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domingo, março 31, 2013

Fora de casa, mas com apoio da torcida, Santos bate Oeste e Neymar desencanta

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Neymar, bem no jogo (Santosfc.com.br)
Esse post bem que poderia ser a continuação de um anterior em um quesito: a diferença que pode fazer o apoio ou não de uma torcida para o desempenho de uma equipe. Enquanto o Santos foi vaiado no empate com o Mogi Mirim na Vila Belmiro, a torcida que esteve presente no Alfredo de Castilho, em Bauru, na partida contra o Oeste (o clube de Itápolis preferiu mandar a partida em outra cidade por conta das condições de seu estádio e também da renda) apoiou a equipe e soube reconhecer o empenho dos jogadores, mesmo eles não indo tão bem em boa parte da peleja.

E quem sabe não tenha sido essa atitude dos torcedores que tenha ajudado Neymar não só a jogar bem e ser determinante para a vitória contra o Oeste, mas também a marcar depois de seis jogos sem ir às redes. O atacante contou com assistência precisa de Montillo, que fez boa jogada pela esquerda e passou para que o garoto, mesmo escorregando, contasse com a sorte para acertar o ângulo de Fernando Leal. Na comemoração, a homenagem foi ao jamaicano Usain Bolt, que está no Brasil e, fã de futebol, disse que gostaria de conhecer Neymar.

Foi o primeiro tento da partida, na segunda etapa, depois de um primeiro tempo sem nenhuma chance efetiva para os dois lados. Àquela altura, o time peixeiro não contava com o lateral direito Bruno Peres e tinha Felipe Anderson como falso ala, o que deu um pouco mais de movimentação à equipe. Dracena e Léo foram poupados e nem viajaram, dando lugar a Neto e a Guilherme Santos. Arouca, com uma lesão na última hora, também não jogou, cedendo a vaga ao promissor Alan Santos. Com o Peixe passando a mandar na partida, Neymar tirou da cartola alguns dos lances mágicos de seu repertório. E, curiosamente, em um lance no qual poderia ter marcado um golaço, foi puxado por um adversário mas – vejam só – não caiu. Acabou perdendo o gol e, na sequência, o Oeste empatou a partida. 


O autor do tento foi um ex-santista, o atacante Gilmar, que passou pela Baixada em 2006, no glorioso pacote da “parceria” Santos/Marcelo Teixeira-Luxemburgo-Iraty. Mais uma vez, assim como na partida contra o Mogi, o empate do rival veio no setor de Guilherme Santos, distante na marcação.

No entanto, bastaram três minutos para o Peixe ir à frente no placar novamente. Gol de Cícero depois de cobrança de escanteio pela esquerda do ataque. Foi o sexto tento do meia no campeonato paulista, um a menos que o principal goleador do time, Neymar. Aliás, o resultado foi o mesmo da partida de estreia do menino de ouro em 2009, no Pacaembu, e deixa o Santos na terceira colocação do campeonato, com 32 pontos, três a menos que o São Paulo.

O próximo adversário é o São Caetano, na quinta-feira, desta vez no Pacaembu. Que os peixeiros da capital tenham uma atitude parecida com a da torcida que esteve hoje em Bauru, e não como a do pessoal da Vila no meio da semana.

quarta-feira, setembro 01, 2010

Mais de 100 mil fiéis saúdam o centésimo ano do Corinthians

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Às 19h30 desta terça-feira, eu estava trabalhando. Enquanto eu, com a atenção brutalmente desconfigurada, fazia o bastante para manter meu ganha-pão, milhares de corintianos já estavam no Vale do Anhangabaú – 110 mil segundo sites de notícias. Há quem diga que o vale não recebeu tantas pessoas desde o histórico comício das Diretas Já, em 1984.

A comparação é absurda (é?), sem dúvida. E antes mesmo de chegar ao histórico Vale, ouço do escritório na Libero Badaró os primeiros ruídos da festa alvinegra. Da sacada dói prédio, se ouve a dicotomia da existência corintiana: da direita, vem o som de Ronaldo e os Impedidos, banda roqueira que animou o princípio da festa; da esquerda, o que se ouve é a Fiel Torcida Corintiana, ignorando a atração e gritando hinos em honra de sua maior paixão, que é também sua propriedade.

O Corinthians não é um clube com uma torcida, mas uma torcida que tem um clube. A maioria deve achar graça disso, dessa impossibilidade, ainda mais em tempos de economicismo, de falta de humanismo, de não assumido elitismo, de direitismo, enfim. Mas Corinthians, de nascença, é coisa de esquerda. De revolucionário anarquista espanhol. De comunista italiano. De operário de todas cores e tamanhos que decidiu montar um time para jogar futebol em 1910. Ano em que nasceu meu avô, José Benício dos Santos, alagoano que se radicou em São Paulo e na República Popular do Corinthians, para onde levou seus filhos. E onde minha mãe, Maria Neusa, fiel não praticante, encontrou meu pai, Manoel Ribeiro, mineiro, comunista de linha chinesa, poeta e corintiano.

Todos trabalhadores, como os que primeiro se reuniram na rua Cônego Martins, esquina com a José Paulino, onde hoje está o marco de fundação do clube. Foram no Bom Retiro e enfiaram goela baixo de São Paulo que um time de operários podia disputar e ganhar os torneios da época. Foram para a Zona Leste e mostraram que um bando de piões poderia construir um estádio (o companheiro Miguel conta que seu bisavô jogou no Corinthians nos anos 1920 e doou tijolos para a construção do Parque São Jorge) e brigar como gente grande (como se dinheiro fosse condicionante para amadurecer e crescer). Foram para o mundo todo nas costas dessa Fiel Torcida que é sua alma.

Os outros, ora, são os outros, rivais com maior ou menor graça. Acreditem, não precisamos de vocês para existir, talvez, quem sabe, da dissidência que habita a rua Turiasssu, já que as dualidades resumem melhor os detalhes da vida humana e dão melhores enredos de faroeste, como deixaram claro Sérgio Leone e John Ford.

O santista Xico Sá em crônica da Folha de S. Paulo resumiu bem, e aqui abro espaço para alguns parágrafos do mestre:

“No meio do espetáculo que é a juventude roqueira, um cavaleiro solitário, rosto só vincos como um Samuel Beckett dos pobres, ajeitou os poucos cabelos, pediu uma cerveja, grudou o nariz na TV que parecia uma caixa de fósforo, de tão pequena, e dali por diante não conseguia enxergar nem mesmo a Karine com suas pernas de oncinha.
Foi neste momento solene que o cronista que ronda a cidade pensou mais uma vez: como SP precisa do Corinthians em campo. O tio ficou hipnotizado por 90 minutos diante da volta do seu time.
E não se tratava de um torcedor barulhento. É um daqueles fundamentalistas silenciosos. Sabe aquele cara que celebra ou morre por dentro sem alterar as feições?
No máximo, ele mexia um pouco com a perna esquerda, como se ajudasse a bola a correr mais depressa para o gol. Coisa de quem manja da arte da sinuca.
Um sábio. Essa história do centenário sem Libertadores, vê-se pelos seus gestos, não significa nada. Não trabalha com obsessões nem morte a crédito. Só um pouco de dinheiro vivo.
O cavaleiro solitário me confessaria depois da partida: "Essa molecada não sabe o que é o Corinthians. Ser Corinthians não significa ganhar. Basta existir. Pronto"."

Coisa linda de se sentir e se ler. Mais linda ainda de se ver, às 21h e pouco, depois de uma cerveja e um sanduíche no bar da esquina. Eram milhares, milhões os alvinegros presentes à festa do Anhangabaú. Da janela do trampo já havia ouvido Ronaldo e seus Impedidos, que ora contavam com Badauí e Japinha (do CPM 22), Paulão (da gloriosa Banda das Velhas Virgens) e o auxílio do rapper X, todos corintianos da mais pura lavra. Passearam também pelo centro Paula Lima, Xis, Rappin Hood, Negra Li e Nuwance.

Mas o verdadeiro mestre de cerimônias foi outro, um que com a camisa 10 e uma canhota precisa trouxe o primeiro Campeonato Brasileiro, em 1990. José Ferreira Neto, seguidas cervejas na cabeça, resumiu no palco a grandeza dos pequenos corintianos. Para deixar claro o que só a vivência pode declamar, em certo momento uma galera conseguiu subir em cima de um dos telões instalados no Pacaembu, quer dizer, Anhangabaú (perdoe a falha nossa). Um cabra pede pra descer, um outro diz que vai atrapalhar. Neto não perde tempo: “Desce daí, porra!!”, grita o ídolo. Não sobra um em cima da bendita TV. Quer dizer, tem mais um. “Pega esse cara, tira ele daí! Sai, porra!”

À parte os ousados manguaças, pouco incidentes podem comprometer os mais de 100 mil corintianos. Uma briga começa perto de mim, mas não se alastra. O que amigos indicam ser membro do grupo da Rua São Jorge se desentendem com um cabra da Gaviões. A tensão passa rápido, já que os brigões pulam todos a cerca e se resolvem fora da aglomeração.

A noite passa e os cantores são Maria Cecília & Rodolfo, que ficam mais do que o esperado. Na maioria das músicas, a Fiel faz questão de mostrar quem é que manda puxando gritos corintianos. A comemoração conta ainda com Ronaldo, Roberto Carlos, Dentinho, Andrés Sanches. Todos foram saudados com gritos de “Timão eo!” e assemelhados. Neto até puxou o nome de Andrés Sanches, chamando-o de “maior presidente da história corintiana”. Silêncio na galera. Agora chame por Biro Biro, Casagrande, Ataliba, Marcelinho Carioca , e ouça a Fiel entrar no clima.

A brincadeira acabou com a apresentação da e Bateria Unificada das Torcidas corintianas. À meia-noite, Neto chama os jogadores do atual elenco que estão no palco para frente. “Vem pra cá, hoje a torcida não vai xingar ninguém, não! Vem Souza – ta precisando melhorar, hein Souza!”. Contagem regressiva para a meia-noite. O Corinthians começa a viver seu centésimo ano.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Corinthians vence com mudança tática em tarde "inspirada" do comentarista Neto

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Desfalcado de seu principal armador, Mano Menezes mudou o jeito do Corinthians jogar na vitória de ontem contra o Bragantino, por 1 a 0, gol de Lulinha. Douglas e Jorge Henrique ficaram de fora, machucados. Sem substituo que cumpra a mesma função de Douglas, o treinador sacou Túlio, colocou Lulinha na direita, Wellington Saci na meia esquerda, Otacílio Neto no ataque e recuou Elias para segundo volante.

O comentarista e ex-craque corintiano Neto - meu primeiro ídolo no Corinthians, ao lado do goleiro Ronaldo - achou a escalação totalmente errada: para ele, Saci é lateral, Otacílio Neto jogava bem no Noroeste como “quarto homem de meio campo” e, se Mano não tinha nem colocado Lulinha no banco no jogo anterior, como poderia escalá-lo de titular? Disse também que era um risco, pois o Bragantino era uma boa equipe, que vinha de uma goleada de 4 a 2 na primeira rodada.

Pois o time começou, pressionando o Bragantino, marcando no campo do adversário e criando boas oportunidades. O destaque foi exatamente Saci, que fez boa partida jogando como meia à européia, começando as jogadas pelo meio e caindo nas pontas - fez algumas boas tabelas com André Santos. Lulinha fazia o mesmo do lado direito, mas sem tanto sucesso, talvez pela escassa participação de Alessandro. Otacílio Neto, que já deu dois passes para gol em dois jogos do Paulista, se movimentou pelos dois lados e levou perigo. Mais uma vez, o Corinthians dominava a posso de bola, criava boas chances, mas faltava contundência na definição da jogada. Neto passou a dizer que Saci estava jogando muito bem. “Ao contrário do que eu disse”, reconheceu.

No segundo tempo, Alessandro passou a descer mais e a jogar com Lulinha, que cresceu de produção. De uma tabela bem construída dos dois – com participação de Otacílio Neto – nasceu o gol corintiano, de Lulinha. O garoto se soltou e passou a arriscar uns dribles e passes mais interessantes. Num deles, deixou Souza na cara do gol, mas o centroavante chutou a bola bisonhamente pra longe. Apesar disso, de ser lento e muito pouco habilidoso, Souza fez várias vezes o papel de pivô e criou algumas oportunidades durante a partida. Nada grandioso, pelo contrário, mas dá para imaginá-lo sendo útil ao time. Aqui, Neto passou a elogiar Lulinha: “Está jogando demais”.

O Timão relaxou um pouco depois do gol e o Braga conseguiu algumas finalizações, mas nada que assustasse – evolução, considerando que foi apenas um chute a gol do time da casa no primeiro tempo, contra 12 do Corinthians (apenas um acertou o alvo, é verdade). Mas a folga durou pouco e o Corinthians retomou o controle da partida, que ficou nessa até o final, contando ainda com um chute para fora de André Santos na cara do gol, depois de passe de Souza. A essa altura, Neto já estava dizendo que o Bragantino era “muito inferior” ao Corinthians. Fique impressionado, tanto com a abrangência da previsão equivocada do comentarista, quanto com sua capacidade de mudar de opinião durante a partida.

E Mano Menezes mostrou que, de fato, o time tem opções táticas. O futebol foi bastante econômico e nada brilhante, mas seguro e com total domínio sobre o adversário – que me pareceu bem fraco, diga-se. Faltou melhorar a conclusão das jogadas, seja em termos de assistências ou finalizações. Vamos ver o que acontece daqui pra frente.

É Campeão!

O Corinthians venceu o Atlético-PR no domingo de manhã e sagrou-se heptacampeão da Copa São Paulo de Juniores. O time começou o torneiro desacreditado, mas na base do esforço coletivo conseguiu surpreender. Agora, imagine o que sente um garoto de 17 anos jogando uma final pelo Corinthians no Pacaembu com mais de 30 mil pessoas? Coisa linda mesmo, parabéns ao pessoal!

Sobre as revelações do time, vi muito pouca coisa pra falar. Mas como isso não é coisa de me segurar, digo que, do que eu vi, o lateral Bruno Bertucci e o meia Marcelinho têm potencial. Ouvi comentários positivos a respeito do goleiro André Dias, do meia Boquita e do volante Sacha, cujo nome/apelido deve lhe causar vários problemas...

Bons Presságios? - Para os supersticiosos, o título traz bons presságios: basta lembrar das temporadas de 1995, 1999 e 2005. E ignorar a de 2004, que foi uma lástima apesar do título da Copinha...

segunda-feira, agosto 13, 2007

Rancor: um sentimento feio, mas duradouro

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Palmeiras de 1989 - em pé: Dario Pereyra, Toninho, Dorival Junior, Edson Boaro, Velloso e Abelardo (quem?); agachados: Mauricinho, Gerson Caçapa, Gaúcho, Edu Manga e Neto (por obra de Leão, na ponta-esquerda)

O rancor bem que poderia ser um oitavo pecado capital. Eu o considero até pior do que a ira, que, pelo menos, costuma ser explícita. Ontem, assistindo Atlético-MG x Palmeiras pela TV Bandeirantes, pouco antes do início do segundo tempo, o ex-jogador e hoje comentarista Neto soltou o seguinte comentário: "-O Leão mandou seus jogadores pressionarem o árbitro e agora, mesmo se o lance for claro, o cara não vai apitar. Por causa do técnico, o time pode perder o jogo". A praga deu resultado e o alviverde venceu o galo por 2 x 1.

Mas aquela observação de Neto, apesar de procedente, me transpareceu uma ponta de rancor. Para quem não sabe, Emerson Leão é seu desafeto. Em 1989, Neto passou pelo Palmeiras e foi dispensado pelo treinador junto com o zagueiro Denys. Ambos foram trocados com o Corinthians pelo lateral-esquerdo Dida e o meia Ribamar (quem?). A torcida palmeirense não perdoa isso até hoje, pois, afinal, Neto se tornou um dos ídolos eternos dos corintianos.

A treta entre o atleta e Leão começou quando o técnico insistiu em escalá-lo sucessivamente na ponta-esquerda. Neto sempre jogou como meia e, nessa posição, tinha sido o grande destaque do vice-campeão Guarani no Paulistão de 88, com direito até a gol de bicicleta na primeira partida da decisão contra o Corinthians. Mesmo na posição que não era a sua, Neto fez sete gols em 25 partidas pelo Palmeiras e ajudou o time a conquistar a Taça dos Invictos, com 23 jogos sem derrota.

Porém, o time perdeu a única partida que não podia no Paulistão de 89, na semifinal contra o Bragantino, e desperdiçou a chance de acabar com 13 anos de fila. Alguém tinha que pagar o pato - e Leão serviu a cabeça de Neto na bandeja de prata. Tudo bem que nem um nem outro possam ser considerados "flor que se cheire". Mas, como diz meu amigo (palmeirense) João Paulo, "uma bronca tão grande deve ter algo que a justifique".