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sexta-feira, maio 20, 2011

Um governo inexistente - ou que ninguém quer mostrar

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Acompanhando o noticiário sobre o assassinato do estudante Felipe Ramos dentro da Universidade de São Paulo (USP), constatei, sem surpresa, que a chamada "grande" imprensa (grande só no lucro...), mais uma vez, não dá nome aos bois e muito menos vai atrás deles. Por isso, resolvi fazer um post "didático". Se houve um crime, é problema de segurança. No Estado de São Paulo, a vigilância é feita pela Polícia Militar, que, por sua vez, é subordinada à Secretaria Estadual de Segurança. Nas notícias sobre o crime - ou crimes, parece que foram mais de 200 dentro da USP, somente no último mês - será difícil ver o nome ou a figura do cidadão da foto à esquerda. Mas, sim, ele é o secretário de Segurança Pública do Estado, Antônio Ferreira Pinto. Muito prazer, senhor Ferreira Pinto! Como vai?

Pois bem. Se o crime ocorreu dentro de uma universidade pública, quem é responsável por ela? A USP, assim como a Polícia Militar paulista, é mantida pelo governo do Estado. Ah! Que coisa! Logo, está subordinada à Secretaria Estadual de Educação. Parece lógica toda essa associação e encadeamento de subordinações e responsabilidades, mas, dificilmente, vocês também vão ver, no noticiário sobre o crime na USP, o distindo cidadão da foto à direita, o secretário de Educação, Herman Voorwald. Muito prazer, senhor Voorwald! Sim, eu sei: uma cobertura lógica, racional e jornalística do fato procuraria esses dois funcionários públicos. Mas nós estamos no Estado de São Paulo e, por questões políticas e financeiras, não interessa (ou antes, é proibido) mostrá-los. Sabem por quê?

Porque, voltando à sequência de subordinações e responsabilidades, em última instância, ambos os secretários são subordinados à autoridade máxima do Estado paulista. E esse, meus amigos, não vai aparecer em reportagem negativa nem se ele matasse a própria mãe. Sim, estamos falando do atual governador (governador?!?) do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (foto à esquerda). Aquele, do PSDB - sigla que denomina um partido que, quase nunca, vocês vão ver na imprensa quando o assunto é negativo. Exagero? Por que ele não aparece na TV, rádio, portal de internet, jornal ou revista falando sobre os crimes na USP? Como disse, em última instância, ele é a autoridade máxima, responsável pela USP e pela polícia estadual.

Acontece, meus queridos irmãos, que aqui, no Estado mais rico do Brasil, a imprensa tem posição política muito definida - embora insista em enganar a população, dizendo que não tem "rabo preso" com ninguém. Tem, sim. Nesta semana que passou, foram completos cinco anos dos ataques de uma facção criminosa em todo o Estado, que culminou com a Polícia Militar assassinando mais de 400 pobres, a esmo (a maioria, negros). Nada foi investigado e ninguém foi punido de lá para cá. E o secretário Antônio Ferreira Pinto também não apareceu no noticiário, falando sobre o assunto, nem o governador Alckmin. Da mesma forma, no mês passado, funcionários da limpeza da mesma USP entraram em greve, pois a empresa terceirizada que os empregava atrasou salários. A empresa foi contratada pela USP, que é subordinada à Secretaria de Educação - do governo estadual. Mas, para (não) variar, ninguém da "grande" imprensa procurou o secretário Herman Voorwald. Nem Geraldo Alckmin.

Para o leitor, ouvinte, internauta ou telespectador, a impressão é de que o governo de São Paulo é inexistente. Como diria o Padre Quevedo, "nom equiziste!". E, se não existe, não tem culpa nem responsabilidade de nada. Nem Ferreira Pinto, nem Voorwald e nem Alckmin jamais serão associados, por esses consumidores de "informação", a qualquer crime ou problema relacionados à segurança ou educação pública. Legal, né? Mas deviam perguntar para a família do rapaz assassinado e para os alunos da USP o que eles acham disso. Ah, mas que bobagem! Isso a "grande" imprensa também não vai fazer, nunca...

quarta-feira, novembro 18, 2009

A cerveja na faculdade e a hipocrisia

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Estou aqui em Londres fazendo um mestrado em Planejamento Urbano na London School of Economics. Antes disso, entre 2001 e 2006, estudei jornalismo na USP. Nas duas faculdades, como é evidente, a busca por uma cerveja pós-aula é imediata, praticamente universal.

Só que enquanto na USP a gente contava com as cervejadas organizadas pelo Centro Acadêmico e pela Atlética uma vez por semana - nao-autorizadas mas toleradas pela direção da unidade, a ECA - e pela venda ilegal de mé na lanchonete (a latinha vinha escondida num saquinho de papel), na LSE as coisas são um tantinho mais fáceis.

Basta sair do prédio e escolher entre o The Three Tuns, bar que financia o CA daqui, ou o George IV, pub que faz parte da lista oficial de lanchonetes e restaurantes da Universidade. Sim, a LSE tem um pub oficial e, olha só, lá os alunos podem tomar cerveja! Isso num país em que o controle à venda de álcool é coisa muito séria. Um dia, eu, do alto dos meus 27 anos, fui comprar whisky pra levar para o Brasil no mercado e não consegui, porque eu não estava com nenhum documento que comprovasse que eu tinha mais de 21 (ódio mortal ao mercado, eternamente).

Por que o consumo de álcool nas universidades - pelo menos em São Paulo, não sei como funciona em outros lugares - não pode ser tratado de maneira um pouquinho mais adulta? Por que quando queríamos organizar festas en USP, coisa que nunca deixamos de fazer, tínhamos que ouvir argumentos do tipo "universidade não é lugar de cerveja".

Sim, universidade é lugar de cerveja. É onde muitos adolescentes se educam para o álcool. Aprendem, num ambiente amigável e familiar (menos na Uniban), quais são os limites para a manguaça, se acostumam ao papel socializador do mé e ainda podem desenvolver suas idéias com mais, digamos assim, liberdade.

Tem como incluir no Manguaça Cidadão o direito sagrado à cerveja depois da aula?

terça-feira, junho 30, 2009

José Serra e a irresistível propensão ao diálogo

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Publicado originalmente no Conversa Afiada. Basicamente a linha do "não gostei da pergunta, não respondo". Isso é que é democracia...

quinta-feira, junho 18, 2009

Flores na Paulista

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Por Cristiane Toledo e Daniel Soares

"Serra, a culpa é sua! Hoje a aula é na rua!"
(canto proferido pelos manifestantes)


Na quinta-feira, 18, cerca de 5.000 manifestantes, dentre eles estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp foram às ruas protestar contra as medidas políticas do governo Serra e da reitoria da USP, que nos últimos meses têm intensificado a violência e cortado qualquer diálogo com as classes da universidade.

A manifestação começou em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), às 12h. Dezenas de ônibus de várias partes do Estado trouxeram os manifestantes, alguns de outras universidades, para darem apoio aos grevistas. Membros de Centros Acadêmicos da UFRJ, UFMG e Ufscar (universidades federais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Carlos, respectivamente), além de representantes da Apeoesp e do Sindicato dos Previdenciários também compareceram para demonstrar apoio. No começo do percurso, flores e placas foram distribuídas aos manifestantes, que desceram a avenida Brigadeiro Luis Antonio até chegarem ao largo São Francisco.

O objetivo era mostrar à população externa à universidade os motivos pelos quais a greve começou e se estende. Para resumir, existem pautas relacionadas a reajustes salariais, congelados há muito tempo pela reitoria, perseguições políticas a líderes sindicais (a demissão de Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Sintusp), o repúdio à Univesp (a universidade que oferecerá cursos á distância com o intuito principal de formar professores para a rede estadual de ensino), e, claro, a saída da Polícia Militar.

Desde o dia 1º de junho, a força policial ocupa o campus da USP para “proteger” o patrimônio público de piquetes, aapesar de piquetes serem uma forma legítima de manifestação de greve em todo o mundo democrático. No dia 9, os policiais atacaram os estudantes durante uma passeata feita dentro do campus, com bombas de gás pimenta e tiros de borracha, causando ainda mais repúdio e aumentando o movimento da greve. O movimento, por conta destes argumentos, exige eleição direta para reitor e mudanças estruturais na hierarquia das universidades públicas, para que situações antidemocráticas como essas não se repitam.

Uma vez concentrados na Faculdade de Direito, que se encontrava fechada desde às 22h30 de quarta-feira 17, por ordem do diretor Grandino Rodas, os manifestantes ouviram os discursos dos diversos representantes dos grupos que lá se encontravam, aplaudidos calorosamente. Entre estes discursos, houve três proferidos por professores e representantes do Centro Acadêmico XI de Agosto, do largo São Francisco. Estes se declararam envergonhados pela ação de Rodas, tanto de fechar a faculdade no dia anterior, como de ter apoiado publicamente as ações da Reitoria nos últimos dias. Vale ressaltar que Rodas é um dos candidatos a futuro reitor da USP.

O que impressionou, além da enorme quantidade de participantes, foi a organização e a calma com que tudo se procedeu. O único relato de violência foi quando um morador de um dos prédios da avenida atirou uma garrafa e feriu uma estudante. Após o último discurso do dia – proferido por Claudionor Brandão, representante do Sintusp – a manifestação se dispersou e os estudantes voltaram para os ônibus que os aguardavam.

Sem nenhum incidente negativo, o movimento sai se sentindo fortalecido, apostando numa possibilidade de mudanças e já com nova manifestação marcada para segunda-feira, em frente à reitoria da USP. No dia da manifestação mesmo já houve uma vitória: durante os discursos foi anunciado que o projeto da Univesp será adiado para 2010. Até mesmo a pessoa que atirou a garrafa foi encontrada e encaminhada a uma delegacia, para pagar pelos seus atos.

Talvez a reitora Suely Vilela precise, após o dia de hoje, repensar o que foi dito na Folha de São Paulo, ao afirmar que “minorias radicais pretendem manter a universidade refém de suas idéias e métodos de ação política, fazendo uso sistemático da violência para alcançar seus fins". Afinal, a única violência veio de uma pessoa – ou seja, uma minoria – e 5.000 pessoas andando juntas e cantando pacificamente num só coro “Fora Suely!” mostram que deve haver algo de muito errado na administração da universidade.

Cristiane Toledo e Daniel Soares são alunos da USP e participaram da passeata desta quinta-feira.

quarta-feira, junho 10, 2009

Estudantes publicam vídeos e fotos sobre presença da PM

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Estudantes e professores divulgam em sites como o YouTube, Picasa e Flickr relatos, fotografias e vídeos da intervenção da Tropa de Choque no campus da zona oeste de São Paulo (SP) da Universidade de São Paulo (USP). O uso de bombas de gás lacrimogêneo e de granadas de borracha é documentada.

O material não mostra muito confronto e mais explosões e a polícia avançando pelo campus. Um dos destaques são restos de granadas de borracha encontrados no campus.

Foto: Daniela Alarcon/Picasa


Mais fotos
Galeria mostra restos de granadas de borracha - Picasa
Imagens do início da ação, estudantes acuados (parte 1) - CMI
Imagens do início da ação, estudantes acuados (parte 2) - CMI

Vídeos
Diversos vídeos amadores e editados foram publicados. Aí vão alguns:

PM no prédio da História



Imagens da intervenção



PM atira contra estudantes


Blogues
Mas o mais divertido é o embate travado no Twitter. Um monte de gente condena a presença da Polícia Militar no campus, a truculência de sua ação. Outro tanto, chama os estudantes de vagabundos, e sobram "vai trabalhar". A turma criou um Twitter da greve.

Foi por ali que acessei o professor Hariovaldo, com seu "foco guerrilheiro na usp". Felizmente o sarcasmo impera.

A manifestação programada para esta quarta-feira foi transferida para terça-feira, 16.

A desproporção da ação policial vai ficando cada vez mais clara. E os "baderneiros" que alguns locutores de rádio viram na USP parecem não ter existido.

terça-feira, junho 09, 2009

Olha o "confronto" entre PM e manifestantes da USP

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Imagem de Márcio Fernandes, retirada do blogue do Idelber Avelar. Precisa dizer algo mais?