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terça-feira, setembro 30, 2008

A última chance de Falcão

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Começa hoje a disputa do 9º Campeonato Mundial de Futsal, o 6º organizado pela FIFA (antes, era a Fifusa, Federação Internacional de Futebol de Salão, que organizava o torneio). A competição acontece no Brasil - mais especificamente no Rio de Janeiro e em Brasília. O Brasil tenta chegar a seu sexto título. O maior adversário é a Espanha, atual bicampeã mundial

Essa é, de acordo com declarações dos próprios jogadores, a última chance da geração de Falcão. Na última conquista brasileira, em 96, na Espanha, Falcão tinha apenas 19 anos. Seu reinado como melhor jogador do mundo ainda não foi coroado com um título mundial. Se perder, ele deve abandonar a seleção. Ainda de acordo com os atletas, as duas derrotas nos últimos mundiais seviram para devolver a humildade para o Brasil, já que o time estava mal-acostumado com tantas vitórias consecutivas. Conversa perigosa...

A Espanha também vem para a disputa mantendo a base dos anos anteriores. Javí Rodriguez disputa seu quarto mundial - assim como Falcão - e lidera outros veteranos, inclusive dois brasileiros naturalizados espanhóis, em busca da consagração com o terceiro título seguido.

Para a imprensa espanhola, só Espanha e Brasil têm cacife parao título. Portugal e Itália, que estão no mesmo grupo - podem incomodar, e os outros times seriam coadjuvantes.

Os 20 times são divididos em 4 grupos de 5. Os dois primeiros de cada grupo são divididos novamente em dois grupos. Os dois melhores de cada grupo passam para a fase final, disputada de forma tradicional, com semifinal e final.

O Brasil encabeça o Grupo A, que tem ainda Rússia, Cuba, Japão e Ilhas Salomão. O primeiro jogo é hoje, contra o Japão, às 10h30.

atualização: o Brasil venceu o Japão por 12 a 1. E acabei de descobrir que toda a seleção italiana é formada por brasileiros naturalizados. Eu, einh?

sexta-feira, novembro 09, 2007

Long neck Nova Schin a 17 reais

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Foi em Londres, em 2004. Eu morava naquelas bandas, uns camaradas músicos iam tocar samba num bar "brasileiro" chamado Guanabara, em Covent Garden, no centro. Lá fomos eu, a patroa da época e um camarada, o George, que estudava inglês e trabalhava de garçom num bufê de festas para os chiques britânicos. O Alemão, outro amigo nosso, fez as pick-ups e tocou samba-roque na entrada e nos intervalos. Até aí, tudo conforme.

Vamos comprar a cerveja. Quem conhece a capital inglesa sabe que isso não é exatamente uma preocupação. Qualquer canto tem o seu Pub, com lager ultragelada ou bitter em temperatura mais ou menos ambiente, a tradicionalíssima irlandesa Guinness e outras tantas variedades. A cerveja é servida em pints, um copo que praticamente corresponde a uma de nossas garrafas, com seus 568 ml, ou em half pints.

Aconteceu, no entanto, que os cabras acharam que a cerveja tinha que ser "a caráter". Só tinha long neck Nova Schin, ao custo de 4 libras. Cada libra na época valia uns R$ 4,40, totalizando R$17,40!!! Ninguém vai deixar de beber, mas o camarada George registrou sua análise, sem contestações: "Os caras acham que bar brasileiro é o que vende cerveja brasileira. Bar brasileiro é o que vende cerveja barata". Opa!

"Estou ameaçado de morte"

Mas isso não foi o mais surpreendente da noite. Conhecemos o produtor da banda, cujo nome nenhum manguaça vai exigir de mim que me lembre, mesmo considerando que o preço e a revolta impediram que eu bebesse o suficiente pra fazer a cabeça. Mas o cara tinha história pra contar.

Era mais um de tantos paulistanos de classe média que vão a Londres viver a liberdade de andar sem documentos, comprar "cogumelos mágicos" (magic mushrooms) no mercado, ganhar uns trocados em subempregos. Ele trabalhava como entregador de pizza, e pra isso comprou uma moto. Na hora de registrar o veículo, não pedem documento, apenas perguntam o seu nome. A dele estava em nome do Silvio Santos, um dos maiores proprietários de motos na Inglaterra. A brasileirada acha então que não precisa cumprir nenhuma lei de trânsito, pois as multas vão pra conta do Silvio. E o cara abusou um pouco.

Mas se o registro é apenas pro forma, o mesmo não se pode dizer do seguro obrigatório, que exige apresentação de passaporte e comprovante de endereço. Pra encurtar a história, pegaram o cara e ele foi convocado a se apresentar aos tribunais ingleses, que estão entre os mais tradicionais do mundo, onde os juízes usam até peruca branca.

Encurralado, o manguaça resolveu arriscar tudo. Diante das Royal Courts of Justice, confessou: "É verdade, eu falsifiquei o registro e tomei as multas todas. Mas vocês não podem me mandar de volta pro Brasil". Pausa entre os magistrados. Eles trocam olhares. Finalmente, perguntam a razão de tal impedimento. O cara, que nunca deve ter saído da Vila Madalena, truca: "Sou do MST, estou ameaçado de morte. Se voltar ao meu país, vou morrer."

Conseguiu asilo político, e deve estar por lá até hoje.