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terça-feira, fevereiro 24, 2015

Política - definições básicas

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sexta-feira, outubro 17, 2014

Escárnio

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Recentemente, fiz aqui um post registrando o episódio em que as telinhas da TV Minuto, nos vagões do metrô da Linha Azul, em São Paulo, ficaram congeladas por mais de 15 minutos exibindo a notícia "A cidade de Los Angeles criou a 'polícia da água' para fiscalizar os esbanjadores". Ou seja, centenas (ou milhares) de passageiros, que acabavam de sair do expediente de trabalho e ansiavam por chegar em casa e tomar um belo - e merecido - banho, ficaram espremidos dentro dos vagões olhando aquela "advertência" intimidadora. Quem usa água, em São Paulo, é quase um criminoso.

Dias atrás, o guia "Divirta-se", do jornal Estadão, publicou em sua coluna sobre fatos passados da capital paulista um textinho "inocente" e "despretensioso" sobre as casas de banho que existiam antigamente na cidade. Eram locais onde a pessoa pagava para tomar banho. O texto ressaltava que só os mais abastados alcançavam esse "direito". Me veio na lembrança, de imediato, o camarada DeMassad comentando: "Não dá ideia! Não dá ideia!" O recado está dado para a população: água é um privilégio, não é pra qualquer um. E repare no nome da publicação: "Divirta-se" (!!!).

Mas é assim, com essas pequenas pílulas de "informação", que as pessoas vão sendo convencidas de que a - inacreditável - falta de água no Estado mais rico do país é uma "fatalidade", e que é responsabilidade delas, "esbanjadoras", fazer economia. Ser um "guardião da água" (supremo escárnio, comparável aos "Fiscais da Sunab" nos nada saudosos tempos de José Sarney). Como sempre, o governo do Estado não tem nada a ver com isso, "coitado". As pessoas que se virem pra ganhar dinheiro e investir na compra e estoque de água. É cada um por si! Os pobres que se danem.  

O escárnio chega às raias do absurdo. As advertências têm tom de "sermão", de "passa-moleque". Veja a pérola que uma colega registrou e postou numa rede social:



Assim, além de "esbanjadores", estamos sendo chamados de "sujos"! Enquanto isso, NINGUÉM fica indignado com o fato de o governo do Estado (leia-se: Geraldo Alckmin, PSDB) ter sido advertido por várias vezes, anos atrás, sobre a ameaça de racionamento e a urgência de medidas preventivas. Em dezembro de 2009, um relatório do Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, feito pela Fundação de Apoio à USP, alertou para a vulnerabilidade do sistema Cantareira e sugeriu medidas cabíveis a serem tomadas pela Sabesp a fim de garantir uma melhor gestão da água (leia aqui). E não venham falar em falta de dinheiro! Alckmin gastou R$ 238 milhões com publicidade!

Mas a população votou maciçamente nele e o reelegeu governador. E agora (escárnio dos escárnios) é convidada a fazer "dancinha da chuva" pra ganhar água na "promoção" de uma rádio FM (!!!). Cliquem na imagem para ver com mais detalhes:


Como observou um outro colega, o racionamento de água poderia ter uma solução bem simples: cortar o fornecimento para os 57% que votaram em Geraldo Alckmin e garantir o abastecimento normal para os restantes. Seria apenas justo.



quarta-feira, agosto 27, 2014

O time do povo (rico)

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Alexandre Padilha: só 5%? Será mesmo?
Pesquisas, principalmente sobre futebol, política ou cachaça (marcas de cerveja preferidas, por exemplo) sempre rendem polêmica, espalham a cizânia e arregimentam batalhões de descrentes. Afinal, muitos desconfiam que qualquer pesquisa pode justificar qualquer coisa que se pretenda, mesmo que não reflita exatamente a realidade. Quer uma prova? Pesquisa do Ibope divulgada ontem insiste em apontar que o candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, Alexandre Padilha, tem apenas 5% de intenções de voto - quando, nas últimas três eleições, os candidatos a governador por esse partido nunca ficaram com menos de 30% dos votos válidos no final das apurações, vide Aloizio Mercadante (35,23% em 2010 e 31,68% em 2006) e José Genoino (41,36% em 2002). Enfim, Padilha, menos popular e com menos "estrada" política que seus antecessores, pode nem chegar perto de 30%, mas, com certeza, o eleitorado fiel ao PT em terras paulistas é, inegavelmente, superior a 5%.

Buenas, um dia depois, sai outra pesquisa do (mesmo) Ibope para apimentar ainda mais os discursos de mesa de bar. Periodicamente, o jornal Lance! publica um "raio-X" das maiores torcidas de futebol do Brasil. Já havia feito isso em 1998, 2001, 2004 e 2010, e repete a dose agora. A edição desta quarta-feira do jornal publica em quatro páginas a pesquisa mais recente, mostrando que as cinco maiores torcidas continuam as mesmas do levantamento anterior, mas com oscilações: o Flamengo tem 32,5 milhões de torcedores (participação de 16,2%, com variação negativa: - 1%), o Corinthians, 27,3 milhões (13,6% do total e variação positiva de 2010 pra cá: + 0,2%), o São Paulo, 13,6 milhões (6,8% dos torcedores brasileiros hoje, mas com variação negativa: - 0,2%), o recém-centenário Palmeiras tem 10,6 milhões (5,3% e também com variação negativa: - 0,7%), e o Vasco, quinto colocado, tem 7,2 milhões de torcedores (3,6% do total e queda nos últimos quatro anos: - 0,5%).

Títulos relevantes = aumento de torcida
Até aí, nada de muito surpreendente. Natural que tenha caído o número de flamenguistas, são-paulinos, palmeirenses e vascaínos, que não comemoraram nada de relevante de 2010 pra cá, considerando que os títulos da Copa do Brasil de 2011 do Vasco, de 2012 do Palmeiras e de 2013 do Flamengo não dizem muita coisa, visto que o primeiro está na Série B, o segundo esteve lá ano passado (e ronda a zona de rebaixamento atualmente) e o terceiro também não vai muito bem das pernas. Em contraposição, o Corinthians, único deles que teve crescimento de torcida, venceu simplesmente o Brasileirão, a Libertadores e o Mundial no período. Outra prova de que o raciocínio faz sentido é que, em 2010, o sexto colocado no ranking das maiores torcidas era o Grêmio, que agora foi ultrapassado por Atlético-MG e Cruzeiro. Também neste caso, o clube gaúcho não ganhou nada de expressivo nos últimos quatro anos, enquanto atleticanos venceram a Libertadores e cruzeirenses ganharam com folga o Brasileirão de 2013 e caminham para o bicampeonato.

O que não impede, lógico, que torcedores de todos esses clubes discordem e contestem (com indignação) a pesquisa feita para o Lance!. Por isso mesmo, o jornal joga ainda mais gasolina na fogueira: contrariando um dos maiores estereótipos do futebol paulista (e brasileiro), o líder entre os torcedores mais ricos - com renda acima de dez salários mínimos, ou R$ 7.240,00 mensais, em valores atuais - é o... Corinthians (!).


Sim, o decantado time "do povo" tem nada menos que 17% de torcida entre esse abastado público, superando de longe o Flamengo (10,9%) e o Atlético-MG (10,1%). O São Paulo, tido como time "dos ricos", aparece somente em quarto lugar, com 9,2% desse público. E o Fluminense, outro clube taxado de "aristocrático", está apenas na 10ª posição, com 1,7% do povo que ganha acima de dez mínimos, empatado com Vasco, Botafogo e Santos. E atrás de Palmeiras (8,4%), Grêmio (5,9%), Cruzeiro (5%), Internacional (2,5%) e Sport (2,5%).

Sanchez tem razão ao cobrar mais
Engraçado é pensar que essa liderança do Corinthians entre os torcedores mais ricos dá total razão para o Andrés Sanchez, ex-presidente do clube, que vem comprando briga e enfrentando protestos ao dizer que os elevados preços de ingresso no Itaquerão não vão baixar e que, para além disso, o valor precisa subir quase 50%. Faz sentido, considerando o levantamento do Ibope. Enquanto isso, o Flamengo ganha argumento para reivindicar, para si, o posto de verdadeiro "time do povo" brasileiro: na pesquisa do Lance!, o clube é, disparado, o que possui maior torcida entre os mais pobres (que ganham até 1 salário mínimo, ou R$ 724,00 mensais): 20,8%, o dobro do Corinthians (10%). Na sequência, a maior parcela de torcedores pobres é do São Paulo (5,6%), Palmeiras (4,4%), Vasco (4,4%), Sport (4,2%), Santa Cruz (4%), Bahia (2,3%), Vitória (1,6%), Ceará (1,5%), Internacional (1,1%), Botafogo (1,1%), Grêmio (1,1%), Atlético-MG (0,5%), Santos (0,5%), Fluminense (0,4%) e Atlético-PR (0,1%).

Em tempo: pesquisa do Ibope foi feita com 7.005 entrevistados, incluindo torcedores entre 10 e 16 anos, em todos os Estados e Distrito Federal, com margem de erro de 1 ponto.

E, garçom, traz mais cerveja. Porque essa discussão vai longe, muito longe...

quarta-feira, julho 31, 2013

Fumei mas não traguei - Parte 2

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"Não dei a ordem [para invadir], mas se estivesse no meu gabinete, com as informações que eu recebi, eu daria a ordem." - Luiz Antonio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo, sobre a invasão da Polícia Militar ao Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, em outubro de 1992, na qual 111 presos foram mortos.

sexta-feira, maio 20, 2011

Um governo inexistente - ou que ninguém quer mostrar

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Acompanhando o noticiário sobre o assassinato do estudante Felipe Ramos dentro da Universidade de São Paulo (USP), constatei, sem surpresa, que a chamada "grande" imprensa (grande só no lucro...), mais uma vez, não dá nome aos bois e muito menos vai atrás deles. Por isso, resolvi fazer um post "didático". Se houve um crime, é problema de segurança. No Estado de São Paulo, a vigilância é feita pela Polícia Militar, que, por sua vez, é subordinada à Secretaria Estadual de Segurança. Nas notícias sobre o crime - ou crimes, parece que foram mais de 200 dentro da USP, somente no último mês - será difícil ver o nome ou a figura do cidadão da foto à esquerda. Mas, sim, ele é o secretário de Segurança Pública do Estado, Antônio Ferreira Pinto. Muito prazer, senhor Ferreira Pinto! Como vai?

Pois bem. Se o crime ocorreu dentro de uma universidade pública, quem é responsável por ela? A USP, assim como a Polícia Militar paulista, é mantida pelo governo do Estado. Ah! Que coisa! Logo, está subordinada à Secretaria Estadual de Educação. Parece lógica toda essa associação e encadeamento de subordinações e responsabilidades, mas, dificilmente, vocês também vão ver, no noticiário sobre o crime na USP, o distindo cidadão da foto à direita, o secretário de Educação, Herman Voorwald. Muito prazer, senhor Voorwald! Sim, eu sei: uma cobertura lógica, racional e jornalística do fato procuraria esses dois funcionários públicos. Mas nós estamos no Estado de São Paulo e, por questões políticas e financeiras, não interessa (ou antes, é proibido) mostrá-los. Sabem por quê?

Porque, voltando à sequência de subordinações e responsabilidades, em última instância, ambos os secretários são subordinados à autoridade máxima do Estado paulista. E esse, meus amigos, não vai aparecer em reportagem negativa nem se ele matasse a própria mãe. Sim, estamos falando do atual governador (governador?!?) do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (foto à esquerda). Aquele, do PSDB - sigla que denomina um partido que, quase nunca, vocês vão ver na imprensa quando o assunto é negativo. Exagero? Por que ele não aparece na TV, rádio, portal de internet, jornal ou revista falando sobre os crimes na USP? Como disse, em última instância, ele é a autoridade máxima, responsável pela USP e pela polícia estadual.

Acontece, meus queridos irmãos, que aqui, no Estado mais rico do Brasil, a imprensa tem posição política muito definida - embora insista em enganar a população, dizendo que não tem "rabo preso" com ninguém. Tem, sim. Nesta semana que passou, foram completos cinco anos dos ataques de uma facção criminosa em todo o Estado, que culminou com a Polícia Militar assassinando mais de 400 pobres, a esmo (a maioria, negros). Nada foi investigado e ninguém foi punido de lá para cá. E o secretário Antônio Ferreira Pinto também não apareceu no noticiário, falando sobre o assunto, nem o governador Alckmin. Da mesma forma, no mês passado, funcionários da limpeza da mesma USP entraram em greve, pois a empresa terceirizada que os empregava atrasou salários. A empresa foi contratada pela USP, que é subordinada à Secretaria de Educação - do governo estadual. Mas, para (não) variar, ninguém da "grande" imprensa procurou o secretário Herman Voorwald. Nem Geraldo Alckmin.

Para o leitor, ouvinte, internauta ou telespectador, a impressão é de que o governo de São Paulo é inexistente. Como diria o Padre Quevedo, "nom equiziste!". E, se não existe, não tem culpa nem responsabilidade de nada. Nem Ferreira Pinto, nem Voorwald e nem Alckmin jamais serão associados, por esses consumidores de "informação", a qualquer crime ou problema relacionados à segurança ou educação pública. Legal, né? Mas deviam perguntar para a família do rapaz assassinado e para os alunos da USP o que eles acham disso. Ah, mas que bobagem! Isso a "grande" imprensa também não vai fazer, nunca...

domingo, maio 15, 2011

Cinco anos dos Crimes de Maio: 'obra' de Alckmin

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Há exatos cinco anos, uma série de ataques atribuídos a uma facção criminosa denominada Primeiro Comando da Capital (PCC) assolou o Estado de São Paulo, escancarando, para o Brasil e o mundo, a suprema incompetência, descontrole e omissão do governo do Estado mais rico da federação com a segurança pública. Pior do que isso: para responder aos ataques e tentar acalmar a população apavorada, o poder público paulista mandou sua Polícia Militar às regiões periféricas e mais pobres da capital para assassinar no mínimo 493 pessoas, A ESMO, sendo a imensa maioria delas, mais de 400 jovens, executados sumariamente - segundo o Movimento Mães de Maio (na foto, uma de suas inúmeras manifestações, com fotos dos mortos, sempre ignoradas pelo governo estadual).

Esse impressionante contingente de quatro centenas de pessoas pobres, negras e indefesas não tinha sequer passagens pela polícia, nem qualquer indício de envolvimento com crimes ou práticas ilegais. Morreram justamente porque eram pretos e pobres, assim como os 111 presos mortos pela mesma Polícia Militar paulista no vergonhoso massacre do presídio Carandiru, em 2 de outubro de 1992. Vale a pena reler a matéria que a Revista Fórum publicou sobre os Crimes de Maio de 2006 (a íntegra aqui).

Naquele início de 2006, até pouco antes dos ataques, o governador - e verdadeiro responsável pelo descaso com a segurança pública, o crescimento das organizações criminosas e o assassinato de quase 500 pessoas pelo poder público - era Geraldo Alckmin (PSDB), que deixou o cargo para disputar as eleições presidenciais - por isso, seu vice, Cláudio Lembo, era o governador especificamente no mês dos ataques (mas é óbvio que a situação ficou caótica sob o governo do titular da pasta, não do vice).

Alckmin é esse mesmo que passou a ocupar novamente, a partir de janeiro deste ano, o posto de governador. Exatamente por isso, cinco anos após a tragédia, o governo estadual tucano não mexe uma palha para investigar os crimes que praticou. Sempre que é abordado sobre os Crimes de Maio de 2006, Alckmin se acovarda e foge, como mostra esse vídeo aqui:



Nota-se que a coragem de questioná-lo partiu de uma equipe estrangeira, pois a chamada "grande imprensa" paulista e brasileira (que, de grande, só tem o poder econômico) continua dócil e inofensiva ao PSDB. Ninguém citou Alckmin nas matérias sobre os cinco anos dos ataques e dos assassinatos. Ninguém deu - e nem dará - nome aos bois, ou melhor, ao boi.

"Somos centenas de mães, familiares e amigos que tivemos nossos entes queridos assassinados covardemente e até hoje seguimos sem qualquer satisfação por parte do estado: os casos permanecem arquivados sem investigação correta para busca da verdade dos fatos, sem Julgamentos dos verdadeiros culpados (os agentes do estado) sem qualquer proteção, indenização ou reparação. Um estado que ainda insiste em nos sequestrar também o sentimento de justiça", dizia texto divulgado pelo Movimento Mães de Maio em 2009.

Neste mês, um relatório apontou como causas principais dos ataques de maio de 2006 a corrupção policial contra membros do PCC, a falta de integração dos aparatos repressivos do estado e a transferência que uniu 765 chefes da facção criminosa, às vésperas do Dia das Mães de 2006, numa prisão de Presidente Venceslau (SP). Corrupção, falta de controle e decisões equivocadas. Esse deveria ser o verdadeiro slogan do PSDB paulista, em vez de "gestão, planejamento e eficiência", como gostam de alardear.

Federalização do caso
O estudo de quase 250 páginas foi produzido pela ONG de defesa de direitos humanos Justiça Global e pela Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard, dos Estados Unidos. Ao esmiuçar os 493 homicídios ocorridos no Estado de 12 a 20 de maio de 2006, o estudo viu "indícios da participação de policiais em 122 execuções", além de discrepância na elucidação desses casos em relação aos que vitimaram 43 agentes públicos. Por conta disso, propõe a federalização da investigação. Assim, talvez haja alguma esperança de Justiça para as mães e parentes das vítimas da Polícia Militar paulista.

Porém, o que mais preocupa é que a inoperância do governo estadual tucano continua. Em cinco anos, NADA mudou na caótica segurança público do estado, e todos sabem, veladamente, que quem comanda os presídios paulistas é o PCC. "Passados cinco anos, nossa pesquisa indica que não foram construídos mecanismos eficazes, consistentes de superação e de enfrentamento para essa situação", afirma Sandra Carvalho, diretora da Justiça Global. É preciso insistir neste assunto. Sempre.

sexta-feira, maio 06, 2011

Oba! Agora a gente já pode passar raiva antecipadamente!

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Metrô de São Paulo: tudo funcionando na mais perfeita ordem, na mais santa paz


A materinha do Estadão é tão inacreditável, mas TÃO inacreditável, que prefiro reproduzir o título e o início antes de qualquer comentário:

Metrô de SP vai avisar usuários sobre panes via SMS

A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) vai começar a enviar no próximo mês mensagens de celular para alertar passageiros sobre problemas nas linhas, incluindo trechos onde trens operam com velocidade reduzida ou mesmo interrupção do funcionamento. O conteúdo será "personalizado": cada usuário vai receber apenas informações referentes às linhas e estações que estão em seu caminho. O cadastro para receber SMSs começa hoje.

Tradução: reconhecendo que é INCAPAZ de diminuir as panes no Metrô, e muito menos de evitá-las, o (des)Governo de São Paulo joga a toalha e prefere desenvolver um sistema para avisar a MERDA pelo celular de cada usu(ot)ário, como quem diz: "Olhaí, eu tô avisando! Depois não vem reclamar!".

Imaginem se fosse um governo do PT, o tiroteio que a mídia não ia promover contra esse novo serviço de "utilidade" pública...

E eu sempre me surpreendo com a arrebatadora capacidade de "gestão, planejamento e eficiência" do PSDB. Impressionante!

quinta-feira, março 11, 2010

Primeira Lei da Política

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Lendo no Valor Econômico sobre uma possível chapa com Aloizio Mercadante (PT) para governador paulista e Paulo Skaf (PSB) como vice, um amigo jornalista comentou sobre o que, para ele, é a Primeira Lei da Política:

- Nenhum amigo é tão amigo que não possa virar seu inimigo; e nenhum inimigo é tão inimigo que não possa virar seu amigo.

sexta-feira, março 05, 2010

Decisões importantes, fóruns adequados

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O PT paulista ainda aguarda novidades sobre a chapa que disputará o governo do Estado. Mas não perde por esperar:

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) participa nesta segunda-feira, dia 8, a partir das 17h30, do Programa do Ratinho, no SBT, comandado pelo apresentador Carlos Massa.

Isso é que é debate político em alto nível! Quem procura, acha!

quinta-feira, março 04, 2010

Serra, saia da moita!

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O Estadão de hoje traz novo balão de ensaio sobre a sucessão paulista, na linha do "se não há novidade, a gente teoriza". Que a militância petista de São Paulo prefere como candidato ao governo do Estado o senador Aloizio Mercadante, em vez do deputado federal Ciro Gomes, não resta a menor dúvida. Que Marta Suplicy e seu grupo também torcem para que isso aconteça, para que a ex-prefeita aproveite a brecha e se candidate ao Senado, é outra verdade (os deputados federais do PT por São Paulo também engrossam o caldo, pois assim Marta não se candidataria à Câmara Federal e deixaria de dividir os votos deles). Da mesma forma, o presidente Lula e Dilma Rousseff já escancararam que Mercadante é a melhor opção caso Ciro bata o martelo de vez sobre não disputar o governo de São Paulo - o que ainda não fez.

Mas...e daí? A materinha do Estadão, que misteriosamente saiu de forma simultânea na edição de hoje do jornal gratuito Metrô News, não passa de uma costura de todas essas constatações embrulhada para o leitor como fato consumado. Mercadante (que se recupera de uma cirurgia feita na terça-feira) viajou com Lula para o Uruguai e o Chile e, contra as expectativas, nada foi acertado sobre a chapa do PT em São Paulo. Ficou naquela: o senador mantém a disposição de disputar sua reeleição (é líder nas pesquisas), Lula segue com um fio de esperança na capitulação de Ciro e todos continuam aguardando o (des)governador José Serra oficializar (ou não) sua candidatura à Presidência da República.

Tudo como d'antes. Serra encolhido quietinho na moita, matutando sobre o surpreendente empate técnico com Dilma nas pesquisas. E, na fila, Ciro aguarda sua decisão para saber o que fazer, Lula aguarda Ciro e Mercadante aguarda Lula. Fora disso, tudo é pastel de vento na mídia paulistana. Mas que o grupo da Marta trabalha bem nos bastidores, ah, isso trabalha...

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Questão de interpretação

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Depois da reunião entre Ciro Gomes e Lula, a mídia ainda parece confusa sobre a possibilidade de uma dobradinha entre PSB e PT na disputa do governo de São Paulo. Vejam dois exemplos:

Ciro admite desafio de disputar governo de SP (Site IG)

Ciro diz que possibilidade de disputar governo de SP é remota e improvável (Site G1)

E aí? Ciro vem ou não vem enfrentar os tucanos em seu ninho?

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Fosse o PT, a mídia chamaria de 'aparelhamento'

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Em entrevista a cinco jornalistas de O Estado de S. Paulo, o presidente Lula aproveitou para canelar - com dados - uma das mais recorrentes críticas da oposição, a de que seu governo inchou a máquina pública. Segundo o nosso presidente, quem incha a máquina estatal, e ninguém fala nada, é o blindado (des)governador de São Paulo, José Erra, digo, Serra (PSDB):

- A cada 100.000 habitantes, o governo federal tem 11 cargos comissionados. Já o governo de São Paulo tem 31 cargos comissionados por grupo de 100.000 habitantes.

Pois é, o governo tucano emprega, proporcionalmente, quase três vezes mais pessoas sem concurso público. Curioso isso. Não era o PT que "aparelhava" o estado? Tenho a ligeira desconfiança de que a informação de Lula não despertará qualquer interesse na chefia de reportagem do Estadão. E de nem um outro jornalão, revistona ou emissora de TV do país.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Serra usa a Folha para 'limpar' FHC

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Depois de ter gasto muito papel e tinta detonando o prefeito Gilberto Kassab (DEM) por causa das enchentes em São Paulo, na tentativa de descolar a culpa do governo do Estado (uma ofensiva surpreendente, pois antes Kassab era explicitamente poupado), a Folha de S.Paulo cumpre nesta terça-feira um novo servicinho para José Serra (PSDB): rebater o inconveniente Fernando Henrique Cardoso, que no domingo passado usou o jornal concorrente O Estado de S.Paulo para publicar um artigo em que ataca grosseiramente o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff.

Sob o título "FHC reitera crítica a Dilma e contraria estratégia de Serra", o texto da página A4 de hoje apressa-se em acalmar o eleitorado tucano ao explicar, didaticamente, que, "se dependesse de Serra, FHC ficaria afastado da linha de frente da campanha, mas o ex-presidente avalia que, se o partido não defende seu governo, cabe a ele fazer esse debate". A Folha ainda futuca a ferida ao lembrar que, nas duas últimas eleições, os candidatos Serra e Geraldo Alckmin não defenderam os dois mandatos de FHC - que, em todas as vezes que abriu a boca, como agora, tirou muitos votos dos dois colegas.

Não contente, a Folha ainda usa a página A6 para dizer que "FHC cita méritos e omite erros". Há um quadro dizendo que o ex-presidente omitiu fatos em seu artigo sobre a redução da pobreza, o salário mínimo, os rendimentos dos trabalhadores e a dívida pública. "Em exatas 998 palavras e cifras que descem a minúcias não há uma única menção, no exemplo mais flagrante, ao crescimento econômico". Ou então: "O artigo dribla o incoveniente com saltos nas datas. Recorda-se, por exemplo, que, 'com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total' e depois menciona-se a taxa de 18% registrada em 2007, já sob o governo Lula". Quem diria, hein, Otavinho?

Essa súbita lucidez da Folha está com toda cara de querer avacalhar FHC e seu governo para que fique afastado e desgrudado da campanha do queridinho Serra. Tanto que, na página A7, com foto imensa, colorida e mostrando um sorridente (des)governador de São Paulo sentado em meio a criancinhas negras e felizes, há uma enorme matéria/release não-oficial com o propagandístico título "Serra estuda pacote para atender servidores".

Serviço completo, não parece? Um desagravo na primeira matéria, explicando que FHC pode dizer e passar o vexame que quiser, mas Serra não tem nada com isso (nem com o que ele fez na Presidência da República); outro texto complementar na sequência, desacreditando mais ainda o ex-presidente; e a imensa propaganda do candidato tucano como grand finale, com todo o destaque e foto simpática no alto de uma página ímpar. Deve ser por isso que o slogan da Folha fala em "rabo preso". E que seu departamento comercial tem um rato como símbolo...

Sorria, meu bem, sorria:

"A história vai acabar por reconhecer que nós mudamos o Brasil. Digo nós, não digo eu, incluo Lula nisso porque não sou mesquinho."
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
(Folha de S.Paulo, 09/02/2010, pág.A6)

"Agora, o que me preocupa neles [Lula e Dilma] é que o governo não investiu. Eles vão nos deixar uma herança maldita. Porque a capacidade de investimento no País está zerada."
José Aníbal, deputado federal pelo PSDB-SP
(O Estado de S.Paulo, 09/02/2010, pág.A4)


Como? Foi o FHC que melhorou o Brasil?? E o governo Lula não investiu e é uma "herança maldita"?!? Não dá. Acho que vou tomar uma cerveja...

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Separados no inferno

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domingo, fevereiro 07, 2010

Faz sentido

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Diante do crescimento espantoso dos índices de violência em todo o Estado de São Paulo, segundo os últimos dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o (des)governador tucano José Erra, digo, Serra, teve a cara dura de dizer que a culpa foi da crise econômica mundial. No que uma amiga jornalista concordou:

- Tá certo. Afinal, os bandidos investem nas bolsas...

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Planejamento, gestão e eficiência

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Materinha muito esclarecedora do site Brasília Confidencial, publicada no dia 4, escancara o que a imprensa paulistana - e grande parte da nacional - tenta esconder de todo jeito: as trágicas enchentes no estado de São Paulo tem responsável com nome e sobrenome, José Serra. Desde o início de dezembro, ele cortou em 20,4% os recursos para combater as enchentes em 2010, segundo análise do economista Eduardo Marques, do Transparência São Paulo. A previsão de Serra é cortar R$ 52 milhões. De acordo com Marques, além de prever menos recursos para 2010 em relação a 2009, o tucano impediu que a Assembléia Legislativa corrigisse estes problemas com emendas ao orçamento. Em números, o governo paulista previu R$ 252,2 milhões em 2009 para combater enchentes, mas destinará apenas R$ 200,6 milhões em 2010.

Segundo o Brasília Confidencial, os principais cortes de recursos foram para as ações de limpeza e conservação de corpos d´água (desassoreamento dos rios e canais), na manutenção, operação e implantação de estruturas hidráulicas e nas obras complementares na bacia do Alto Tietê. Foram retirados do canal do rio Tietê em 2009 cerca de 400 mil metros cúbicos de sedimentos, segundo o governo do estado. No entanto, especialistas têm avaliado que seria necessária a retirada de pelo menos um milhão de metros cúbicos por ano. Outros números do orçamento público revelam que em 2009 o Estado pretendia retirar 2,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos com R$ 4,4 milhões. Não cumpriu nem 10% da meta, nem justificou o gasto. Pior: em 2010, o Estado pretende retirar quase a mesma quantidade de sedimentos com apenas R$ 1,5 milhão. Mágica? Ah, mais essa: não há registros sobre serviços de desassoreamento em 2006, 2007 e 2008...

"Sem dúvida nenhuma, estes valores apontam para as verdadeiras causas das últimas enchentes na marginal do Tietê, bem como do agravamento das inundações de bairros inteiros na cidade de São Paulo", arremata o economista Eduardo Marques. Planejamento, gestão e eficiência. Esse é o forte do PSDB. José Serra merece um prêmio: nenhum voto em 2010.

quinta-feira, setembro 03, 2009

Serra diz que é amigo dos pobres...

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No anúncio da redução da taxa de juros do Banco do Povo paulista (juro que nem sabia de sua existência), o governador José Serra declarou, segundo a Folha de S.Paulo, que é "amigo dos pobres". Clique aqui para ler o texto.

Como este Futepoca tem memória, vão algumas imagens de como o governador tratou recentemente seus amigos.

Na prisão de manifestantes em Heliópolis, depois de uma mãe de 17 anos ter sido assassinada pela Guarda Municipal de São Caetano (primeira foto). E na desocupação de uma favela no Capão Redondo.




quinta-feira, janeiro 22, 2009

Governo de São Paulo não quer blogues no projeto de inclusão digital Conexão Cultura

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DIEGO SARTORATO*

A Fundação Padre Anchieta divulgou os resultados de uma pesquisa que realizou em 27 lan houses da capital, com 349 pessoas, sobre a forma como pessoas das classes A, B, C e D usam a internet naqueles comércios. As entrevistas não foram à toa: o governo do Estado vai criar o projeto Conexão Cultura (que não é subordinado à TV pública mantida pela mesma fundação), com o objetivo de planejar uma barra de ferramentas que passará a ser instalada nos computadores de lan houses e cyber cafés da capital que entrarem (voluntariamente, esperamos) no projeto. A ideia é fornecer conteúdo informativo e educativo gratuito aos internautas - desde que os grandes poderios econômicos e os setores tradicionais da comunicação não fiquem de fora, claro.

Um detalhe curioso é que os blogues devem ficar de fora. "Sinceramente, não pensamos nisso. Não sei. Mas não acho que seja o nosso perfil. Até porque é um pessoal que está muito bem divulgado em outras mídias e provavelmente não terá interesse em nós", afirmou o coordenador do projeto, Luiz Henrique Barreto do Amaral, do setor de marketing (!) da Fundação Padre Anchieta. Ele resume a proposta do Conexão Cultura: "Vai ser uma barra lateral que vai estar no computador, e que terá links direcionados a páginas dos parceiros do projeto, em que haverá notícias, cursos online, material educativo". Os parceiros, que também devem participar do projeto com patrocínio financeiro, são os de sempre. "Por enquanto, fechamos com o Itaú Cultural e com o SESC-SP", adianta Amaral.

Poderio econômico preponderante
A imprensinha também não deve ficar de mãos abanando. "Se a Globo ou o UOL quiserem participar, não há impedimento. Não existe o braço educativo da Globo, o Futura?", pergunta. "Corremos o risco que grupos de maior poderio econômico sejam preponderantes. Mas existe uma parcela muito grande do empresariado que, de certa forma, assumiu um papel que deveria ser do Estado de promover a inclusão digital", admite. Só que ainda não se sabe como fazer com que os internautas acessem os links do projeto. "Então haverá um quiz, para ter certeza de que a pessoa leu mesmo", comenta Amaral. Isso para ter certeza que a pessoa leu mesmo o UOL (parceria de Folha de S.Paulo e Editora Abril), o G1 (Globo), o site do banco Itaú...

Interessante foi o comentário postado na matéria sobre a pesquisa postada pelo UOL: "Olá, sou diretor de uma entidade que representa as lan houses no Brasil, a ABCID. Em relação à classe D na pesquisa, há uma controvérsia, pois hoje em dia a maior parte do público é da classe C e D", observou Rafael Maurício, da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital. Para quem quiser analisar com mais detalhes, tivemos acesso ao resultado completo da pesquisa, que está disponibilizado aqui. Negritos e números de tamanho aumentado são da própria equipe da Cultura Data. Qualquer semelhança com um levantamento mercadológico só pode ser mera coincidência. Ou estaríamos presenciando o nascimento do spam oficial?


*Diego Sartorato é jornalista, corintiano, comunista, pró-blogues, apreciador de 'vodka' Zvonka e colaborador bissexto do Futepoca.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Buraco do metrô: dois anos da tragédia impune

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Hoje faz dois anos da maior tragédia em obras de transporte público na cidade de São Paulo: o desabamento em um dos canteiros da futura Via Amarela do metrô, na Marginal Pinheiros, que matou sete pessoas e resultou na interdição de 55 imóveis nas imediações da cratera e na demolição de cinco deles. Um fato absurdo, creditado unicamente ao Consórcio Via Amarela, responsável pela construção e liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e ainda por OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Mas o consórcio foi contratado pelo governo do Estado (gestões tucanas de Geraldo Alckmin e José Serra), que se isentou completamente de responsabilidade e foi docilmente poupado pela imprensa.

Na semana passada, segundo o site Uol, o promotor Arnaldo Hossepian Junior protocolou na 1ª Vara Criminal do bairro Pinheiros um documento em que denuncia 13 pessoas ligadas ao consórcio e ao Metrô como responsáveis pelo acidente nas obras da linha 4, acusando os engenheiros envolvidos de negligência e imprudência. De posse dos laudos feitos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pelo Instituto de Criminalística, o promotor afirmou corajosamente que a tragédia poderia ter sido evitada. Os laudos haviam demonstrado também ter havido explosões momentos antes do acidente e que o plano de evasão no entorno da obra não funcionou.

Porém, tudo acaba em pizza. Em entrevista coletiva, o próprio Hossepian disse que não acredita que os responsáveis sejam presos. Enquanto isso, nas ruas vizinhas ao local da tragédia os moradores ainda lamentam os prejuízos. "Meu prejuízo foi muito grande e só aceitei a mixaria que eles me ofereceram porque minha família pediu para tirar o processo. Eles me f... de verde e amarelo", reclama o espanhol Fidel Montes, dono de uma marcenaria que ficou fechada por três meses, em entrevista para o Uol. José Carlos de Oliveira, por sua vez, tinha sociedade em um estacionamento que ficava na esquina das ruas Capri e Gilberto Sabino e foi engolido pelo deslocamento de terra para dentro do buraco à beira da marginal do rio Pinheiros.

Hoje, ele cuida dos carros na rua e aluga vagas em garagens das cercanias. "Eu era microempresário, agora sou um flanelinha." Já a taxista Rosa Maria Pescuma foi desalojada por decisão judicial e teve de abandonar sua casa na rua Gilberto Sabino na última semana de 2008. Diante de sua porta há cavaletes e placas de "proibido passar". Ela e seus dois cachorros tiveram de ir morar com a filha no município de Osasco. "Meus clientes e amigos estão aqui. Saio com dor no coração." E aí, governador José Serra, só silêncio? E aí, Veja? E aí, Arnaldo Jabor? Nada a comentar? Além das mortes e perdas, quanto o governo do Estado está tendo de prejuízo com o reparo e o atraso na entrega das estações? Isso não é um boa pauta, não?!??

sexta-feira, junho 13, 2008

Namoro de fora

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Ontem, Dia dos Namorados, o tucano José Serra (na foto, à direita) assinou em Washington, nos Estados Unidos, dois contratos de empréstimo para o (des)governo de São Paulo, um com o Bird (Banco Mundial), no valor de US$ 645 milhões, e outro no valor de US$ 10 milhões com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Tempos atrás, o jornal ABCD Maior publicou reportagem de Diego Sartorato mostrando que hoje, com a recuperação da economia brasileira, pegar empréstimos no exterior pode ser um tiro no pé.

Um exemplo é a Prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), que emprestou o equivalente a R$ 280 milhões do JBIC (Banco Internacional de Cooperação do Japão) para recuperação da represa Billings mas, com a valorização do Real e a desvalorização do Iene, moeda japonesa, acabou ficando apenas com R$ 255 milhões (20% a menos). Por isso, foi preciso fazer mais um empréstimo internacional de US$ 40 milhões com o BID para completar as obras. Em outro programa de obras viárias com empréstimos internacionais, São Bernardo perdeu 37% do dinheiro emprestado com a desvalorização do dólar de 2005 para cá. Diz a matéria de Sartorato:

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), explica que, no período entre o fechamento de uma parceria internacional e o recebimento efetivo do investimento, burocracia que pode levar anos para ser concluída, o valor absoluto do dinheiro continua o mesmo, mas seu poder de compra pode cair, de acordo com a flutuação cambial. "Da mesma maneira, isso afeta o andamento das obras fechadas em parcerias internacionais. Como a compra de materiais e pagamento de mão-de-obra acontece em reais, você tem de aumentar o investimento com recursos próprios", diz. A vantagem, nesse caso, é na hora de pagar a dívida. "Se a sua moeda continua se fortalecendo, o valor relativo da dívida também fica mais fácil de quitar." No entanto, a operação continua sendo uma "loteria perigosa". "O problema é se na hora de pagar a dívida, a cotação da sua moeda cai e a conta fica ainda mais cara. Isso é uma tragédia", resume.

Daí, Belluzzo cita alternativas ao arriscado empréstimo internacional:

"Os juros internacionais são muito mais baixos e essa é uma vantagem considerável. Mas existe também a possibilidade de procurar a Caixa Econômica Federal e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que têm juros mais baixos", ressalta.

Mas alguém aí acredita que Serra recorreria ao governo federal? Para ele, mesmo que arriscado, é melhor um "namoro de fora"...