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sexta-feira, julho 17, 2015

Coincidência macabra: Ghiggia morre num 16 de julho

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O adeus do último atleta que entrou em campo em 16/07/1950
Se 52 milhões de brasileiros choraram no dia 16 de julho de 1950 (principalmente os 200 mil que estavam no recém-inaugurado estádio do Maracanã), quando sua seleção de futebol perdeu a Copa do Mundo em casa, de virada, dependendo de um mero empate para ser campeã, 3,5 milhões de uruguaios também choraram ontem, exatos 65 anos após a inacreditável conquista de sua seleção no Brasil, com a morte daquele que fez o gol consagrador da vitória na ocasião: Alcides Edgardo Ghiggia, o herói do "Maracanazzo". A coincidência macabra leva muitos céticos a reconsiderarem seu desprezo pelo tal "destino". Foi num 16 de julho que Ghiggia, 23 anos, virou celebridade eterna do futebol mundial; e foi na mesma data, aos 88 anos, que morreu. E morreu, simbolicamente, de ataque cardíaco. Quantos brasileiros devem ter sofrido esse mesmo colapso no momento do segundo gol uruguaio, aos 34 minutos do segundo tempo, naquela decisão no Maracanã?

Um chute forte, de perna direita, e a bola passou entre Barbosa e a trave: 'Maracanazzo'

Mais simbologia: Ghiggia, justamente o protagonista, era o último atleta vivo dos 22 que entraram em campo naquela fatídica decisão. Além dele, o Uruguai jogou com o goleiro Máspoli (morto em 2004), Andrade (1985), Gonzalez (2010), Tejera (2002), Gambetta (1991), Obdulio Varela (1996), Julio Pérez (2002), Schiaffino (2002), Míguez (2006) e Morán (1978). Pelo Brasil, os infortunados que disputaram a partida foram o - mais infortunado de todos - goleiro Barbosa (morto em 2000), Augusto (2004), Juvenal (2009), Bigode (2003), Bauer (2007), Danilo Alvim (1996), Zizinho (2002), Jair Rosa Pinto (2005), Friaça (2009), Ademir de Menezes (1996) e Chico (1997). O regulamento da época não permitia substituições, portanto só estes jogadores pisaram o gramado naquele jogo.

A Roma indispôs Ghiggia com o Uruguai
O que muita gente não sabe é que, apesar de herói máximo do título uruguaio de 1950, Ghiggia fez a última partida pela seleção de sua pátria logo em seguida, em 1952, aos 25 anos. É que naquele ano ele se transferiu para a Roma, da Itália, e, para a Copa de 1954, a Associação Uruguaia o chamou, mas, surpreendentemente, o clube italiano não o liberou - mesmo o Mundial sendo disputado na vizinha Suiça. Apesar da responsabilidade ter sido do clube, o episódio fechou as portas para Ghiggia na seleção de seu país. Por isso, aproveitando sua ascendência italiana (a pronúncia original de seu sobrenome é "Guídja", ao contrário de "Jíjia"), decidiu jogar pela Squadra Azzurra. Curiosamente, como companheiro, teria o outro uruguaio que também marcou gol na decisão de 1950: Schiaffino, que fez sua última partida pelo Uruguai na Copa da Suiça, transferiu-se para Milan e Roma e também decidiu atuar pela seleção italiana. Porém, mesmo com ambos na linha de ataque, a Itália não conseguiu se classificar para a Copa da Suécia, em 1958.

Vã esperança: imprensa tupiniquim tentou forçar um 'tapetão' pra anular título uruguaio

Polêmica: uruguaio ou argentino? - Outra coisa que caiu no esquecimento foi a tentativa da mídia esportiva brasileira (ah, a mídia esportiva brasileira!) de usar Ghiggia e outro uruguaio campeão, Morán, para "anular" a partida que decidiu a Copa de 1950. Três dias após a tragédia brasileira no Maracanã, o Jornal dos Sports, do jornalista Mário Filho (que depois daria nome ao estádio), insinuou que os dois atletas, na verdade, teriam nascido na Argentina - o que tornaria irregulares suas atuações pelo Uruguai.  "Ontem as últimas horas da tarde”, dizia o jornal, “foi divulgado que o encontro Brasil x Uruguai seria anulado, em virtude de não ser uruguaio o ponteiro direito Ghiggia, por sinal fator preponderante na vitória dos 'celestes'. Segundo as aludidas versões, Ghiggia seria argentino de nascimento e estaria portanto em situação irregular na seleção oriental. O mesmo se daria com Morán, seu companheiro da ponta oposta." Como MUITAS coisas publicadas ainda hoje pela imprensa tupiniquim, comprovou-se depois que nada disso era verdade.

Frame do vídeo no exato momento da mentira
Talvez para se vingar, Ghiggia acabaria topando, em 2013, uma brincadeira proposta por uma editora uruguaia e levada a cabo por quatro jornalistas locais: publicar que Obdulio Varela, o mítico capitão da conquista no Maracanã, era na verdade brasileiro. "Quatro meses, milhares de reuniões e mais de milhares de cervejas depois, o livro estava pronto. E o título também: 'Obdulio era brasileiro'. Impactante", conta Héctor Mateo, no texto de contratapa do livro "Obdulio era brasilero – Cuentos de fútbol". Para sua surpresa e de todos os envolvidos, ao entrevistarem Ghiggia e contarem sobre a molecagem, o herói de 1950 topou na hora - e gravou um vídeo atestando categoricamente a mentira sobre Obdulio, que, postado na internet, gerou repercussão avassaladora. "Foi uma loucura. Diário, canais de televisão, rádios, ATÉ A GLOBO, sabe a alegria que tinha minha mãe quando saímos na Globo? Éramos maiores que o Rei do Gado!". Temerosos das consequências, os mentores da brincadeira teriam ainda mais uma surpresa."Teríamos que saber até quando aguentaria Ghiggia sem nos mandar à prisão. Ligaram quinhentas vezes ao velho. E quinhentas vezes mais também. E bancou a história. Bancou como um duque", acrescenta Héctor Mateo.

Com Jairzinho, 'Furacão da Copa' de 1970: 'Amo o Brasil e torço pelo país', disse Ghiggia

Credencial de Ghiggia para a Copa de 2014
De toda forma, mesmo tendo sido o "carrasco" da maior tragédia futebolística brasileira, Ghiggia dizia ter apreço pelo país vizinho. "Amo o Brasil e torço pelo país. Se o Uruguai não puder ganhar, quero que ganhe o Brasil. Depois do que fiz, sou 'hincha' (torcedor) brasileiro. É uma terra linda, abençoada", comentou, ao jornal Lance!, às vésperas da classificação da Celeste para a Copa de 2014. "Sou sempre muito bem tratado e penso: se tratam assim quem lhes fez mal, imagine como tratam quem lhes fez bem?", completou. Ano passado, por ocasião da Copa, Ghiggia veio ao Rio de Janeiro como um dos convidados de honra da inauguração da Casa Coca-Cola, instalada ao lado do estádio do Maracanã. Junto dele, o ex-atacante da seleção brasileira Jairzinho, tricampeão em 1970. Na coletiva de imprensa, Ghiggia declarou: "Ganhamos, eu e meus companheiros, aquela Copa e demos alegria ao nosso país. Mas lamento que tenha deixado o Brasil inteiro triste". Uma grandeza que permite que nós, brasileiros, também fiquemos tristes, agora, com a morte dessa lenda do futebol.


segunda-feira, abril 14, 2014

'Porto de Lenha, tu nunca serás Liverpool!'

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Hodgson: declaração infeliz
Diz uma das mais sábias das Leis de Murphy: "Toda vez que se menciona alguma coisa, se é bom, acaba; se é ruim, acontece". O técnico da seleção inglesa, Roy Hodgson, devia ter lembrado da última parte dessa máxima ao afirmar, na véspera do sorteio dos grupos para a Copa do Mundo de 2014: "O clima tropical de Manaus é o problema. Manaus é o lugar ideal para se evitar e Porto Alegre o lugar ideal para jogar" (leia aqui). A declaração pegou mal e mereceu resposta indignada do prefeito da capital amazonense, Arthur Virgílio Neto (PSDB): "Nós, amazonenses, também preferimos que a Inglaterra não venha. Torcemos pra que venha uma seleção melhor, com mais futebol... e com técnico mais sensível, culto e educado" (leia aqui).

'Trapiche 15 de Novembro', estrutura flutuante apelidada de 'Porto de lenha'
Pois é. Pela já citada Lei de Murphy, não deu outra. O sorteio definiu que a Inglaterra estreará na Copa contra a Itália, em 14 de junho, justamente na "indesejável" Manaus. Tudo isso acabou por reavivar o brio dos amazonenses. Um sentimento que é embalado, há mais de 30 anos, por uma música local que, curiosamente, cita os ingleses. A canção, chamada "Porto de lenha", é considerada um hino extra-oficial da cidade de Manaus. Seu nome tem origem no antigo tablado de madeira, batizado de "Trapiche 15 de Novembro", que deu origem ao porto da cidade, na margem do Rio Negro. Tratava-se de uma estrutura flutuante construída propositadamente desta forma para acompanhar as cheias e vazantes do rio, sem ser submersa. Esse cais foi projetado por ingleses e inaugurado quando a cidade vivia o apogeu da época áurea da borracha. Mais tarde, quando a economia amazonense entrou em decadência, a obra tornou-se um símbolo da pretensão ridícula, por parte daquela elite da época, de ostentar uma "superioridade europeia" que, na verdade, era só verniz "pra inglês ver".

Música batizou um disco de Zeca Torres
Muitos anos depois, no fim da década de 1960, o poeta nativo Aldísio Filgueiras se inspirou em uma tema instrumental dos músicos e compositores amazonenses Zeca Torres (o Torrinho) e Wandler Cunha para escrever um extenso poema. Ao saber disso, a dupla resolveu musicar alguns trechos do texto. “A intenção era transformar em uma suíte com vários movimentos. Devem ter saído quatro ou cinco canções e ‘Porto de lenha’ foi uma delas", diz Torrinho. Nem Zeca nem Aldísio imaginavam, mas a música se tornou um sucesso em Manaus já no fim dos anos 1970, quando fez parte da peça "Tem piranha no pirarucu", dirigida por Márcio Souza. Seus versos iniciais conclamam o orgulho dos nativos contra a "europeização" dos gostos e costumes: "Porto de lenha/ Tu nunca serás Liverpool/ Com uma cara sardenta/ E olhos azuis". Outros trechos desdenham os artistas locais que sonham com o "sucesso sulista" e também a invasão das "quadrilhas de turistas" (veja a letra e o vídeo com a gravação abaixo).

A identificação dos habitantes de Manaus foi tão forte que, desde então, a música passou a ser entoada como um hino. Em 2012, o jornal "A Crítica" fez uma enquete para que elegessem a música que melhor identificasse a cidade, nas comemorações de seus 393º aniversário. "Porto de lenha" venceu com 41,2% dos votos (leia aqui). E é curioso pensar, como bem observa o colega jornalista Diego Sartorato, que a canção cai como uma luva para ser entoada na Arena Amazônia, após as declarações do técnico Roy Hodgson. Ainda mais se pensarmos que o Liverpool, time da cidade portuária citada na letra, está prestes a ser campeão na Inglaterra...


PORTO DE LENHA
(Letra: Aldísio Filgueiras/ Música: Torrinho)

Porto de lenha
Tu nunca serás Liverpool
Com uma cara sardenta
E olhos azuis

Um quarto de flauta
Do alto Rio Negro
Pra cada sambista
Para-quedista

Que sonha o sucesso
Sucesso sulista
Em cada navio, em cada cruzeiro

Das quadrilhas de turistas



quinta-feira, agosto 01, 2013

Tudo é desculpa pra beber...

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A Suprema Corte da Itália confirmou sentença de quatro anos de prisão para o ex-primeiro-ministro e atual senador Silvio Berlusconi (que também atende por ex-sogro do Alexandre Pato), condenado por fraude fiscal no caso Midiaset. É a primeira vez que Berlusconi é condenado de forma definitiva - mas não deve cumprir pena em cadeia, por conta de sua idade, 76 anos. Mesmo assim, a italianada aproveitou a sentença pra entortar o caneco. na foto abaixo, da AFP, um manguaça romano bebe champanhe em frente ao Palácio da Justiça, para celebrar a condenação. Ou celebrar seja lá o que for! Ma che!


'Vada a bordo, cazzo!' OU 'Não quero nem saber se dá cadeia, eu quero é grappa!'

domingo, junho 30, 2013

Buffon pega três pênaltis e garante o terceiro lugar para a Itália

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Goleiro italiano rouba a cena em partida equilibrada. Pelo lado uruguaio, Cavani marcou os dois e foi o destaque

por Nicolau Soares

Itália e Uruguai fizeram uma boa preliminar para a esperada final entre Brasil e Espanha. Jogando no calor de Salvador, os italianos resistiram bravamente ao cansaço depois de duas prorrogações em quatro dias e levaram o terceiro lugar nos pênaltis, com três defesas do impressionante Buffon.

Azzurra e Celeste matizaram um futebol semelhante, priorizando a marcação forte e buscando a saída rápida para o contra-ataque. A diferença crucial está no meio de campo: enquanto a Itália, mesmo entre os reservas, tem jogadores de bom toque de bola, como Montolivo e De Rossi, a meia cancha uruguaia é composta de três volantes sem muita criatividade. Mesmo Cristian Rodríguez, em tese o armador central, limita-se a marcar e pouco se aproxima do bom trio de frente.

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Uruguai e Itália fazem jogo de consolação

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Azzurra chega com pelo menos sete desfalques para decisão do terceiro lugar, enquanto Uruguai faz treinos secretos
por Thalita Pires
Com níveis de motivação bem diferentes, Itália e Uruguai se enfrentam nesse domingo, às 13h, em Salvador, na decisão do terceiro lugar da Copa das Confederações. Depois de uma semifinal de 120 minutos, a seleção italiana deverá ser, em sua maior parte, reserva. O Uruguai, por sua vez, está confiante na possibilidade de vencer os italianos por conta do tempo maior de descanso desde a derrota para o Brasil.
Além de Balotelli e Abate, que não jogaram contra a Espanha e já estão de volta à Itália, o time não contará com Pirlo, muito desgastado, e Barzagli, com dores no calcanhar. De Rossi, Marchisio e Chiellini ainda serão avaliados pelo departamento médico. Até o goleiro Buffon pode entrar na lista dos desfalques. O técnico Cesare Prandelli cogita dar um descanso ao goleiro. Prandelli, aliás, chegou a declarar que a decisão de terceiro lugar, em uma competição com apenas oito times, deveria ser repensada pela FIFA.
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sexta-feira, junho 28, 2013

Espanha vence nos pênaltis e pega Brasil na final da Copa das Confederações

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Itália cria dificuldades para espanhóis, mas não consegue superar a Fúria

Por Thalita Pires

A partida entre Espanha e Itália começou da maneira que todo mundo imaginava. Os atuais campeões europeus e mundiais dominaram amplamente a posse de bola e envolveram o time italiano com seu toque de bola. O que ninguém previa era que, mesmo nesse cenário, o ataque italiano fosse muito mais perigoso que o espanhol. Aos poucos, o panorama da partida foi mudando. A Espanha adaptou-se à marcação italiana e mudou sua forma de jogar. Passou a usar as laterais e abusou dos cruzamentos na área, atordoando a defesa italiana. Se no primeiro tempo o placar das finalizações foi de 9 a 2 para a Azzurra, ao final do jogo a Espanha tinha 19, contra 13 da Itália.

Mas a relativa abundância de chutes a gol não conseguiu vencer os goleiros e a falta de mira. Em 120 minutos, o placar não saiu do zero e a partida foi decidida nos pênaltis. A Espanha venceu por 7 a 6 e se classificou para a final com o Brasil. No tira-teima da final da Euro 2012 a Itália mostrou mais qualidade, mas não a ponto de superar os espanhóis.

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quinta-feira, junho 27, 2013

Sob muito calor, Espanha e Itália decidem vaga na final

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Times repetem decisão da Eurocopa e lidam com diferentes problemas extra-campo

Por Thalita Pires

Hoje, às 16h, Fortaleza recebe a partida entre Itália e Espanha, a segunda semifinal da Copa das Confederações. Naquele que é um repeteco da final da Eurocopa, os times terão uma preocupação a mais: o calor. As duas delegações já reclamaram das altas temperaturas e da alta umidade do ar no Nordeste. No jogo contra o Japão, no Recife, a Itália atribuiu uma parte da culpa pela partida ruim ao clima. Contra o Uruguai, na mesma cidade, a Espanha tirou o pé no segundo tempo.

Para a partida de hoje, a Itália tem mais com o que se preocupar. O time perdeu o atacante Balotelli, contundido no jogo contra o Brasil. Além disso, a Azzurra precisa provar que tem futebol para bater o time de Iniesta, que desde 2010 domina o futebol mundial.

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quarta-feira, junho 19, 2013

No melhor jogo do torneio, Itália vira sobre Japão

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Para a cobertura da Copa das Confederações, o Futepoca está realizando uma parceria com a Rede Brasil Atual com a edição do blogue Copa na Rede. Acompanhe por lá nossos posts sobre o evento.


Cheia de reviravoltas, partida teve sete gols e terminou com a vitória dos favoritos, para decepção do público pernambucano

Por Mauricio Ayer

Quem sentou para assistir Japão e Itália esperando a simples confirmação do favoritismo do tetracampeão mundial ficou desorientado. A equipe japonesa não tomou conhecimento do protocolo e tomou a iniciativa da partida, sob a inteligente e ousada liderança de Kagawa. O camisa 10 arriscou dribles, cadenciou o jogo e distribuiu a bola no setor esquerdo. A primeira jogada perigosa saiu de seus pés, num cruzamento para a cabeçada de Maeda, que saiu fraca para as mãos de Buffon.

Pouco depois, Honda entrou livre e foi atingido pelo goleiro italiano. O próprio Honda bateu o pênalti e converteu. O que parecia ser uma surpresa foi ganhando consistência dentro de campo no volume de jogo japonês.

A equipe asiática armou um ataque em arco à frente da grande área, fazendo a bola circular com rapidez, buscando o melhor momento para o bote. Não tardou a surgir uma nova oportunidade e, num rebote, o meio-campo japonês colocou na área, Kagawa pivoteou em cima da zaga italiana e virou para chutar no canto, para delírio da Arena Pernambuco, que a essa altura era 100% nipônica.

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domingo, junho 16, 2013

No ritmo de Pirlo, Itália bate o México por 2 a 1

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Por Nicolau Soares

Italianos mostraram um meio de campo muito coeso, comandado por Pirlo, e um ataque dependente da força de Mario Balotelli

Itália 2 x 1 México
Pirlo, maestro do meio-campo italiano, cobra a falta que abriu o placar contra o México
A Itália venceu o México por 2 a 1 no primeiro jogo deste domingo (16) e começou a desenhar o quadro de forças do grupo brasileiro da primeira fase da Copa das Confederações. Os italianos mostraram um meio de campo muito coeso, comandado por Pirlo, e um ataque dependente da força de Mario Balotelli. Já o México pareceu não ter muito o que mostrar.

A Azurra controlou o jogo desde o início, com toque de bola e marcação bem armada no meio-campo formado por Montolivo, De Rossi e, principalmente, Pirlo. É ele quem comanda o ritmo do time, com visão de jogo e passe de qualidade rara. As jogadas foram surgindo, mas paravam na falta de contundência ofensiva do time, exceto quando caíam nos pés de Balotelli, que chuta tudo que é bola que vê pela frente para o gol. Em geral, com perigo.

Do lado mexicano, um jogo muito travado, sem criatividade. A linha de quatro jogadores no meio formada por Zavala, Torrado, Guardado e Aquino mostrou pouca movimentação. Apenas Giovanni dos Santos e Chicharrito Hernández levaram algum perigo.

Nessa toada, o controle da Itália só se manifestou no placar com uma bola parada. Pirlo cobrou com perfeição aos 26 minutos e mandou a bola no ângulo direito de Corona, que no meio do pulo até desistiu de tentar pegar. O gol coroou a bela atuação do volante, que fez seu centésimo jogo pela seleção italiana.

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México x Itália: opostos como bola da vez

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No futebol, os campeões olímpicos andam mal nas eliminatórias, mas vivem pujança econômica. Os italianos sofrem com a crise, e só estão no Brasil por vice na Eurocopa

Maraca, que recebeu Brasil e Inglaterra, estreia na Copa (Tânia Rêgo/ABr)
O estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, recebe partida válida pela Copa das Confederações neste domingo (16), às 16h, horário de Brasília. O jogo será entre México e Itália, seleções de escolas e tradições futebolísticas sempre distintas e de países que passam por momentos econômicos especialmente antagônicos.

Com a bola nos pés, a Azzurra é tetracampeã mundial, temida e respeitada pela solidez defensiva e rapidez nos contra-ataques. Chegou à final da Eurocopa no ano passado e estaria fora do torneio no Brasil. Como a Espanha já estava classificada, por ter sido campeã, também, da Copa do Mundo de 2010, os italianos estão por aqui.

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sexta-feira, agosto 10, 2012

Agenda Olímpica (10 de agosto) - Dia de orgulho para o Touro Moreno

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A sexta-feira é da família Falcão em Londres. Os irmãos Yamaguchi (24) e Esquiva (22) já colocaram o sobrenome na história do pugilismo olímpico nacional ao garantirem a segunda e terceira medalhas do Brasil depois do pioneiro Servílio de Oliveira, há 44 anos – a primeira, sinal dos tempo, veio com Adriana Araújo na estrei do boxe feminino. 
Touro Moreno, pai orgulhoso (Foto: Fabi


O irmão mais novo, Esquiva, de 22 anos, começa o dia do orgulhoso pai Adegar, ex-pugilista nos anos 1960, conhecido como o “Touro Moreno”. Seu duelo é contra o britânico Anthony Ogogo, certamente contará com a torcida. Yamaguchi, de 24 anos, pega o russo Egor Mekhontcev às 18h, liberando o pai para uma janta tranquila e uma bem merecida cervejinha. Que venham duas finais! Entre os irmãos, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan disputam a final da classe 470F da vela. Por conta dos resultados anteriores, a dupla pode no máximo brigar pelo bronze, resultado tímido perto da tradicional vela brasileira – frase verdadeira, mas que ainda me causa grande estranheza.

E às 15h30, Bruninho, Murilo e companhia entram na quadra para uma espetacular semifinal contra a Itália, que chegou meio devagar e eliminou os americanos da parada. No futebol, sabe-se que é nessas campanhas de recuperação que o pessoal da Bota mostra de que vinho que é feito. Eles vêm para tentar um inédito ouro olímpico, medalha que os brasileiros têm desde 2004. Briga de cachorro grande. 

E tem outros horários e modalidades para exercer seu patriotismo: 

5h51 - Canoagem - Velocidade C1 200m - Masculino – Eliminatórias
Ronílson Oliveira (BRA)

9h00 - Vela - 470F - Feminino – Final
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan (BRA) disputam o bronze 

11h00 - Boxe - Até 75kg - Masculino – Semifinal
O brasileiro Esquiva Falcão, que já garantiu o bronze e seu nome na história do boxe nacional, enfrenta o britânico Anthony Ogogo por vaga na final.

11h00 - Ciclismo - BMX - Feminino – Semifinal
Squel Stein (BRA)

15h00 - Saltos ornamentais - Plataforma de 10 m - Masculino - Primeira fase
Hugo Parisi (BRA)

15h30 - Vôlei - Itália x Brasil - Masculino – Semifinal
Clássico na semi do vôlei, entre duas das seleções mais vitoriosas da história. Vai, Brasil!

18h00 - Boxe - Até 81kg - Masculino – Semifinal
Também com bronze na sacola, Yamaguchi Falcão, irmão de Esquiva com nome menos afeito ao boxe, pega o russo Egor Mekhontcev para alcançar a prata.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

O homem por trás da "espingarda Rossi"

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por Vitor Nuzzi

Morreu Enzo Bearzot, técnico da seleção italiana de 1982, campeã mundial. Com quase 18 anos e praticamente só ligado em futebol naquele período, tive uma das primeiras grandes decepções esportivas ao ver a nossa seleção perder para a Azzurra, na chamada tragédia do Sarriá, referência ao estádio já demolido e que foi palco do Brasil 2 x 3 Itália em 5 de julho daquele ano. Só não digo que foi a primeira decepção porque, no ano anterior, tinha visto o São Paulo perder em casa a final do Brasileiro para o Grêmio, com um golaço do Baltazar (para nós, tricolores, um "baitazar", diria a piada infame).

Mas o óbito do treinador italiano é um bom pretexto para lembrar que aquele jogo teve duas e não uma só injustiça. É claro que o time comandado por Telê Santana era bem acima da média, com dois bons zagueiros (Oscar e Luisinho), bons laterais (Leandro e Júnior) e um meio de campo para não deixar dúvida: Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico. Na frente, Serginho Chulapa era um razoável coadjuvante e Éder mandava bem do lado esquerdo. O nosso goleiro, Waldir Peres, era irregular - tanto podia fechar o gol como tomar um frango daqueles, como na estreia, contra a União Soviética. Doeu ver aquele time ser eliminado, principalmente após o baile contra a Argentina do infante Diego Maradona - mas, naquele jogo contra os italianos, a sensação era de que se o Brasil fizesse o terceiro, o Paolo Rossi faria o quarto, e assim por diante. Não é à toa que anos depois ele lançaria um livro cujo título é "Fiz o Brasil chorar".

Agora, a outra injustiça, menos falada, é dizer que o nosso time perdeu para ninguém. A Itália, ainda que viesse trupicando, pra variar, tinha um belíssimo time, começando com Dino Zoff no gol. Na defesa, Gentile, Colovati, Cabrini, Scirea. O meio com Oriali, Tardelli, Antognoni (meia da Fiorentina que jogava muito) e o ataque: Conti, Graziani e Rossi. Deste último, a piada que circulou depois da Copa falava do lançamento da espingarda Rossi, tão eficiente que, com três tiros (os gols do jogo contra o Brasil) matava uma zebra, 11 canarinhos e 120 milhões de patos.

O time verde-amarelo merecia ir adiante. Mas, para quem não viu e só ouviu falar, valeria a pena ver o taipe daquele jogo - e constatar que havia dois times em campo.

* Vitor Nuzzi gosta de futebol em qualquer época. Pôs os pés num estádio pela primeira vez aos 10 anos (tem 45) e não pretende tirá-los tão cedo, façam o que fizerem com a pobre bola. A sua seleção do São Paulo, time do coração, que viu jogar seria: Rogério; Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereyra e Serginho; Chicão, Cafu, Raí e Pedro Rocha; Careca e Serginho Chulapa.

 Leia também:
• Ludopédicas: Morre Enzo Bearzot, técnico da seleção da Itália em 82

domingo, junho 20, 2010

Do Copa na Rede - Fidel veste a camisa, mas não faz topless

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Direto do Copa na Rede


terça-feira, junho 15, 2010

Mais copa

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Copa 2010

Gol nos acréscimos garante empate da Nova Zelândia contra Eslováquia

Gol nos acréscimos garante empate da Nova Zelândia contra Eslováquia


Time europeu se acomodou com o placar parcial, conquistado com gol irregular. Castigo veio a cavalo, e aos 48 do segundo tempo.
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Cala boca Galvão é versão 2010 do Bobueno

Cala boca Galvão é versão 2010 do Bobueno


Locutor da Rede Globo de TV é alvo da ira dos twitteiros e piada internacional. Em 2006, joão-bobo inflável fez sucesso no país.
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Abre da Rodada – Portugal e Costa do Marfim brigam no grupo do Brasil

Abre da Rodada – Portugal e Costa do Marfim brigam no grupo do Brasil


Marfinenses não sabem se contarão com Drogba para o duelo contra a equipe de Cristiano Ronaldo. Rodada começa com Nova Zelândia e Eslováquia
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Oração a quem odeia o futebol

Oração a quem odeia o futebol


Endereçada aos deuses dos estádios, prece pede piedade a quem odeia o ludopédio, os herois para quem um gol contra não doi.
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Paraguai segura empate com Itália

Paraguai segura empate com Itália


Gol, só de cabeça, e falta futebol para a campeã do mundo superar a defesa guarani. Pressão no segundo tempo não bastou.


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segunda-feira, junho 14, 2010

Itália começa defesa pelo título

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Falta um dia para a estreia do Brasil. Até lá, outra favorita, a Holanda, também faz sua primeira apresentação. Camarões é a africana em campo.

O Secador Abinadauto tá secando a Azzurra.

Holanda venceu, mas o espetáculo ainda não veio.

O Japão, por sua vez, surpreendeu na vitória sobre Camarões.

No Copa na Rede, tem ainda mais Cala Boca Galvão e a falta de gols na Copa.

sexta-feira, junho 19, 2009

Com gol no ângulo e outro de pênalti, Cruzeiro despacha o São Paulo

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Eram 23h29 no relógio do micro-ondas. Mais ou menos 30 vozes foram ouvidas, vindas de apartamentos diferentes de prédios vizinhos, gritando impropérios dirigidos aos são-paulinos. Como de praxe, os secadores sugeriam todo tipo de escatologia como prática dos torcedores derrotados. Era a terceira vez que aquele mar de berros ocorria, em um coro meio tosco, cuja única manifestação publicável foi:

– Chora Bambi, eliminado! – leia-se "eliminadô".

O São Paulo está fora da Taça Libertadores da América, assim como o Palmeiras. O Cruzeiro venceu o Tricolor paulista por 2 a 0 em pleno Morumbi, resultando em vaias da torcida e pressão por vir sobre a comissão técnica. Como não assisti a partida nem sou são-paulino, deixo as análises da partida para quem é de direito. Vi os gols, o primeiro um chute no ângulo – exu forquilha? – e outro de pênalti.

Tombo das empáfias
A quinta-feira também marcou a derrota da Itália sobre o Egito na Copa das Confederações. Em comum entre os times nos campos de São Paulo e de Joanesburgo, na África do Sul, há muito pouco em comum.

Qualquer comparação entre as forças dos times e mesmo estilos de jogo seria um exercício delirante da minha parte. Mesmo o peso das derrotas também é distinto. No torneio de clubes continental, o segundo revés nas quartas-de-final é sinônimo de eliminação, ao passo que os italianos ainda estão na fase de classificação.

A única semelhança é o efeito que isso produz nos secadores – ou pelo menos em parte deles. É que os campeões do mundo na Alemanha tomaram um toco em grande atuação do goleiro egípcio El Hadary.

E mesmo anunciada, a eliminação do São Paulo também é um certo tombo na empáfia dos torcedores tricolores. Parte deles tende a vir com o tom blasé, fingindo indiferença. Outra parte reage como torcedor normal.

Aqui, a contragosto, eu apontaria outra queda que me é dolorosa, mas também derrubou uma figura arrogante. Vanderlei Luxemburgo é apontado por parte dos torcedores como o vilão da eliminação alviverde. Agora, só com o Brasileiro pela frente, o treinador diz que tinha avisado que a equipe era jovem e que o certo era o planejamento ser voltado à Libertadores de 2010. Ele reconheceu o amadurecimento dos atletas, mas manteve que o motivo de o Palmeiras não estar nas semifinais é aquele.

É ruim a eliminação do meu time, o Palmeiras. É bom ver o triunfo de importância ainda incerta do Egito. Melhor ver o São Paulo eliminado. Mas os tombos em um intervalo curto são interessantes.

Viajei?

terça-feira, maio 19, 2009

Os conceitos atemporais de Gramsci

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Recentemente, terminei de ler Americanismo e Fordismo, de Antonio Gramsci. Foi minha primeira experiência com o célebre escritor marxista italiano.

Na obra, Gramsci discute as relações sociais que fizeram com que esses dois sistemas de produção acabassem por triunfar em termos globais no início do século passado. O livro foi escrito durante 1926 e 1937, período em que Gramsci esteve na cadeia, onde foi parar justamente por ter ideias "subversivas".

Talvez a maior das "subversões" que Gramsci comete na obra é falar o quanto a classe dominante europeia é composta por "preguiçosos" - gente que ainda tenta ostentar caducos títulos de nobreza para justificar uma suposta superioridade sobre outros extratos sociais. E enquanto os europeus se deslumbram com essa condição, os americanos, segundo Gramsci, trabalham duro e espalham pelo mundo os tentáculos de seu bom modo de produzir.

De certo modo, as previsões de Gramsci se confirmaram. Após a Segunda Guerra Mundial, os EUA iniciaram um período de hegemonia econômica avassaladora, cujo auge foi vivenciado na década de 1990, após o fim da União Soviética - quando a superioridade econômica foi endossada por uma hegemonia também política.

Além das boas análises sociais, o que me chamou a atenção na obra foi um termo que Gramsci cita logo nas páginas iniciais do livro. Ao falar sobre o preconceito que os italianos do norte nutriam em relação ao seus compatriotas do sul, Gramsci diz que repousava sobre os sulistas o mito do lazzaronismo. Tal termo tem como origem a história de Lázaro, contada na Bíblia. O Lázaro em questão era um mendigo leproso que, após sua morte, foi ressucitado por Jesus. Pela dádiva recebida pelo Filho de Deus, Lázaro tornou-se uma espécie de estereótipo de quem fica no aguardo de providências divinas.

Acredito que não tenha sido a intenção de Gramsci, mas o uso por ele da palavra lazzaronismo me fez pensar em um universo completamente diferente. E não só a mim, aposto. Ou tem como não ler a palavra lazzaronismo e pensar em Sebastião Lazaroni, o técnico da seleção brasileira na Copa de 1990? Enquanto lia as ideias de Gramsci, fiquei pensando como seria o lazzaronismo brasileiro. Um sistema marcado pela insistência no uso do líbero? Por uma seleção desunida e que tapava o logotipo do patrocinador em sua foto oficial? Talvez um sistema caracterizado por não aproveitar jovens e ágeis jogadores que se consagravam à época? Ou, em mão completamente oposta, um sistema marcado pelo triunfo em continentes distantes, como o que Sebastião Lazzaroni recentemente conseguiu, sendo eleito o melhor técnico do Qatar?

Deixo a resposta para os leitores. E, para ilustrar o post, nada melhor do que uma peça publicitária que, como nenhuma outra, uniu lazzaronismo (à brasileira), italianismo e indústria automobilística, até com um quê de crítica à ostentação das instituições católicas.


sexta-feira, maio 01, 2009

F-Mais Umas - A homenagem que Senna não fez

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CHICO SILVA*

Quem me conhece sabe que nunca fui admirador do corintiano Ayrton Senna (foto). Acho isso uma coisa curiosa. Pois quem me conhece sabe também que sou um renhido defensor das coisas e tipos da Zona Norte, região onde nasci e vivo até hoje. Dizem, aliás, que os moradores da ZN são os paulistanos que mais defendem seu pedaço. Não sei se isso é regra. Mas seguramente não sou a exceção. Todo esse prólogo é para falar que Senna, assim como eu, era um sujeito da ZN. Passou a infância na Vila Maria e parte da adolescência na Serra da Cantareira, onde seu pai comprou uma casa grande e confortável. Em algumas ocasiões o vi circulando por aqui a bordo de uma Audi Station Wagon azul.

Uma delas ficou na memória. Em uma tarde chuvosa de verão, ele parou seu carrão para que eu atravessasse a Alfredo Pujol, uma das avenidas mais conhecidas do bairro Santana. Mas a ironia, o deboche e o jeito escrachado, além do imenso talento, me aproximaram de Nelson Piquet. A cruzada da Globo e especialmente do Galvão Bueno para torná-lo um santo na Terra e o seu pouco caso com jornalistas que não fossem do plim-plim me desagradavam. Era novo para estar na ativa, mas ouvi várias histórias de colegas que foram tratados com descaso pelo piloto. E até hoje não engulo aquela conversa de que ele viu Deus na saída do túnel de Mônaco. Mas, fazer o quê?

Pois nesse momento em que se completam 15 anos de sua morte descubro uma história que me tocou. Não a conhecia. E imagino que muitos de vocês também não. Por isso acho legal contá-la. Não quero com isso limpar minha barra com ele. Pelo contrário, não mudo uma vírgula do que penso a seu respeito. Mas aí vai: como todos sabem, Senna morreu no GP de San Marino, disputado no 1º de maio de 1994. Na véspera, o piloto austríaco Roland Ratzenberger (acima, à direita) teve o mesmo destino. Foi a primeira morte em oito anos na categoria. O acidente mexeu com Senna, que foi para a corrida do dia seguinte claramente abalado. Contrariando seu instinto midiático, resolveu prestar uma emotiva e silenciosa homenagem ao colega morto.

Durante a autópsia do brasileiro no Instituto Médico Legal de Bolonha, uma jovem legista encontrou uma bandeira da Áustria dobrada no bolso de seu macacão. Senna desfraldaria a flâmula na volta da vitória. Seria a primeira vez que exibiria uma bandeira que não fosse à brasileira. A curva Tamburello não deixou. O episódio está no blog do Flávio Gomes. Na época do acidente, Flávio cobria o GP pela Folha de S.Paulo e assinou um sensacional texto sobre os acontecimentos daquele trágico final de semana. O título do post é "Ímola, 1994" e pode ser lido no mesmo endereço. Vale a visita.


*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

sexta-feira, abril 24, 2009

'Cobrança da imprensa' influiu na saída de Adriano

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A Interzionale de Milão comunicou hoje, em seu site, que chegou a um "acordo amigável" para a rescisão de contrato do manguaça brasileiro Adriano (foto). Segundo o clube, os documentos foram registrados na manhã desta sexta-feira. Em entrevista ao canal SporTV, o empresário Gilmar Rinaldi disse que o atacante já pensa em voltar ao futebol e que está mantendo a forma numa academia. "A rotina de Adriano é de cuidado com a forma física. Ele teve um problema no tornozelo e a parada ajudou para que ele pudesse se recuperar", disse. "Ele queria sair da Inter pelo desgaste que aconteceu, natural pelo tempo que esteve lá. E a mesma coisa acontece com o país, já que ele sofreu uma cobrança enorme da imprensa", emendou Rinaldi. Em oito anos, Adriano, que tinha contrato até 2010, marcou 74 gols pela Inter.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Na arquibancada

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60 mil pessoas
Lá pelas 19h20 e mero 1º C na gélida Londres, chego ao Emirates Stadium - estádio para qualquer um babar - para assitir à minha primeira partida da Seleção Brasileira ao vivo. Não dá para não reclamar. Tive que vir para Londres para conseguir ver a Seleção jogar. E não foi por falta de jogo em São Paulo, foi culpa da maldita raça dos cambistas. Odeio cambistas (e, com o perdão da digressão, ainda tenho o azar de ver o Radiohead tocando em São Paulo e não em Londres no período da minha estadia aqui... tá tudo ao contrário).

O clima no estádio era bem mais comum para mim do que nos jogos do Arsenal. Todo mundo bebendo, cantando, vendedores de bandeiras e camisetas mil. Quando o jogo é do Arsenal não tem festa nenhuma do lado de fora, e nenhum camelô, claro. Imagina, vender produto pirata na frente do estádio. Isso aqui deve dar cana na hora.

Mas como faltam poucos minutos para o início da partida, não tomo nenhuminha lá fora e corro para meu portão. No caminho, vários grupos de brasileiros pulam, gritam e fazem festa loucamente, no melhor estilo "Galvão, filma eu". Faz parte.

Nos estádios aqui, é permitida a venda de cerveja, menos nos jogos da Champions League, creio que por questões de patrocínio. O problema é que não pode carregar a cerveja para as cadeiras, tem que tomar tudo nos corredores de acesso. Mais uma vez o tempo urgia e não deu pra ter o prazer de beber uma no estádio (quase meio litro de breja em menos de cinco minutos não ia dar). Mas... não poder assistir ao jogo com o copo na mão também não é tanta vantagem assim.

O início do jogo atrasou um pouquinho - creio que por isso o hino brasileiro foi grotescamente cortado - e, quando começou, tivemos que implorar para a galera do "filma eu" abaixasse as faixas. Triste.

O jogo, como o Glauco já escreveu, começou quente. Logo no comecinho, gol anulado da Itália. Na hora me pareceu impedimento - eu estava na lateral do campo, bem de frente para o lance -, mas os portais dizem que o gol foi legal. Azar da Itália, e meu prazer em gritar "chuuuuuuupa" para os italianos atrás de mim. Delícia!

Logo depois, aos 12, uma bela jogada entre Ronaldinho e Robinho culminou no gol de Elano. Mais provocações aos italianos, mais diversão. Depois, veio a ola. Pode parecer banal, mas os ingleses perto de mim se divertiram a valer. Eu até perguntei para o que estava ao meu lado se eles não tinham ola nos estádios. Não, não têm.

replay na hora
Mas o melhor veio depois, com a pintura que foi o gol de Robinho. (E o melhor é que revimos os gols na hora, por todos os ângulos, pelo telão do estádio. Sem essa história de que não pode passar lance do jogo no estádio). Os gringos simplesmente não acreditavam no que aconteceu. Os espanhóis na minha frente (torcedores do Real Madrid, devem ter ficado um tanto arrependidos) e os ingleses ao lado davam gargalhadas. Mesmo, sem exagero. O que foram aqueles dribles?

man of the match
Aliás, o que é o Robinho quando joga pela Seleção? Mesmo com o relativo sucesso de sua passagem pelo Manchester City, quando ele entra em campo pelo Brasil o nível é outro. Ele se compromete em campo, está sempre atrás da bola que nem um maluco. Dá gosto de ver. Dunga agradece, certamente. E eu, que presenciei, também.

No geral, o primeiro tempo foi muito bom. O Felipe Melo jogou muito bem, o meio se movimentou e a defesa segurou as jogadas pelas laterais da Itália - redundância, porque a Itália só tem jogada pelas laterais e chuveiro para a área. Medíocre.

Já o segundo tempo foi diferente. O Brasil deu aquela acomodada e não importunava muito a defesa italiana. Já a Itália subiu a marcação e foi aquele deus nos acuda de chutão pra frente. Assim, a Azzura conseguiu algumas boas chances. Os atacantes, no entanto, não fizeram a sua parte. Luca Toni chegou perto, mas seu gol foi anulado por ajeitar a bola com a mão. Na hora eu nem soube o motivo, mas não importa, foi bom importunar novamente os italianos.

Que, diga-se de passagem, depois de verem o jogo perdido, começaram a gritar "Robinho estuprador". Ao que os brasileiros perto de mim responderam na lata: "Robinho is fucking Itália". Gritos espontâneos de torcida são ótimos.

No final, substituições protocolares. Achei que o Dunga podia ter colocado o Pato antes, já que Adriano não é opção de saída de bola quando o adversário marca em cima. Ele até tentou, mas correr com a bola pela lateral não é sua melhor característica.

Sem mais emoções, com um olé aqui e outro lá e alguns toques de efeito, o jogo acabou. Agora, o Brasil tem vantagem na série histórica de jogos contra a Itália, o que não é lá muito importante. O que importa agora é importunar os meus vizinhos italianos!