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quinta-feira, outubro 09, 2008

As lições do "mestre" Luxemburgo a seu pupilo santista. E o árbitro.

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Dizem que Márcio Fernandes conversa cotidianamente com Vanderlei Luxemburgo. Talvez tenha aprendido com seu "mestre" como jogar fora de casa. Afinal, Luxa não tem retrospecto bom quando disputa partidas longe de seu domínio. Sua passagem em 2006 pelo time que o diga, quando não venceu nenhuma partida fora do estado de São Paulo durante todo o Campeonato Brasileiro. Ontem, Fernandes entrou com o mesmo time da última partida, à exceção de Fábio Santos, que entrou no lugar de Kléber. No entanto, a postura foi diferente.

Tomou um gol logo no início, desatenção comum nos últimos confrontos do Peixe, como nos jogos contra Goiás e Portuguesa. Mesmo tocando bem a bola, já que é característica de seus jogadores e da forma como a equipe é armada, o Alvinegro foi pouco incisivo durante boa parte dos 90 minutos. A bem da verdade, o time da casa também ameaçou pouco, mas teve a vantagem durante quase todo o tempo, o que permitiu que esperasse o Santos em seu campo e explorasse contra-ataques.

E onde Fernandes falhou? Se de fato ele conversa com Luxemburgo, devia saber que, para tirar a sobra de um esquema de três zagueiros, deve colocar mais um homem à frente. Fez isso aos 33 do segundo tempo, com a entrada de Tiago Luís. Substituição previsível, assim como a de Pará. Mas a entrada de Carleto no lugar de Fábio Santos mostrou o erro capital do treinador. Ele colocou o ex-são-paulino e cruzeirense para reforçar a defesa. O time, capenga, só atacava pela lateral direita com Wendel, enquanto o canhoto guardava a posição. Carleto, quando entrou aos 43 do segundo tempo, cobrou uma falta venenosa que quase empatou o jogo. Demonstrou, em um lance, que o treinador errou ao colocá-lo na reserva. De novo, o comandante alvinegro foi covarde fora de casa. Como seu mestre Luxa costuma ser.

O árbitro

Reza a lenda que quando um árbitro quer prejudicar uma equipe, não o faz em lances capitais. Ontem, Marcelo de Lima Henrique, em todos os lances duvidosos, apitava a favor do Grêmio. Todos. Quem quiser e tiver paciência, assista ao teipe da partida. Mas não se limitou a isso. No início da partida, deixou de dar uma falta em Kléber Pereira que poderia redundar até em expulsão do defensor gremista, além de uma oportunidade próxima à área. O jogo estava zero a zero.

No final, com a pressão santista, o cidadão achou por bem expulsar Fabiano Eller em uma falta em que ele sequer tocou no rival. Lance interpretativo, pode-se alegar. Mas o fato de ter deixado de marcar uma penalidade escandalosa a favor do Santos mostrou que a "interpretação" só pesou para um lado. Confesso que há tempos não sentia tanta raiva de uma arbitragem. Se todo homem de preto for "caseiro" (é o melhor que se pode falar do cidadão...) como este, explica-se o número de vitórias dos times da casa no campeonato.

Pra quem não lembra, o homem do apito de ontem é o mesmo que atraiu a ira de botafoguenses na final da Taça Guanabara contra o Flamengo. Também foi julgado pela Comissão Disciplinar do STJD, por não ter feito o relato correto dos fatos em campo que resultaram na denúncia do então treinador santista Cuca, após o jogo entre Vitória e Santos. O comandante do time teria supostamente xingado o árbitro.

Bairrismo

"A atuação do árbitro foi muito boa, nada a reclamar. Grêmio, favorito ao título do Campeonato Brasileiro". Foi assim que o "comentarista" Regis Nestrovski finalizou a sua participação televisiva após a partida no Olímpico da Sportv. De fato, as transmissões da emissora são curiosas pelo fato do profissional encarregado de comentar a partida ser local. E daí que eu, que sempre critico o egocentrismo paulista do pessoal de cá, caio do cavalo. O tal Nestrovski é de um tal bairrismo que envergonha qualquer pessoa que espera um mínimo de equilíbrio em um narração esportiva.

Um fórum na internet diz que o mesmo produziu a seguinte pérola durante uma partida do Juventude contra o Ceará, em Caxias do Sul. "Não sei se o time do Ceará está nervoso porque está aqui, que parece outro país, totalmente diferente do Ceará, é uma Europa que fala português, e os jogadores estão nervosos por causa disso... talvez porque aqui fez 3 graus esta noite e os jogadores não estão acostumados a este clima..."

Realmente falta critério pra conceder um microfone a determinadas pessoas...

7 comentários:

Olavo Soares disse...

Quem assistiu o jogo na Bandeirantes (como eu) sofreu com a mão oposta. Eu, que sou santista e paulista, me irritei com o bairrismo de Luciano do Valle e Neto. O exemplo mais gritante disso veio em um lance em que um atleta do Grêmio (não lembro quem agora) puxou um contra-ataque rápido próximo à linha lateral. Na corrida, a bola escapou e deixou o campo. Narração do Luciano: "ele partiu e POR SORTE a bola passou a linha".

Glauco disse...

Torcer é uma coisa, mas distorcer a informação porque torce e nem se preocupar em saber rigorosamente nada em relação ao outro time é outra.

Guilherme disse...

"Marcelo de Lima Henrique, em todos os lances duvidosos, apitava a favor do Grêmio."

Ou o cara é burro ou canalha.

Como pelo texto só o time da parte de baixo da tabela jogou vê-se que o caráter não é um dos pontos positivos do autor.

DÁ-LHE GRÊMIO!!!

Anselmo disse...

O Santos perde garfado pelo árbitro e a culpa é do Luxemburgo.

Garfaram o santos pra ajudar o Grêmio a não tropeçar de novo. Como tinha gremista chorando que a CBF não queria o tricolor gaúcho campeão, taí a prova do contrário.

Como o Palmeiras não fez a parte dele, ficou mais fácil.

Glauco disse...

Guillermo, difícil discordar sem ofender?

Anselmo, não falei que a culpa era do Luxemburgo. A ironia se refere ao fato de que uando Márcio Fernandes começou a recuperar o time, muitos atribuíam tal feito adivinhe a quem? Pois é, mas tal referência só aparecia nas vitórias, e não nas derrotas. Estou só fazendo justiça.

Anônimo disse...

No duelo entre Sport e Corinthians, pela Copa do Brasil, o bairrismo do Sr. Luciano do Valle, paulista de Campinas, foi às avessas. Curioso...
Sobre o RS ser uma Europa que fala português e não é Portugal (acho que o comentarista gaúcho não sabe que na Europa também há um lugar que fala português), certamente ele também não sabe que existe uma cidade chamada Guaramiranga, no Ceará, onde faz bastante frio. Nela e em toda a região da Serra da Aratanha, não muito longe da pujante capital Fortaleza, faz bastante frio.
E Guaramiranga tem também um festival internacional de "jazz" muito prestigioso, mas aí já é exigir demais que uma cavalgadura daquelas saiba disso.
A maior referência européia dele, p/ dizer tanta asneira, deve-se, certamente, a seus ancestrais, mandados do Velho Mundo via imundo porão de navio porque acabaram as batatas e o repolho por lá.
Vieram tomar os empregos que deveriam pertencer aos negros e índios dizimados durante séculos, e o cara ainda se orgulha disso.

Marcão disse...

É isso mesmo: já acampei duas vezes em Guaramiranga, nos festivais de Jazz e de Teatro. Faz frio e, na época, havia até um chalé vendendo chocolate quente. A cidade fica no Maciço de Baturité, a uns 90km de Fortaleza. Esses lugares, no Ceará, são chamados de "serras úmidas". Outros exemplos de onde é possível "passar frio" naquele Estado são as serras da Meruóca, perto da divisa com o Piauí, e a Chapada do Araripe, no Sul.