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sexta-feira, fevereiro 15, 2013

O espírito de Libertadores e o "pato" Luxemburgo

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Atlético-MG e São Paulo fizeram a melhor partida de futebol que vi neste início de 2013. Surpreendente porque o Galo, até então, havia feito partidas no mínimo medíocres contra Cruzeiro e Tombense, pelo Campeonato Mineiro. Sobre o São Paulo não posso falar muito por acompanhar pouco o paulistinha. O que pode explicar essa diferença é o tal "espirito de Libertadores", reflexo da valorização que a taça continental passou a ter entre os clubes brasileiros.  

Sobre o jogo, o impressionante foi o São Paulo não conseguir fazer nenhuma finalização no primeiro tempo e a jogada do gol do Galo. Ronaldinho deu um "migué" e ficou na área até a cobrança de lateral, que recebeu sozinho e fez o cruzamento para o gol contra de Lúcio (não foi do Jô). Estranho não ter nenhuma reclamação do tão esperto e autoconfiante Rogério Ceni.

No segundo tempo o Galo voltou sem a marcação eficaz da primeira etapa e levou sufoco, só amenizado com nova jogada de Ronaldinho, com a bola na cabeça e o gol de Réver. O que até agora não entendi é o que o Réver estava fazendo na área adversária num lance comum de jogo. Não era escanteio nem cobrança de falta, quando os zagueiros costumam ir dar uma de atacante. Mas ainda bem que estava lá.

O São Paulo poderia ter empatado no lance final do Ganso, mas este parece ainda ter sua nuvem negra particular, que não deixa o futebol esperado aparecer. Embora tenha feito mais em poucos minutos que o "craque" Jadson, que nem foi visto no Independência. E, para não dizerem que não chorei, achei que foi falta no Júnior César no lance do gol paulista. De bom, fica a pegada do Galo, que fez a melhor partida em termos de marcação de que me lembro nos últimos anos.

O pato foi outro - Desses jogos ganhos de véspera, a partida entre Grêmio e Huachipato mostrou mais que uma nova "zebra". Durante toda a partida faltou ao time gaúcho calma, entrosamento e futebol. Sobrava vontade, mas com uma correria desarticulada. E, pior, com uma defesa totalmente perdida, que tomou gols bobos. E não ajudou nada a escolha de Luxemburgo de estrear três jogadores, Cris, Adriano e Barcos, que mal treinaram e não tinham nenhum entrosamento com o time. A única justificativa, pelo menos para o Cris, é que há muito tempo Luxemburgo é mais empresário que técnico. Já havia passado raspando na pré-Libertadores e parece que vai fazer a torcida sofrer muito no torneio. E, pior, sem assumir sua culpa. 

Para o técnico, o vilão de ontem foi o gramado, mesmo com seu time abusando de "chuveirinhos" na área e tomando gols infantis. Para ter ideia, o ataque do Huachipato não fizera nenhum gol em três partidas pelo campeonato chileno e fez dois contra a defesa de Luxa.

A frase atribuída a Luxemburgo pelo UOL mostra bem o estado mental do "verdadeiro pato" da noite. “O bom senso manda que as pessoas entendam uma coisa: o gramado não está bom. Então vamos jogar no Olímpico por um mês. Aí a OAS tem tempo para recuperar o gramado. Se depois, o time não jogar merda nenhuma, manda o técnico embora e deu”, disparou (Luxemburgo). Que parece já estar arrumando desculpa para ir embora depois de uma possível desclassificação.

quinta-feira, setembro 08, 2011

Mais que mil

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Por Moriti Neto

Quarta-feira, 7 de setembro de 2011. Feriado de Independência. Portão 15 do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi. Caminhamos até o setor da arquibancada amarela. Este escriba é familiarizado com o ambiente. Para a esposa, Viviane, grávida de cinco meses, é a primeira vez. A filha mais velha, Luara, do alto de seus oito anos, está no templo pela segunda oportunidade, mas ainda não gritou gol ao vivo e a cores, já que só viu um São Paulo 0 x 0 Palmeiras, em 2009. Gerações diferentes movidas pelo mesmo motivo: ver um personagem.
Quem disse que a torcida tricolor não lota o Morumbi?
Contudo, não é um jogador qualquer. Longe disso. Como atleta, ele é incontestável. Goleiro, capitão, líder, ganhador de títulos, batedor de recordes. Um homem tricampeão nacional, vencedor de Libertadores, campeão mundial de clubes com uma das atuações individuais mais brilhantes da história recente do torneio. Artilheiro. Capaz de fazer muitos gols. Sendo o emblemático, o número cem, em cima do maior rival. Um homem que possibilita ao torcedor, no prazo de seis meses, ver a marca do centésimo tento e de mil jogos com a camisa do clube que ama. Milhar completo aos 21 anos de serviços prestados. Ele é cem. Ele é mil. Ele é Ceni.

As homenagens são várias, mas a maior está na presença dos torcedores. 63 mil pessoas estão no Morumbi. O São Paulo e Ceni são grandes. A torcida, idem. E mostra força. É o recorde de público do Campeonato Brasileiro, algo que dificilmente será quebrado.

A bola rola contra o tradicional, mas combalido Atlético Mineiro. Aos 25 segundos de jogo, um relâmpago faz explodir a massa. Lucas, a maior revelação são-paulina dos últimos anos, arranca e marca um belo gol. Era o começo dos sonhos num dia especial.

No entanto, aos 10, volta à cena a realidade desta estranhamente equilibrada competição. O Galo, com Réver, de cabeça, empata. Surgem alguns xingamentos, mas são rapidamente abafados por um uníssono tricolor. A torcida dá espetáculo. Não para um segundo. Canta e apoia o time incondicionalmente. Quase todo o estádio passa o jogo de pé.

Até o final da etapa inicial, o São Paulo tem algumas chances – em chutes longos – de desempatar. Não consegue. Esperamos ansiosamente o segundo tempo. No intervalo, pedidos por Rivaldo.

Os times retornam dos vestiários. E Ceni está lá. Incentivando os companheiros. O São Paulo vai ao ataque. Cria pouco de efetivo, até que Dagoberto, em ótima jogada individual e arremate longo, faz 2 x 1. Nova explosão. Abraços e sorrisos incontidos disparam pelas arquibancadas.

Cícero sai, Rivaldo, aplaudidíssimo, está em campo. O Tricolor evolui. Trabalha melhor a bola e tem oportunidades de ampliar. O Atlético corre bastante, mas não ameaça claramente a meta do mandante. Ceni não faz uma defesa difícil na partida.


O zagueiro Leonardo Silva, do Galo, é expulso por falta violenta em Carlinhos Paraíba. Com isso, o São Paulo tem chance de se impor de vez e ampliar, o que não ocorre. Henrique substitui Lucas e Casemiro sai para dar lugar a Jean. O time, apesar de muita disposição, ainda mostra defeitos destacáveis. São muitos velocistas e pouca inteligência. Falta a referência de ataque. Mas, não é dia para debater problemas.

Os 2 x 1 levam o Tricolor à liderança, ao menos até que se saiba o resultado de Corinthians e Flamengo, nesta quinta. Porém, a partida é muito mais do que isso. É dos momentos mágicos que fazem a paixão independer de títulos. Ceni saúda e é reverenciado nos quatro cantos do estádio. É a vitória de um grande clube. É a vitória de um mito. E, para este pai e torcedor, vale mais que mil. É o orgulho de compartilhar com a geração que me é seguinte a história tão bela de uma camisa em três cores e a alegria de saber que mais um torcedor está por chegar.