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domingo, janeiro 25, 2009

É a hora de Márcio Fernandes?

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A estreia do Santos na quinta-feira, se não encheu os olhos do torcedor, ao menos deu esperanças de que 2009 seja melhor do que 2008. Aliás, uma comparação entre as duas partidas iniciais do Santos no Paulistão talvez deem uma dimensão melhor do que se pode esperar do clube no resto do ano.

Em 2008, o Peixe estreou perdendo para a Lusa por 2 a 0. À época, o time estreava somente três reforços: o temerário Evaldo, o valente – mas tosco - Marcinho Guerreiro e o zagueiro Betão. Com Fábio Costa acima do peso, Rodrigo Souto lesionado, Maldonado recém-saído da Vila e com Kléber se contundindo logo no começo da partida, o técnico Emerson Leão viu o calvário que lhe esperava daí pra frente naquele dia. Ainda chegariam mais tarde quatro reforços do hoje “parceiro” do clube, mas só Molina mostraria algum valor.

Com um time enfraquecido e sem reforços, o vaiado presidente Marcelo Teixeira prometeu depois daquela derrota para a Portuguesa “dois reforços diferenciados”. Não vieram. E o péssimo clima na Vila Belmiro fez com que o time amargasse um dos piores anos da sua história. Caiu Leão, veio Cuca, que também não resistiu. E veio Marcio Fernandes.

É interessante comparar as duas estreias para ver que houve, de fato, alguma evolução de lá pra cá, com cenários bem distintos para aqueles que comandam o time no banco de reservas. Hoje, Márcio Fernandes tem mais tranquilidade para trabalhar do que tiveram seus antecessores Leão e Cuca - e possui mais elenco também. Ao que parece, não tem inimigos ferrenhos na diretoria como o atual treinador do Atlético-MG tinha, e conta com o apoio de um grupo que deu muito trabalho em termos de relações pessoais para os outros técnicos.

Mesmo assim, parece que ainda não se sente confortável no cargo, prova maior disso foi a substituição de Roni por Adriano no jogo de quinta. Precisava? Fernandes excede na cautela, uma das razões pela qual o time não embalou na reta final do Brasileiro, quando o comandante optou por não perder ao invés de tentar vitórias. Se continuar assim, pode comprometer seu futuro em um clube que, historicamente, sempre se primou o ataque.

É preciso que ele vença esse medo, e até nesse quesito conta com a sorte, já que o elenco pode ajudá-lo. Com atletas experientes e com capacidade de liderança como Fábio Costa, Lúcio Flávio, Kléber Pereira e Léo, a equipe pode ter por si mesma a maturidade e a ousadia que Fernandes ainda não tem. E, assim, passar confiança para o técnico.

Márcio Fernandes pode mostrar seu potencial em uma situação mais tranquila que a do ano passado. Mas, se insistir em ser precavido, pode ter o mesmo destino de treinadores que apareceram até bem no Santos e que depois sumiram, como seu assistente Chulapa e Joãozinho. É hora de mostrar sua grandeza, comandante.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Me esquerda que eu gosto! – Tiro no pé no ABC

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DIEGO SARTORATO*

Repercutiu na Folha, no Estado e no portal de notícias da Globo, entre outros: o lançamento do plano de governo do ex-ministro e atual candidato a prefeito Luiz Marinho, do PT (à esquerda), em São Bernardo, terminou com briga entre militantes e estudantes da Universidade Metodista. O evento ocorria no salão nobre da instituição, onde estavam presentes também a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o senador Aloizio Mercadante, ambos do PT.

A baixaria começou quando Mercadante falava sobre o desenvolvimento do país durante o governo Lula. Um grupo de estudantes de Filosofia – cerca de dez deles, capitaneados por Glauber Leite, 20 anos – resolveu interromper o discurso com gritos insistentes de "ladrão" e "mentiroso". Não precisa de muita criatividade para imaginar como a militância petista reagiu (havia mais de 500 pessoas para o ato): os alunos, em especial Leite, foram expulsos a empurrões e pontapés pela escadaria curva do salão de gala. No calor do momento, especulou-se que o aluno seria um infiltrado a mando de Orlando Morando, candidato tucano à Prefeitura de São Bernardo.

Embora o candidato da direita seja citado por rivais como adepto da prática de usar apoiadores para tumultuar reuniões alheias, não foi o caso. Leite já é apontado por três fontes do movimento sindical do ABC Paulista ouvidas por este jornalista como "cavalo de tróia" do PSTU, partido que está coligado com o PSol nas eleições de São Bernardo. Não seria, segundo essas fontes, sequer a primeira vez que ele provoca "os instintos mais primitivos" dos militantes do PT: há cerca de quatro anos, durante uma visita do então ministro da Fazenda Antônio Palocci ao Sindicato dos Metalúrgicos, o estudante teria protagonizado a mesma cena – e recebido o mesmo tratamento.

Nos comentários do artigo, Glauber Leite nega de forma veemente os fatos, alegando não pertencer a agremiações políticas e contestando o episódio de 2003.

Para completar, o tumulto envolvendo estudantes e militantes do PT "coincidiu" com o tiroteio envolvendo o candidato a vice de Morando em São Bernardo, Edinho Montemor (acima, à direita), do PSB.

Os episódios, com certeza, não vão puxar o gatilho da vitória de Aldo Santos (à esquerda), candidato da coligação PSol-PSTU, que tem apresentado resultados entre 0% e 2% nas pesquisas eleitorais da região. Talvez – e apenas talvez – propulsionem a candidatura do PSDB, que já comanda a cidade há quase 20 anos. A candidatura de Marinho é a primeira desde 1988 com condições reais de tirar a cidade das mãos da direita. A esquerda radical diz não ver diferença entre PT e PSDB, mas quem viveu neste país (e partircularment no ABC, como eu) nos últimos seis anos sabe que não é bem assim. E quem conhece o perfil de Morando sabe melhor ainda.

Pergunta que não quer - e não deve - calar: se for pra servir de bucha de canhão de um dos dois na disputa eleitoral (que o PSTU diz sequer reconhecer como legítima, aliás), a escolha natural não seria pelo outro lado?


*Diego Sartorato é jornalista, corintiano e bebe Zvonka. Filiou-se ao PCdoB, trabalha para o PT e simpatiza com o PCO. Às vezes, desconfia que não foi boa coisa "ser gauche na vida". "Mas é melhor que ser de direita", resume.