho do Flamengo fica dez rodadas sem vencer e tem um aproveitamento no segundo turno digno de candidato ao rebaixamento, e ainda assim os que estão brigando pela liderança não conseguem se distanciar, a impressão que fica para este escriba é de que, na média, falta de qualidade.