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segunda-feira, agosto 10, 2009

Agora é o Mano quem está dizendo: não dá mais

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Em entrevista após a derrota de 1 a 0 pro Flamengo, Mano Menezes vaticionou oficialmente a impossibilidade de lutar pelo título do Brasileirão 2009 (entrevista à Agência Estado, divulgada no Yahoo). É o tipo da coisa que não se faz. Afinal, sabe-se lá o que a providência reserva para o segundo turno. E dar por perdido um campeonato quando nem acabou a primeira fase é no mínimo injetar uma dose extra de desânimo num já abalado elenco. Não que eu não concorde com ele, como disse anteriormente, mas, do ponto de vista da relação direta com o elenco, essa fala de Mano pode ser precipitada e contraproducente. O mesmo no que diz respeito à torcida.

Entretanto, o recado principal é evidentemente pra diretoria. Mano demonstra a sensatez que tem sido sua marca: "É preciso cobrar uma remontagem com mais rapidez, estamos meio lentos. Para mostrar não só para os torcedores, como para os jogadores que estão atuando, para que fiquem mais tranquilos". Ele parece estar tranquilo, sabe do potencial dos jogadores, e sabe também que o time que ele montou tinha como uma de suas principais características a tranquilidade.

Com mil gaviões, até quando vamos ter que esperar pelas tais contratações??? Não faço questão de Riquelme nem outro gênio da bola, me conformaria com bons jogadores para recolocar o time de pé de imediato e, até o fim do ano, jogando bem de verdade.

Quanto à partida, mais um jogo difícil de ver. O Corinthians voltou a ser um time que se defende bem, mas que tem uma dificuldade enorme de criar jogadas, como era no início do ano, quando Douglas estava desinspirado. Parece que entramos em campo visando o 0 a 0. Foi assim contra o Náutico (meu Deus!) – em que o gol saiu de um pênalti dos mais bobos –, foi assim contra o Flamengo – que saiu de uma falha não propriamente da zaga, mas de um mané que sobrou lá atrás na lateral esquerda (o Bruno Bertucci) e deu condição ao ataque rubronegro que, de outro modo, estaria totalmente impedido. Quer dizer, a linha da zaga do Timão estava funcionando, foram uns três impedimentos seguidos do ataque do Flamengo. No lance do gol, funcionou igual, mas tinha o mané lá dando condição. Azar? Também, mas principalmente um erro.



Mas o mais grave é a total incapacidade do time de criar jogadas de gol. No meio campo, os dois times se igualaram, muitos erros, alguns acertos, e nenhum jogador realmente criativo, capaz de armar jogadas, organizar o jogo, segurar a posse de bola. Os lances de maior perigo nunca parecem tão venenosos assim, para os dois lados. Quanto ao Corinthians, minha impressão é que o time sob o comando de Mano Menezes, pra jogar bem, tem que estar inteiro redondo, senão não rende nada. E com o trauma de segunda divisão que estamos, todo mundo, que até agora há pouco achava que dava pra disputar o título, agora começa a recear o rebaixamento. Não acho que é pra tanto. Mas a moçada tem que entender que o momento de brilho já passou, acabou, está enterrado no primeiro semestre, agora tem que pôr a bola no chão e jogar com bravura pra ganhar com muito suor.


Edu Gaspar

É sem dúvida um bom jogador, que deve ir ganhando ritmo com as partidas. Há no entanto uma diferença brutal com relação ao Cristian. Este estava com muita fome de bola, jogando com uma garra brutal, e muito a fim de ganhar os jogos, os campeonatos. O Edu é um jogador mais velho, veio para acalmar a vida depois da carreira na Europa, e embora jogue com empenho não tem nem a metade da energia que o garoto que o precedeu punha nos jogos. Talvez por isso ele ainda seja a ausência mais sentida, mesmo tendo sido substituído pelo jogador que melhor entrou, junto com o Jucilei.

domingo, agosto 02, 2009

Tá bom, tá bom, é reconstrução

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Hoje, o corintiano assiste ao Brasileirão 2009 mirando mais longe. Não que vivamos o pior dos mundos. Ao final da partida contra o Avaí, um horripilante empate em 0 a 0 em pleno Pacaembu, o Corinthians oscila para cima (da 6ª para a 5ª posição), sem poder ser ameaçado pelos resultados dos jogos que ainda faltam nesta 16ª rodada. Mas o principal significado da partida é que o momento é de se segurar, pois quem tem entrado em campo é só meio time, pelo menos em relação ao grupo que começou o campeonato. Enquanto esperamos o retorno do Gordo lipoaspirado (e acho que essa cirurgia vai servir só pra compensar o sobrepeso que o Ronaldo sempre ganha quando fica alguns jogos parado), a incorporação ao elenco de Edu (que se entrar bem pode ocupar a lacuna deixada por Cristian), a volta do Dentinho (suspenso), e as contratações “à altura dos jogadores vendidos” (o boato atual é que vem o Riquelme, o que seria perfeito, mas entre o perfeito é um tempo verbal que não existe no futuro), resta-nos acreditar que estamos nos preparando para o próximo ano.

Quer dizer, como já enfatizei o “lado vazio do copo”, resta agora ver o lado cheio. Se eu acreditar que o Corinthians é agora um time em preparação, que usa o Brasileiro apenas como um campo de testes e experimentos para o próximo ano, começo a achar que esta temporada ainda tem um importante papel a cumprir. Que outra equipe terá condições de testar reservas e esquemas alternativos como o Corinthians? A série A deste ano, neste sentido, seria para o time como a série B do ano passado: sem apresentar por si grandes dificuldades – no ano passado pela sobra de qualidade, neste, por não ter a responsabilidade de vencer –, o time põe a bola no chão e se estrutura para a temporada seguinte.

A novidade mais interessante até agora, a meu ver, é o Jucilei. O garoto de 22 anos, formado na base do Corinthians Paranaense, tem mostrado que pode se tornar uma figura importante no meio campo, seja como um segundo volante, seja como meia. Ele sabe conduzir, tem tamanho e força para disputar bem as divididas, acerta bons passes, sabe cruzar. Terá qualidade para ser titular? É possível, embora minha experiência tenha me ensinado a não exagerar na esperança. Mano Menezes tem demonstrado que tem boa intuição para encontrar a posição em que jogadores rendem mais. Tem que ver, tem que ver...

Nos melhores momentos do empate com o Avaí, vejo que muitas jogadas passaram pelos pés de Jucilei, e em diferentes posições do campo. Ele cruzou da direita, armou pela meia esquerda, roubou bola no meio e criou contra-ataque. No momento, ele está cobrindo a vaga de Cristian, mas a tendência é que seja escalado mais à frente. Não sei se o garoto segura a bronca de substituir Douglas, sendo a referência de distribuição de bolas na meia. Além do que, ele tem mais arrancada, minha impressão é de que ele funciona melhor vindo de trás do que recebendo e distribuindo as bolas na frente. Quer dizer, sua posição seria a de segundo volante, mas não vai tirar a vaga do Elias (se ele não for vendido). É um bom problema para se resolver, e o Brasileirão está aí para isso, para experimentar, testar...

Dois receios

Tenho dois receios com relação ao momento que vive o Corinthians. O primeiro é saber se na remontagem do time o Mano Menezes vai ser tão bem sucedido quanto foi na montagem. Ele vinha construindo um trabalho, que dava resultados em grande medida pela continuidade, mais que pelos talentos individuais (exceção feita a Ronaldo e Felipe). Vai saber retomar o passo após essa quebra de ritmo?

O segundo receio é um pouco mais estrutural. Toda uma expectativa cresce em relação ao "ano do centenário" do Corinthians. Outros times tiveram desempenhos medíocres, a ponto de se falar em "maldição do centenário", acreditando que a efeméride dá um peso a mais à camisa. Quando vejo o Corinthians cheio de dívidas, vendendo jogadores de baciada e pensando em contratar jogadores caros (além do caríssimo Ronaldo), temo pela solução populista que pode estar reluzindo nas mentes de dirigentes do clube – populista por buscar agradar a torcida num curto prazo sem estar assentada em bases consistentes.

Qual seria esta solução? Contratar um timaço para disputar a Libertadores de 2010, enfiar o pé na jaca em dívidas, e depois, seja lá qual for o resultado – conquistas ou frustrações –, ter que se desfazer correndo do time, talvez com algum lucro, talvez com prejuízo, mas tendo como cenário geral uma quase bancarrota. Receio... ou será paranoia?